A SERPENTE ENTRE OS LIVROS

Quanto ao mais, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é honesto, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se há alguma virtude, e se há algum louvor, nisso pensai (Filipenses 4:8).

Ao pegar um livro na estante, um estudante indiano sentiu uma suave dor em seus dedos, como a picada de uma agulha. Ele não deu importância, mas logo sua mão começou a inchar, e depois o braço e, por fim, o corpo todo. Apesar de todos os cuidados médicos que lhe foram ministrados, ele acabou morrendo. Uma pequena mas extremamente venenosa serpente estava escondida atrás dos livros e o picou.

Façamos uma aplicação espiritual dessa notícia verdadeira. A maioria do que vemos e ouvimos hoje esconde em seus conteúdos serpentes muito mais poderosas que aquela que matou o estudante indiano. É o “engano dos homens abomináveis” (2 Pedro 3:17), que “ao mal chamam bem, e ao bem mal; que fazem das trevas luz, e da luz trevas; e fazem do amargo doce, e do doce amargo!” (Isaías 5:20).

Quanto mais atrativo o “entretenimento” é – sejam livros, revistas, filmes, shows, etc – mais sutil o veneno é. E não é o corpo somente que sofre, principalmente a alma e o espírito são afetados com destruição. Tornamo-nos “entenebrecidos no entendimento, separados da vida de Deus pela ignorância… pela dureza do… coração” (Efésios 4:18-19).

“Mas temo que, assim como a serpente enganou Eva com a sua astúcia, assim também sejam de alguma sorte corrompidos os vossos sentidos, e se apartem da simplicidade que há em Cristo” (2 Coríntios 11:3).

Se você é filho de Deus, se você conhece o Senhor Jesus, então há uma promessa a qual podemos reivindicar para vencer o engano: o “Espírito de verdade, ele vos guiará em toda a verdade” (João 16:13). O Espírito Santo nos mostra e nos ajuda a destruir as obras do engano dentro de nós. Agora tomemos o cuidado de não tentarmos a Deus nos expondo deliberadamente àquilo que sabemos que não provém do Pai e nem o agrada!

A MORTE REALMENTE ACABA COM TUDO?

E Deus limpará de seus olhos toda a lágrima; e não haverá mais morte, nem pranto, nem clamor, nem dor; porque já as primeiras coisas são passadas (Apocalipse 21:4).

Certo homem disse a um pregador: “Não acredito em uma palavra do que você prega”.

“Então me diga no que você acredita” – respondeu o pregador.

“Eu creio que com a morte tudo acaba.”

“Ah, eu também” – respondeu o cristão. “A morte acaba com tudo o que fazemos aqui. Ela coloca um ponto final na possibilidade de agirmos perversamente; ela torna inúteis todos os nossos planos e ideias. Nossas amizades acabam. As ambições acabam. A morte tira tudo isso de nós. Então todos os que resistiram a Deus durante a vida aqui irão para a eterna condenação.

E continuou: “Para mim, a morte irá acabar com todas as minhas preocupações, problemas e dificuldades. Sem mais lágrimas ou dores. A morte acabará com tudo isso, e eu irei para o meu Senhor na glória, onde a eterna alegria e a paz esperam por mim.”

A conversa se prolongou e o homem que no início estava tão reticente quis saber mais acerca do Deus daquele homem que lhe dava tanta confiança diante do maior terror dos humanos.

A esperança do genuíno cristão é esta: “se vivemos, para o Senhor vivemos; se morremos, para o Senhor morremos. De sorte que, ou vivamos ou morramos, somos do Senhor” (Romanos 14:8).

APENAS UM PÃO DE CEVADA

Não é isto outra coisa, senão a espada de Gideão (Juízes 7:14).

Gideão estava prestes a lutar uma batalha decisiva. De antemão, Deus lhe permitiu ouvir secretamente o que os midianitas falavam, e isso fortaleceu sua fé. E o que ele ouviu? Um de seus inimigos relata um sonho que tivera. Um pão de cevada totalmente comum rodava por cima do acampamento do exército midianita e, ao cair, o destruía. O ouvinte interpretou o sonho corretamente como sendo a espada de Gideão.

Hoje Deus ainda nos permite saber o que se passa no coração de nossos inimigos para que sejamos fortalecidos. E podemos ter certeza disso: há muitos no mundo que secretamente acreditam que os cristãos devem estar certos. Porém, mesmo com essa convicção, eles ainda se mantêm do lado que está em maior número, ou seja, os incrédulos. Mas Deus encorajou Gideão e nos encoraja também.

Percebamos que o encorajamento divino jamais fortalece o orgulho carnal. A autogratificação e a autoconfiança têm de desaparecer. Deus quis mostrar a Gideão que ele era seu servo escolhido para conquistar os midianitas, mas ao mesmo tempo lhe fez entender que o próprio Gideão não passava de um absolutamente comum “pão de cevada torrado” (v.13).

Isso traz um ensino profundo para nós. Se os cristãos estiverem livres do mundanismo, se parecerem com um pão de cevada torrado, isto é, a mais simples das comidas, então o mundo se dobrará diante deles em temor. Porém, infelizmente preferimos ser como o mundo e lutamos pelo reconhecimento que ele concede. Isso nos torna iguais ao mundo e sem poder algum para vencê-lo.

Nosso Senhor e Salvador “esvaziou-se a si mesmo” e “humilhou-se a si mesmo” (Filipenses 2:7-8). Por que queremos ser diferentes dele?

ARREPENDIMENTO E REMORSO

Judas, o que o traíra, vendo que fora condenado, trouxe, arrependido, as trinta moedas de prata aos príncipes do sacerdotes e aos anciãos (Mateus 27:3).

Arrependimento é a chave da mensagem da salvação e não pode estar ausente em nossa pregação do evangelho (Atos 17:30; Atos 20:21). Contudo, é vital observar que o arrependimento não é a repetição de orações que contêm palavras adequadas para ‘ser salvo’. Nem de melhorar comportamentos. Para entendermos a verdadeira natureza do arrependimento será útil ilustrar a diferença entre arrependimento e remorso.

Arrependimento significa uma “mudança de mente”, que nos faz ver o pecado e nosso coração à luz da Palavra de Deus. Obviamente, isso resultará em várias mudanças práticas que, dependendo da natureza do pecado, podem ou não ser observadas pelos outros. Mas não é melhoria exterior, mas algo que acontece dentro de nós por causa do relacionamento com Deus.

Remorso está relacionado às consequências do nosso pecado. Judas ficou cheio de remorso com os resultados de seu pecado. Ele de fato quis devolver o dinheiro aos sacerdotes e líderes, mas isso foi um ato de remorso e desespero. Por meio de suas ações, Judas mostrou a prova de uma mudança exterior, mas isso não foi arrependimento. Por outro lado, Pedro “chorou amargamente” após ter negado o Senhor (Lucas 22:62). Ele se arrependeu de fato, mas não houve nenhuma transformação aparente. As pessoas podem sentir remorso e melhorarem o caráter ou as ações. No entanto, o arrependimento é uma obra de Deus na alma e dará frutos. Arrependimento não termina com a conversão, pois a experiência do arrependimento se aprofunda à medida que conhecemos Deus.

TRIBULAÇÃO, SALVAÇÃO E GRATIDÃO

E invoca-me no dia da angústia; eu te livrarei, e tu me glorificarás (Salmo 50:15).

Essas três coisas caminham juntas. É isso o que o Salmo 50 nos ensina. O dia da angústia não necessariamente significa uma provação externa, mas pode ser o momento em que nossa consciência é afligida com o peso do nosso próprio estado de perdição. Os que clamam a Deus nesse momento, em arrependimento, saberão por experiência que Deus “não está longe de cada um de nós” (Atos 17:27).

Anos atrás, um norte-americano me contou sua história de vida. Ele havia sido um piloto de avião na Segunda Guerra Mundial. Em uma batalha aérea sobre a Áustria seu avião pegou fogo.

“Quando percebi as chamas, um indescritível terror se apoderou de mim. Podia explodir a qualquer momento, e sabia que teria de enfrentar Deus, e não estava preparado. Em minha aflição, clamei a Deus por ajuda e prometi que o serviria se escapasse vivo. Deus ouviu minha oração. Meu paraquedas se abriu com sucesso. Eu fui feito prisioneiro e retornei para casa após a guerra. Porém, me esqueci totalmente da promessa que fiz e continuei vivendo como antes. Então certa noite fui convidado para uma reunião evangelística, e ali me lembrei da minha ingratidão. E me rendi ao Senhor.”

Muitos também passaram pela mesma experiência deste homem. No entanto, ainda estão completamente mergulhados no pecado, vivendo para si mesmos, sem qualquer respeito pela salvação que receberam. Continuam “mortos em ofensas e pecados” (Efésios 2:1). Coitados, miseráveis pessoas que são!

SÍMBOLOS FRACOS E OBRA PERFEITA

Visto que temos um grande sumo sacerdote, Jesus, Filho de Deus, que penetrou nos céus, retenhamos firmemente a nossa confissão (Hebreus 4:14).

Os símbolos do Antigo Testamento que apontam para Cristo e Sua obra da redenção revelam inúmeras fraquezas e falhas e jamais podiam aperfeiçoar quem quer que fosse. Em contraste com tais símbolos, a epístola aos Hebreus apresenta o caráter definitivo e singular da obra do Senhor Jesus Cristo em toda a sua perfeição. Igualmente perfeita é a posição do que crê, a qual depende somente da eficácia de Sua obra.

Cristo realizou uma redenção plena. A culpa do povo de Deus foi expiada inteiramente. Deus não lembrará dos pecados deles. Nem mesmo aqueles pecados permanecem na consciência de Seu povo; eles foram “purificados” (9:14). Pelo fato dos pecados dos crentes terem sido colocados sobre Cristo, e ele ter morrido para expiar o pecado, tais pecados nunca mais podem ser atribuídos aos filhos de Deus. Cristo, que os expiou, agora está no céu como Testemunha que Sua obra satisfez plenamente as exigências de Deus e a prova de que nosso débito de culpa foi pago. Portanto, o crente tem completa liberdade para se aproximar de Deus. Temos “ousadia para entrar no santuário, pelo sangue de Jesus” (Hebreus 10:19).

Qual é o propósito da função de Sumo Sacerdote exercida por Cristo? Não está relacionada propriamente com o pecado, mas como Sumo Sacerdote Cristo nos oferece a graça: ele quer nos ajudar a não pecar. Ele conhece nossas fraquezas, que em si mesmas não são pecado. Somos frágeis, porque o pecado ainda está dentro de nós e corremos o risco de cairmos quando o sofrimento ou a tentação atravessa nosso caminho. “Cheguemos, pois, com confiança ao trono da graça, para que possamos alcançar misericórdia e achar graça, a fim de sermos ajudados em tempo oportuno” (Hebreus 4:16).

MEDITAÇÕES SOBRE O LIVRO DE 2 REIS

Ah! SENHOR! Sê servido de te lembrar de que andei diante de ti em verdade e com o coração perfeito e fiz o que era reto aos teus olhos. E chorou Ezequias muitíssimo (2 Reis 20:3).

(Leia 2 Reis 20:1-11)

Uma segunda provação, mais terrível que primeira, aflige agora o rei. A morte bate à porta dele. Em sua angústia, dessa vez ele também se volta para o Senhor. Certamente não poderia entrar no santuário como costumava fazer, mas é sempre possível encontrar Deus, mesmo em um leito de enfermidade. Quantas pessoas acamadas têm tido essa abençoada experiência todos os dias!

Acaz, pai de Ezequias, rejeitou o sinal que o Senhor queria dar (Isaías 7:10-12). E no relógio de sol que mandou fazer, a hora do julgamento se aproximava rapidamente. Porém, aqui o fiel e piedoso rei recebe, além da cura, o mais extraordinário sinal. Ao retroceder a sombra, Deus lhe mostra que aceitou a petição para adiar a execução do castigo.

Muitos detalhes desta bela história nos fazem meditar, por meio de contrastes, no Senhor Jesus. No Salmo 102 temos a seguinte oração: “Deus meu, não me leves na metade de minha vida”. A resposta do Pai é: “Tu, cujos anos se estendem por todas as gerações” (v. 24). Isaías anunciou que o rei seria curado no terceiro dia. Cristo realmente entrou na morte, e da mesma maneira, saiu dela no terceiro dia.

IRRECONHECÍVEL!

Porque não me envergonho do evangelho de Cristo, pois é o poder de Deus para salvação de todo aquele que crê (Romanos 1:16).

Há alguns anos, houve na Nigéria uma eclosão de ataques fanáticos praticados por muçulmanos contra cristãos. Casas e edifícios foram incendiados. Uma multidão de cristãos se reuniu e os muçulmanos temeram retaliações. Porém, algo bem diferente aconteceu. Nos mesmos lugares destruídos pelos muçulmanos, os cristãos cantaram hinos de louvor e oraram a Deus pedindo que ele perdoasse os fanáticos. E também se declararam prontos a perdoá-los. Tal atitude era inconcebível para os muçulmanos. Um chefe tribal islâmico ficou tão surpreso e impressionado que pediu explicações para os cristãos e missionários locais.

Algum tempo depois, ele também se rendeu ao Senhor Jesus.

Esse desertor da fé islâmica sabia que a ira e a vingança dos membros de sua tribo contra ele era certa. Portanto, os reuniu e lhes disse: “Vocês podem me destituir, me expulsar, e até me matar. Eu não vou resistir. Mas não podem tirar minha fé em Cristo. Eu O conheci e ele é o que perdoa nossos pecados e nos torna capazes de perdoar os pecados dos outros também”. Seu povo mal podia acreditar, pois aquele homem era tão dominante e, por vezes, cruel.

O evangelho é de fato o poder de Deus. Quem crê pode experimentar uma mudança radical, pois a mensagem da cruz é totalmente radical! Ela rompe todos os grilhões da religião, seja qual delas for, e toca onde só o Senhor Jesus pode tocar.

POR QUE DEUS PERMITE TAIS COISAS?

Receberemos o bem de Deus, e não receberíamos o mal? (Jó 2:10).

Essa é uma pergunta comum. E quando as pessoas questionam, elas têm em mente as guerras, fomes, doenças, terrorismo, catástrofes naturais e outras coisas terríveis. Permita-me fazer outra pergunta: por que sempre vemos o lado negativo das coisas? Será que já pensamos sobre as coisas boas que Deus permite: saúde, emprego, geladeira cheia de comida, etc? Deus é obrigado a nos dar essas coisas? Ou ele o faz por sua bondade?

Imagine a vida em uma grande cidade. Quanta mentira, corrupção, perversão sexual e brutalidade Deus observou nas ultimas 24 horas? Isso não será desconsiderado. Como Deus reage? Ele mandou descer fogo do céu? Ele fechou a porta da graça, da reconciliação e do perdão? De jeito algum! Os habitantes de tais cidades continuam a desfrutar dos dons de Deus, assim como nós. Mas quem se lembra de agradecê-Lo? Quem gasta um minuto para pensar no Doador de “toda a boa dádiva e todo o dom perfeito” (Tiago 1:17)?

Quando o sofrimento entra em nossa vida, o Nome de Deus de repente surge em nossos lábios só para questionarmos o porquê das coisas. Jó conhecia essa pergunta. Mas ele aceitou a bondade de Deus com gratidão. E ele não tirou Deus de seu sofrimento, mesmo não tendo recebido qualquer resposta por um longo período. A questão principal não é saber a razão dos sofrimentos humanos; é se render ao maior dom que Deus nos concedeu: seu amado Filho, pois ele é a resposta para todas os questionamentos.

UM CONVITE MORTAL

A mulher louca é alvoroçadora… Assenta-se à porta… e põe-se a chamar aos que vão pelo caminho, e que passam reto pelas veredas, dizendo: Quem é simples, volte-se para cá. E aos faltos de entendimento ela diz: As águas roubadas são doces, e o pão tomado às escondidas é agradável. Mas não sabem que ali estão os mortos; os seus convidados estão nas profundezas do inferno (Provérbios 9:13-18).

A mídia de hoje se assemelha à mulher descrita acima. Ela busca capturar a atenção das pessoas, dizendo o que é “roubado” e “escondido”, ou seja, todo tipo de pecado é agradável e doce. A cultura moderna tem tornado o pecado algo extremamente atraente e desejável.

A Bíblia afirma exatamente o oposto. Não podemos diluir as afirmações bíblicas. Em geral, o pecado não se apresenta de maneira repulsiva. Ele tem seu brilho e fascinação como uma flor venenosa, e por isso a maioria sucumbe à tentação e é enganada até cair no mais profundo abismo.

Seja cobiça, adultério, fornicação, mentira, justiça própria, etc, tudo o que é pecaminoso parece atrativo, mas endurece a consciência e o coração. Os “simples” e os “faltos de entendimento” não são as pessoas com limitações educacionais ou com as capacidades cognitivas reduzidas. Há muitos ”faltos de entendimento” entre os maiores gênios da humanidade. Estão nessa categoria aqueles que aceitam o convite da “mulher alvoroçadora”, ou seja, do sistema deste mundo, baseado no pecado e na rebelião contra Deus.

Quem se rende a isso se torna insensível à verdade divina e jamais conhece a vida eterna e a paz, pois a visão que têm de Deus é distorcida e religiosa.

Será que uma mentira se torna verdade só porque é agradável, bem divulgada, e porque a maioria crê nela? Será que Deus vai alterar seu veredito sobre o pecado só porque todos pecam? Não se iluda: os “convidados” do “engano do pecado” “estão nas profundezas do inferno” (Hebreus 3:13).

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