MEDITAÇÕES SOBRE O LIVRO DE 2 CRÔNICAS

Se o teu inimigo tiver fome, dá-lhe de comer; se tiver sede, dá-lhe de beber; porque, fazendo isto, amontoarás brasas de fogo sobre a sua cabeça. Não te deixes vencer do mal, mas vence o mal com o bem (Romanos 12:20-21).

(Leia 2 Crônicas 28:1-15)

Em contraste com Jotão, do qual somente coisas boas ficaram registradas, nada de favorável pode ser dito acerca de seu perverso filho, Acaz. Foi um terrível reinado durante o qual tudo provocava o Senhor à ira! Quão fundo o povo de Judá havia caído! Deus usa os reis da Síria e de Israel para puni-los. O último mata 120 mil homens em um só dia e captura 200 mil pessoas. No entanto, como o profeta Odede declara, a lição é tanto para o vitorioso quanto para o vencido. E não é também para nós? Antes de nos tornamos juízes dos outros, façamos uma auto-análise e vejamos se nós mesmos não temos pecado contra o nosso Deus (v. 10). Odede falou dessa maneira ao povo de Israel. Quatro deles, citados nominalmente, foram profundamente tocados e intercederam a favor dos pobres cativos. Então, não contentes em obter a liberdade dos prisioneiros, os quatro lhes supriram a necessidade e os conduziram de volta a Judá. Aqueles homens colocaram em prática a verdade de Romanos 12:20-21. Que belo exemplo de amor e devoção! Isso nos faz lembrar a atitude do samaritano na parábola de Lucas 10:33-34.

OS RESULTADOS DA JUSTIFICAÇÃO

Sendo, pois, justificados pela fé, temos paz com Deus por nosso Senhor Jesus Cristo; pelo qual também temos entrada pela fé a esta graça, na qual estamos firmes; e nos gloriamos na esperança da glória de Deus (Romanos 5:1-2).

Três resultados da justificação nos são apresentados aqui: temos paz com Deus, estamos na graça e nos gloriamos na esperança da glória de Deus.

Temos paz com Deus. Esta paz é fundada sobre a obra da redenção que o Senhor realizou na cruz do Calvário. Ele fez “a paz pelo sangue da sua cruz” (Colossenses 1:20). Quem se apodera dessa obra é justificado pela fé e entra na realidade desta paz. Já não precisa temer a condenação, sabendo que o Senhor Jesus levou seus pecados e veio suportar o julgamento de Deus por nossa culpa.

Nós estamos na graça de Deus. Este é o nosso privilégio: pela fé entramos no favor de Deus. Aqueles que outrora eram Seus inimigos agora se veem aceitos como filhos! É a graça, não a lei, que marca este relacionamento com Deus. Ele nos vê em Seu Filho, Jesus Cristo. Assim, o crente pode se aproximar de Deus com plena confiança proveniente da fé. Ele tem acesso constante ao Pai.

Nós nos gloriamos na esperança da glória de Deus. Esta é a nossa porção futura. Um dia desfrutaremos da glória de Deus. Em Sua oração, o Senhor Jesus expressou Seu desejo de que pudéssemos contemplar a Sua glória (João 17:24). Nossa esperança não é algo incerto: as promessas de Deus serão definitivamente cumpridas. Assim, podemos esperar a glória futura com um coração alegre e adorador.

IRRITADO COM O EVANGELHO

Porque, se nós, sendo inimigos, fomos reconciliados com Deus pela morte de seu Filho (Romanos 5:10).

Uma vez que Marcos se aposentou, ele colocou uma barraca no mercado onde regularmente distribuia Bíblias e literatura cristã. Uma manhã, quando estava montando sua barraca, seu vizinho, que vendia roupas, não parecia nada feliz. No decorrer da manhã, ele veio à barraca de Marcos várias vezes e demonstrava sua contrariedade.

Quando chegou a hora de recolher tudo, como a maioria dos clientes tinha ido embora, ele novamente veio à Marcos e deu vazão a seus sentimentos: “Você não tem o direito de estar aqui. Se você voltar, eu vou colocar fogo em todo o seu lixo!” Marcos só pôde responder: “Eu só estou aqui para lhe dizer que Deus o ama como você é”. Na outra semana ambos estavam de volta. A atmosfera estava tensa, mas o dia no mercado passou sem nenhum incidente grave. Semanas se passaram, e Marcos não viu o vendedor. Um dia, o homem estava de volta e veio até ele: “Eu quero pedir desculpas pelo meu comportamento no nosso primeiro encontro. Eu ainda era um mau sujeito, cheio de maus pensamentos para com Deus. Mas Ele me encontrou e me salvou. Você sabe, eu acredito no Senhor Jesus agora”.

Se a mensagem da Bíblia nos incomoda, especialmente quando fala de pecado ou do juízo vindouro, então devemos parar e começar a pensar. É sinal de que é preciso colocar as coisas em ordem com Deus!

Como podemos abrir caminho para a paz com Deus? Confessando os nossos pecados a Ele, de modo a obter o Seu completo perdão. Deus o oferece porque o Senhor Jesus fez “a paz pelo sangue da sua cruz” (Colossenses 1:20).

CONVERTIDO DE ÚLTIMA HORA

Como crerão naquele de quem não ouviram? E como ouvirão, se não há quem pregue?… De sorte que a fé é pelo ouvir, e o ouvir pela palavra de Deus

(Romanos 10:14, 17).

Na nossa aldeia vivia um homem muito velho, tinha 90 anos de idade. Ele era um livro vivo de história da região. Em seus anos mais jovens, tinha trabalhado em várias profissões que não mais existem; ele havia participado de festividades em locais que agora estavam reduzidos a montes de pedras. Com um certificado escolar normal, tornou-se secretário do prefeito e tinha começado muitas organizações sociais que ainda existem. Além disso, ele era o melhor caçador da região, conhecendo a localização e os hábitos dos animais.

Escusado será dizer que eu gostava de visitá-lo. Nunca me cansava de fazer-lhe perguntas e ouvir suas histórias.

Um dia, porém, minha consciência me alertou que, enquanto eu me beneficiava da experiência do velho, nunca tinha dito a ele acerca do tesouro que possuía.

Então dei-lhe um Novo Testamento como um presente. Ele praticamente o devorou! Apesar de tudo que havia conseguido em sua longa vida, ele não estava muito orgulhoso de ver a si mesmo como um pecador na luz de Deus. Ele aceitou o Senhor Jesus como seu Salvador e ficou muito feliz, acreditando nEle.

Ele teve que esperar 90 anos para que o amor de Deus entrasse em seu coração. Ele era, por assim dizer, um convertido de última hora, pois logo depois disso foi chamado para estar com Cristo, seu Salvador, para a eternidade.

OS DEZ MANDAMENTOS: SOB A LEI OU SOB A GRAÇA?

Porque pela lei vem o conhecimento do pecado. Sabendo que o homem não é justificado pelas obras da lei, mas pela fé em Jesus Cristo (Romanos 3:20; Gálatas 2:16).

Deus propôs ao homem que, se obedecesse aos dez mandamentos da lei, haveria um mundo sem crimes, sem guerras, sem terrorismo, sem roubos, sem corrupção; um mundo onde a paz, a justiça, o amor reinaria. Um mundo ideal! Mas, o que acontece? Cada um vive para si mesmo sem renunciar a nenhum prazer, se rebelando contra a autoridade, com todas as consequências que isso traz em todos os âmbitos da vida. Por quê? Porque o homem, incluindo suas melhores intenções, não pode cumprir a lei de Deus. A lei revela as exigências de Deus e condena as transgressões destas mesmas exigências por parte do homem (Gálatas 3:10).

Porém, Deus não nos deixa nessa situação desesperadora, mas nos deu uma saída: o nosso Senhor Jesus Cristo, Seu Filho. Ele levou a maldição que estava relacionada à transgressão da lei, a qual condena o homem. O que pertence a Cristo tem o privilégio de estar, não debaixo da lei, mas da graça (Romanos 6:14); a partir de então pode cumprir com liberdade a lei do Espírito, que é infinitamente superior à lei de Moisés (Romanos 8:2; Gálatas 2:19-20; Mateus 5:20). Esta lei não está somente gravada em tábuas de pedras ou em livros, mas no coração de cada filho de Deus (Hebreus 8:10).

10º MANDAMENTO: NÃO COBIÇARÁS

Não cobiçarás a casa do teu próximo; não cobiçarás a mulher do teu próximo, nem o seu servo, nem a sua serva, nem o seu boi, nem o seu jumento, nem coisa alguma do teu próximo. Andai em Espírito e não cumprireis a concupiscência da carne (Êxodo 20:17; Gálatas 5:16).

A palavra cobiçar significa “Desejar ardentemente, ambicionar”*. A publicidade explora as tendências vis do ser humano, como a cobiça e a luxúria, para promover a venda de produtos ou serviços. Algumas imagens impactantes despertam em nós um grande desejo de possuir e nos estimulam a fazer qualquer coisa para satisfazê-lo.

Contudo, Deus, que conhece perfeitamente nosso coração, diz de maneira explícita em Sua lei: “Não cobiçarás”. Em outras palavras: “Não se entregue ao sentimento de insatisfação que o leva a querer sempre o que você não tem”, cujas consequências são desastrosas, indo de escravidão financeira, quebra de relacionamentos até a assassinatos.

O cristão também cobiça, e corre o risco de ceder a ela. “Não reine, portanto, o pecado em vosso corpo mortal, para lhe obedecerdes em suas concupiscências” (Romanos 6:12). Não cobiçar é uma luta que começa na mente e no coração. O que busco? Por que desejo o que desejo? O que alimenta minha cobiça? Por que me sinto insatisfeito? Tais perguntas precisam ser feitas e respondidas à luz de Deus. O cristão possui o Espírito Santo, que lhe mostra toda a verdade (João 16:13), e a mente de Cristo, com a qual pode discernir todas as coisas (1 Coríntios 2:16).

FERIDO PELOS PRÓPRIOS AMIGOS

E sobre a casa de Davi e sobre os habitantes de Jerusalém derramarei o Espírito de graça e de súplicas; e olharão para mim, a quem traspassaram; e o prantearão como quem pranteia por um unigênito; e chorarão amargamente por ele, como se chora amargamente pelo primogênito. Naquele dia, será grande o pranto em Jerusalém (Zacarias 12:10-11).

Quando Pilatos apresentou Jesus à multidão em Jerusalém, com a esperança de soltá-Lo, ela bradou: “Tira! Tira! Crucifica-o!” (João 19:15). Esse povo não queria que Jesus reinasse sobre eles (Lucas 19:14), porém, a vontade do homem não pode afetar os planos de Deus. “Porque convém que reine” (1 Coríntios 15:25). Quando Jesus Cristo vier para estabelecer Seu reinado, o povo que não O quis (Isaías 53:3) terá de aceitá-Lo, se humilhar e lamentar (Zacarias 12:10).

O capítulo 13 de Zacarias evoca este encontro. Ele dirá: “Sou lavrador da terra” (v. 5). Esta palavra profética se aplica ao Senhor Jesus, pois Ele desceu do céu e veio a uma terra ingrata e contaminada pelo pecado. Ele “arou” o coração duro e mau dos homens, e a maioria permaneceu rebelde. Mas em um tempo futuro, alguns Lhe perguntarão: “Que feridas são essas nas tuas mãos?” (v. 6). E o Senhor Jesus responderá: “São as feridas com que fui ferido em casa dos meus amigos”. É como se lhes dissesse com ternura: “Vocês mesmos fizeram estas feridas. Os sofrimentos da cruz Eu enfrentei por amor a vocês”. Ele que viveu na pobreza e na humilhação tem um amor que nada pode esfriar. E então o povo reconhecerá Seu Messias. O Senhor Jesus dirá: “Meu povo”, e o povo responderá: “O SENHOR é meu Deus” (Zacarias 13:9).

MEDITAÇÕES SOBRE O LIVRO DE 2 CRÔNICAS

Eis que o temor do Senhor é a sabedoria, e apartar-se do mal é a inteligência (Jó 28:28).

(Leia 2 Crônicas 27:1-9)

Este breve capítulo tem apenas coisas boas a dizer sobre Jotão, filho e sucessor de Uzias. Embora ele também se tenha tornado poderoso (v. 6), aprendeu com a terrível lição que seu pai recebera, como o versículo 2 enfatiza. Isso é sinal de sabedoria! Se aprendermos com a experiência dos outros, não teremos de passar pela mesma dolorosa escola. Jotão subjugou os filhos de Amom. Qual era o seu segredo? Façamos o mesmo se também quisermos obter esse poder divino: ele “dirigia os seus caminhos segundo a vontade do SENHOR, seu Deus” (v. 6). Dirigir o caminho significa andar alinhado com as instruções da Bíblia e viver diante de Deus uma vida que O agrade. “Pondera a vereda de teus pés, e todos os teus caminhos sejam retos. Não declines nem para a direita nem para a esquerda; retira o teu pé do mal” (Provérbios 4:26-27).

Que pena que o povo não seguiu os passos de seu fiel rei! Eles se corromperam mais ainda (v. 2). O reinado de Jotão, portanto, não pode ser classificado como um reavivamento tal qual produzido pelo Espírito Santo no tempo de Ezequias e Josias.

9º MANDAMENTO: NÃO DIRÁS FALSO TESTEMUNHO

Não dirás falso testemunho contra o teu próximo. Pelo que deixai a mentira e falai a verdade cada um com o seu próximo. (Êxodo 20:16; Efésios 4:25).

Quando um acidente acontece, os policiais imediatamente saem à procura de testemunhas dos fatos. Isso é capital para as investigações. A sociedade pede testemunhas de crimes, para julgamentos, para casamentos, para contratos, etc. As testemunhas servem para atestar a veracidade de um fato. Suas declarações são fundamentais para determinar a responsabilidade de uma pessoa, para orientar investigações, e muitas outras coisas. É importantíssimo que uma testemunha seja fiel e que sua palavra reflita exatamente a realidade.

O nono mandamento da lei de Deus condena com veemência o falso testemunho, aquele que falsifica a verdade e se baseia na mentira, qualquer que seja o motivo disso, para favorecer ou prejudicar. Quantos erros judiciais, reputações manchadas, inocentes condenados, e culpados soltos devidos a falsos testemunhos!

Ao longo do processo de Jesus Cristo, o mais injusto que houve, várias testemunhas deram falsos testemunhos contra Ele.

“Deus é amor” (1 João 4:8), porém, também é o Deus da verdade (Salmo 31:5). “Estas seis coisas aborrece o SENHOR…língua mentirosa… testemunha falsa que profere mentiras…” (Provérbios 6:16-19), incluindo as mentirinhas sociais. Ele espera que dia a dia Seus filhos rejeitem a mentira e digam a verdade quando falarem com qualquer pessoa; o testemunho deles não passará despercebido.

8º MANDAMENTO: NÃO FURTARÁS

Não furtarás (Êxodo 20:15).

“Ladrão, ladrão!”. Já não estamos mais na época em que se viajava de carroças, assaltadas nos bosques por bandidos. A forma de viajar mudou e a de roubar também! Hoje o roubo tem múltiplas e tecnológicas facetas.

A fraude também é roubo: tomar do outro mais do que se deve ou não lhe dar o que lhe é devido (isso inclui o tempo que se gasta distraído no trabalho, acessando a internet indevidamente, etc).

Hoje as pessoas se cercam contra o roubo, seja utilizando sistema de alarmes, câmeras de segurança e outros dispositivos. Em uma sociedade onde cada vez é mais difícil distinguir entre o bem e o mal, certas formas de roubo estão se tornando até aceitáveis. Mas apesar dessa evolução maligna, há uma coisa que não muda, isto é, o mandamento dado por Deus em Sua lei: “Não furtarás”. Não há nada que possamos esconder de Deus, pois Ele está consciente de todas as obras dos habitantes da Terra (Salmo 33:13-15), e um dia recompensará a cada um segundo essas mesmas obras (Romanos 2:6). Em um mundo que sofre tanto com o roubo, a ordem de Deus para Seus filhos é que “aquele que furtava não furte mais; antes, trabalhe, fazendo com as mãos o que é bom, para que tenha o que repartir com o que tiver necessidade” (Efésios 4:28).

Assim, as mãos que antes estavam prontas para roubar se lançam ao trabalho, inclusive para ajudar os necessitados. Que testemunho tremendo!

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