Na verdade essa pergunta engloba muitas outras questões. Qual a idade certa para permitir que seu filho tenha acesso a internet e redes sociais sem a sua constante, insistente e incômoda supervisão? É uma pergunta que faço a mim mesma já há alguns meses. Tenho uma filha prestes a completar nove anos e muitas de suas amiguinhas já tem celular com internet, perfis em redes sociais, WhatsApp e tudo mais. Atualmente, a conversa que tenho com ela é: “Filha, para tudo na vida existe o tempo certo. Você ainda não está preparada para ter um celular.” Mas como toda boa mãe, luto diariamente com a culpa. É um diálogo constante que estabeleço com o meu próprio ‘eu’: “Será que não é pior a privação? De todo jeito ela vai acabar acessando o das amigas. Qual o melhor caminho seguir?”
E todas as vezes que me vejo em meio a conflitos, peço a Deus discernimento, sabedoria e corro logo atrás de informação. Leio documentários, artigos, pesquisas, ouço a opinião de profissionais e sigo tentando fazer o que considero melhor para os meus filhos, mesmo muitas vezes não tendo a certeza se estou no caminho certo. O que mais peço a Deus desde que engravidei é sabedoria do alto, mais do que qualquer outra coisa. Já errei, acertei e sigo tentando ser uma boa mãe, o que na grande maioria das vezes significa ter que andar na contramão do que dita a sociedade. E como isso é duro! Sofremos preconceito, somos tachadas de chatas, superprotetoras, caretas… Uma chuva de julgamentos! Mas quem disse que é fácil remar contra a maré? Já passei por algumas ondas grandes e olhando para trás, vi que apesar de tudo, conseguimos sair ilesos e mais maduros.
Pois é… Estou enfrentando um nova onda e essa é das grandes! Tenho remado firme ao lado do meu esposo, mas até que idade vou conseguir segurar? Ou melhor, até que idade é saudável e correto privar minha filha do acesso livre a internet e celular? E, em meio as minhas infindáveis pesquisas a respeito do assunto, descobri algo muito importante:
“Uma explosão de brotamento neuronal acontece logo antes da puberdade. O pico ocorre aos 11 anos para as meninas e aos 12 nos meninos.”, e as experiências que viverem nessa fase moldarão a sua massa cinzenta. No calor dessas “explosões”, suas decisões podem ser excessivamente influenciadas pela emoção, tendo em vista que nessa fase seus cérebros confiam mais no sistema límbico (o banco emocional do cérebro) do que o córtex pré-frontal, mais racional, ou seja, os freios são acionados um pouco mais tarde do que o acelerador do cérebro, e essas alterações podem tornar os adolescentes vulneráveis ao envolvimento em comportamentos de risco, tais como uso de drogas, envolvimento em brigas, relacionamentos perigosos e etc. […] Então, o que um pai pode fazer? Continuar sendo um pai para seu filho. Como todas as crianças, os adolescentes têm vulnerabilidades específicas de desenvolvimento e precisam que os pais limitem o seu comportamento”. ¹
Pois bem, ao ler a posição desse especialista senti que estava indo no caminho certo. Minha garotinha ainda não está preparada para ter um celular e acesso livre a internet. O seu cérebro está passando por uma série de transformações e não está pronto para a tomada de decisões. O que isso significa? Que um simples celular com Whattsap ou acesso a redes sociais pode custar a sua vida. Não quero jamais ter que carregar o peso dessa culpa!
“Ah! Mas não adianta, ela vai acabar acessando o das amigas!”