DISCUSSÃO INÚTIL

Porque já sabeis a graça de nosso Senhor Jesus Cristo que, sendo rico, por amor de vós se fez pobre; para que pela sua pobreza enriquecêsseis (2 Coríntios 8:9).

Dois homens cultos se envolveram em uma discussão sobre a existência eterna de Jesus Cristo. Um deles era unitariano (que nega a Trindade) e afirmava que em nenhum lugar da Bíblia ensina que Jesus Cristo existia antes de nascer em Belém. O outro, um cristão verdadeiro, tentava provar o contrário. O unitariano argumentava tão hábil e convincentemente que logo se impôs no debate. Ele rebatia versículos como João 1:1 – “No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus” – com afirmações assim: “Isso estava na mente de Deus; na realidade foi bem diferente”. Com declarações similares, ele desarticulava cada um dos versículos citados, e o cristão não conseguia dialogar com ele.

Outro cristão, que estava próximo e não pôde deixar de ouvir a conversa, neste ponto perguntou: “Me desculpem, mas para mim, um versículo resolve esta questão definitivamente”. – E qual é?, ambos perguntaram. “A Bíblia diz que o Senhor Jesus Cristo era rico. Quando ele foi rico? Será que foi rico neste mundo? Quando nasceu, foi colocado em uma manjedoura, e afirmou: ‘As raposas têm covis, e as aves do céu têm ninhos, mas o Filho do homem não tem onde reclinar a cabeça’ (Mateus 8:20). Então, me digam, quando ele foi rico? ele foi rico na eternidade passada, quando estava no seio do Pai, antes de Se humilhar e se tornar pobre para nos redimir”. A conversa parou por aí.

A Bíblia também afirma que “ele é antes de todas as coisas, e todas as coisas subsistem por ele” (Colossenses 1:17). Pela fé entendemos isso, mas quando os ouvidos e o coração das pessoas estão fechados à verdade de Deus e tudo o que querem é se encher de sabedoria humana, tais conversas só servem para produzir maior impiedade (2 Timóteo 2:16).

MEDITAÇÕES SOBRE O LIVRO DE 2 REIS

(Leia 2 Reis 23:1-11)

E o rei se pôs em pé junto à coluna e fez o concerto perante o SENHOR, para andarem com o SENHOR, e guardarem os seus mandamentos, e os seus testemunhos, e os seus estatutos, com todo o coração e com toda a alma, confirmando as palavras deste concerto, que estavam escritas naquele livro; e todo o povo esteve por este concerto (2 Reis 23:3).

Depois da sentença condenatória que o Senhor havia pronunciado, Josias poderia ter concluído: que proveito há em purificar um lugar onde Deus derramará Sua ira? Mas um verdadeiro crente jamais pensa dessa maneira. Mesmo na véspera do juízo final, as Escrituras ordenam: “O santo continue a santificar-se” (Apocalipse 22:11). Ao aplicar as palavras que foram lidas para ele em Deuteronômio 33:11, o rei, que agora reconhece por si mesmo o valor da Palavra de Deus, quer que todos, “desde o menor até ao maior”, a ouçam. Temos o mesmo desejo de fazer conhecida a poderosa e viva Palavra ao que nos rodeiam?

O zelo da casa do Senhor “consumiu” Josias como mais tarde faria com Alguém maior que Ele (João 2:15-17).

Lembremos a pergunta que o apóstolo faz aos coríntios: “Não sabeis que sois santuário de Deus, e que o Espírito de Deus habita em vós?” (1 Coríntios 3:16-17; 1 Co 6:19). Receberíamos um nobre visitante em uma casa bagunçada e imunda? Será que o visitante se sentiria bem ali? E o que dizer do divino Visitante que deseja morar em nosso coração? Dar-Lhe honra significa em primeiro lugar colocar o nosso coração em ordem, removendo o que o obstrui e corrompe.

GUSTAVE LE BON

E Jesus, respondendo, disse-lhes: Acautelai-vos, que ninguém vos engane (Mateus 24:4).

O psicólogo social francês Gustave Le Bon é considerado o fundador da psicologia de massas. Em sua obra “Psicologia das Multidões”, escrita em 1895, ele descreve quão facilmente as pessoas podem ser influenciadas, como estão dispostas a crer em frases de propaganda (seja de que tipo for), e o quanto são propensas a enganos sutis. O livro afirma literalmente (em tradução livre):

“Para influenciar pessoas jamais deve-se tentar mostrar uma prova. A única evidência reconhecida é uma afirmação descarada e despudorada. As pessoas nunca foram sedentas pela verdade. Elas preferem idolatrar o erro… A prontidão com que as afirmações são aceitas como corretas está ligada à falta de vontade das pessoas de reunir as informações necessárias para formar a própria opinião”.

Isso é para se pensar.

Os discípulos certa vez perguntaram ao Senhor Jesus Cristo qual seria o sinal de sua vinda. Ele respondeu com esta advertência: “Acautelai-vos, que ninguém vos engane”. Engano seria uma característica marcante dos últimos dias! ele leva as pessoas a verem o Senhor Jesus de incontáveis formas: um bom Mestre, um Espírito iluminado, o Menino Jesus, um Exemplo de caridade, e tantas outras bobagens.

Você, querido leitor, já se esforçou para reunir as evidências e formar um juízo próprio sobre o Senhor Jesus? Ou é como a maioria que, crédula e ignorantemente, segue o que outros dizem?

DEUS SE ALEGRA POR UM

Digo-vos que assim haverá alegria no céu por um pecador que se arrepende, mais do que por noventa e nove justos que não necessitam de arrependimento (Lucas 15:7).

Será que a proporção está certa aqui? Será que a alegria pode ser maior por um único pecador que se volta a Deus do que por 99 justos?

Essa declaração é entendida quando temos em mente que “o Filho do homem veio buscar e salvar o que se havia perdido” (Lucas 19:10). Quando ele fala aqui sobre um pecador arrependido, isso significa que tal pessoa reconheceu a própria perdição e se rendeu ao Senhor. Os “justos” não são o grupo alvo do coração do Senhor Jesus. E por que deveriam ser? Porque pecadores que se consideram “justos” não sentem qualquer necessidade de arrependimento. Afinal, eles acham que fazem boas obras, são corretos, religiosos, respeitam o próximo e, portanto, para quê se arrepender do certo? A graça de Deus não tem valor para esse tipo de gente. O trágico é que o Senhor sabe que “pessoas boas” não existem, pois “todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus” (Romanos 3:23).

Quem sabe que precisa de arrependimento anseia por graça e perdão. Na parábola do filho pródigo, o pai afirma: “Mas era justo alegrarmo-nos e folgarmos, porque este teu irmão estava morto, e reviveu; e tinha-se perdido, e achou-se” (Lucas 15:32).

Nós estávamos “mortos em ofensas e pecados”, mas ele “nos vivificou juntamente com Cristo (pela graça sois salvos)”, e “nos ressuscitou juntamente com ele e nos fez assentar nos lugares celestiais, em Cristo Jesus” (Efésios 2:1,5-6).

É por isso que Deus se alegra tanto: porque pelo sacrifício de seu Filho, os mortos recebem vida!

LIÇÕES PARA UMA GERAÇÃO MAIS JOVEM

Filho meu, guarda o mandamento de teu pai, e não deixes a lei da tua mãe; ata-os perpetuamente ao teu coração (Provérbios 6:20-21).

Certa vez um jovem de 17 anos de idade veio a Mark Twain, escritor e humorista norte-americano, reclamando que não conseguia se dar bem com seu pai, pois os dois brigavam todos os dias. E dizia que o pai era antiquado, e não tinha a menor ideia do que significava a modernidade e os novos costumes. “O que eu faço? Eu quero muito sair de casa.”

Mark Twain respondeu: “Meu querido jovem, eu sinceramente compreendo você. Quando eu tinha 17 anos, meu pai era bastante difícil. Mas você deve ter paciência com pessoas mais velhas. Eles se desenvolvem mais lentamente. Dez anos depois, quando eu tinha 27, ele tinha aprendido tanto que já era possível conversar com ele sensatamente. E sabe de uma coisa? Agora que tenho 37, acredite ou não, posso pedir conselhos ao meu pai quando não sei o que fazer. Isso prova como as coisas mudam.”

Essas palavras nos ensinam uma grande lição. Esse problema surge em cada geração. O jovem tem de entender que lhe falta experiência de vida e que não deve ser presunçoso.

A geração com filhos jovens jamais deve esquecer como eles mesmos pensavam quando tinham menos idade. Isso nos ajuda a vencer o aparentemente insolúvel problema do conflito de gerações.

Como cristãos, é mais importante ainda que pais e filhos se submetam à autoridade da Palavra de Deus e não negligenciem a oração. Todos os que amam ao Senhor de verdade encontraram nele a graça, a sabedoria e a força para viverem em paz uns com os outros.

DIAS DOS CÉUS NOS DIAS DA TERRA

Ponde, pois, estas minhas palavras no vosso coração e na vossa alma, e atai-as por sinal na vossa mão, para que estejam por frontais entre os vossos olhos. E ensinai-as a vossos filhos… para que se multipliquem os vossos dias e os dias de vossos filhos… como os dias dos céus sobre a terra (Deuteronômio 11:18-19,21).

O espírito, alma e corpo dos israelitas estão envolvidos quando os pais passavam o bastão da verdade aos seus filhos, sendo exemplos do que a Palavra diz em sua vida pessoal e em seu lar, como no capítulo 6.

O propósito e o resultado dessa obediência – ou ambos – é longa vida para nós e nossos filhos. Essa vida tem a qualidade dos “dias dos céus”. Note que as coisas que caracterizam a terra são opostas às que caracterizam os céus. Para o redimido, essa promessa fala de uma prosperidade espiritual superlativa. Graças ao Senhor, a Palavra de Deus descreve suas riquezas. Os que são abençoados com todas as bênçãos celestiais de acordo com a vontade de Deus vivem nessas bênçãos e as passam a seus filhos (tanto os biológicos quanto os na fé), começamos a desfrutar intensamente da nossa porção celestial.

Nosso coração e alma são trazidos a uma atmosfera de coisas de caráter totalmente diferente. É vital para nossas ações que estejamos em consonância com as coisas dessa atmosfera. O resultado é o desfrute das bênçãos celestiais, tendo os dias dos céus, enquanto estamos vivendo nos dias desta terra. Vivemos a vida do céu enquanto cercados por atitudes e comportamento carnais, replicando a vida de Cristo sobre este mundo pelo poder do Espírito Santo.

Você pode afirmar que a Palavra de Deus, as promessas de Deus, as bênçãos de Deus enchem tanto sua alma a ponto de suas ações refletirem uma total submissão a Deus? Somente após isso se tornar uma verdade em nós é que começaremos a experimentar os dias do céu aqui mesmo nos dias da terra.

NÃO UM APARENTE FRACASSO, MAS UMA ESCOLHA DELIBERADA

E da mesma maneira também os príncipes dos sacerdotes, com os escribas, e anciãos, e fariseus, escarnecendo, diziam: Salvou os outros, e a si mesmo não pode salvar-se (Mateus 27:41-42).

Em geral, as pessoas normais têm respeito suficiente para não zombar de alguém prestes a morrer. Mas quando o Senhor Jesus Cristo, o Filho de Deus, estava na cruz sofrendo dores atrozes, ele foi alvo do escárnio humano. E não eram os soldados nem o povo de classe inferior que zombavam, e sim os líderes religiosos! Eles eram testemunhas oculares de como o Senhor Jesus havia salvado outras pessoas, mas apesar de verem os milagres, jamais admitiram que o poder de Deus era a fonte deles.ao contrário, disseram que tais obras foram feitas pela influência demoníaca (Mateus 12:24), simplesmente porque se recusaram a reconhecer o Senhor Jesus como o Messias prometido.

Poucas horas antes, o Senhor Jesus fizera dezenas de homens que tinham ido prendê-Lo caírem por terra apenas com uma frase: “Sou eu” (João 18:6). Mas naquele momento, eles o tinham em suas mãos. E por que o Senhor Jesus não usou seu poder?

A resposta é: se o Senhor Jesus tivesse Se livrado da cruz, nós jamais seríamos salvos. Ele sabia que era o Único capaz não apenas de suportar o escárnio dos homens, mas principalmente a ira de Deus em nosso lugar. “Por uma só ofensa veio o juízo sobre todos os homens para condenação, assim também por um só ato de justiça veio a graça sobre todos os homens para justificação de vida” (Romanos 5:18).

O Senhor Jesus escolheu executar a obra da nossa redenção; ele escolheu Se sacrificar para nos salvar! “o Pai me ama, porque dou a minha vida para tornar a tomá-la. Ninguém ma tira de mim, mas eu de mim mesmo a dou; tenho poder para a dar, e poder para tornar a tomá-la” (João 10:17-18).

Honra e glória ao Cordeiro de Deus!

OS SOFRIMENTOS DO HOMEM DE DORES

Era desprezado, e o mais rejeitado entre os homens, homem de dores, e experimentado nos trabalhos; e, como um de quem os homens escondiam o rosto, era desprezado, e não fizemos dele caso algum (Isaías 53:3).

Esse Homem de dores, do qual o profeta Isaías fala, não era outro senão o Senhor Jesus Cristo. Ele sofreu nas mãos dos homens quando viveu neste mundo e quando foi pendurado na cruz. Mas também teve de enfrentar sofrimentos nas mãos de Deus. Durante as três horas de trevas na cruz, ele sofreu por nossos pecados e morreu. “Porque também Cristo padeceu uma vez pelos pecados, o justo pelos injustos, para levar-nos a Deus” (1 Pedro 3:18). Nenhum ser humano pode descrever ou entender adequadamente os sofrimentos expiatórios do Salvador. O que aconteceu durante essas três horas é insondável para nós. Nós apenas nos curvamos em profunda gratidão e adoração pelo que houve ali.

Como ele teve de sofrer antes desse momento de escuridão! O caminho do Salvador foi um sofrimento só: ele foi rejeitado sempre; veio para os que eram Seus; mas Seu próprio povo não O recebeu. O Senhor Jesus sentiu o ódio abissal dos líderes. Sofreu sabendo que a maioria O seguia para tirar vantagens pessoais e depois O abandonar. Sofreu com a solidão devido à incompreensão dos que Lhe eram próximos. E como deve ter se sentido quando ouviu “Crucifica-o!”? Por Seu amor ele foi recompensado com ódio (Salmo 109:5).

É importante lembrarmos, contudo, como o Senhor suportou tais sofrimentos: com extrema paciência, sem se defender ou protestar. Ele se submeteu à vontade de Seu Pai para que fossemos salvos!

MEDITAÇÕES SOBRE O LIVRO DE 2 REIS

(Leia 2 Reis 22:8-20)

Sucedeu, pois, que, ouvindo o rei as palavras do livro da Lei, rasgou as suas vestes (2 Reis 22:11).

As obras realizadas por Josias na casa do Senhor levaram à descoberta do livro da lei. Embora fosse responsabilidade dos sacerdotes preservá-lo, o livro foi perdido e até mesmo esquecido (Deuteronômio 31:9, 26). No curso da história da Igreja, o grande despertar da Reforma trouxe as Sagradas Escrituras a um lugar de honra. Após séculos de escuridão na Idade Média, o Livro de Deus ressurgiu, traduzido para as línguas populares, impresso e distribuído ao redor do mundo. Não nos esqueçamos de ser gratos por isso. A leitura da Bíblia abriu os olhos de muitos para a ruína da cristandade. Porém, ao mesmo tempo, a divina luz do Evangelho veio para iluminar as almas ignorantes. Por isso a Palavra da Vida nos mostra não apenas o que Deus espera da humanidade e como o homem falhou completamente (o Velho Testamento), mas também nos ensina o que agora é proposto em Cristo, o novo Homem, e o que Ele cumpriu na íntegra (temas do Novo Testamento). Se a Bíblia é um Livro que desvenda toda a nossa responsabilidade, ela também nos traz a mensagem da graça de Deus para os pecadores perdidos.

PRAGAS NO CAMPO

O que é nascido da carne é carne, e o que é nascido do Espírito é espírito (João 3:6).

Enquanto estiver neste mundo, quem nasceu de novo tem duas naturezas: geralmente são chamadas de “velha natureza” e “nova natureza”. Embora essas duas expressões não estejam registradas nas Sagradas Escrituras, o que elas descrevem faz parte do conteúdo da Palavra. É um fato de suma importância e precisa ser bem compreendido, especialmente por cristãos novos convertidos.

A experiência nos mostra que é difícil lidar com essas duas fontes de energia opostas dentro de nosso ser. Agora o cristão tem de aprender a distinguir o que provém da “carne”, ou seja, de sua velha natureza corrompida pelo pecado, e o que provém do “Espírito” – sua nova natureza.

Você já viu campos de trigo crescendo na natureza? Não! Campos de trigo são cultivados pelos homens, os quais têm de semear a semente no solo adequado.

O coração do homem é como um campo não cultivado: somente produzirá mais ervas daninhas do que qualquer outra coisa. Se o que se deseja são frutos, primeiro as boas sementes têm de ser plantadas no solo. Por meio da regeneração, a nova vida de Deus, a semente de sua Palavra é semeada no crente (Tiago 1:21; 1 João 3:9). O cristão recebe essa vida na conversão; é dom de Deus e, portanto, perfeita. Mas “a carne” ainda existe em cada crente, da mesma forma que pragas crescem em campos de trigo.

Cabe aos que foram regenerados desenvolverem a nova vida que receberam, alimentando-se da Palavra de Deus. Essa é a única maneira de darem frutos para a glória do Senhor.

TEXTOS MAIS RECENTES

Pular para a barra de ferramentas