Havendo Deus antigamente falado muitas vezes, e de muitas maneiras, aos pais, pelos profetas, a nós falou-nos nestes últimos dias pelo Filho.

Vede que não rejeiteis ao que fala; porque, se não escaparam aqueles que rejeitaram o que na terra os advertia, muito menos nós, se nos desviarmos daquele que é dos céus

(Hebreus 1:1; Hebreus 12:25).

Desde os tempos imemoriais, a pessoas têm adorado estátuas sem vida, e apesar de todas as súplicas de seus devotos, elas jamais deram uma resposta. Nesta época de meios de comunicação tão avançados, não seria trágico se tivéssemos um deus que nunca fala? Após tantos pedidos de ajuda, o silêncio é desesperador.

o verdadeiro Deus é um Deus que se comunica intensamente. Ele criou os mundos por sua palavra, e desde o primeiro instante da história do homem ele procurou contato com sua criatura (Gênesis 1 e 2). No entanto, Adão não quis ouvir a voz de seu Criador e desobedeceu, e, ao fazê-lo, a primeira atitude dele foi se esconder de Deus.

Mas Deus continuou falando por séculos através da voz de inúmeros profetas. Após isso, quando os ouvidos da maioria já estavam surdos às suas promessas e advertências, ele falou à humanidade diretamente por Jesus Cristo, seu Filho, que veio a este mundo como Homem, semelhante a nós, mas sem pecado. Durante sua vida, o Senhor Jesus Cristo foi a revelação do amor de Deus para nós, e isso foi demonstrado não só com palavras, mas com ações.

E Deus ainda continua falando conosco, especialmente pela Bíblia. Quem deseja ouvir Deus tem de começar a ler a Bíblia, de preferência pelos evangelhos. Ali descobrimos o quanto Deus nos ama e quer se relacionar conosco. Quem crê no que Deus fala se reconcilia com o Pai e se torna filho amado, em comunicação direta com seu coração.

E levou-os fora, até Betânia; e, levantando as suas mãos, os abençoou. E aconteceu que, abençoando-os ele, se apartou deles e foi elevado ao céu

(Lucas 24:50-51).

O Senhor Jesus foi elevado ao céu, cheio de compaixão pelas nossas fraquezas, separado do pecado, a fim de nos suprir com a graça que estava nele para nos capacitar a andarmos como ele andou. Conforme contemplamos o Senhor na glória “somos transformados de glória em glória na mesma imagem” (2 Coríntios 3:18) pelo Espírito Santo.

É tão possível para uma árvore crescer e frutificar sem nenhum alimento quanto para um santo agir de acordo com a vontade de Cristo estando longe dEle, ou seja é uma impossibilidade. Cada erro doutrinário e prático é devido à negligência ou ignorância disso. A direção dos olhos e do coração deve estar voltada para as coisas de cima.

Nosso Pai tem o mesmo amor por nós aqui embaixo ou no céu. Aqui ele nos sustenta com tudo o que se refere ao nosso estado e condições naturais, e, portanto, todas as suas providências, se corretamente entendidas, nos conduzem para cima, ao invés de aprisionar nosso coração no que é deste mundo.

seus dons facilitam nossa vida aqui para que nosso coração possa se elevar mais facilmente à cena onde ele mostra a plenitude de Seu amor por nós. E se há dificuldades nas circunstâncias aqui é apenas para nos separar mais efetivamente de tudo aqui, e de nos conduzir à casa do Pai. “Mas, buscai primeiro o reino de Deus, e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas” (Mateus 6:33).

Bem-aventurados aqueles servos, os quais, quando o Senhor vier, achar vigiando! Em verdade vos digo que se cingirá, e os fará assentar à mesa, e, chegando-se, os servirá

(Lucas 12:37).

(Leia 1 Crônicas 12:19-40)

Davi, o centro de reunião, vê homens fiéis que o reconheciam como rei vindo a ele de todas as tribos. Daqui e dali, muitos grupos chegavam, alguns mais ansiosos que outros, até que se formou um grande acampamento. Zadoque, um jovem forte e valente, é mencionado com destaque. Sobre quem o Senhor poderia fazer uma menção especial entre Seu povo hoje em dia?

Cada soldado participante do exército tinha uma característica peculiar. Alguns tinham grande coragem e força, outros mais discernimento e sabedoria, outros ainda mais disciplina e retidão. Assim é entre o povo de Deus. Um difere do outro, cada indivíduo se sobressai por meio de uma virtude particular em seu caráter: força, sabedoria, paciência, fé, amor, perseverança etc. E cada uma dessas virtudes é conhecida pelo Senhor, o único que manifestou todas elas.

A cena final deste capítulo nos recorda Lucas 12:37. Porém, o incomparável Mestre não deixará nenhum outro cuidar de Seus escravos fiéis ou de Seus guerreiros cansados, pois “ele há de cingir-se, dar-lhes lugar à mesa e, aproximando-se, os servirá”.

O tempo está cumprido, e o reino de Deus está próximo. Arrependei-vos, e crede no evangelho.

O homem não é justificado pelas obras da lei, mas pela fé em Jesus Cristo

(Marcos 1;15; Gálatas 2:16).

Há muitas religiões, mas um só evangelho.

Religião é uma obra humana com resultados humanos; o evangelho é um dom de Deus com resultados divinos.

Religião é o que o homem faz para Deus; o evangelho é o que Deus faz para e no homem.

Religião é o homem procurando Deus; o evangelho é Deus procurando o homem.

A religião faz o homem tentar subir na escada rumo ao céu baseado em sua própria justificação; o evangelho afirma que Deus desceu do céu por meio da encarnação do Senhor Jesus Cristo para encontrar os pecadores ao pé da escada.

A religião é a boa intenção do homem; o evangelho é a boa notícia do Deus de amor.

A religião promove apenas reformas exteriores em nós; o evangelho nos transforma definitivamente de dentro para fora.

A religião faz uma “caiação” na superfície; o evangelho produz o novo nascimento, a vida verdadeira.

O evangelho é o “poder de Deus para salvação de todo aquele que crê” (Romanos 1:16).

O Senhor Jesus “evangelizou a paz, a vós que estáveis longe, e aos que estavam perto” (Efésios 2:17).

Qual é a “boa notícia”, ou seja, o evangelho? É a mensagem do amor de Deus e da vida e salvação que ele nos oferece por meio do Senhor Jesus, seu Filho.

O homem não está deixado à própria sorte, à mercê de seus próprios recursos. Deus está com suas mãos estendidas. Quem crê no Senhor Jesus tem seus pecados perdoados (Atos 10:43) e um relacionamento vivo e dinâmico com o Deus vivo. Nenhuma religião pode nos dar isso!

Dize-lhes: Vivo eu, diz o Senhor DEUS, que não tenho prazer na morte do ímpio, mas em que o ímpio se converta do seu caminho, e viva

(Ezequiel 33:11).

Esse versículo do Antigo Testamento nos mostra que Deus é um Deus de graça e amor. Deus é santo e tem de julgar o pecado, mas seu genuíno prazer é quando um pecador se arrepende e volta para seus braços como filho. E ele já fez tudo o que é necessário para a nossa salvação.

A quem se aplica o chamado para se “converter do seu caminho”? A Bíblia descreve em uma linguagem fácil de entendermos: “o SENHOR olhou desde os céus para os filhos dos homens, para ver se havia algum que tivesse entendimento e buscasse a Deus”. E o resultado dessa investigação divina foi: “Desviaram-se todos e juntamente se fizeram imundos: não há quem faça o bem, não há sequer um” (Salmo 14:2-3). Por causa disso, o chamado se aplica a todos sem exceção.

Se não há quem faça o bem, o que dizer das pessoas que fazem donativos para os necessitados, os voluntários que atuam em zonas de guerra, os que se envolvem em projetos assistenciais? Como Deus pode dizer isso?

A resposta é que não existe atividade social ou humanitária capaz de redimir pecados. E mesmo nossos atos mais nobres não são totalmente altruístas ou puros, e jamais podem nos salvar.

Existe apenas um único caminho de salvação e ele passa obrigatoriamente pela cruz do Calvário. Ali a punição dos nossos pecados foi colocada sobre seu Filho, o Senhor Jesus Cristo. Quem se volta para Deus, confessando seus pecados e crendo no Senhor Jesus e em sua obra, ou em outras palavras, quem se converte de seu caminho de rebelião, recebe a vida eterna.

A rocha da minha fortaleza, e o meu refúgio estão em Deus. Confiai nele, ó povo, em todos os tempos; derramai perante ele o vosso coração. Deus é o nosso refúgio

(Salmo 62:7-8).

Por meio de sua presença, Deus fortaleceu, consolou e por fim libertou Davi, escritor de muitos salmos, em diversas situações de tribulação. Assim Davi aprendeu a confiar em Deus e encorajou o povo de Deus a seguir seu exemplo.

Os cristãos de hoje têm promessas especiais de Deus e do Senhor Jesus Cristo, as quais servem para fortalecer nossa fé.

“Eis que eu estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos” (Mateus 28:20). Nem um único dia se passa sem que Jesus Cristo esteja perto dos seus. E jamais os abandona.

“Sabemos que todas as coisas contribuem juntamente para o bem daqueles que amam a Deus” (Romanos 8:28). Não importa o quanto uma situação seja amarga e dolorosa, sempre existe algo que Deus pode reverter para o nosso bem. Seu amor é a base para seus atos.

“Não estejais inquietos por coisa alguma; antes as vossas petições sejam em tudo conhecidas diante de Deus pela oração e súplica, com ação de graças” (Filipenses 4:6). Nunca estaremos em uma circunstância na qual não possamos derramar nosso coração diante de Deus. Deus não afirmou que iria nos retirar da dificuldade, mas que iria nos dar sua graça, recurso mais que suficiente para nos garantir a vitória.

“Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai das misericórdias e o Deus de toda a consolação; que nos consola em toda a nossa tribulação” (2 Coríntios 1:3-4). Não há tribulação para a qual Deus não tenha consolo. Seu poder para consolar vai além de toda a nossa imaginação, pois os que por Deus são consolados se tornam não só pessoas curadas, mas também agentes de cura que tocam poderosamente na vida dos que sofrem.

E ele é a cabeça do corpo, da igreja; é o princípio e o primogênito dentre os mortos, para que em tudo tenha a preeminência. Porque foi do agrado do Pai que toda a plenitude nele habitasse, e que, havendo por ele feito a paz pelo sangue da sua cruz, por meio dele reconciliasse consigo mesmo todas as coisas, tanto as que estão na terra, como as que estão nos céus. A vós também, que noutro tempo éreis estranhos, e inimigos no entendimento pelas vossas obras más, agora contudo vos reconciliou

(Colossenses 1:18-21).

Temos de observar o mundo, julgar a nós mesmos e vigiar em oração – porém, mesmo nesta vida, sabemos que somos amados por nosso Pai celestial da mesma maneira que o Senhor Jesus é amado. “Tudo foi criado por ele e para ele” (Colossenses 1:16); mas ele não podia, nos conselhos e amor do Pai, ter todas as coisas sem co-herdeiros: sua Noiva. Ele se tornou, após cumprir perfeitamente nossa redenção, não apenas Cabeça sobre tudo o que criou, mas também Cabeça do Corpo, a Igreja.

ele nos reconciliou, isso é mais que “nos adequar” para o que o Pai deseja de acordo com sua santa natureza e presença. Não somos simplesmente adequados, mas o Pai nos reconciliou nosso coração em seu perfeito amor. Tal reconciliação é um fato eterno, por meio do conhecimento do perfeito amor de nosso Pai, o qual não poupou seu amado Filho. Ele não deixou que nada abale nossa consciência purificada.

O Senhor Jesus é nossa justiça e nossa vida – somos amados como ele é amado – e esta é nossa eterna posição na luz de sua glória agora (Efésios 2:6,13). Nosso coração pode olhar para o Pai sem que haja nada que nos impeça de ter comunhão com ele? Sim!, pois nos aproximou de si mesmo, nos trouxe à sua presença, na plenitude de seu amor. Nossa vida “está escondida com Cristo em Deus” (Colossenses 3:3).

Buscai ao SENHOR enquanto se pode achar, invocai-o enquanto está perto.

Agora é o tempo favorável, agora é o dia da salvação!

(Isaías 55:6; 2 Coríntios 6:2).

Muitas pessoas se tornaram mestres na arte de evitar expressar sua opinião quando a situação exige um posicionamento claro. Pensam que podem ficar neutros e se saírem bem assim. São peritos na cautela e escolhem o meio-termo para não correrem o risco de se comprometerem.

Contudo, o que pode parecer sábio em muitas questões desta vida é pura estupidez quando se trata da salvação eterna. Nesse caso, não decidir já é decidir. Não há neutralidade em questões espirituais. Ou você serve ao Senhor Jesus Cristo, o Deus verdadeiro, ou você serve a falsos deuses, o que inclui você mesmo. O Senhor Jesus falou: “Quem não é comigo é contra mim” (Lucas 11:23). Não existe neutralidade diante da cruz, onde o Filho de Deus morreu. Não dizer nem sim nem não neste caso é a mesma coisa que dizer NÃO.

Imagine uma noiva em seu casamento, ao lado de seu noivo, cercada por convidados e diante do sacerdote. Ela está linda, sorri para todos, mas quando o celebrante lhe pergunta se ela aceita seu noivo como marido, a noiva não diz nem sim nem não. O efeito seria devastador!

O Senhor Jesus disse algo marcante em Apocalipse 3:15-16: “Quem dera foras frio ou quente! Assim, porque és morno, e não és frio nem quente, vomitar-te-ei da minha boca”. Os frios são os que recusaram o Senhor Jesus, os quentes são os que se renderam a ele; mas os mornos são os que tentam não recusar e nem se render a Deus. O destino destes é serem vomitados pelo Senhor. Que triste opção!

Para que entremos em um relacionamento íntimo e vivo com o Senhor Jesus Cristo temos de ser absolutamente positivos em nossa resposta diante de Deus. E temos de nos manter firmes até o fim, porque a oposição é certa. “Agora é o tempo favorável, agora é o dia da salvação”, e qual será a sua resposta?

Enfeites de ouro te faremos, com incrustações de prata (Cânticos 1:11).

O que podemos entender por “enfeites de ouro com incrustações de prata”? Tal enfeite não poderia ser uma coroa? Uma coroa de ouro com enfeites de prata? Ezequiel 16:12-13 fala sobre isso: “E te pus… uma coroa de glória na cabeça. E assim foste ornada de ouro e prata”.

Jamais esqueçamos que a fronte do Rei de Salém – o Senhor Jesus – foi coroada neste mundo não com uma coroa de ouro, mas de espinhos. Nenhuma joia humana enfeitava aquela coroa. Mas as ricas gotas, vermelhas como rubis, que saíram das santas veias foram enfeites de valor imperecível. Meditemos na graça e no amor do Senhor Jesus. O que sentiremos, o que faremos quando virmos as mãos transpassadas do Senhor Jesus colocarem uma coroa de glória eterna sobre Sua cabeça? Será que os olhos dos redimidos serão capturados pela coroa ou pela glória do Rei? Sem dúvida, pela glória do Rei do universo!

Aqui o Senhor diz à Igreja o que está em Sua mente: desejo de amor e comunhão pessoal com os seus. Seu amor dura para sempre e jamais muda. Como o nosso coração se deleita em ouvir sua voz tão imediata e individualmente. Entre as miríades de redimidos ninguém é ignorado ou negligenciado por ele. Seu amor, eternamente doce e pleno, transbordará em todos os corações, e fará brotar a mais doce melodia em um cântico de gratidão sem fim.

A obra de cada um se manifestará; na verdade, o Dia a declarará, porque pelo fogo será descoberta; e o fogo provará qual seja a obra de cada um (1 Coríntios 3:13).

(Leia 1 Crônicas 12:1-18)

A derrota de Saul foi causada pelos arqueiros filisteus, contra os quais ele não se prevenira (10:3). No entanto, aqui nos é dito que ele poderia ter encontrado homens de guerra competentes, que usavam o arco e o estilingue com habilidade, entre seus próprios irmãos da tribo de Benjamim. Infelizmente, tais homens haviam desertado para se juntar a Davi em Ziclague. Eles colocaram seus talentos à disposição daquele que reconheciam, pela fé, como seu único senhor. O que faremos com as habilidades que Deus nos confiou? Em quais obras elas têm sido usadas? Nas de Cristo ou nas do Príncipe deste mundo?

De igual modo, onze guerreiros gaditas de extraordinário calibre se juntaram a Davi, que os encarregou de grandes responsabilidades.

Então chegam os homens de Judá e Benjamim. O rei prova os sentimentos deles em relação a si. Não é realmente magnífica a resposta dada pelo Espírito por meio de Amasai, chefe dos capitães: “Nós somos teus, ó Davi, e contigo estamos, ó filho de Jessé!” (v. 18)? Que cada um de nós possa declarar pelo mesmo Espírito: “Eu sou teu, Senhor Jesus. Contigo estou!”. É uma pena que muitos dos redimidos, que certamente pertencem ao Senhor, não queiram a companhia dEle.