Max Lucado

Bueiros abertos e pecados repentinos (2)

Ninguém que esteja lendo estas palavras está livre da tragédia do pecado repentino. Ninguém está imune a esta armadilha de perdição. Este demônio dos infernos pode escalar a mais alta parede do mosteiro, penetrar na fé mais profunda e execrar o lar mais puro.

Alguns de vocês sabem exatamente do que estou falando. Vocês poderiam descrever isto em palavras melhores que as minhas, não? Alguns de vocês, como eu, caem tão freqüentemente que o hálito de Satanás está longe de ser uma simples força de expressão. Você pede perdão a Deus tão freqüentemente que começa a pensar que o poço de misericórdia pode secar.

Quer aguçar suas defesas um pouco mais? Precisa de ajuda para reforçar sua artilharia? Já caiu no bueiro um número suficiente de vezes? Então considere as idéias a seguir.

Primeiramente, reconheça Satanás. Nossa guerra não é contra a carne e o sangue, mas contra o próprio Satanás. Faça como Jesus fez quando Satanás o tentou no deserto. Chame-o pelo nome. Arranque sua máscara. Denuncie seu disfarce. Ele aparece nos trajes mais inocentes: uma noite com os amigos, um bom livro, um filme popular, uma vizinha bonita. Mas não deixe que ele o faça de bobo! Quando o desejo de pecar mostra sua face horrível, olhe diretamente nos olhos dele e diga com firmeza: “Para trás, Satanás!”. “Desta vez não, seu cão dos infernos! Já caminhei por seus becos malcheirosos antes. Volte para a cova de onde você veio!”. Não importa o que acontecer, não flerte com este anjo caído. Ele vai moê-lo como trigo.

Segundo, aceite o perdão de Deus. Romanos 7 é a carta de alforria para aqueles que apresentam uma tendência a cair. Veja o versículo 15: “Porque nem mesmo compreendo o meu próprio modo de agir, pois não faço o que prefiro, e, sim, o que detesto”.

Parece familiar? Continue lendo. Versículos 18 e 19: “Porque eu sei que em mim, isto é, na minha carne, não habita bem nenhum: pois o querer o bem está em mim; não, porém, o efetuá-lo. Porque não faço o bem que prefiro, mas o mal que não quero, esse faço”.

Olha só, Paulo andou lendo meu diário!

“Desventurado homem que sou! Quem me livrará do corpo desta morte?” (v. 24).

Paulo, por favor, não pare por aí! Não há um oásis nesta sequidão da culpa? Há sim. Agradeça a Deus e beba profundamente de sua palavra enquanto lê os versículos 25 e 1 do capítulo 8: “Graças a Deus por Jesus Cristo, nosso Senhor. De maneira que eu, de mim mesmo, com a mente sou escravo da lei de Deus, mas, segundo a carne, da lei do pecado. Agora, pois, já nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus”.

Amém. Aqui está. Você leu direito. Sublinhe este versículo em sua Bíblia, se desejar. Não existe condenação para aqueles que estão em Cristo. Absolutamente nenhuma. Busque a promessa. Memorize estas palavras. Aceite a limpeza. Jogue a culpa fora, Louve a Deus e… esteja atento aos bueiros abertos.

Traduzido por Cynthia Rosa de Andrade Marques
Texto original extraído com permissão do site www.maxlucado.com

Gente com rosa na lapela (2)

Não é difícil compreender e admirar a sabedoria da Srta. Maynell. Se você quiser conhecer a verdadeira história do coração humano, observe sua reação diante de uma figura sem atrativos. “Diz-me quem amas,” escreveu Houssaye, “e dir-te-ei quem és”.

Hollis Maynell, contudo, está longe de ser um exemplo para medir o coração de alguém que se interessa pelo que não é belo.

No último sermão registrado por Mateus, Jesus faz exatamente isso. E faz isso não por meio de uma parábola, mas por meio de uma descrição. Não conta uma história, mas descreve uma cena — a última cena, o juízo final. Em seu último sermão, Jesus coloca em palavras a verdadeira mensagem que Ele colocou em ação: “amar os excluídos”.

Não há dúvida quanto o juízo final. Todos estarão lá. Naquele dia Jesus separará as ovelhas dos cabritos, os bons dos maus.

Em que Ele se baseará para fazer essa seleção? Talvez você se surpreenda com a resposta. “Porque tive fome, e me destes de comer; tive sede, e me destes de beber; era forasteiro, e me hospedastes; estava nu, e me vestistes; enfermo, e me visitastes; preso, e fostes ver-me.”

Qual é a insígnea dos salvos? Sua escolaridade? Sua disposição para visitar países longínquos? Sua capacidade para atrair uma multidão e pregar? Sua habilidade para escrever livros com mensagens de esperança? Seus grandes milagrres? Não.

A insígnea dos salvos é seu amor para com os excluídos.

À direita do Pai estarão aqueles que deram de comer aos famintos, deram de beber aos sedentos, deram calor humano aos abandonados, vestiram os nus, confortaram os enfermos e visitaram os presos.

A insígnea dos salvos é seu amor para com os excluídos.

Você observou como é simples o que Jesus nos pede? Jesus não diz: “Eu estava enfermo e me curastes… Esta preso e me libertastes… estava abandonado e me construístes uma casa de repouro para mim…” Ele não diz: “Tive sede e me destes assistência espiritual.”

Sem ostentações. Sem estardalhaço. Sem alardes na imprensa. Apenas pessoas bondosas praticando atos de bondade.

Porque quando praticamos atos de bondade a outas pessoas, praticamos atos de bondades a Deus.

Quando Francisco de Assis deu as costas à riqueza para seguir a Deus com simplicidade, abandonou suas roupas e saiu da cidade. Logo a seguir viu um leproso na beira da estrada. Passou por ele, mas depois parou, deu meia volta e abraçou o homem enfermo. Francisco prosseguiu seu caminho. Depois de dar alguns passos, virou-se para olhar novamente o leproso, mas não viu ninguém.

Durante o resto de sua vida, ele acreditou que o leproso era Jesus Cristo. Talvez ele estivesse certo.

Jesus habita nos esquecidos. Fez morada nos ignorados. Vive no meio dos enfermos. Se quisermos ver a Deus, devemos ir até onde estão os humilhados e os abatidos. É lá que o veremos.

“[Ele] se torna galardoador dos que o buscam (Hebreus 11.6)” é a promessa. “Em verdade vos afirmo que sempre que o fizestes a um desses meus pequeninos irmãos, a mim o fizestes (Mateus 25.40)” é o desígneo.

Talvez você já tenha lido a história de um homem da Filadélfia que foi à uma feira de bugigangas e encontrou uma tela da qual gostou muito. Aquela pintura empoeirada de uma igreja rural custava apenas dois dólares. Estava rasgata e desbotada, mas o homem gostou dela e comprou-a. Ao abri-la quando chegou em casa, caiu de dentro uma folha de papel cuidadosamente dobrado. Era a Declaração da Independência. Aquilo que todos imaginavam ser uma pintura barata de feira de bugigangas continha uma das cem cópias originais da Declração da Independência [dos EUA] impresa em 4 de julho de 1776.

Surpresas valiosas são encontradas nos lugares mais impossíveis. A lição da feira de bugigangas se aplica à vida. Faça um investimento nas pessoas que o mundo rejeitou — o sem-teto, o aidético, o órfão, o divorciado — e talvez você descubra onde se encontra a sua independência.

A mensagem de Jesus é arrebatadora: “A maneira como você os trata é a maneira como também me trata.”

Dentre todos os ensinamentos de Cristo em sua última semana, para mim esse é o mais pungente. Gostaria que ele não tivesse dito o que disse. Gostaria que Ele tivesse dito que a insígnea dos salvos é a quantidade de livros que escreveram, porque já escrevi vários. Gostaria que Ele tivesse dito que insígnea dos salvos é a quantidade de sermões que pregaram, porque já preguei centenas. Gostaria que Ele tivesse dito que a insígnea dos salvos é a quantidade de pessoas que conseguiram atrair, porque já falei a milhares.

Mas Ele não disse isso. Suas palavras me dizem que aqueles que vêem Cristo são os que vêem os sofredores. Se você quiser ver Jesus, vá até uma casa de repouso, sente-se ao lado de uma senhora idosa, e ajude-a a colocar a colher na boca. Se quiser ver Jesus, vá até o hospital público e peça à enfermeira que o leve até alguém que nunca recebe visitas. Se quiser ver Jesus, saia do escritório, desça até o saguão e converse com o homem que está arrependido de ter se divorciado e está sentindo a falta dos filhos. Se quiser ver Jesus, vá até o centro da cidade e ofereça um sanduíche — não um sermão, mas um sanduíche — àquela senhora maltrapilha que mora debaixo do viaduto.

Se quiser ver Jesus… veja os mal-apessoados e os esquecidos.

Você poderá dizer que se trata de um teste. Um teste para medir a profundidade do nosso caráter. O mesmo teste que Hollis Maynell utilizou com John Blanchard. Os rejeitados do mundo usando rosas. Assim como John Blanchard, temos às vezes de adaptar nossas expectativas. Temos às vezes de reexaminar nossos motivos.

Se ele tivesse virado as costas à uma figura sem atrativos, teria perdido o amor de sua vida.

Se nós virarmos as costas, poderemos perder muito mais.

Traduzido por Cynthia Rosa de Andrade Marques
Texto original extraído com permissão do site www.maxlucado.com

Triunfante para sempre

O triunfo é algo precioso. Damos honra a quem triunfa. O bravo soldado cavalgando sua montaria. O explorador decidido, voltando após sua descoberta; o atleta vencedor, levantando bem alto o troféu da vitória. É verdade, todos amam o triunfo.

O triunfo traz consigo um sentimento de propósito, significado. Quando triunfo, sou digno. Quando triunfo, tenho valor. Quando triunfo, sou importante.

O triunfo, porém, é passageiro. Mas se saboreia a vitória e ela se vai, depois de alcançada. Ninguém permanece campeão para sempre. Tempo para outra conquista, outra vitória. Talvez seja este o absurdo da afirmação de Paulo. “Mas graças sejam dadas a Deus que, por meio de Cristo. Nos conduz sempre em grande vitória” (2 Coríntios 2:14)

Veja bem, o triunfo de Cristo não é um evento ou uma ocasião. Não é passageiro. Triunfar em Cristo é um estilo de vida… um estado de ser! Triunfar em Cristo não é algo que fazemos, mas algo que somos.

Esta é a grande diferença entre a vitória em Cristo e a vitória no mundo. Um vencedor no mundo sempre se alegra com alguma coisa que realizou: atravessar o Canal da Mancha, subir o Monte Everest, ganhar um milhão de dólares. Mas o crente se alegra no que é:

Um filho de Deus! Um pecador, perdoado! Um herdeiro da eternidade!

Nas palavras do hino: “…herdeiro da salvação, comprado por Deus, nascido do seu Espírito, lavado no seu sangue.”

Nada pode separar-nos do triunfo de Cristo, não se apóia em nossa perfeição, mas no perdão divino. Como este triunfo é precioso! Embora sejamos oprimidos de todos os lados, a vitória continua nossa. Nada pode alterar a fidelidade de Deus.

“Triunfante em Cristo”. Não é algo que façamos. É algo que somos.

Traduzido por Cynthia Rosa de Andrade Marques
Texto original extraído com permissão do site www.maxlucado.com

Um coração como o dEle (1)

E se, por vinte e quatro horas, Jesus acordasse em sua cama, calçasse seus sapatos e cumprisse a sua agenda? Seu chefe passasse a ser o chefe dEle, e suas dores se tornassem as dores dEle? Com excessão de uma coisa, nada em sua vida não mudaria. Sua saúde continuaria a mesma. Circunstâncias iguais, horários inalterados, problemas pendentes. Somente um detalhe modificado.

E se, durante um dia e uma noite, Jesus vivesse a sua vida com o coração dEle? Seu coração ganhasse um dia de folga e sua vida fosse dirigida segundo o coração de Cristo? As prioridades dEle governando suas ações. As paixões dEle guiando suas decisões. O amor de Jesus conduzindo seu comportamento.

Como você seria? As pessoas notariam alguma mudança? Sua família – será que veriam algo novo? Seus colegas de trabalho sentiriam diferença? E os menos afortunados? Seriam tratados da mesma forma? E seus amigos? Perceberiam uma alegria maior? E quanto a seus amigos? Receberiam mais misericórdia do coração de Jesus do que do seu?

E você? Como se sentiria? Que alterações esse transplante produziria em seu nível de estresse? Em suas mudanças de humor? Em seu temperamento? Você dormiria melhor? Veria o amanhecer de modo diferente? E a morte? E os impostos? Haveria alguma chance de você precisar menos de aspirinas e tranqüilizantes? E quanto a suas reações em congestionamentos no trânsito? (Toquei num nervo exposto, certo?) Mais ainda, você continuaria com os mesmos hábitos?

Você daria continuidade aos planos projetados para as próximas vinte e quatro horas? Pare e pense em sua agenda. Obrigações. Compromissos. Passeios. Reuniões. Alguma coisa mudaria se Jesus tomasse o seu lugar?

Continue pensando nisso. Ajuste as lentes da sua imaginação até ter uma imagem clara de Jesus dirigindo sua vida, então tire a foto. O que você vê é o desejo de Deus. Ele quer que haja em nós “o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus” (Fl. 2:5).

O plano de Deus para você é nada menos do que um novo coração. Se você fosse um carro, Deus controlaria seu motor. Se fosse um computador, Deus controlaria seu software e o disco rígido. Caso fosse um avião, Ele se sentaria na cabine do piloto. Mas como você é uma pessoa, Deus quer trocar o seu coração.

Traduzido por Cynthia Rosa de Andrade Marques
Texto original extraído com permissão do site www.maxlucado.com

Tocando o coração do Rei

Recentemente, nossa família saiu à procura de escrivaninhas. Eu precisava de uma nova para o meu escritório, e prometera à Andrea e à Sara que também compraria escrivaninhas para os quartos delas. Sara estava espcialmente entusiasmada. Quando chegou da escola, advinhe o que ela fez? Brincou de escola! Nunca fiz isto em minha infância. Eu tentava esquecer as atividades da sala de aula, não repeti-las. Denalyn assegurou-me de que não avia problema, e de que esta era uma daquelas diferenças entre os sexos. Então fomos para a loja de móveis.

Quando Denalyn compra móveis, ela prefere um dos dois extremos – tão antigos, que chegam a ser frágeis, ou tão novos, que nem estão pintados. Dessa vez, optamos pelo último, entramos numa loja de móveis crus.

Andrea e Sara foram rápidas em suas escolhas, e eu fiz o mesmo. Em dado momento do processo, Sara descobriu que não levaríamos a escrivaninha para casa naquele dia, e isto perturbou-a profundamente. Expliquei-lhe que a peça tinha de ser pintada, e eles a entregariam dentro de quatro semanas. Eu poderia igualmente ter dito quatro milênios.

Seus olhos encheram-se de lágrimas.

“Mas, papai, eu quero levá-la para casa hoje.”

Para crédito de Sara, ela não bateu os pés, fazendo exigências. Arranjou, no entanto, um modo urgente de fazer seu pai mudar de idéia. Cada vez que eu me virava para o lado, lá estava ela me esperando.

“Papai, não acha que nós poderíamos pintá-la?”

“Papai, Eu mesma poderia fazer alguns desenhos em minha escrivaninha.”

“Papai, por favor, vamos levá-la para casa hoje.”

Após alguns minutos, ela desapareceu, apenas para retornar em seguida com os braços abertos, borbulhando com a descoberta:

“Adivinhe, papai! Ela cabe no porta-malas do carro!”

Você e eu sabemos que uma garotinha de sete anos do que cabe ou não num veículo, mas o fato de ela haver medido o porta-malas, com seus próprios bracinhos, amoleceu meu coração. O argumento decisivo, entretanto, foi o nome com que chamou-me:

“Papai, por favor, vamos levá-la hoje.”

A família Lucado levou uma escrivaninha para casa naquele dia.

Atendi o pedido de Sara pela mesma razão que Deus atende os nossos. O desejo dela era para o seu bem. Que pai não gostaria que seu filho passasse mais tempo estudando e desenhando? Sara queria o que eu também queria para ela. Só que ela o queria o mais rápido possível. Quando concordamos com o que Deus quer, Ele igualmente nos ouve (1 João 5:14).

O pedido de Sara foi franco. Deus também é movido por nossa sinceridade. “A oração de um justo é poderosa e eficaz” (Tiago 5:16 NVI).

Porém, acima de tudo, fui movido a atender porque Sara chamou-me de “papai”. Porque ela é minha filha, atendi o seu pedido. Porque somos Seus filhos, Deus atende-nos as orações. O Rei da Criação presta especial atenção à voz de Sua família. Ele não apenas está disposto a ouvir-nos – Ele ama ouvir-nos. E ainda nos diz o que lhe pedir. “Venha o Teu reino”.

Traduzido por Cynthia Rosa de Andrade Marques
Texto original extraído com permissão do site www.maxlucado.com

Um dia…

Milhares de anos antes de Jesus ser chamado de Cordeiro de Deus, o Criador prometeu perdão.

“Um dia”, Deus disse a Jeremias, “eles serão meu povo e eu serei o Deus deles”.

“Um dia”, Deus prometeu a Oséias, “eu não me lembrarei dos pecados deles”.

“E um dia”, escreveu Davi, “os erros dos seres humanos serão jogados fora – não debaixo do tapete ou atrás de um sofá, mas para longe , muito longe, tão longe quanto o Leste é Oeste”.

E você sabe o quê? Aquele dia chegou. Num monte de lixo fora de Jerusalém.

Um dia Deus, que tem todo o direito de fazer-me queimar toda eternidade, não enxergará mais minha apatia, minha gula, minhas mentiras e minha lascívia.

Ele indicará a cruz

E me convidará a ir para casa…
perdoado…
para sempre.

Traduzido por Cynthia Rosa de Andrade Marques
Texto original extraído com permissão do site www.maxlucado.com

Um coração como o dEle (2)

“E vos renoveis no espírito do vosso sentido, e vos revistais do novo homem, que, segundo Deus, é criado em verdadeira justiça e santidade” (Ef 4.23,24).

Deus deseja que você seja assim como Jesus. Ele quer que você tenha um coração como o dEle.

Vou me arriscar a dizer algo. É perigoso resumir grandes verdades em apenas uma afirmação, mas vou tentar. Se uma sentença ou duas pudessem captar o desejo de Deus para cada um de nós, seria mais ou menos assim:

Deus o ama como você é, mas se recusa a deixá-lo desse jeito. Ele quer que você seja simplesmente como Jesus.

Deus o ama como você é. Se pensa que seu amor por você seria maior se sua fé também fosse, não é verdade. Se acha que seu amor seria mais profundo se seus pensamentos também fossem assim, novo erro. Não confunda o amor de Deus com o amor humano. O amor humano sempre aumenta com o desempenho do outro e diminui com os erros. Isso não acontece com o amor de Deus. Ele o ama exatamente como você é. Citando o autor favorito de minha esposa:

O amor de Deus nunca cessa. Nunca. Mesmo que o rejeitemos, ignoremos, desprezemos ou lhe desobedeçamos. Ele não muda. Nosso mal não diminui seu amor. Nossa bondade não pode aumentá-lo. Nossa fé não pode conquistá-lo tanto quanto nossa estupidez pode comprometê-lo. Deus não nos amará menos se falharmos ou formos bem-sucedidos. O amor de Deus nunca cessa.

Deus o ama como você é, mais se recusa deixá-lo como está.

Quando minha filha Jenna era criança, eu costumava levá-la a um parque não muito longe de nosso apartamento. Certo dia, quando ela brincava em um quadrado de areia, um sorveteiro aproximou-se de nós. Eu comprei um sorvete para ela, então, quando me virei para entregar-lhe, vi que sua boca estava cheia de areia. Ela encheu de sujeira um local que eu planejava adoçar.

Será que eu a amava mesmo com a boca suja? Absolutamente. Ela deixou de ser minha filha por estar com sujeira em sua boca? É claro que não. Iria eu permitir que ela ficasse com aquela sujeira em sua boca? Por quê? Porque eu a amo.

Deus faz o mesmo por nós. Ele nos segura sobre a fonte de águas limpas. “Cuspa a sujeira, querida”, adverte nosso Pai. “Tenho algo melhor para você”. Então Ele nos limpa de nossa sujeira: imoralidade, desonestidade, preconceitos, amargura, ganância. Nós não gostamos da limpeza; algumas vezes até optamos pela sujeira ao invés do sorvete. “Posso comer sujeira se quiser!”, afirmamos e proclamamos. É verdade – podemos. Mas só temos a perder. Deus tem uma oferta melhor. Ele quer que sejamos simplesmente como Jesus.

Essa não é uma boa notícia? Você não está fadado à realidade presente. Não está condenado a ser um resmungão. Mesmo com preocupações diárias, você não precisa andar preocupado pelo resto da vida. E se for uma pessoa intolerante? Não precisa achar que vai morrer desse jeito.

De onde veio a idéia de que não pode mudar? De onde provêm afirmações tais como: “Minha natureza é ser uma pessoa preocupada” ou “Sempre serei pessimista. Eu sou assim mesmo” ou “Meu temperamento é ruim. Não consigo controlar minhas reações”? Quem disse? Será que faríamos as mesmas afirmações quanto a nossos corpos? “Faz parte de minha natureza ter uma perna quebrada. Não posso fazer nada a respeito”. Certamente que não. Procuramos ajuda quando nossos corpos funcionam mal. Não deveríamos fazer o mesmo com nossos corações? Não deveríamos buscar ajuda para nossas atitudes amargas? Não podemos requerer tratamento para nossas tiradas egoístas? Certamente que podemos. Jesus pode mudar nossos corações. Ele deseja que tenhamos um coração como o seu.

Dá para imaginar uma oferta melhor?

Traduzido por Cynthia Rosa de Andrade Marques
Texto original extraído com permissão do site www.maxlucado.com

Volte para casa

A casa pequenina era simples, mas adequada. Consistia de um único cômodo grande e localizava-se em uma rua de terra. Sua cobertura de telhas vermelhas era igual à de várias outras de um bairro pobre na periferia de uma cidade brasileira. Era uma casa confortável. Maria e sua filha, Cristina, haviam feito o que podiam para dar um toque colorido às paredes cinzas e um ar de limpeza ao chão duro e empoeirado: um antigo calendário, uma fotografia desbotada de um parente, um crucifixo de madeira. A mobília era modesta: duas camas toscas, uma pia para lavar o rosto e um fogão de lenha.

O marido de Maria morreu quando Cristina ainda era bebê. A jovem mãe, que se recusou obstinadamente a casar-se novamente, conseguiu um emprego para poder criar a filha pequena. E agora, quinze anos depois, o pior já havia passado. Embora o salário de Maria como empregada doméstica não lhe permitisse comprar uma ou outra futilidade, era suficiente para propiciar alimentos e roupas a ela e à filha. Agora, porém, Cristina já tinha idade para conseguir um emprego e ajudar a mãe.

Algumas pessoas diziam que Cristina herdara o espírito de independência da mãe. Ela resistia à idéia tradicional de casar-se jovem e de constituir família. Não porque fosse incapaz de conseguir um marido. Sua pele morena e olhos castanhos atraíam um grande número de admiradores à sua porta. Ela possuía um jeito todo especial de jogar a cabeça para trás e contagiava a todos com suas gargalhadas. Possuía também aquela certa magia, inerente a poucas mulheres, que fazem os homens se sentirem reis só por estarem perto delas. Mas era aquele ar de curiosidade que mantinha os rapazes ao alcance de sua mão.

Ela dizia sempre que queria conhecer uma cidade grande. Sonhava em trocar seu vilarejo pobre e empoeirado pela vida exuberante da cidade. Aquela idéia deixava sua mãe horrorizada. Maria sempre mencionava a Cristina as dificuldades de se morar em uma cidade grande.

“Lá, você vai ser uma desconhecida. Os empregos são difíceis de conseguir, e a vida é cruel. Além disso, se você for morar lá, o que vai fazer para ganhar a vida?”

Maria sabia exatamente o que Cristina faria ou teria de fazer para ganhar a vida. Foi por isso que ficou com o coração apertado quando acordou certa manhã e viu a cama da filha vazia. Imediatamente entendeu que Cristina havia partido. E imediatamente decidiu o que deveria fazer para encontrá-la. Colocou algumas roupas em uma sacola, pegou todo dinheiro que possuía e deixou sua casa para trás.

A caminho do ponto de ônibus, ela decidiu fazer uma última coisa: tirar uma fotografia. Entrou em um pequenos estúdio, fechou as cortinhas e gastou tudo o que podia em fotografias. Com a bolsa cheia de pequenos retratos em branco e preto, ela entrou no ônibus com destino ao Rio de Janeiro.

Maria sabia que Cristina não tinha meios de ganhar dinheiro. Sabia também que a filha era teimosa demais para desistir. Quando o orgulho se choca com a fome, o ser humano é capaz de fazer coisas antes inconcebíveis. Sabendo disso, Maria começou suas buscas. Bares, hotéis, boates, qualquer canto que abrigasse pessoas de rua ou prostitutas. Percorreu todos esses lugares e, em cada um, deixava uma foto sua – pendurada em espelhos de banheiro, pregada em quadro de avisos de hotéis, presa em cabines telefônicas. E, no verso de cada foto, ela escreveu um bilhete.

Pouco tempo depois, o dinheiro e as fotografias acabaram, e Maria teve de voltar para casa. Vencida pelo cansaço, ela chorou quando o ônibus começou a longa viagem de volta para seu vilarejo.

Algumas semanas depois, Cristina estava descendo a escada de um hotel. Seu rosto jovem tinha um ar de cansado. Seus olhos castanhos não mais brilhavam com a euforia da juventude. Só estampavam sofrimento e medo. As gargalhadas desapareceram. Os sonhos transformaram-se em pesadelo. Como seria bom, ela pensara milhares de vezes, trocar aquele grande número de camas pela segurança de seu leito aconchegante. Porém, em vários sentidos, o seu vilarejo estava longe demais. Quando ela chegou ao pé da escada, seus olhos avistaram um rosto conhecido. Ela olhou mais uma vez, e lá estava, no espelho do saguão, uma pequena fotografia de sua mãe. Os olhos de Cristina começaram a arder, e ela sentiu um aperto na garganta enquanto atravessava o saguão e pegava a foto. No verso estava escrito esse convite irrecusável: “Não importa o que você fez, não importa em que você se transformou. Por favor, volte pra casa.”

Ela voltou.

Traduzido por Cynthia Rosa de Andrade Marques
Texto original extraído com permissão do site www.maxlucado.com

Não se deixe levar!

“… Pedro os seguia de longe…” Lucas 22:54

Pedro era esperto. Ele ficou longe de Jesus.
“Ficarei perto o bastante para vê-lo”, raciocinou.
“Mas não perto demais, pois talvez me vejam”.

Pedro sabia raciocinar.
Não se envolva demais – pode machucar-se.
Não seja leal demais – talvez fique marcado.
Não mostre demasiado interesse – eles vão crucificá-lo também.

Precisamos de mais homens como você, Pedro.
Homens que mantenham a religião em seu lugar.
Homens que não agitem a água.
Homens que se deixem envolver pela mediocridade.

Esse é o tipo de homem que Deus precisa, com certeza.
Os que sabem”ficar de longe”:
“Vou pagar o que devo e virei uma vez por semana; bem…você pode deixar-se levar”.

Você pode mesmo deixar-se levar.
Colina acima
Até a cruz
E ser morto.

Pedro aprendeu uma lição naquele dia – uma lição dura.
É melhor jamais seguir Jesus, do que seguí-lo e depois negá-lo.

Guarde estas palavras:
Siga à distância e você negará o Mestre.
Ponto final.
Você não vai morrer por um homem em que não pode tocar. Ponto. Mas fique perto dele, em sua sombra…
E irá morrer com ele. Alegremente.

Traduzido por Cynthia Rosa de Andrade Marques
Texto original extraído com permissão do site www.maxlucado.com

Um coração como o dEle (3)

O CORAÇÃO DE CRISTO

O coração de Jesus era puro. O Salvador era adorado por milhares de pessoas, mas ainda assim contentava-se com uma vida simples. Ele recebeu o cuidado de mulheres (Lc 8.1-3) e nunca foi acusado de ter pensamentos impuros; foi desprezado por aqueles que criara, mas mostrou-se disposto a perdoá-los antes mesmo que clamassem por misericórdia. Pedro, que viajou com Jesus durante três anos e meio, descreveu-o como “um cordeiro imaculado e incontaminado” (1 Pe 1.19). Após sua convivência com Jesus, João concluiu: “e nele não há pecado” (1 Jo 3.5).

Jesus possuía um coração sereno. Os discípulos inquietavam-se sobre a necessidade de alimentar a muitos, mas Jesus não. Ele agradeceu a Deus pelo problema. Os discípulos gritaram de medo durante a tempestade, Jesus não. Ele dormiu o tempo todo. Pedro puxou sua espada para lutar com os soldados, mas Jesus não. Ele levantou sua mão para curar. Seu coração estava em paz. Quando seus discípulos o abandonaram, Ele ficou amuado e quis voltar para casa? Quando Pedro o negou, Jesus perdeu a paciência? Quando os soldados cuspiram em sua face, soprou fogo neles? Nem pensar! Ele estava em paz. Ele os perdoou. Recusou-se a ser guiado pela vingança.

Também recusou-se a ser dirigido por qualquer outra coisa que não fosse seu chamado supremo. Havia um propósito em seu coração. A maioria das pessoas nada almejam em particular e é só isso que conseguem. Jesus possuía um único objetivo: salvar a humanidade dos seus pecados. Ele poderia resumir sua vida em uma única sentença: “Porque o Filho do Homem veio buscar e salvar o que se havia perdido” (Lc 19.10). Jesus estava tão concentrado em sua missão que soube quando dizer “Ainda não é chegada a minha hora” (Jo 2.4) e também “Está consumado” (Jo 19.30). Mas ele não estava concentrado a ponto de se tornar inconveniente.

Ao contrário, como eram agradáveis seus pensamentos! As crianças não podiam resisitr a Jesus. Ele encontrava beleza nos lírios, alegria na adoração e possibilidades nos problemas. Ele passava dias entre multidões de pessoas enfermas e ainda sentia pena delas. Ele passou mais de três décadas entre a sujeira e o lamaçal de nossos pecados e ainda assim enxergou beleza em nós a ponto de morrer por nossas transgressões.

Porém, o maior atributo de Jesus era este: seu coração era espiritual. Seus pensamentos refletiam um relacionamento íntimo com o Pai. “Crede-me que estou no Pai, e o Pai, em mim”, afirmou Ele (Jo 14.11). Seu primeiro sermão tem início com as palavras “O Espírito do Senhor é sobre mim” (Lc 4.18). Ele foi “conduzido pelo Espírito” (Mt 4.1) e “cheio do Espírito Santo” (Lc 4.14). Ele retornou do deserto “pela virtude do Espírito” (Lc 4.14).

Jesus recebeu suas instruções de Deus. Ele tinha o hábito de adorar (Lc 4.16). Era sua prática memorizar as Escrituras (Lc 4.4). Lucas diz que Jesus “retirava-se para os desertos e ali orava” (Lc 5.16). Seus momentos de oração o orientavam. Certa vez, ao retornar de um período de oração, Ele anunciou que era tempo de ir para outra cidade (Mc 1.38). Outro momento de oração resultou na escolha dos discípulos (Lc 6.12,13). Jesus era guiado por uma mão invisível. “Porque tudo quanto Ele (Deus) faz, o Filho o faz igualmente” (Jo 5.19). No mesmo capítulo, Ele afirma: “Eu não posso de mim mesmo fazer coisa alguma; como ouço, assim julgo” (Jo 5.30).

O coração de Jesus era espiritual.

Traduzido por Cynthia Rosa de Andrade Marques
Texto original extraído com permissão do site www.maxlucado.com

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