A maior crise que os pastores e líderes enfrentam hoje é de identidade. Homens e mulheres à frente de trabalhos da igreja simplesmente não sabem o que devem fazer, o que se espera deles e nem com o quê comparar seu trabalho.
Uma das reações mais normais a essa crise é busca nos parâmetros e na cultura da profissionalização. Através de comparações com administradores, terapeutas e intelectuais públicos, lideranças cristãs procuram justificar a relevância dos seus ministérios.
E isso não é um erro só dos pastores e líderes. As igrejas hoje estão cada vez mais exigentes, esperando de seus obreiros habilidades gerenciais e terapêuticas – e se os pastores tiverem um MBA, melhor ainda! Não podemos imaginar como isso gera uma frustração terrível nos pastores, o desinteresse das lideranças leigas da comunidade e um fatal envenenamento da Igreja como um todo.
Irmãos, nós não somos profissionais, como dizia John Piper. Não há nada de errado com eles, mas o vocabulário da profissionalização não consegue traduzir o trabalho para o qual fomos vocacionados. O serviço de um pastor ou líder da igreja sempre será TEOLÓGICO. Seja em ministérios femininos, de juventude, profissionais ou entre estudantes, nós só contribuímos com a igreja quando compartilhamos a Palavra de Deus em formulações doutrinárias que contribuam para os discípulos de Cristo viverem bem diante de Deus.
Não deixe reduzirem seu chamado a uma agenda de eventos e espetacularização dos grupos sociais da igreja. Não fomos chamados para organizar chás com as senhoras, louvorzão com os jovens e churrasco com os homens! A anemia teológica que a igreja evangélica brasileira vive é uma consequência natural da busca ingênua que os seus líderes insistem pelos valores e parâmetros administrativos e terapêuticos – que nunca conseguiram acrescentar relevância a um ofício que, por natureza, precisa ser teológico.