O Pai ama o Filho e todas as coisas entregou nas suas mãos (João 3:35).

(Leia 1 Crônicas 28:11-21)

Agora Davi solenemente transfere para seu filho Salomão tudo o que havia preparado para a casa de Deus. Isso nos traz à memória uma sublime declaração do evangelho de João: “O Pai ama ao Filho, e todas as coisas tem confiado às suas mãos” (3:35).

Desde o pórtico de entrada até a menor taça, tudo é objeto de instruções detalhadas e precisas. Para isso a sabedoria tinha sido dada a Davi por escrito por mandado do Senhor (v. 19). Para comunicar a totalidade de Sua revelação, Deus também usou outros escritores inspirados. Os sessenta e seis livros da Bíblia foram escritos por quarenta escritores muito diferentes entre si, em um período de aproximadamente 1.600 anos. Mas um e o mesmo Espírito ditou todas as páginas das Santas Escrituras. Além disso, jamais esqueçamos que, quando lemos a Bíblia, Deus está falando conosco.

O capítulo termina com uma palavra adicional do pai a seu filho. Salomão tinha recebido tudo o que era necessário. Agora era o tempo de agir, contando com a ajuda do Senhor. Nós também recebemos muito; já é tempo de agir de acordo com o que o Senhor espera de cada um de nós! Um dia teremos de prestar contas de tudo que, por timidez ou preguiça, negligenciamos em fazer.

E quando eu for, e vos preparar lugar, virei outra vez, e vos levarei para mim mesmo, para que onde eu estiver estejais vós também (João 14:3).

Quando o Senhor Jesus Cristo veio ao mundo, ele não foi bem recebido entre seu próprio povo. E no final de seu ministério público, os lideres de Israel conseguiram atiçar o ódio do populacho contra o Senhor Jesus e finalmente o entregaram aos romanos, que controlavam a Palestina naquela época, para ser crucificado. Mesmo parecendo que podiam fazer o que quisessem com o Senhor Jesus, pois ele não ofereceu resistência, a morte de Cristo era uma parte essencial do plano de Deus. Deus planejou que Cristo, o inocente e imaculado, se tornasse o “Cordeiro de Deus”, para que os pecadores de todos os tempos pudessem se tornar filhos de Deus.

A Bíblia testifica que o Senhor Jesus ressuscitou no terceiro dia e retornou ao céu quarenta dias depois. Nesse ínterim ele apareceu ressurreto perante seus discípulos. Ele havia lhes dito antes, prometendo-lhes que ele lhes prepararia lugar na casa do Pai, e voltaria para buscar os seus.

Do céu o Senhor Jesus enviou o Espírito Santo ao mundo, o qual agora habita nos que creem no Senhor Jesus como Senhor. Ele os conduz a toda verdade e os lembra das promessas do Senhor (João 16:13).

Somente quem aproveita essa oferta de graça vinda de Deus por meio do Senhor Jesus Cristo está apto a se relacionar com Deus. Querido leitor, esta é a mensagem essencial do Natal.

E aproximou-se dele um leproso que, rogando-lhe, e pondo-se de joelhos diante dele, lhe dizia: Se queres, bem podes limpar-me. E Jesus, movido de grande compaixão, estendeu a mão, e tocou-o, e disse-lhe: Quero, sê limpo (Marcos 1:40-41).

Coloque-se nesta situação por um instante: aqui está um homem cuja lepra deixara marcas indeléveis e que só aguardava a morte. Ele vê uma única chance de continuar vivo: Jesus de Nazaré, Aquele que curava os doentes.

Esse pobre homem não duvidava do poder do Senhor sobre as doenças. Ele duvidava de algo diferente: da disposição do Filho de Deus para curá-lo.

Agora apliquemos isso a nós mesmos. Será que o Senhor está disposto a me salvar? E se minhas boas intenções de romper com meus velhos padrões de comportamento falharem? E se minhas orações não foram fervorosas o suficiente? Qual é o seu problema? Exatamente onde você duvida do poder do Filho de Deus?

Jesus Cristo está disposto. Ele afirmou isso com todas as letras ao leproso. Então não há por que duvidar de sua prontidão. Não temos condições de saber ou dizer se ele irá remover ou não suas dificuldades terrenas. O Senhor Jesus não veio para tornar você uma pessoa feliz em termos mundanos; ele veio para perdoar seus pecados e lhe transformar em um filho de Deus.

Aquele homem recebeu a cura que tanto desejara; mas o que é isso em comparação com o perdão eterno que o Senhor Jesus veio nos conceder? Ele está disposto a lhe purificar de seus pecados. E você, também está disposto a ser limpo pelo sangue do Cordeiro de Deus?

E, sendo já manhã, Jesus se apresentou na praia, mas os discípulos não conheceram que era Jesus. Disse-lhes, pois, Jesus: Filhos, tendes alguma coisa de comer? Responderam-lhe: Não (João 21:4-5).

Dias depois da ressurreição, alguns de seus discípulos voltaram à atividade da pesca. Mas foi uma empreitada malsucedida, pois não pescaram nada. Então, ao amanhecer perceberam a presença de um estranho na praia, que lhes fez a pergunta acima. E eles admitiram que não tinham nada para comer.

Às vezes estamos em situação similar. Como crentes sabemos muito bem que nossas “boas obras” não têm qualquer valor para Deus; porém, ainda assim empregamos todas as nossas forças para realizar as “obras de Deus”. A maior parte delas são coisas lícitas, boas e úteis; o problema é que o Senhor não nos mandou fazê-las. Deus não se compromete com obras feitas na desobediência, mas é capaz de agir com amor para conosco como fez nesta ocasião.

Quando acaba nosso período de tentativas, ele está a postos, esperando, sem qualquer atitude de censura. Se abrirmos nosso coração, as perguntas que o Senhor nos fizer trarão cura e correção, embora tenhamos de confessar o que nos envergonha.

Então, sob suas ordens alcançaremos o sucesso e a benção de suas próprias mãos de maneira surpreendente, “abundantemente além daquilo que pedimos ou pensamos” (Efésios 3:20).

Querido leitor, analise suas obras. Em quais “barcos” você tem estado? Os seus esforços têm sido empregados naquilo que o Senhor não mandou você fazer? Você tem sentido fome, mesmo estando na “obra do Senhor”? Peça ao Espírito Santo para lhe mostrar sua real situação. Arrependa-se e preste muita atenção às perguntas do Senhor Jesus, para que você possa trabalhar não pelas coisas que perecem, mas para aquilo que terá valor eterno (João 6:27).

E o sacerdote tomará daquela oferta de alimentos como memorial, e a queimará sobre o altar; oferta queimada é de cheiro suave ao SENHOR. E, o que sobejar da oferta de alimentos, será de Arão e de seus filhos; coisa santíssima é, das ofertas queimadas ao SENHOR. Nenhuma oferta de alimentos, que oferecerdes ao SENHOR, se fará com fermento; porque de nenhum fermento, nem de mel algum, oferecereis oferta queimada ao SENHOR (Levítico 2:9-11).

Esses versículos nos lembram do Senhor Jesus, cuja vida inteira foi um sacrifício vivo. Durante sua vida na terra, vivendo em contato com uma humanidade caída e rebelde, ele esteve aqui como um Homem que sempre honrou a Deus. Ele, em sua obediência estava pronto a ir para cruz e morrer uma morte vergonhosa; em sua vida e morte, ele honrou a Deus ao máximo.

sua vida de completa devoção é ilustrada na oferta de alimentos ou oferta de grãos. Sua vida perfeita conduziu à sua morte na cruz, onde ele satisfez todas as santas e justas demandas de Deus, tomando o nosso lugar como o nosso perfeito Substituto. Um sacrifício como esse precisava ser preparado e dado em completa separação do mal – nenhum fermento podia ser usado. Isto sugere que Deus quer que a vida daqueles que ofertam tais sacrifícios esteja em sintonia com ele. Ele não pode aceitar qualquer fermento da maldade ou hipocrisia em nossa vida. Ele quer, portanto, que o sal faça parte de tais sacrifícios; o sal é o que preserva, o que faz o alimento saboroso, e fala de realidade – não um show.

O mel, embora seja bom nos relacionamentos naturais, não tem lugar nesses sacrifícios. Preferências ou influências naturais, o sabor da natureza humana, não devem ter ligação com a oferta de alimentos, a qual fala das perfeições de Cristo.

Os padrões de Deus são bons e santos: ele quer a lembrança deste último Sacrifício mantido puro e santo; para Si mesmo como um memorial, e para nós, filhos sacerdotais, como comida, a fim de que nos alimentemos de Cristo e nos tornemos como ele.

Já é hora de despertarmos do sono… A noite é passada, e o dia é chegado (Romanos 13:11-12).

Em tempos antigos havia cobrança de pedágios em certas estradas e pontes. A história a seguir é de um velho cobrador de pedágio que vivia em uma cabana próxima a uma ponte. À noite costumava baixar a cancela e dormir perto da porta de entrada de sua casa.

Em uma ocasião, um viajante queria atravessar a ponte e bateu à porta, “Estou indo”, respondeu o velho. Passado algum tempo, o viajante bateu novamente e ouviu a mesma resposta. Mas o cobrador não aparecia.

Por fim, o transeunte perdeu a paciência, abriu a porta da cabana e gritou: “Tem quase meia hora que o senhor diz ‘Estou indo’, mas me deixa esperando lá fora”.

o velho levantou-se apressadamente e se desculpou: “Estou tão acostumado com as pessoas batendo à porta que mesmo dormindo respondo ‘Estou indo’”.

Como estamos acostumados a ouvir o evangelho, vez após vez sem prestar atenção a ele! E quantos se assemelham ao velho cobrador da história acima. Tocados por um momento, muitos dizem “Estou indo, Senhor Jesus!”, mas rapidamente caem no sono novamente e não levam o Senhor a sério.

Quando o Senhor parar de bater será muito tarde!

Deleito-me em fazer a tua vontade, ó Deus meu; sim, a tua lei está dentro do meu coração (Salmo 40:8).

Esse foi o motivo para a vinda do Senhor Jesus ao mundo! ele não estava apenas desejoso de fazer a vontade de Deus, mas era totalmente capaz de realizá-la. Além disso, ele não apenas viveu para fazer a vontade de Deus, mas também estava pronto para morrer para fazer a vontade de Deus. Que Salvador! A citação dessa passagem em Hebreus 10 enfatiza que com a vinda de Cristo ao mundo uma nova ordem de coisas foi estabelecida, no qual não há fracasso. É inteiramente oposta à ordem vinculada ao primeiro Adão, corrompida pela desobediência.

Algo marcante é que os ouvidos do Salmo 40 são identificados com o corpo de Hebreus 10. Isso não sublinha a perfeita obediência do Cordeiro de Deus? Aquele que era o perfeito Holocausto (Salmo 40), bem como a perfeita Oferta pelo pecado (Hebreus 10) ficou caracterizado pelo total comprometimento com a vontade divina e pela lealdade irrestrita ao Seu Deus. Tal atitude é um grande desafio para nós. Você já notou os paralelos e o desenvolvimento dessas três conhecidas passagens que falam sobre os ouvidos do Servo?

1. Salmo 40 fala de Sua obediência relacionada à Sua vinda para fazer a vontade de Deus.

2. Isaías 50 menciona Sua vida diária na disciplina da escola de Deus, em perfeita submissão e devoção; ele é nosso modelo a ser seguido. Depois o foco está em seus sofrimentos e em Sua obediência até à morte, onde não podemos segui-Lo. Lealdade à vontade de Deus pode nos levar a sermos executados ou perseguidos, mas apenas o Senhor foi absolutamente único como o verdadeiro Servo-Filho em Seu comprometimento com a causa de Deus, incluindo Sua morte para a glória do Pai.

3. Em Êxodo 21, na ilustração do servo-escravo, percebemos que o amor era o real motivo de nosso Senhor, amor até à morte.

Conhece o Deus de teu pai e serve-o com um coração perfeito e com uma alma voluntária; porque esquadrinha o SENHOR todos os corações e entende todas as imaginações dos pensamentos; se o buscares, será achado de ti; porém, se o deixares, rejeitar-te-á para sempre (1 Crônicas 28:9).

(Leia 1 Crônicas 28:1-10)

Um pouco antes, no capítulo 22:17, Davi reuniu os príncipes do povo. Agora o rei agrega a esse grupo todos os que têm uma posição ou responsabilidade em Israel. Sem dúvida, todos os homens cujos nomes enchem os capítulos 23 a 27 estavam ali para ouvir o senhor deles. Ninguém queria perder essa grande reunião.

O Senhor também nos convida às reuniões nas quais Ele deseja instruir-nos. Não seremos culpados se por algum motivo banal faltarmos a elas (Hebreus 10:25)?

O rei comunica seus pensamentos mais íntimos e preciosos àqueles homens congregados em torno de si. Ele os conclama a buscar e guardar todos os mandamentos do Senhor. Davi conversa com eles sobre a gloriosa casa que seria edificada. E em particular lhes fala sobre seu filho, por quem todo o projeto seria realizado. Esses assuntos correspondem às coisas que o Espírito Santo expõe nas reuniões de ministração.

Depois Davi se volta e fala a Salomão. Preste muita atenção às palavras desse pai a seu filho. Elas se aplicam também a nós: “Tu, meu filho Salomão, conhece o Deus de teu pai e serve-o de coração íntegro e alma voluntária… Se o buscares, ele deixará achar-se por ti” (v. 9).

Pois todos nós fomos batizados em um Espírito, formando um corpo… e todos temos bebido de um Espírito… Mas agora Deus colocou os membros no corpo, cada um deles como quis… Ora, vós sois o corpo de Cristo, e seus membros em particular (1 Coríntios 12:13,18,27).

O batismo no Espírito Santo é mal-entendido pela maioria dos cristãos. Alguns imaginam ser algo como uma “segunda bênção” desfrutada por poucos favorecidos algum tempo após a salvação; outros acham que é algo a ser invocado pelos santos individual e coletivamente por meio de orações fervorosas.

As Escrituras falam outra coisa. O batismo no Espírito recebido de nosso Senhor Jesus tem por objetivo a edificação do corpo de Cristo. É um meio pelo qual todos os santos de Deus nos tempos neotestamentários são unidos à Cabeça no céu e uns aos outros aqui no mundo. Tal coisa era desconhecida até Cristo ser glorificado. Antes disso havia pessoas piedosas, pois a fé individual sempre existiu desde Abel, ou mesmo desde Adão – mas não havia união, nem corpo até que a redenção fosse cumprida e Cristo fosse elevado à destra de Deus.

Portanto, o Espírito Santo desceu do céu e está reunindo os membros em um só corpo, o corpo de Cristo, a Igreja. Quando o corpo estiver completo, o próprio Senhor Jesus virá e receberá Sua Igreja para Si mesmo. Sem dúvida, era um grande privilégio ser judeu e ter promessas terrenas, no entanto, ser co-herdeiro com Cristo e ter promessas celestiais é um privilégio inimaginável. E no corpo de Cristo, todos os membros compartilham todas as bênçãos espirituais dos céus com Ele.

Em qualquer tempo em que eu temer, confiarei em ti… Quando eu a ti clamar, então voltarão para trás os meus inimigos: isto sei eu, porque Deus é por mim (Salmo 56:3,9).

No tempo em que os cristãos estavam sendo perseguidos na França, um servo de Deus atravessava um território desolado para alcançar as vilas onde iria pregar o evangelho. Sentindo-se incomodado naquela área inóspita, ele desceu de sua montaria e de quando em quando colocava os ouvidos no solo para conferir se havia algo diferente. De repente ouviu o barulho de galopes. Os cavaleiros reais deveriam ter sido enviados para captura-lo. Ele não podia nem fugir nem se esconder; então se ajoelhou e pediu a Deus para preservá-lo, se fosse essa a sua vontade. Sua única chance era essa.

Quando se levantou, ele se viu envolto por uma neblina tão densa que estava quase escuro. E ouviu quando os cavaleiros passaram por ele e desapareceram na distância sem sequer notar sua presença. E prosseguiu seu caminho louvando a Deus pelo livramento.

Milagres nos causam espanto. Multidões ficaram pasmadas com os milagres que o Senhor Jesus realizava. Mas o que nos causa profunda admiração é saber que o incomparável amor de Deus é direcionado especialmente para nós. Podemos ter uma ideia disso quando percebemos que o Senhor Jesus Cristo deu sua vida na cruz do calvário por nós. Recusar tal amor é a maior afronta contra Deus que cometemos. Mas responder a ele, submetendo-se ao Senhor Jesus Cristo significa receber o perdão dos pecados e ser feito filho de Deus.

Como alguém pode recusar tal oferta?