MEDITAÇÕES SOBRE O LIVRO DE 2 REIS

(Leia 2 Reis 24:1-20)

O homem que muitas vezes repreendido endurece a cerviz será quebrantado de repente sem que haja cura (Provérbios 29:1).

De acordo com a profecia de Isaías 10, o poder assírio foi aniquilado. Sobre suas ruínas, estabeleceu-se o império babilônico, englobando virtualmente todo o mundo antigo, incluindo o Egito, e por causa disso ficou conhecido como o primeiro grande império dos gentios. Foi um marco na história mundial. Israel foi dispersado; deixou de ser o centro do governo de Deus sobre a terra. O governo agora foi passado às mãos dos gentios (povos não-judeus) e esse período, chamado de tempo dos gentios, está prestes a começar. É o que vigora ainda hoje.

Jeoaquim, rei de Judá, também feito vassalo de Nabucodonosor, se rebela após três anos, e seu filho Joaquim (ou Jeconias), que o sucede, segue o mesmo caminho. Então acontece a primeira transportação de Judá para Babilônia. Um miserável fim! Mesmo nesse momento, há uma última oportunidade para o pobre povo escapar da deportação. Como governante supremo, Nabucodonosor coloca no trono o terceiro filho de Josias, Zedequias. Mas este não age de modo diferente dos demais. A completa cegueira dos últimos três reis de Judá é ainda mais imperdoável porque o profeta Jeremias não parou de lhes falar as palavras do Senhor durante seus reinados.

QUANDO OS SINOS BADALAM

E a que caiu entre espinhos, esses são os que ouviram e, indo por diante, são sufocados com os cuidados e riquezas e deleites da vida, e não dão fruto com perfeição (Lucas 8:14).

O historiador grego Strabo conta a seguinte história. Certo músico, que se considerava muito talentoso, sempre tocava no mercado local, onde poderia capturar sua audiência.

Um dia quando tocava ali, pensando que encantava seu público, os sinos começaram a badalar. De repente, seus ouvintes desapareceram um por um, indo cuidar de seus negócios. Apenas um ficou. O músico o elogiou por não ter uma mente tão mesquinha quanto os demais. Seu ouvinte respondeu: “Eu tenho muita dificuldade de ouvir. Você disse que os sinos já tocaram?” – Sim. “Então, tenho de ir embora, para não me atrasar”. E deixou o músico sozinho.

Ouvir com interesse e depois ir embora acontece frequentemente quando a Palavra de Deus, as boas novas do Senhor Jesus Cristo, é pregada. A mensagem do amor de Deus pode parecer atrativa, e realmente é maravilhoso ouvir como o Senhor Jesus nos amou a ponto de derramar sua vida por nós. Mas então o “sino badala”, a pressão dos “cuidados e riquezas e deleites da vida” captura nossa atenção. É assim que os espinhos sufocam a semente da Palavra de Deus.

“Por isso, rejeitando toda a imundícia e superfluidade de malícia, recebei com mansidão a palavra em vós enxertada, a qual pode salvar as vossas almas” (Tiago 1:21).

MORTE AUTOINFLIGIDA

Porque também nós éramos noutro tempo insensatos… vivendo em malícia e inveja (Tito 3:3).

Bem antes de nossa morte física real, que cada um enfrentará quando o coração parar de bater, há uma forma de morte autoinfligida que separa as pessoas e abre sepulturas: é o ódio! o que começa com esperança – amizades, amor, casamento – muitas vezes acaba com mútua rejeição, frieza, falta de contato e diálogo.

Quantas pessoas vivem solitárias, por terem rompido todos os contatos com familiares e amigos? Eles acusam outros de coisas erradas, ao mesmo tempo em que alegam a própria inocência. Talvez retribuíram o mal que sofreram, e se defendem como um animal sob ataque. E agora se tornaram amargos, odiosos e odiando.

A bondade e o amor de Deus para com a humanidade é algo absolutamente claro, visível a todos. Se algo pode ajudar a raça humana é justamente o amor e o cuidado divinos, pois o problema está em nossa essência, e arruína tudo o que somos e fazemos. Em primeiro lugar, temos de parar de culpar os outros e admitir que também não somos melhores que ninguém. E temos de entender também que, por mais que tenhamos sofrido e até haja razões para o ódio, nenhuma pessoa é capaz de curar nosso coração ferido.

Somente então o amor de Deus pode entrar e preencher nosso coração. Somente então Deus fará algum sentido para nós. Somente então você será ressuscitado dessa morte na qual você mesmo decidiu penetrar.

“Disse-lhe Jesus: Eu sou a ressurreição e a vida; quem crê em mim, ainda que esteja morto, viverá” (João 11:25).

AS CASAS DE DEUS

E disse-lhe: Toma estes utensílios, vai e leva-os ao templo que está em Jerusalém, e faze reedificar a casa de Deus, no seu lugar (Esdras 5:15).

Apenas uma casa é chamada de casa de Deus no Antigo Testamento: o templo de Jerusalém. O templo de Salomão foi destruído como consequência da infidelidade do povo. Após o retorno do cativeiro babilônico, sob a liderança de Zorobabel, a Palavra de Deus foi que o templo deveria ser reconstruído em seu antigo lugar. Deus reconhecia somente esta casa como sua casa na terra: o templo edificado no lugar que ele mesmo estabelecera (2 Crônicas 3:1). O Senhor Jesus até chamou o templo de Herodes de “casa de meu Pai” (João 2:16), demonstrando que ele também reconhecia o edifício como tal.

Hoje também existe apenas uma casa de Deus. Porém, já não é mais nenhum prédio visível. A casa de Deus é a Igreja de Deus, o conjunto de todos os redimidos, que existe desde Pentecostes. Deus agora habita em um templo construído com “pedras grandes, e pedras valiosas, pedras lavradas” (1 Reis 5:17), porém espirituais.

Nos dias dos apóstolos, os crentes “perseveravam na doutrina dos apóstolos, e na comunhão, e no partir do pão, e nas orações” (Atos 2:42). Eles se encontravam para serem ensinados, para celebrarem o Senhor Jesus e para orar. É para isso que nos encontramos hoje? Se não, temos de considerar o exemplo dos judeus piedosos do tempo de Esdras e “reedificar a casa de Deus, no seu lugar” na prática. Onde os crentes se reúnem como Igreja, da maneira descrita no Novo Testamento, ali estará um testemunho visível da casa de Deus neste mundo!

NÃO PRECISAMOS DE NADA

Como dizes: Rico sou, e estou enriquecido, e de nada tenho falta; e não sabes que és um desgraçado, e miserável, e pobre, e cego, e nu; aconselho-te que de mim compres ouro provado no fogo, para que te enriqueças (Apocalipse 3:17-18).

Um vendedor ambulante de bíblias e literatura cristã abriu o portão, foi até a porta de entrada de uma casa e tocou a campainha. Uma mulher o atendeu. Percebendo as bíblias e os folhetos na mão dele, ela falou: “Desculpe, não precisamos de nada.”

– A senhora não precisa de nada? Puxa, como você deve ser feliz!

– Por que você pensa que eu sou feliz?

– Porque quem não precisa de nada deve ser muito feliz mesmo.

– Aí que você se engana.

– Pois então eu posso lhe mostrar como ser feliz aqui e na eternidade.

Isso aguçou a curiosidade da mulher. Será que isso seria possível? Ser feliz sempre? O vendedor continuou: “Para conhecer a verdadeira felicidade a senhora tem de conhecer Deus. Ninguém e nada além dele pode nos dar isso. E a quem a senhora acha que ele concede a felicidade? Ao rico ou ao pobre? Ao ignorante ou ao erudito? Deus trata todos de maneira igual. Ninguém recebe mais que outro. E oferece seu amor livremente e sem medida a todos, ‘porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna’” (João 3:16).

A verdadeira felicidade não depende do que se tem ou do que se conquistou. Depende unicamente de se conhecer a Jesus Cristo e se render a ele!

PROCURANDO OS HERDEIROS

O mesmo Espírito testifica com o nosso espírito que somos filhos de Deus. E, se nós somos filhos, somos logo herdeiros também, herdeiros de Deus, e co-herdeiros de Cristo (Romanos 8:16-17).

Um corretor de Wall Street, imigrante da Alemanha, morreu solteiro e sem deixar filhos. Sua fortuna era de 5 milhões de dólares. Um investigador recebeu a notícia da morte e começou a trabalhar na busca dos herdeiros. Revirou arquivos, listas telefônicas, agendas e todo o tipo de documento possível. Por fim, descobriu um parente distante, o qual precisava apenas assinar o certificado de herdeiro e pagar ao investigador pelo serviço realizado, honorários que lhe garantiriam uma bela fatia da herança.

Todos gostaríamos de ficar ricos do dia para a noite, repentinamente. Mas isso quase nunca acontece! No entanto, ainda se procura herdeiros para receberem uma herança incalculável, que todos são chamados a compartilhar e que não diminui à medida que aumenta o número de herdeiros. É a herança que Deus tem preparado para seus filhos, as riquezas incomparáveis que ele reservou para os que creem.

Quem tem direito a tal herança? Todos os que creem em Jesus Cristo, o Filho de Deus, se tornam também filhos de Deus e, portanto, herdeiros de Deus. E com outra vantagem: sem taxa nenhuma! Pelo contrário, o Senhor Jesus Cristo, o Mediador, deu sua vida na cruz para que os pecadores pudessem se tornar filhos e herdeiros de Deus.

Então não reclame se não cair herança nenhuma bem em seu colo. As riquezas escondidas em Cristo são infinitamente maiores, e duram por toda a eternidade.

CRISTO, NOSSO ALVO

Prossigo para o alvo, pelo prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus (Filipenses 3:14).

Aqui estamos nós contemplando Cristo na glória como o alvo para o qual Deus nos chamou. Somos chamados para estar nas alturas com ele e sermos como ele é. Diante de perspectiva tão maravilhosa, podemos esquecer o que ficou para trás, nos levantar acima dos sofrimentos do presente tempo e nos esforçarmos para conquistar o que está à frente.

Na luz da eterna glória que nos espera, tudo o que é temporal perde o valor, e nos tornamos conscientes que as dificuldades que enfrentamos duram muito pouco. Paulo considerava as coisas que tinham valor apenas para a carne não apenas como inúteis, mas como “esterco” (v. 8) comparadas à glória vindoura. E também não somente as deixou para trás; ele se esqueceu delas: “Uma coisa faço: esquecendo-me das coisas que ficaram para trás…” (Filipenses 3:13).

Cristo tomou plena posse de Paulo com a intenção de que ele pudesse estar Consigo e ser como ele mesmo na glória. Portanto, Paulo afirmou que a única coisa que ele se esforçava para alcançar era o prêmio do chamado celestial: o próprio Cristo.

Mesmo se ainda não nos apossamos de Cristo na glória, ele já se apossou de nós. E ele mesmo que “começou a boa obra” em nós, “a aperfeiçoará até o dia de Jesus Cristo” (Filipenses 1:6). É uma grande benção para todos os que creem jovens ou velhos, saber dessa verdade. Não importa o quão difícil o caminho seja, quantos sofrimentos ou provações tenhamos de suportar, quão fortes sejam nossos adversários, Cristo jamais nos deixará.

MEDITAÇÕES SOBRE O LIVRO DE 2 REIS

(Leia 2 Reis 23:24-37)

E disse o SENHOR: Também a Judá hei de tirar de diante da minha face, como tirei a Israel (2 Reis 23:27).

Apesar da fidelidade do rei, o povo não havia voltado para o Senhor de todo o coração (Jeremias 3:10). A “falsa Judá” não tinha aprendido a lição com o castigo sofrido pela “pérfida Israel”. Então chega o momento em que Judá, por sua vez, também será expelida da terra.

Para cumprir Seus propósitos, Deus fez uso das grandes nações da antiguidade, assim como faz das modernas, que foram agentes inconscientes de Seus planos contra Israel. Os eventos mundiais são controlados por Ele, que os utiliza para proteger ou disciplinar os Seus.

Os dois grandes poderes mundiais da época de Josias eram o Egito e a Assíria. Situados em lados opostos de Canaã, esses dois reis, em contínuo conflito, tinham de cruzar o território de Israel para lutar um contra o outro. Josias, tomando partido do rei da Assíria, tentou impedir a passagem do faraó Neco, mas foi morto por este em Megido. Se ele tão-somente se tivesse separado do mundo e de suas alianças como se separara tão cuidadosamente do mal! Ele entrou em uma disputa que não era sua e sofreu conseqüências fatais (Provérbios 26:17).

Joacaz, filho de Josias, após um perverso reinado de três meses, cai sob o poder do faraó Neco. Ele o deporta e o substitui por Jeoaquim, irmão de Joacaz, que em nada foi melhor que seu irmão.

ENTRE O ALFA E O ÔMEGA

Eu sou o Alfa e o Ômega, o princípio e o fim, diz o Senhor, que é, e que era, e que há de vir, o Todo-Poderoso.

Eu sou o Alfa e o Ômega, o princípio e o fim, o primeiro e o derradeiro.

(Apocalipse 1:8; Ap 22:13)

Alfa e ômega são a primeira e a última letra do alfabeto grego. Quando Deus afirma que ele é o Alfa e o Ômega, isso claramente significa que na história do mundo ele tem a primeira e a última palavra. Ele falou e sua palavra criou o universo: “Os mundos pela palavra de Deus foram criados; de maneira que aquilo que se vê não foi feito do que é aparente” (Hebreus 11:3). E quando o tempo penetrar na eternidade futura, ele irá declarar novamente: “Está cumprido” (Apocalipse 21:6).

Tudo o que é visível teve um começo. E surgiu ao comando do Todo-poderoso. E tudo chegará ao fim para abrir caminho à criação que agora nos é invisível, a qual é eterna e será estabelecida pela mesma voz. Entre este Alfa e Ômega se desenrola toda a história humana na face da Terra. “A palavra de nosso Deus subsiste eternamente” (Isaías 40:8).

“E esta é a palavra que entre vós foi evangelizada” (1 Pedro 1:25). Você presta atenção nela? Nesta Palavra está tudo o que a humanidade precisa saber sobre o passado e o futuro, o começo e o fim. Nem a ciência nem a lógica podem nos dizer qualquer coisa 100% correta sobre a origem do homem e seu destino. Somente a Palavra de Deus nos ensina sobre isso, pois ali estão os pensamentos do Criador, “o Primeiro e o Derradeiro”.

E AGORA?

Na qual vontade temos sido santificados pela oblação do corpo de Jesus Cristo, feita uma vez (Hebreus 10:10).

Se me reconheço como pecador diante de Deus, preciso de 3 coisas:

Alguém para possa cuidar de mim.

Alguém que possa me livrar da escravidão do pecado.

Alguém que possa me transformar.

1. Deus já me tinha em mente na eternidade passada e desejou me ajudar. Ele quis que seu povo fosse salvo e viesse ao conhecimento da verdade. “Antes que te formasse no ventre te conheci” (Jeremias 1:5). O Senhor cuida de cada um de nos antes mesmo que viéssemos à existência.

2. na cruz, o Senhor Jesus realizou a obra da redenção exigida por Deus. Ao entrar na morte voluntariamente, ele satisfez todas as justas demandas da santidade de Deus. Ele foi feito pecado por nós e morreu por nós. Seu sangue foi o preço para a expiação de nossos pecados. Tudo isso já estava consumado antes de nascermos. Portanto, não há nada que possamos realizar para satisfazer os requisitos de Deus quanto à salvação. O Senhor Jesus veio para nos salvar de nossos pecados (Mateus 1:21).

3. O Espírito Santo nos revela tudo o que deriva da obra da cruz: perdão, vida eterna, Deus habitando dentro de nós, regeneração… pela fé eu passo a entender o que Deus afirma sobre os que nele creem: “Serei misericordioso para com suas iniquidades, e de seus pecados e de suas prevaricações não me lembrarei mais” (Hebreus 8:12). Além disso, “se alguém está em Cristo, nova criatura é; as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo” (2 Coríntios 5:17).

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