MEDITAÇÕES SOBRE O LIVRO DE 1 CRÔNICAS

Contai entre as nações a sua glória, entre todos os povos as suas maravilhas. Porque grande é o SENHOR, e mui digno de ser louvado (1 Crônicas 16:24-25).

(Leia 1 Crônicas 17:16-27)

Davi sente não merecer nada. Completamente vencido, lembra a bondade de Deus para consigo e Lhe rende louvor e ações de graças. Temos agradecido a Deus? Quando alguém falha em agir assim conosco, chamamos tal atitude de ingratidão ou falta de educação. Imaginemos então como Deus se sente quando Seus filhos esquecem de Lhe agradecer. E, de fato, se formos pensar bem, quantas são as bênçãos dEle recebidas diariamente as quais nem sequer notamos ou lembramos de agradecer ao Pai! Quantos de Seus atos de amor nos passam despercebidos por julgarmos óbvios, pelo menos enquanto os desfrutamos: o cuidado de nossa família, nossa saúde, nossa comida etc.? Quando sentam para comer, as famílias cristãs têm o costume (até o dever) de dar graças. Mas é necessário que as palavras ditas em oração nesse momento realmente saiam do nosso coração. Mais dos que os benefícios materiais que recebemos dEle, agradeçamos a Deus pelos privilégios cristãos: a Palavra, a comunhão com os irmãos na fé, nossa educação no temor do Senhor (Efésios 5:20). E, acima de tudo, jamais cansemos de agradecer pela Sua tão grande salvação, pelo tão maravilhoso Salvador que Ele nos deu. “Graças a Deus pelo seu dom inefável!” (2 Coríntios 9:15).

É SIMPLES ASSIM?

Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados, e nos purificar de toda a injustiça.

Visto que com o coração se crê para a justiça, e com a boca se faz confissão para a salvação

(1 João 1:9; Romanos 10:10).

“O que é fé? O que isso significa de fato? E no que eu tenho de crer?”

Na minha frente está uma mulher que teve sua consciência tocada pela pregação do evangelho. Ela estava sobrecarregada com culpa e não sabia o que fazer para obter paz.

Será que crer significava eliminar o poder de raciocínio? Isso não podia ser verdade. Por isso, ela tomou coragem e me fez as perguntas acima. Juntos abrimos a Bíblia e eu pedi que ela lesse os versículos acima.

– Você entende o que está dito aqui? E você crê que Deus quis dizer exatamente isso? – perguntei.

– Sim, se está na Palavra de Deus, então tem de ser assim, pois a Palavra de Deus é a verdade.

– Então, se você está certa disso, por que não depender dessa verdade? É isso o que é fé. E Deus definitivamente zela por sua Palavra.

Ela hesitou: “É simples assim?”. Estava começando a entender. Por fé, agiu de acordo com o que a Palavra de Deus declara e finalmente encontrou paz.

“Mas não esqueça de agradecer a Deus por tê-la perdoado e lhe recebido como filha”, acrescentei como encorajamento. “E diga aos seus amigos e conhecidos que você se rendeu ao Senhor Jesus!”

O DEUS QUE PROCURA

E chegavam-se a ele todos os publicanos e pecadores para o ouvir. E os fariseus e os escribas murmuravam, dizendo: Este recebe pecadores, e come com eles (Lucas 15:1-2).

“Este recebe pecadores” foi a reclamação dos fariseus e escribas quando os publicanos e pecadores vinham ao Senhor Jesus Cristo para ouvi-Lo. A resposta do Senhor foi uma parábola em três partes: a da ovelha, a da moeda e a do filho perdidos.

Era inconcebível para aqueles escribas e fariseus tão piedosos que eles mesmos poderiam estar perdidos. A expressão “Este recebe pecadores” mostra claramente que eles não se incluíam nesse grupo.

o Senhor lhes contou três impressionantes ilustrações de como o Deus eterno busca os perdidos por causa de seu indescritível amor. Se eles tão-somente prestassem atenção e despertassem! A ovelha tinha se desviado e estava perdida; a moeda estava perdida em algum lugar poeirento; o filho estava em terras estrangeiras, enfrentando a fome terrível.

Então chega o evangelho do Deus de amor. Ele mostra que o Bom Pastor não desiste até encontrar a ovelha perdida. Com muita paciência, a mulher procura em toda parte pela moeda; o pai espera ansiosamente o retorno de seu filho, e quando o vê ainda muito distante, corre para encontrá-lo de braços abertos.

Louvado seja Deus por essa tão fantástica mensagem! Deus quer que todos os perdidos desejem ser encontrados e recebam seu amor.

“Porque o Filho do homem veio buscar e salvar o que se havia perdido” (Lucas 19:10).

VIVENDO PARA ELE QUE NOS SALVOU

E ele [Cristo] morreu por todos, para que os que vivem não vivam mais para si, mas para aquele que por eles morreu e ressuscitou.

E tudo quanto fizerdes, fazei-o de todo o coração, como ao Senhor, e não aos homens

(2 Coríntios 5:15; Colossenses 3:23).

Seu nome é Ricardo. E é o trabalhador mais diligente de uma pequena fazenda isolada na costa do Peru. É alto, forte e cheio de energia. E, além disso, zeloso pelos interesses de Pedro, seu patrão. As pessoas da vizinhança lhe perguntam: “Por que você continua a trabalhar para Pedro? Você podia ganhar mais em qualquer outro lugar!” sua resposta é sempre a mesma: “Pedro salvou minha vida”.

Dez anos antes Ricardo era um proscrito. Mentalmente deficiente e com surtos de violência, ele costumava perambular pelos campos. Foi assim que Pedro o encontrou e passou a cuidar dele. Todos os dias Pedro deixava comida para Ricardo na parte mais baixa da fazenda. E começou a lhe falar sobre o amor de Deus. Ricardo ouviu e creu. Sua vida foi transformada por inteiro e trabalhar para Pedro era uma honra para ele.

Queridos cristãos, para quem você vive? Você considera uma honra gastar suas forças e seus bens para o Senhor? Sabemos que ele nos salvou, mas vivemos como se isso não tivesse a menor importância. Dizemos que ele é nosso Salvador, mas agimos como se nossa salvação estivesse nos recursos do mundo.

Há um caminho mais excelente: deixar Aquele que morreu e ressuscitou por nós, Jesus Cristo, viver em nós (Gálatas 2:20). Não há nada que se compare com esse tipo de vida. Não há riqueza maior, satisfação maior, alegria maior, realização maior. Aos olhos humanos, viver assim é uma total loucura e desperdício, pois tomar a cruz de Cristo e segui-Lo implica sofrimentos enormes. Mas quem nega a si mesmo descobre que a ressurreição de Cristo também se torna a nossa ressurreição. Descobre também quais “são as riquezas da glória deste mistério… que é Cristo em vós, esperança da glória” (Colossenses 1:27).

PERDENDO TUDO PARA SALVAR ALGUNS

E eu, quando for levantado da terra, todos atrairei a mim. E dizia isto, significando de que morte havia de morrer (João 12:32-33).

Certo fazendeiro chinês que cultivava arroz trabalhava em seu campo localizado em uma elevação próxima ao oceano. De repente a terra tremeu, agitada por um violento terremoto. Ele observou quando a água do mar de repente recuou de seu limite normal. E sabia que era um prenúncio de uma poderosa onda que viria e inundaria todos os campos de arroz que ficavam ao nível do mar, afogando os homens que trabalhavam tranquilos, sem saber do risco que corriam. Como ele iria alertá-los do perigo iminente? Agindo sob um impulso repentino, ele ateou fogo em seus celeiros no alto da colina e soou um alarme de incêndio.

Vendo o fogo e ouvindo o alarme, os fazendeiros dos campos mais baixos correram para ajudar o vizinho. Mal alcançaram o topo da colina e uma potente massa de água do mar cobriu os campos que haviam acabado de deixar. Então perceberam com que amor o vizinho agiu para salvá-los da morte certa. Tempos depois, erigiram um monumento ao benfeitor deles com a seguinte inscrição: “Ele deu tudo o que tinha. Ele deu voluntariamente”.

Essa história não nos faz lembrar do Calvário, onde o Senhor Jesus Cristo deu tudo o que tinha, até mesmo sua própria vida, para salvar a humanidade das inundações do juízo divino que recairam sobre os que são desobedientes ao evangelho de Deus (1 Pedro 4:17)? Deus também deu tudo o que de mais precioso possuía, seu Filho, para que todos se refugiassem nele. Só será atingido quem obstinadamente se recusar a “subir a colina”, ou seja, a se aproximar e se render ao Salvador.

CRIANÇAS BRUTAIS

Porque haverá homens amantes de si mesmos, avarentos, presunçosos, soberbos, blasfemos, desobedientes a pais e mães… sem afeto natural … cruéis… mais amigos dos deleites do que amigos de Deus

(2 Timóteo 3:2-4).

Manchete de determinado jornal estrangeiro: “Crianças brutais. Eles bateram em uma colega de escola de 12 anos de idade com um bastão de ferro e apagaram cigarros na pele dela… Apenas um dos garotos envolvidos tinha 14 anos e era criminalmente responsável”.

A violência nas escolas só aumenta. Isso não atinge somente as crianças, mas os professores também. Estes estão desencorajados e sem saber o que fazer. Já começam o ano escolar com medo de voltar ao trabalho.

o que levou a este quadro terrível? As pessoas geralmente falam sobre as mudanças sociais e o declínio dos padrões morais. Mas será que os pais se questionam sobre a própria parcela de responsabilidade nisso?

A Palavra de Deus nos dá uma explicação em Romanos 3:18: “Não há temor de Deus diante de seus olhos”. Quantos jovens crescem sem o temor de Deus, pois nem mesmo sabem que ele existe! Hoje os prazeres são mais amados e desejados que o Criador. Muitos jamais ouviram de seus pais qualquer palavra sobre o Senhor Jesus. Deixados à própria sorte, não têm qualquer proteção contra a avalanche do mal que está dentro e fora deles.

A solução é somente uma: arrependimento genuíno e volta para Deus! Adultos, jovens, crianças têm de se render ao amor transformador do Senhor Jesus Cristo. Todos fomos criados para ter um relacionamento pessoal e intenso com o Senhor Jesus. A partir daí, tudo muda de fato: nosso coração, pensamentos, motivações, e, por consequência, o comportamento individual e coletivo. Soluções alternativas não conseguem chegar à raiz da questão, e têm resultados bastante limitados.

MARAVILHOSO CUIDADO

Não se turbe o vosso coração… Vou preparar-vos lugar… para que onde eu estiver estejais vós também.

Agora a minha alma está perturbada; e que direi eu? Pai, salva-me desta hora; mas para isto vim a esta hora

(João 14:1-3; João 12:27).

Como é maravilhoso observar o amor e o cuidado que o Senhor Jesus tem pelos seus! Somos privilegiados por entender este cuidado de uma maneira especial quando lemos os capítulos 14 a 17 do evangelho de João. Ali, poucas horas antes da terrível cruz, o Senhor sentou com seus discípulos, ministrou e fortaleceu o coração deles. E fez isso sabendo muito bem o que aconteceria no dia seguinte.

ele sabia perfeitamente que suas mãos e pés seriam pregados à cruz (Salmo 22:16); que Sua face seria esmurrada até ficar desfigurada (Isaías 52:14); que ele seria torturado, moído e afligido (Isaías 53:7); que Deus colocaria sobre ele a iniquidade de todos nós (53:6); e que ele experimentaria a plena ira de Deus (Lamentações 1:12).

E embora ele soubesse tudo isso de antemão, a contradição dos pecadores contra ele (Hebreus 12:3), a restituição do que não havia furtado (Salmo 69:4), e tantas outras coisas, o Senhor Jesus voluntária e humildemente cumpriu a vontade de Seu Deus e Pai. Ele foi para Jerusalém e para cruz com toda determinação. Ele era o Grão de Trigo que caiu na terra e morreu, para que desse muito fruto (João 12:24).

A alegria que estava diante dEle não era a terrível cruz, mas glorificar o Pai e nos levar à presença de Deus em Sua casa, e por essa alegria ele enfrentou a cruz, desprezando a vergonha (Hebreus 12:2). Vendo o fruto do penoso trabalho de Sua alma – os redimidos – ele ficará satisfeito (Isaías 53:11).

Que nosso coração transborde em louvor e adoração pelo nosso maravilhoso Senhor e Salvador enquanto vivermos aqui!

MEDITAÇÕES SOBRE O LIVRO DE 1 CRÔNICAS

Cantai ao SENHOR, vós que sois seus santos, e celebrai a memória da sua santidade (Salmo 30:4).

(Leia 1 Crônicas 16:7-22)

Os cantores e instrumentistas tinham sido escolhidos. Em nossos dias, o canto não é mais exclusividade de poucos. Certamente todos nós gostamos de cantar um hino de louvor, e em particular na Ceia do Senhor juntar nossa voz em canções de adoração (Efésios 5:19; Colossenses 3:16). Neste capítulo Davi entrega nas mãos de Asafe pela primeira vez a responsabilidade de louvar ao Senhor com hinos. Seu Nome, Sua glória, Suas obras, Seu relacionamento com Seu povo… que excelentes razões os israelitas tinham para celebrar! Para nós que conhecemos o Senhor Jesus e Sua obra na cruz, quantos infinitos motivos temos para adorar! Sim, cantemos com entendimento; pensemos nas palavras proferidas. Nossos hinos, compostos em concordância com a Bíblia, revelam muitos aspectos das glórias do Pai e do Filho. É imprescindível diferenciar tais aspectos.

O que são os filhos de Deus em relação ao mundo que os cerca? “Pequeno número, pouquíssimos e forasteiros” (v. 19). Será que são infelizes? Muito pelo contrário! “Gloriai-vos no seu santo nome; alegre-se o coração dos que buscam o Senhor” (v. 10). Nossa glória, nossas riquezas, alegria e segurança estão no nome de Jesus e em nosso relacionamento com Ele e com o Pai.

O DEUS QUE NUNCA PAROU DE FALAR

Havendo Deus antigamente falado muitas vezes, e de muitas maneiras, aos pais, pelos profetas, a nós falou-nos nestes últimos dias pelo Filho (Hebreus 1:1).

Quem lê a Bíblia regularmente certamente já percebeu quão frequentemente a Palavra de Deus menciona que Deus fala. Ele falou a Adão no Jardim do Éden, onde este caiu em pecado. Ele falou com Caim, quando este assassinou Abel, seu irmão, por pura inveja. Ele falou com Noé e lhe deu a tarefa de construir uma arca para a salvação de sua família e dos animais. Ele falou pessoalmente com Abrãao, com Moisés, com Jacó, e depois com Israel, seu povo escolhido, por meio de profetas.

O Antigo Testamento nos mostra que Deus nunca parou falar com o objetivo de alcançar o coração dos que se desviaram dele, mas a quem ele jamais deixou de amar.

Mas “nestes últimos dias”, quando a raça humana se provou incorrigível, Deus nos falou de uma maneira inusitada, extraordinária e única. Ele enviou seu amado Filho a este mundo para que ele O revelasse. Que mistério insondável e maravilhoso!

Deus ainda nos fala pela Bíblia. Pelo poder do Espírito Santo, sua Palavra produz efeitos milagrosos na vida de quem tem ouvidos para ouvi-Lo.

Se formos investigar o que de fato ele nos diz, perceberemos que tudo o que Deus fala se relaciona a seu Filho. Cristo é o centro dos pensamentos de Deus no tocante ao homem. Todos seremos abençoados além da imaginação se apenas crermos nele.

ACEITANDO O DIAGNÓSTICO

E curam a ferida da filha de meu povo levianamente, dizendo: Paz, paz; quando não há paz (Jeremias 8:11).

Essa é a segunda vez que o Senhor ordena que o profeta Jeremias diga tais palavras. Os outros profetas e sacerdotes do povo mencionados aqui tinham de falar a verdade. No entanto, estavam enganando a si mesmos e aos demais quanto ao fato de estarem vivendo em oposição aos mandamentos de Deus.

A razão de tal engano era porque se recusavam a acreditar no que Deus falava acerca da condição deles, a “ferida”, ou seja, o estado doentio de pecado em que viviam. Eles confiavam em seu próprio diagnóstico e pensavam que a ferida era simples de curar. Imaginavam que havia paz e que ela permaneceria. Mas como continuavam em seus caminhos de pecado e não queriam se voltar a Deus, jamais poderia haver paz. O princípio de Deus é: “Os ímpios não têm paz” (Isaías 48:22). Aquele povo estava cometendo um erro mortal.

o diagnóstico correto do coração do homem só pode ser encontrado na Bíblia. E ela também nos mostra a cura para a “ferida” que o pecado originou.

Deus nos diz em sua Palavra que todos pecaram. Mas ele também diz que todos podem ser justificados gratuitamente por sua graça, pela redenção que há em Cristo Jesus (Romanos 3:23-24).

Quem se rebela contra o que Deus fala está confirmando o seu estado de eterna condenação. Contudo, se nos ajoelharmos diante do veredito divino e admitirmos nossa culpa perante ele, seremos curados pela obra de redenção do Senhor Jesus Cristo. Aí então haverá paz, eterna paz.

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