SEM CONTROLE

Tu, com a tua beneficência, guiaste este povo, que salvaste; com a tua força o levaste à habitação da tua santidade (Êxodo 15:13).

Muitos anos atrás, um piloto da Real Força Aérea Britânica contou a seguinte experiência:

Cada candidato a piloto é ensinado que o vôo excessivamente lento faz com que o avião rodopie, caindo como uma folha.

Nunca vou esquecer o dia em que meu instrutor de vôo disse: “Agora vamos praticar isso”. Ele explicou tudo com precisão e, em seguida, disse: “Agora vamos decolar e tentar!” Ele sentou-se atrás de mim e voamos a uma altura de cerca de 12.000 pés sobre uma área desabitada.

Foi muito fácil fazer a aeronave girar: só precisava desacelerar o motor, puxar a alavanca de controle para diminuir a velocidade de vôo, em seguida, iniciar o rodopio com o leme.

Mas quando o instrutor me disse para trazer o manche de volta para sua posição original, ele não voltou de uma vez. O chão estava se aproximando rapidamente, e a alavanca de controle vibrando ao rodopiar para baixo no ar. Por alguns segundos eu suei de terror, tentando, em vão, controlar o manche. Em seguida, uma voz soou através de meus fones de ouvido: “Eu vou assumir”. Que alívio foi ouvir essas palavras e ser capaz de entregar os controles! Depois de apenas alguns momentos estávamos voando na horizontal novamente!

Na minha vida, também, houve o momento em que eu percebi que tinha perdido o controle. Eu estava correndo em direção à perdição eterna e não podia fazer nada para me salvar. Eu só fiquei feliz quando desisti de lutar e entreguei minha vida ao Senhor Jesus Cristo.

ELA SE LEMBROU DO ESSENCIAL

Não foi com coisas corruptíveis, como prata ou ouro, que fostes resgatados da vossa vã maneira de viver que, por tradição, recebestes dos vossos pais, mas com o precioso sangue de Cristo, como de um cordeiro imaculado e incontaminado (1 Pedro 1:18-19).

Certa vez um médico falou sobre a seguinte experiência no campo missionário:

“Inúmeras mulheres e meninas doentes de uma aldeia distante começaram a chegar ao nosso hospital na capital, uma após a outra. Por muito tempo eu quis visitar essa pequena comunidade, mas todas as vezes surgiam obstáculos.

“Finalmente, depois de três anos consegui realizar o meu projeto. No entanto, eu estava um pouco receoso. Será que neste meio tempo esses moradores se esqueceram do que tinham aprendido sobre o Salvador?

– Então não se lembra de como o Senhor Jesus curou os doentes?

– Não, eu esqueci tudo sobre isso.

– Mas certamente se lembra do cego cujos olhos Ele abriu?

– Não, não me lembro mais.

– E se lembra de como Ele alimentou os famintos no deserto?

– Não, eu não consigo me lembrar disso também.

– E sobre a morte do Salvador?

– Ah, sim – exclamou ela radiante de alegria. Eu sei isso: Ele morreu por mim. Ele derramou Seu sangue para perdoar meu pecado. Nunca vou esquecer disso!

O ERRO DA ENFERMEIRA

Tornaste o meu pranto em folguedo… SENHOR, Deus meu, eu te louvarei para sempre (Salmo 30:11, 12).

Um homem estava hospitalizado depois de sofrer um terrível acidente. Isso deu-lhe tempo de sobra para pensar, e uma vez que as perspectivas de cura eram incertas, ele pensou na morte.

Um dia, uma enfermeira colocou um biombo ao redor de sua cama. O paciente entendeu o que isso significava: não lhe restava muito tempo de vida.

Na parede oposta da cama pendia um versículo da Bíblia: “Vinde a mim, todos os que estais cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei” (Mateus 11:28). Seu olhar foi do versículo para o biombo e de volta. Venha para o Senhor Jesus! Não era tarde demais para ele? Ele tinha sido tão indiferente para com Deus e com a questão da eternidade. Mas agora o tempo estava pressionando. Então clamou em voz alta: “Senhor Jesus, eu me entrego a Ti!” – “Pobre homem”, pensou um senhor na cama ao lado, “Ele está começando a enlouquecer”.

O Senhor ouviu o clamor proferido em sua necessidade. O próprio Senhor lembrou àquela alma perdida o que tinha ouvido na sua vida: “O que vem a mim de maneira nenhuma o lançarei fora” (João 6:37). “Eu sou a ressurreição e a vida; quem crê em mim, ainda que esteja morto, viverá” (João 11:25). Esta mensagem de salvação entrou em seu agitado coração, e a semente criou raízes. Ele encontrou a paz.

Mais tarde a enfermeira reapareceu. “Desculpe-me”, disse ela, “mas eu coloquei o biombo no lugar errado!” E ela o removeu. “Enfermeira”, respondeu ele, “o seu erro foi a minha salvação”. O homem logo se recuperou e levou uma vida de alegria com o Senhor Jesus.

A PALAVRA ETERNA

No princípio, era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus… E o Verbo se fez carne e habitou entre nós (João 1:1 e 14).

Porque nós seres humanos somos limitados ao tempo e espaço, temos dificuldade de pensar na eternidade passada. Mas antes de qualquer início, por mais distante que tenha sido, o Senhor Jesus Cristo era o Filho de Deus. O “Verbo”, como Ele é chamado em nossos versículos acima, nunca teve qualquer começo. Mas o que devemos entender por este título?

Assim como nós expressamos nossos pensamentos por meio das palavras que falamos, do mesmo modo Cristo, como a Palavra, é a perfeita revelação de Deus, e esta Palavra eterna fez-se Homem. Ele, que não teve começo, adentrou na limitação do tempo e lugar e tornou-Se um verdadeiro ser humano, a fim de revelar Deus na terra. Em tudo o que o Senhor Jesus disse e fez, podemos saber quem é Deus.

Ora, o Senhor não só manifestou as características essenciais de Deus, Ele também realizou Seu plano de redenção. Sua vida perfeita, Sua morte vicária e Sua gloriosa ressurreição abre o caminho para Deus a cada crente.

Ele podia, portanto, dizer aos Seus discípulos: “Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida. Ninguém vem ao Pai senão por mim” (João 14:6). E referente a vida: “E a vida eterna é esta: que conheçam a ti só por único Deus verdadeiro e a Jesus Cristo, a quem enviaste” (João 17:3).

Para que possamos chegar a um melhor entendimento dEle, Deus nos deu a Sua Palavra, a Bíblia. O Antigo Testamento é rico em tipos dEle, enquanto o Novo Testamento nos mostra Sua vida e os resultados de Sua morte expiatória e Sua ressurreição.

MEDITAÇÕES SOBRE O LIVRO DE 2 CRÔNICAS

Quanto ao SENHOR, seus olhos passam por toda a terra, para mostrar-se forte para com aqueles cujo coração é perfeito para com ele (2 Crônicas 16:9).

(Leia 2 Crônicas 20:1-13)

Três inimigos avançavam juntos contra o pequeno reino de Judá. Todos eram adversários constantes: Amom e de Moabe e aqueles do monte Seir em Edom (v. 22). Diante dessa ameaça de invasão, Josafá busca ao Senhor e proclama um jejum. O povo se reúne. Referindo-se à oração de Salomão (6:34-35), o rei se coloca diante da casa santa e clama pelo Deus que prometeu ouvir e ajudar (vv. 8-9).

Reunindo toda a força militar que Josafá tinha à disposição (17:14-18), chegou-se ao impressionante número de um 1.160.000 soldados. Porém, eles quase não desempenham nenhum papel ao longo deste capítulo! Josafá compreendeu a verdade do Salmo 33: “Não há rei que se salve com o poder dos seus exércitos; nem por sua muita força se livra o valente… Nossa alma espera no SENHOR, nosso auxílio e escudo” (vv. 16 e 20). Então o monarca reconhece sua falta de força e de sabedoria (v. 12). No entanto, acrescenta: “os nossos olhos estão postos em ti”. E, em contrapartida, “quanto ao SENHOR, seus olhos passam por toda a terra, para mostrar-se forte para com aqueles cujo coração é totalmente dele”.

BATIZADO, MAS PERDIDO!

E creu até o próprio Simão; e, sendo batizado, ficou, de contínuo, com Filipe (Atos 8:13).

Em Atos 8 lemos de um homem chamado Simão, que tinha sido batizado, mas não possuía a nova vida de Deus. Quando ele ofereceu dinheiro aos apóstolos depois de seu batismo, a fim de receber o dom do Espírito Santo pela imposição das mãos, ele revelou o mal no seu coração. O apóstolo Pedro teve de repreendê-lo com duras palavras, e lhe ordenou enfaticamente que se arrependesse: “Arrepende-te, pois, dessa tua iniquidade… pois vejo que estás em fel de amargura e em laço de iniquidade” (v.22-23).

Muitos que professam a fé cristã se assemelham a esse homem Simão! Eles se contentam com uma confissão mental de fé, e confiam em seu batismo, com o qual, acreditam eles, receberam a vida eterna. De qualquer forma, isto é o que lhes foi ensinado. A doutrina de que a pessoa recebe a vida eterna através do batismo é uma das mais fatais da cristandade. A apresentação bíblica do batismo, ou seja, a imersão total em água, não fala da vida, mas da morte (veja Romanos 6:3-4).

Que utilidade tem a confissão externa, se a pessoa não recebeu o Senhor em seu coração? Isso só aumenta sua responsabilidade e mostra que o coração não é sincero diante de Deus. E, assim, a pessoa não tem parte ou direito às bênçãos da verdadeira fé cristã, mas está no caminho para a condenação. Batizado, mas perdido! Tanto o pensamento como as perspectivas são chocantes!

O EXEMPLO DE NEEMIAS

Também as suas bondades contavam perante mim, e as minhas palavras lhe levavam a ele; portanto, Tobias escrevia cartas para me atemorizar (Neemias 6:19).

Quando Neemias, junto com o remanescente dos judeus que tinha voltado do cativeiro babilônico, reconstruiu o muro da cidade de Jerusalém, ele tinha dois propósitos em mente:

Enquanto realizava o trabalho, ele sempre encontrou hostilidade por todos os lados. Entre seus próprios compatriotas houve quem resistisse aos seus planos. Os príncipes de Judá mantiveram suas ligações com os inimigos do povo de Deus. Eles se aproximavam de Neemias elogiando as boas ações de Tobias, o amonita. Como se um inimigo da nação pudesse contribuir para o benefício do povo!

Deus também espera que os cristãos se mantenham separados do mundo. “Pelo que saí do meio deles, e apartai-vos, diz o Senhor; e não toqueis nada imundo, e eu vos receberei” (2 Coríntios 6:17). Infelizmente, hoje, muitos crentes não querem ouvir falar de separação. Eles participam nas atividades políticas, culturais e esportivas do mundo, socializando com os incrédulos, não vendo necessidade alguma de se traçar uma linha divisória clara nestas coisas. Eles se assemelham aos príncipes de Judá na tentativa de provar que não há diferença entre os crentes e o mundo, inclusive tentando mostrar que os interesses do mundo beneficiam o povo de Deus.

Como é que um filho de Deus reage diante de tal atitude? “Não sabeis vós que a amizade do mundo é inimizade contra Deus?” (Tiago 4:4). Que repreensão séria!

O CONVITE

Um certo homem fez uma grande ceia e convidou a muitos. E, à hora da ceia, mandou o seu servo dizer aos convidados: Vinde, que já tudo está preparado. E todos à uma começaram a escusar-se. Disse-lhe o primeiro: Comprei um campo e preciso ir vê-lo; rogo-te que me hajas por escusado (Lucas 14:16-18).

Esta bem conhecida parábola em Lucas 14 dá uma descrição impressionante da graça de Deus. Primeiro foi oferecida ao povo de Deus, Israel, agora é pregada a todos na terra. A bondade de Deus, que há muito havia sido anunciada pelos profetas, apareceu em Jesus Cristo. Ela foi simbolizada pelo jantar para o qual os convidados deviam estar alegres em vir.

Vemos algo desta alegria nas palavras de louvor proferidas pelos anjos no nascimento de Jesus: “Glória a Deus nas alturas, paz na terra, boa vontade para com os homens!” (Lucas 2:14).

A figura central neste jantar era Jesus Cristo. Como um Homem na terra Ele se deleitava em agradar a Deus. Ele era o Filho amado, a alegria do pai.

As pessoas foram convidadas para a festa da graça, a qual descreve a alegria do céu. Mas como as pessoas convidadas reagiram? Como a graça revelada em Jesus Cristo foi aceita entre eles? “E todos à uma começaram a escusar-se”. Eles não disseram abertamente: “Não queremos ir!”. Eles se desculparam apresentando várias atividades por fazer. O tempo não lhes era propício. Que pena! Nós teríamos ido, mas os nossos campos e os nossos bois nos impedem no momento. E a resposta dada por outro não é melhor: “Casei e, portanto, não posso ir”.

Cada um de nós é convidado, também. Não deveríamos reagir de forma honesta e vir ao Senhor Jesus pela fé agora?

ARREPENDIMENTO E FÉ (2)

Disse-lhe Jesus: Eu sou a ressurreição e a vida; quem crê em mim, ainda que esteja morto, viverá (João 11:25).

Um dos dois criminosos crucificados com Jesus admitiu a sua culpa e declarou a inocência do Senhor, que estava pendurado no centro. Agora, virou-se para Ele: “Senhor, lembra-te de mim, quando entrares no teu Reino” (Lucas 23:42).

Como poderia ser isso? Eles estavam enfrentando uma morte agonizante, mas um dos assaltantes falou de Jesus como um Rei que ia reinar! Isso é fé verdadeira – fé nAquele que estava prestes a entregar a Sua vida pelos pecadores. “ESTE É O REI DOS JUDEUS”. – Aquilo que os outros planejaram para ser uma expressão de desprezo e incredulidade, era verdade; este criminoso foi convencido disso. Em Jesus ele reconheceu o Cristo, o Filho de Deus, para quem a cruz não podia significar o fim.

Sua fé foi expressa em confiança. Naquilo que a sua vida pecaminosa dizia respeito, ele agora tinha paz, tendo confessado sua culpa. “Lembra-te de mim”, foi o seu único rogo. Tudo mais ele deixou para o Senhor Jesus.

Quão tocante é a resposta do Redentor à sua fé: “Hoje estarás comigo no Paraíso” (Lucas 23:43). O Senhor Jesus não iria se lembrar desse homem numa época indefinida no futuro; naquele mesmo dia sua alma salva iria entrar no paraíso com Ele. A obra da redenção é perfeita, de modo que até o grande fardo de culpa de um criminoso pode ser apagado, mediante a fé no Redentor para a salvação eterna.

(Concluído)

ARREPENDIMENTO E FÉ (1)

Digo-vos que assim haverá alegria no céu por um pecador que se arrepende (Lucas 15:7).

Arrependimento para com Deus e fé no Senhor Jesus Cristo é o caminho da salvação para a humanidade (veja Atos 20:21). No evangelho de Lucas, encontramos um exemplo impressionante disso em um dos criminosos na cruz.

Dois ladrões foram crucificados ao lado do Senhor Jesus. Ambos tinham cometido crimes, foram presos e condenados à morte pela mais cruel execução que existia na época. Nesta situação, ouvimos ambos zombando. Eles, blasfemando, desafiavam o Homem pendurado entre eles (veja Mateus 27:44).

No entanto, de repente, acontece uma mudança em um deles. Ele corretamente censura seu cúmplice: “Tu nem ainda temes a Deus, estando na mesma condenação?” (Lucas 23:40). O temor de Deus era o que lhes faltava até então. Isso foi o que os levou a se perderem. Então, não deveria o temor de nosso santo Deus leva-los a se arrepender, agora que eles enfrentavam a morte?

A mudança de um deles é evidente no modo como ele fala em seguida: “E nós, na verdade, com justiça, porque recebemos o que os nossos feitos mereciam”. Ele admite que eles mereciam o castigo, mas reconhece a inocência do Homem no centro. Ele está tão convencido que exclama: “Este nenhum mal fez” (veja Lucas 23:39-41). Ele certamente observou como o Senhor Jesus se comportou quando foi crucificado e como Ele orou: “Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem” (Lucas 23:34).

(continua)

TEXTOS MAIS RECENTES

Pular para a barra de ferramentas