(Leia 1 Crônicas 10:1-14)

Não me aborreço de escrever-vos as mesmas coisas, e é segurança para vós (Filipenses 3:1).

De agora em diante, as Crônicas se ocuparão novamente da história de Davi e seus sucessores, a partir da morte de Saul. Mas o relato apresentará muitas diferenças em relação ao que está registrado nos livros de Samuel e Reis. Alguns fatos foram acrescentados; sobre outros há silêncio. Cada uma dessas variações corresponde exatamente ao propósito que Deus tinha em mente ao escrever tal fato de um novo ângulo: o da Sua soberana graça. Pela mesma razão, Ele nos deu quatro vezes, nos quatro evangelhos, a história de Seu Filho para que pudéssemos observá-Lo em Suas diferentes glórias.

Portanto, não devemos cansar de ler histórias que já nos são familiares, ao contrário devemos buscar perceber o que o Espírito acrescenta e o que propositadamente omite. Não nos desencorajemos, mas nos alegremos de ouvir repetidamente o que Deus fez com a carne. Saul é um símbolo disso. Ele caiu pelas mãos dos filisteus e foi despojado de tudo no monte Gilboa. Sua desgraça foi completa e sua morte é registrada antes de Davi aparecer em cena. Por sua vez, Davi é o homem que cumpre os conselhos de Deus, um verdadeiro tipo do Senhor Jesus.

Na verdade, na verdade vos digo que quem ouve a minha palavra, e crê naquele que me enviou, tem a vida eterna, e não entrará em condenação, mas passou da morte para a vida (João 5:24).

É possível perder a vida eterna? O apóstolo João responde: “Estas coisas vos escrevi a vós, os que credes no nome do Filho de Deus, para que saibais que tendes a vida eterna” (1 João 5:13).

Isso nos lembra de várias palavras do Senhor Jesus registradas no evangelho de João.

“Aquele que crê em mim tem a vida eterna” (João 6:47).

“E dou-lhes a vida eterna, e nunca hão de perecer, e ninguém as arrebatará da minha mão. Meu Pai, que mas deu, é maior do que todos; e ninguém pode arrebatá-las da mão de meu Pai” (João 10:28-29).

Essas passagens não são absolutamente esclarecedoras? Quem vem ao Senhor Jesus Cristo pela fé é “nascido de Deus”, “nascido do Espírito” (João 1:13; João 3:6).

Essa segurança da vida eterna resulta do ensino do Novo Testamento. O apóstolo Paulo nos diz: “A vossa vida está escondida com Cristo em Deus. Quando Cristo, que é a nossa vida, se manifestar, então também vós vos manifestareis com ele em glória” (Colossenses 3:3-4). Se um crente genuíno pudesse cair na perdição, isso significaria que a vida de Cristo poderia ser extinta. Isso é absolutamente impossível! Mas Cristo, que expiou nosso pecado na cruz, ressuscitou e está vivo. Somos membros de seu corpo. E seus membros estariam perdidos?

A tua sabedoria e o teu conhecimento, isso te fez desviar, e disseste no teu coração: Eu sou, e fora de mim não há outra. Portanto sobre ti virá o mal, sem que saibas a sua origem, e tal destruição cairá sobre ti, sem que a possas evitar; e virá sobre ti de repente desolação que não poderás conhecer (Isaías 47:10-11).

“Deus não existe. Não há comprovação científica disso.” Tais palavras foram proferidas por um convidado ilustre durante um jantar entre amigos. Surpreendentemente, a conversa sempre girava em torno da religião, e esse homem demonstrava o desprezo por ela. Por fim, o convidado declarou: “Vou falar uma coisa para vocês: No meu funeral, Deus irá ficar do lado de fora. Não haverá nada religioso no meu enterro”.

Porém, o mesmo Deus cuja existência não pode ser comprovada pela ciência, e que aquele homem tinha tanto prazer em zombar havia marcado um encontro com ele mais cedo do que imaginava.

o homem deixou o restaurante e foi para casa a pé. Pela manhã, algumas pessoas encontraram um corpo coberto de sangue. Tudo indicava que a vítima havia sido atropelada e que o motorista simplesmente fora embora sem prestar socorro. E as palavras que ele proferiu no restaurante se cumpriram no dia seguinte!

Há um Deus! E embora tantos o neguem e zombem dEle, em sua infinita graça, ele ainda oferece sua salvação a todos. Ele ordena que todos se arrependam, confessem seus pecados e creiam em seu Filho. A porta da graça será fechada em breve, para sempre.

Tendo, pois, muitos empreendido pôr em ordem a narração dos fatos que entre nós se cumpriram, segundo nos transmitiram os mesmos que os presenciaram desde o princípio, e foram ministros da palavra, pareceu-me também a mim conveniente descrevê-los a ti, ó excelente Teófilo, por sua ordem, havendo-me já informado minuciosamente de tudo desde o princípio; para que conheças a certeza das coisas de que já estás informado (Lucas 1:1-4).

Lucas, autor do terceiro evangelho, foi um cooperador do apóstolo Paulo, e o acompanhou em diversas viagens. Lucas estava com o apóstolo até mesmo durante o último período de sua prisão em Roma (2 Timóteo 4:11). A bíblia nos relata pouco acerca da pessoa de Lucas. Paulo o chama de “o médico amado” (Colossenses 4:14).

Além do evangelho – o registro da vida, morte e ressurreição de Jesus – Lucas também escreveu o livro de Atos. Os dois livros são dedicados a Teófilo, que ninguém sabe quem foi.

Outros tinham escrito relatos da vida de Jesus antes de Lucas, mas este não os menciona. E se esforça para escrever o seu próprio, baseado nas informações de testemunhas oculares confiáveis.

Lucas coloca os eventos “em ordem”. Isso nem sempre significa uma ordem cronológica, mas espiritual ou moral.

Ele enfatiza a verdadeira humanidade do Senhor Jesus Cristo desde o seu nascimento. Descreve Cristo como o Deus salvador (2:30) que traz redenção, paz, alegria e comunhão para a raça humana, e utiliza um tom comovente para desenvolver tais assuntos.

Porque nele habita corporalmente toda a plenitude da divindade; e estais perfeitos nele (Colossenses 2:9-10).

Por um lado, é maravilhoso para nós estar firmemente estabelecidos na graça de Deus e não permitir que o inimigo levante qualquer dúvida sobre a eficácia do que o Senhor realizou por nós – a plenitude da redenção que está nele. E, por outro lado, usar toda a liberdade, o conforto, a certeza do amor do Pai por nós, como a razão para não tolerarmos nada que é contrário a ele. Não temos apenas o Senhor Jesus para nós, mas, além disso, estamos nele.

O que o Pai pensa sobre Aquele que ele nos enviou? Há uma única falta que Deus encontrou no Senhor Jesus? Há qualquer bênção imaginável que não se encontre nele?

É exatamente isso que queremos. Cheios de faltas, sem nada em nós mesmos que o olho do Pai poderia ver com complacência e prazer, ele escolheu nos colocar no Senhor Jesus, e Se agradou de nos fazer saber disso. Pois tal coisa não foi feita obscuramente, nem é algo misterioso e oculto ao conhecimento daqueles a quem essa abundante graça foi mostrada. O Deus que planejou tal misericórdia nos revelou tudo completamente, para que não tenhamos uma sombra sequer em nossa alma, mas a certeza positiva, absoluta, imutável de que estamos em Cristo Jesus.

Podemos olhar para Adão e observarmos o que somos por natureza. Podemos vê-lo se rebelando e pecando; podemos vê-lo encobrindo seu pecado e jogando a culpa em sua esposa, e sobre o próprio Deus. A carne é assim. Mas não estamos na carne. Pela indescritível obra do Senhor Jesus, por sua morte e ressurreição, Deus nos deu a vida eterna, e nos fez saber disso, para que não estejamos como estávamos em Adão –mortos em ofensas e pecados (Efésios 2:1).

Glórias a Deus; em Cristo Jesus somos novas criaturas (2 Coríntios 5:17)!

Ai de vós… hipócritas! pois que sois semelhantes aos sepulcros caiados, que por fora realmente parecem formosos, mas interiormente estão cheios de ossos de mortos e de toda a imundícia (Mateus 23:27).

Um folheado é uma fina camada de madeira de boa qualidade colada sobre uma madeira de qualidade inferior. Móveis assim dão a impressão de serem feitos inteiramente de preciosa madeira maciça.

Na cristandade também, há pessoas “folheadas”, ou seja, que possuem uma fina camada de piedade. A julgar pelo comportamento exterior, eles se parecem com os verdadeiros cristãos. O estilo de vida deles é honesto, frequentam as atividades religiosas, são dispostos a ajudar, caridosos e amorosos. Eles têm um manto de cristianismo adornado com boas obras. No entanto, quem não experimenta o novo nascimento e se torna um legítimo filho de Deus, não passa de uma “madeira de qualidade inferior”, sem a preciosidade da vida de Deus.

Quem tenta trabalhar com os produtos folheados, logo descobrirá o verdadeiro material desses móveis. Da mesma maneira, quem tenta falar aos “cristãos folheados” sobre pecado, arrependimento, conversão e rendição logo será confrontado com ofensa e oposição, o que prova que a fé genuína nunca esteve presente. Debaixo do verniz de cristianismo há só carnalidade.

Quantas pessoas enganam a si e aos outros com essa máscara de piedade? Elas têm a forma de piedade, mas não conhecem o poder dela (2 Timóteo 3:5).

O Senhor Jesus faz uma advertência solene: “Aquele que não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus” (João 3:3). Quem reconhece a necessidade de ter seus pecados expiados e crê na obra de redenção concretizada na cruz do Calvário recebe vida nova, eterna.

[Paulo] À igreja de Deus que está em Corinto, aos santificados em Cristo Jesus, chamados santos, com todos os que em todo o lugar invocam o nome de nosso Senhor Jesus Cristo (1 Coríntios 1:2).

Como visto nas epístolas, os filhos de Deus formam uma só Igreja de Deus, tendo sido escolhidos por Deus em Cristo “antes da fundação do mundo” (Efésios 1:4). Deus glorificou a Cristo e O “constituiu como cabeça da Igreja, que é o seu corpo” (Efésios 1:22-23). Portanto, o Cabeça da Igreja está nos céus, muito acima de todos!

Temos a tendência de pensar que somente as pessoas mais dignas neste mundo é que integram a Igreja de Deus, mas surpreendentemente, é o oposto! A Igreja é composta daqueles que andaram em ofensas e pecados, guiados pela vontade da carne e dos pensamentos, mas que foram vivificados por Cristo e salvos pela graça divina (Efésios 2:1-5). Essa fantástica demonstração de graça está além de toda compreensão humana!

Também não é maravilhoso que assim como todas as partes do corpo humano estão ligadas à cabeça, formando um só corpo, assim também todos os que creem estão unidos a Cristo e formam um corpo com Cristo? “Porque, assim como o corpo é um, e tem muitos membros, e todos os membros, sendo muitos, são um só corpo, assim é Cristo também. Pois todos nós fomos batizados em um Espírito, formando um corpo… Porque também o corpo não é um só membro, mas muitos” (1 Coríntios 12:12-14).

A Igreja de Deus descrita nas Escrituras consiste de todos os que são salvos e, portanto, unidos pelo Espírito ao Corpo de Cristo. “Há um só corpo e um só Espírito… Um só Senhor, uma só fé, um só batismo; um só Deus e Pai de todos, o qual é sobre todos, e por todos e em todos vós” (Efésios 4:4-6). Não existe dois ou mais corpos nas Escrituras! O corpo único, que reúne todos os crentes, é obra e projeto de Deus e, portanto, o sectarismo que produz diversos corpos está em frontal oposição ao próprio Deus!

(Leia 1 Crônicas 9:17-34)

Eu amo os que me amam (Provérbios 8:17).

Outros levitas são mencionados no capítulo 9: os porteiros. A função deles era muito importante. Pode ser resumida em um breve comando do qual o Senhor nos lembra em uma parábola: “Ao porteiro [o mestre] ordena que vigie” (Marcos 13:34).

Vigiar os vasos e utensílios, os sacrifícios, as comidas, o acesso à Casa! No Novo Testamento, esse serviço correspondia ao serviço dos supervisores, pastores ou anciãos. Eles eram os que, em especial tinham – e ainda têm – de cuidar das almas e manter a sã doutrina nas congregações. É uma posição de honra e confiança, pela qual terão de prestar contas no retorno do Senhor!

Esses porteiros descendiam de Corá, o rebelde (Números 16). Mas preferiram estar à porta da casa do Senhor a “permanecer nas tendas da perversidade” como o pai deles fez. Lembremos do belo Salmo 84 composto pelos filhos de Corá: “Quão amáveis são os teus tabernáculos, SENHOR dos Exércitos!… um dia nos teus átrios vale mais que mil” (vv. 1, 10). A quem o Senhor confia o cuidado de Sua Casa, de Sua Assembléia? Aos que estão unidos a Ele e O amam (João 21:15-17).

Ora, nós sabemos que Deus não ouve a pecadores; mas, se alguém é temente a Deus, e faz a sua vontade, a esse ouve (João 9:31).

Uma garota de 16 anos creu no Senhor Jesus, e desejou se batizar para manifestar publicamente sua fé. Seus colegas de escola estranharam muito sua decisão. Eles diziam que Deus não existia, e, portanto, não tinha sentido essa fé que ela professava. Ela permaneceu inabalável. “Vocês têm problemas e os discutem entre si, não é? E qual é o resultado? Os problemas desaparecem?”. Seus colegas tiveram de admitir que não. “Pois bem, eu falo com meu Deus sobre os meus, e ele me ajuda, mudando a situação ou me dando forças para enfrentar. Agora me expliquem! Se Deus não existisse, e estou falando comigo mesma, então nada deveria acontecer.” Os outros jovens ficaram calados.

Algumas pessoas oram, mas não recebem resposta. A razão nos é dada também no versículo de hoje. Se alguém ora, tentando usar Deus apenas para suas próprias intenções, naturalmente ele não irá ouvi-lo. Mas concluir que Deus não existe porque ele não faz o que eu quero é uma falácia. A jovem sabia muito bem disso, e todos os que desejam viver para Deus também sabem!

Vendo, pois, Faraó que havia descanso, endureceu o seu coração (Êxodo 8:15).

Faraó rei do Egito é apenas um barulho; deixou passar o tempo assinalado (Jeremias 46:17).

Embora não possamos ser classificados como faraós, o versículo acima se aplica a todos. Faraó se perdeu. Após endurecer o coração constantemente, Deus por fim o endureceu sem que houvesse cura. Faraó negligenciou todas as oportunidades de ouvir e se render ao Deus vivo que lhe foram dadas. Por natureza, nenhum ser humano pode ter um relacionamento íntimo com Deus. “Mortos em ofensas e pecados… por natureza filhos da ira… não tendo esperança, e sem Deus no mundo” (Efésios 2:1, 3, 12). Esse é o veredito de Deus sobre nós registrado na Bíblia. Que descrição depressiva! Em uma palavra, estamos perdidos.

Mas será que esse veredito é definitivo e inalterável? Não existe saída? Glórias a Deus que ele dá a todos a chance de conhecê-Lo e encontrar o caminho de volta para ele mesmo. Quem crê nele sabe que ele é o Deus-Salvador. Contudo, a porta da fé está aberta por um período determinado de tempo. É nesse ponto onde muitos cometem o mesmo erro fatal de faraó: deixaram “passar o tempo assinalado”. Essa é uma declaração trágica; chegará o momento em que não será mais possível crer em Deus e em sua Palavra, e nesse momento só restará a perdição.

Deus deu a cada um de nós um “tempo assinalado”. Alguns agarram essa oportunidade e são salvos; outros preferem deixar pra o futuro, sem saber se haverá um futuro para eles. Não sabemos quando nosso tempo chegará ao fim. Por isso, “Buscai ao Senhor enquanto se pode achar, invocai-o enquanto está perto” (Isaías 55:6).