Porque a palavra de Deus é viva e eficaz, e mais penetrante do que espada alguma de dois gumes, e penetra até à divisão da alma e do espírito, e das juntas e medulas, e é apta para discernir os pensamentos e intenções do coração (Hebreus 4:12).

A Bíblia é o livro mais conhecido no mundo e um dos mais antigos. É a base de uma incomparável riqueza de cultura e moralidade. Mas o verdadeiro motivo pelo qual devemos lê-la é que também por meio dela nosso grande Deus fala conosco, suas criaturas.

Quando meu chefe fala comigo, eu o ouço com toda atenção. Se uma pessoa famosa me escreve, certamente eu lerei o recado com toda atenção. Então, se meu Criador tem uma mensagem para mim, eu não deveria prestar o máximo de atenção ao que ele tem a me dizer?

Em sua Palavra, Deus se apresenta como Criador, a quem devemos nossa vida. E Deus tem um propósito especial e específico para cada um de nós: que deveria terminar na glória do céu com ele. Mas se vivermos de acordo com nossas vontades, sem buscar a Deus, jamais atingiremos o destino que ele tem para nós.

Cada um de nós tem de prestar atenção ao que Deus fala e se render à sua vontade. Quem assim procede irá descobrir que ele tem “pensamentos de paz, e não de mal” (Jeremias 29:11).

Deus tem planos para nós. Ele nos concede a vida eterna, a qual enche nossa existência terrena com plenitude e nos prepara para a glória do céu. Todos os que experimentam isso são provas vivas da verdade divina desse livro, a Bíblia.

É impossível que Deus minta (Hebreus 6:18).

As pessoas mentem sempre, algumas tão descaradamente que até acreditam nas próprias mentiras. Há casos em que as mentiras são tão engenhosas que levam anos e anos para serem descobertas. Em quem podemos confiar absolutamente? Muitos depositam sua confiança em outros, e se desapontam amargamente!

Para todos os que tiveram a experiência do versículo acima, isso é uma boa notícia e um grande conforto. Deus jamais nos desaponta: Ele não mente! Jesus Cristo, o Filho de Deus, disse: “Eu sou a verdade” (João 14:6). Quando lhe perguntaram “Quem és tu?” O Senhor Jesus pode lhes dizer em perfeita verdade: “Isso mesmo que já desde o princípio vos disse” (João 8:25).

Jesus Cristo é a verdade em Pessoa; podemos confiar nele plenamente. Quando ele diz: “Na verdade, na verdade vos digo que quem ouve a minha palavra, e crê naquele que me enviou, tem a vida eterna, e não entrará em condenação, mas passou da morte para a vida” (João 5:24); tal palavra se aplica a nós ainda hoje.

Quem de nós poderia enfrentar o julgamento de Deus sem tremer? o simples pensamento de que todo nosso passado virá à luz nos faz sentir desconfortáveis. Mas o Senhor Jesus Cristo deu sua vida na cruz do Calvário pelos pecadores perdidos. Portanto, cada pessoa que crê nele recebe o perdão de seus pecados, a vida eterna e não entra em julgamento. Ele nos dá essa segurança em sua Palavra. E Deus não pode mentir. Ele mantém sua promessa – eternamente!

Há um só corpo e um só Espírito, como também fostes chamados em uma só esperança da vossa vocação (Efésios 4:4).

O cristianismo de hoje é um triste mosaico de divisões e heresias. Isso está de acordo com a mente e a vontade de Deus? Absolutamente não! Pela fé, observemos a Igreja do ponto de vista de Deus. O que veremos?

Deus tem apenas uma Igreja no mundo. Ela consiste de todas as pessoas que verdadeiramente creem no Filho de Deus e são habitadas por seu Santo Espírito, por quem são unidas. Isso não é questão de opinião; é um fato realizado pelo trabalho divino, quer concordemos ou não. No exato momento em que alguém crê e nasce de novo, ele recebe o Espírito Santo e se torna parte (um membro) do Corpo de Cristo, o conjunto de todos os redimidos. Já não pode se considerar um membro independente; é parte de um corpo, assim como as mãos ou os pés são parte do corpo humano. Tal pessoa é um membro da Igreja do Deus vivo e não pode ser membro de nenhum outro organismo. Este é o ponto de vista divino.

Infelizmente, nós cristãos não temos entendido isso, e somos os agentes causadores de divisões. Mas Deus não falhou nem Cristo – o Cabeça da Igreja – nem o Espírito Santo. Tampouco a Palavra de Deus perdeu seu poder e autoridade. Esse é o inabalável fundamento de nossa fé. O Senhor Jesus prometeu: “Sobre esta pedra [ele mesmo] edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela” (Mateus 16:18).

Entra nas rochas, e esconde-te no pó, de diante da espantosa presença do Senhor e da glória da sua majestade (Isaías 2:10).

O Dia do Senhor está próximo. A espantosa presença do Senhor está prestes a cair repentinamente sobre um mundo ímpio e adormecido. Isaías falou disso há muitos séculos e advertiu Israel sobre o terror desse dia. Mas hoje os sinais de sua proximidade abundam por todos os lados. Quanto mais o tempo passa, mais sério se torna essa advertência!

Existe algum lugar absolutamente seguro e uma proteção eficaz em vista do holocausto global que irá abalar as estruturas do mundo quando Deus fizer conhecida a glória de sua majestade? Sim, existe. E podemos nos refugiar nele agora mesmo.

“Entra nas rochas.” Por fim, Israel irá descobrir que essa rocha é Cristo (1 Coríntios 10:4), o Salvador, o Senhor Jesus a quem desprezaram e crucificaram. Como entramos nesta Rocha? “Mas, a todos quantos o receberam, aos que creem no seu nome, deu-lhes o poder de se tornarem filhos de Deus” (João 1:12). Ele mesmo é o lugar de absoluta segurança, a inabalável Rocha, contra a qual todas as tempestades dos tempos não podem nada. A fé no Senhor Jesus é o único abrigo que nos protege da culpa dos pecados dos homens e do justo terror do julgamento de Deus. Não fique incredulamente do lado de fora, mas entre agora com uma fé firme, confiando no Senhor Jesus como seu eterno Salvador!

“Esconde-te no pó.” Se a Rocha fala de uma fortaleza de segurança e proteção, o pó é um lugar de total contraste, de humilhação e de insignificância. O orgulho humano tem de ser aniquilado para que saibamos que somos apenas pecadores, dependentes da pura graça de Deus para nos salvar pela virtude da redenção que há em Cristo Jesus. Entrar na rocha, portanto, é dar a Cristo seu verdadeiro lugar; esconder-se no pó é tomar o lugar que nos é devido!

Não é este um tição tirado do fogo? Josué, vestido de vestes sujas, estava diante do anjo (Zacarias 3:2-3).

Um pedaço de madeira prestes a ser queimado é a ilustração que Deus usa para se referir a esse homem chamado Josué. Ele não era um personagem depravado, mas o sumo sacerdote. E a raça humana é assim também. Por natureza estamos destinados às chamas da punição de Deus, porque todos pecamos contra o Senhor. Mas Deus quis nos dar um caminho para a salvação: quem crê é justificado pela graça de Deus “pela redenção que há em Cristo Jesus, ao qual Deus propôs para propiciação pela fé no seu sangue” (Romanos 3:24-25).

“Tirado do fogo” no último momento, podemos dizer. Como é urgente o apelo: “Rogamo-vos, pois, da parte de Cristo, que vos reconcilieis com Deus” (2 Coríntios 5:20). “Crê no Senhor Jesus Cristo e serás salvo” (Atos 16:31).

Mas a obra de Deus vai muito além disso. O ser humano tem de ser limpo da corrupção do pecado, a fim de se tornar útil para Deus. As “vestes sujas”, figura do pecado, foram removidas do sumo sacerdote Josué, e o anjo disse: “Eis que tenho feito com que passe de ti a tua iniquidade, e te vestirei de vestes finas” (Zacarias 3:4). Como a justificação pela graça é abrangente! Todos os que se apoderam da obra de expiação realizada pelo Senhor Jesus no Calvário experimentam isso.

Conforme lemos o capítulo 3 de Zacarias, descobrimos que a Josué foram concedidos grandes privilégios. Da mesma maneira, Deus não apenas salva o povo do julgamento, ele os abençoa acima de qualquer imaginação humana!

E veio a mim um dos sete anjos… e falou comigo, dizendo: Vem, mostrar-te-ei a esposa, a mulher do Cordeiro. E levou-me em espírito a um grande e alto monte, e mostrou-me a grande cidade, a santa Jerusalém, que de Deus descia do céu. E tinha a glória de Deus; e a sua luz era semelhante a uma pedra preciosíssima, como a pedra de jaspe, como o cristal resplandecente. E tinha um grande e alto muro com doze portas, e nas portas doze anjos, e nomes escritos sobre elas, que são os nomes das doze tribos dos filhos de Israel (Apocalipse 21:9-12).

Que espantosa visão encheu o coração do apóstolo João com profunda admiração e reverência! Cada redimido pelo Senhor durante a época da graça é parte da grande companhia denominada de “a esposa, a mulher do Cordeiro”. Também é chamada de “a nova Jerusalém”. É a contraparte espiritual da Jerusalém terrena, a qual Deus designou como centro de seus planos para a Terra, e que será purgada de toda a sua corrupção anterior, passando a se chamar “Sião”, cujo significado é “fortaleza”. Mas a nova Jerusalém será ainda mais fortificada, pois é a esposa de Cristo, a Igreja do Deus vivo.

Ela é mostrada como uma cidade. Por quê? Porque abrange um tão grande número de santos de Deus, em absoluta união. É um cubo com cerca de dois mil e duzentos quilômetros de comprimento, largura e altura. As três dimensões são iguais, simbolizando a trindade: Pai, Filho e Espírito Santo, que habitam em meio aos louvores de Seu povo. O muro grande e alto fala de sua total separação de todas as formas de mal, mas com portões que levam o nome das doze tribos de Israel. O muro mantém fora o que tem de estar fora, e os portões permitem a entrada do que tem de estar dentro. Mas como o Senhor demonstra Seu amor pela Igreja como Sua noiva. Ele também mostra que Seu amor por Israel é inalterável.

O Senhor Jesus receberá adoração eterna tanto de Israel quanto da Igreja, e ambos se juntarão no coro celestial de Aleluias ao Cordeiro!

O SENHOR galardoe o teu feito, e seja cumprido o teu galardão do SENHOR (Rute 2:12).

(Leia 1 Crônicas 11:15-47)

Desde o dia de sua ascensão ao poder, Davi não esqueceu seus companheiros da caverna de Adulão. O Senhor esqueceria os que buscaram seguir e servi-Lo aqui neste mundo? Sabemos que isso é impossível. No momento em que estava prestes a dar Sua vida pelos discípulos, enquanto disputavam entre si quem seria o maior, o que o Mestre lhes disse? “Vós sois os que tendes permanecido comigo nas minhas tentações. Assim como meu Pai me confiou um reino, eu vo-lo confio” (Lucas 22:28-29).

Há uma espécie de hierarquia entre esses poderosos homens. Isso não depende da força física, pois todos eram fortes; mas da devoção deles, tanto no que se referia ao serviço, como no caso dos três bravos homens que foram buscar água, quanto aos combates, como no caso de Benaia. O mesmo acontece entre os crentes de hoje. Em todos os círculos cristãos, alguns se destacam dos outros devido ao zelo e amor ao Senhor. Um dia, no céu, aprenderemos sobre os atos de valor deles. Você não deseja estar neste grupo? ”Pois desta maneira é que vos será amplamente suprida a entrada no reino eterno de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo” (2 Pedro 1:11).

Ora, numa grande casa não somente há vasos de ouro e de prata, mas também de pau e de barro; uns para honra, outros, porém, para desonra (2 Timóteo 2:20).

Há muitas pessoas que não diferenciam entre cristianismo e Cristo. Certa vez falei com um homem sobre isso. Ele me explicou que havia estudado o cristianismo por 40 anos e escrevera diversos livros sobre o assunto. Ele tirou um deles de sua pasta para me mostrar. Perguntei-lhe:

– A que conclusão você chegou?

– A uma conclusão muito negativa.

– Posso até imaginar o porquê. Você escolheu o assunto errado. Se estivesse ocupado com Cristo esse tempo todo, sua conclusão teria sido bastante diferente: extremamente positiva. Somente nele podemos ver com perfeição o que o cristianismo realmente é. O conteúdo do cristianismo é uma Pessoa, o Senhor Jesus Cristo. A doutrina de Cristo, sua Pessoa, suas palavras de graça, bem como a verdade sobre ele e sua obra – tudo que está registrado nas Sagradas Escrituras. Essa é a inalterável fundação do cristianismo. Os que representam o cristianismo são pessoas que professam o cristianismo. Algumas de fato são cristãos verdadeiros; a maioria, porém, só tem a mera “forma de piedade”, mas isso é outra questão. É como uma grande casa onde existem utensílios de metais preciosos e outros de qualidade ordinária. Essa jamais foi a intenção de Deus, mas os que se dizem cristãos fracassaram e rebaixaram o cristianismo a uma mera religião humana e morta. É o Dono da casa que é importante, não os utensílios. Para ele, os únicos vasos genuinamente valiosos são os que Lhe são úteis, preparados para toda boa obra (v. 21). A Bíblia afirma sobre tais pessoas: “O Senhor conhece os que são seus” (v. 19).

Nosso próprio coração – e não Deus – é que determina que tipo de vaso somos ou seremos!

Porque Cristo, estando nós ainda fracos, morreu a seu tempo pelos ímpios… Mas Deus prova o seu amor para conosco, em que Cristo morreu por nós, sendo nós ainda pecadores (Romanos 5:6, 8).

Um pregador falava do evangelho em uma cidade do Canadá quando um bêbado entrou no templo e começou a criar desordem. As pessoas tentavam levá-lo para fora, mas ele se soltava e voltava para atacar o pregador, e conseguiu feri-lo. A polícia teve de intervir, e um mês depois o homem teve de comparecer diante do tribunal. Ele foi sentenciado a algumas semanas de prisão, mas poderia sair livre se pagasse a fiança estabelecida pelo juiz.

o pregador estava presente no julgamento. Ao final da sessão, ele pediu permissão para falar com o juiz e pagar a fiança. O juiz hesitou, mas não pôde recusar a oferta. Ele ordenou que o condenado voltasse ao tribunal e disse: “Você está livre. Alguém pagou sua fiança”.

– Por mim? Quem faria isso?

– A pessoa que você feriu.

Emocionado, o homem olhou para o pregador e agradeceu, comovido.

Esse relato mostra como o evangelista foi capaz de conciliar justiça e amor. Ele não atrapalhou o processo judicial: o bêbado foi considerado culpado e teve de pagar uma fiança. Por outro lado, o pregador pagou a fiança por pura bondade. Assim é o evangelho. Deus não abre mão de sua justiça: todo pecado tem de ser punido. Mas em seu amor ele deu seu Filho para suportar o castigo que nós merecíamos. Dessa forma o Senhor Jesus Cristo quitou o débito de pecado que tínhamos para com Deus. Ele pagou nossa dívida, e se aceitarmos esse fato, somos livres. Na cruz, a justiça e o amor de Deus foram preservados e podem ser estendidos a todos nós.

Porque por vós soou a palavra do Senhor… em todos os lugares a vossa fé para com Deus se espalhou (1 Tessalonicenses 1:8).

Por volta da década de 1980, a fé cristã e a propagação do evangelho eram severamente combatidas na então União Soviética. Alguns cristãos da Finlândia, responsáveis por uma estação de rádio, obtiveram permissão para viajar à cidade de Riga, Letônia. Ali foram convidados para um jantar, onde conheceram uma senhora idosa, que percorrera um longo caminho para lhes contar uma história bastante interessante.

Ela vivia sozinha em uma cidade bem grande. Certa noite, “por acaso”, ela sintonizou o rádio na programação transmitida pelos finlandeses. Pela primeira vez na vida, ela ouviu a mensagem da bíblia. Depois do programa, a senhora desligou o aparelho, juntou as mãos e se rendeu ao Senhor Jesus Cristo.

Assim começou a sua vida como cristã. Ela continuou a ouvir os outros programas e gradualmente passou a compreender a Palavra de Deus. Um pensamento martelava em sua mente: será que ela era a única crente naquele distrito? Haveria mais cristãos ali? Ela não conhecia nenhum.

Ela passou a observar com muita atenção os habitantes da cidade. Para sua surpresa, ela logo encontrou uma mulher que também confessava Jesus como seu Senhor, depois uma família inteira, depois mais outra pessoa… havia uma “comunidade da rádio” na cidade. Ela não era a única que respondeu ao chamado de Deus. A partir de então, aquela senhora pôde viver sua fé em Cristo, sendo encorajada e fortalecida pelos seus agora “irmãos”, em um período de intensa perseguição e dificuldades.