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Max Lucado

Comunicar é mais do que falar

Existem basicamente dois tipos de pessoas que se envolvem numa conversa. Os que querem comunicar-se e os que querem mostrar-se. O último tipo é um perito em tudo por atribuição própria e não pode resistir à tentação de oferecer seus pontos de vista em qualquer assunto. Ele é a pessoa que faz um comentário na classe a fim de ser notado por outros em lugar de aprender dos outros.

O irônico é que o verdadeiro perito num assunto jamais tem necessidade de diminuir os outros a fim de elevar a si mesmo. Ele também não precisa empregar um vocabulário técnico estrangeiro para comunicar-se com o público leigo. Esse vocabulário pode ser útil em círculos profissionais, mas basicamente inútil em outros setores.

Nós desenvolvemos nosso próprio vocabulário na religião: “salvação”, Espírito Santo”, “santidade”, “reconciliação”. Essas são palavras valiosas e importantes para nós, mas para o não-cristão comunicam bem pouco.

Um dos paradoxos da comunicação é que uma palavra precisa ser compreendida por ambas as partes antes de seu uso ser aprovado. O fato de você compreender um termo ou conceito não significa que seu interlocutor também entenda. Cabe então ao comunicador escolher palavras comuns a ambos. Usar palavras longas e difíceis pode impressionar, mas não faz parte da boa comunicação. Atirar as palavras e supor que elas serão compreendidas é uma atitude irresponsável, egoísta.

E.H. Hutten conta uma história muito interessante sobre Albert Einstein. Trata-se de um bom exemplo de como perito que conhece seu valor não tem necessidade ou desejo de impressionar outros. Na Faculdade de Princeton, Einstein assistia ocasionalmente conferências feitas por excelentes cientistas que muitas vezes eram um tanto obscuros e técnicos ao fazerem suas apresentações. Hutten relata: “Einstein se levantava depois da palestra e perguntava se podia fazer um pergunta. Ele ia então para o quadro negro e começava a explicar em termos simples o que o professor dissera. “Eu não tinha certeza de tê-lo entendido corretamente”, dizia então com delicadeza, esclarecendo assim o que o orador não conseguira transmitir.

A comunicação eficaz é justamente isso, Jesus foi um mestre nesse sentido, jamais supondo que algo tivesse sido comunicado apenas pelo fato de ter sido exposto. Ele empregou enorme criatividade: ilustrações, parábolas, enigmas, perguntas, estudos de casos, e assim por diante.

Traduzido por Cynthia Rosa de Andrade Marques
Texto original extraído com permissão do site www.maxlucado.com

O aplauso do céu

Em breve você estará em casa. Talvez ainda não tenha notado, mas está cada vez mais perto de casa. Cada momento é um passo dado. Cada respiração é uma página virada. Cada dia é um quilômetro percorrido, uma montanha escalada. Você está mais perto de casa do que imagina.

Antes que você perceba, seu dia marcado chegará; você descerá a rampa e entrará na Cidade. Verá rostos familiares aguardando por você. Ouvirá seu nome ser proferido por aqueles que o amam. E, talvez, digo talvez – no fundo, atrás da multidão – Aquele que preferiu morrer a viver sem você retirará as mãos feridas de dentro de seu manto celestial e… aplaudirá.

Traduzido por Cynthia Rosa de Andrade Marques
Texto original extraído com permissão do site www.maxlucado.com

Coloque sua fé onde está o seu coração

Pegue uma caneta e um pedaço de papel e vá para onde possa ficar sozinho. Descubra um lugar em que possa se isolar durante uma hora para pensar sem interrupção. Depois sente-se. Peque a caneta e… está pronto? Escreva as coisas em que acredita. Não aquilo que pensa – ou espera – ou especula – mas no que tem fé. Ponha no papel essas convicções firmes, sobre as quais pode-se construir uma vida. Pelas quais vale a pena dar a vida.

Por exemplo, estas são algumas das coisas inegáveis em que creio – não estão à venda, nem faço negócio com elas:

– Existe um Deus cujo maior interesse é saber se eu o amo ou não.
– Tenho uma razão para viver.
– O dinheiro não é a resposta. Portanto, a abundância ou falta dele não irá dominar-me.
– Jamais morrerei.
– Minha família me ama e eu a amo.
– Viverei eternamente e o céu está próximo.
– Sou eu que controlo o meu temperamento e vice-versa.
– Posso mudar o meu mundo.
– O elemento mais importante no mundo é outro ser humano.

Olhe agora para sua lista. Analise-a. Seu fundamento é bastante sólido para que possa apoiar-se nele? Caso negativo, seja paciente – dê a si mesmo algum tempo para crescer.

Não jogue fora a sua lista… Guarde-a. Eu tenho uma tarefa especial para você. Coloque essa lista em algum lugar onde possa sempre encontra-la; em sua carteira, sua bolsa…

Qualquer lugar conveniente.

Da próxima vez que você for intimidado pelo “Sr. Sabe-Tudo” ou pela “Srta. Tem-Tudo”, da próxima vez que sua auto-imagem sair se arrastando pela porta, pegue sua lista. Olhe bem para ela. Algumas das coisas indiscutíveis para você foram ameaçados? O seu fundamento foi abalado?

Normalmente isso não acontece. E é esse justamente o ponto. Se você sabe no que põe a sua fé – (quero dizer, sabe realmente), se sabe o que é importante e o que é trivial, então, nem todos os gigantes do mundo poderão amarrá-lo.

Traduzido por Cynthia Rosa de Andrade Marques
Texto original extraído com permissão do site www.maxlucado.com

Quando tudo o que é bom se despedaça

A pergunta de Davi não é a nossa? Quando tudo o que é bom se despedaça, o que os justos podem fazer? Quando aviões perfuram torres fortes, quando chamas coroam nossa fortaleza, quando cidades sacodem e as pessoas sucumbem, o que podemos fazer?

Ainda estamos esperando que iremos acordar. Ainda estamos esperando que vamos abrir um olho sonolento, balançar a cabeça com cara de travesseiro e pensar “Cara, que sonho!”. Mas não vamos. Porque o que vimos não foi um sonho.

Foi indizível, impensável, mas não foi um sonho. Pessoas morreram mesmo. Prédios caíram mesmo.

E nós estamos tristes. Estamos tristes pelas pessoas inocentes que morreram, pelos seus filhos que não os verão mais, por seus cônjuges que terão que enterrá-los. Nós sofremos a perda da vida.

Mas nosso sofrimento vai ainda mais fundo. Quando nos enlutamos pela morte de pessoas, nós nos enlutamos pela morte de uma imagem. Assim como o horizonte da cidade está alterado para sempre, também estará a nossa visão do mundo. Nós pensávamos que éramos intocáveis, impenetráveis.

Com a perda de vidas inocentes vai a perda da própria inocência. Talvez devêssemos saber melhor, mas não sabíamos.

Então, o que podemos fazer? “Quando tudo o que é bom se despedaça, o que podem fazer os justos?”

Curiosamente, Davi não responde sua pergunta com uma resposta. Ele responde com uma declaração: “O Senhor está no seu santo templo. O Senhor está no seu trono no céu”.

Este ponto é infalível: Deus não é afetado pelas nossas tormentas. Ele não é detido pelos nossos problemas. Ele não é atingido por esses problemas. Ele está no seu santo templo. Ele está sobre o seu trono no céu.

Edifícios caíram, mas Ele não. O negócio de Deus é mudar a tragédia em triunfo.

Ele não fez isso com José? Veja-o na prisão egípcia. Seus irmãos o haviam vendido; a mulher de Potifar tinha se deitado com ele. Se alguma vez um mundo desabou, foi o de José.

Ou considere Moisés, cuidando de rebanhos no deserto. É isso que ele pretendia fazer com a sua vida? Difícil. Seu coração bate com sangue judeu. Sua paixão é conduzir os escravos, então por que Deus o mantém conduzindo ovelhas?

E Daniel. E Daniel? Ele estava entre os melhores e mais brilhantes jovens de Israel, o equivalente às melhores graduações do nosso país. Mas ele e toda a sua geração estão sendo levados para fora de Jerusalém. A cidade está destruída. O Templo está em ruínas.

José na prisão. Moisés no deserto. Daniel em cadeias. Esses foram momentos escuros. Quem poderia ver qualquer coisa boa neles? Quem poderia saber que o José prisioneiro estava a uma promoção de tornar-se o José Primeiro Ministro? Quem teria pensado que Deus estava dando a Moisés quarenta anos de treinamento no deserto no mesmo deserto por onde ele conduziria o povo? E quem teria imaginado que Daniel, o cativo, seria em breve o Daniel conselheiro do rei?

Deus faz coisas assim. Ele fez com José, com Moisés, com Daniel, e, mais do que todos, ele fez com Jesus. Os seguidores de Cristo viram na cruz a inocência assassinada. A bondade assassinada. A torre de força do céu foi perfurada. Mães choraram, o mal dançou, e os apóstolos tiveram que querer saber: “Quando todas as coisas boas se despedaçam, o que fazem os justos?”

Deus respondeu sua pergunta com uma declaração. Com o estrondo da terra e com o rolar da rocha ele lembrou que “O Senhor está no seu santo templo; o Senhor está no seu trono no céu”.

E hoje nós devemos nos lembrar: ele ainda está. Ele ainda está no seu templo, ainda sobre o seu trono, ainda no controle. E ele ainda transforma prisioneiros em príncipes, cativos em conselheiros e sextas-feiras em domingos. O que ele fez então, ele ainda fará.

Cabe a nós pedir que ele faça.

Traduzido por Cynthia Rosa de Andrade Marques
Texto original extraído com permissão do site www.maxlucado.com

O povo da caverna

Há muito tempo atrás, ou talvez não muito tempo assim, havia uma tribo em uma caverna fria e escura. Os habitantes da caverna se apertavam e gritavam contra o frio. Eles se lamentavam em voz alta e demoradamente. Era só isso que faziam. Era tudo o que sabiam fazer. Os sons na caverna era tristes, mas as pessoas não sabiam disso, porque nunca tinham conhecido a vida.

Mas, então, um dia eles ouviram uma voz diferente. “Eu ouvi seu choro” ela disse. “Eu senti seu frio e vi as suas trevas. Eu vim para ajudar”.

Os habitantes da caverna permaneceram em silêncio. Eles nunca tinham ouvida esta voz. A esperança soava estranho aos seus ouvidos. “Como é que vamos saber que você veio ajudar?”

“Confiem em mim”, ele respondeu. “Eu tenho o que vocês precisam”.

O povo da caverna examinou no escuro até a figura do estranho. Ele estava empilhando alguma coisa, então curvava-se e empilhava mais.

“O que você está fazendo?”, alguém gritou, nervoso.

O estranho não respondeu.

“O que você está fazendo?”, gritou alguém em voz ainda mais alta.

Nenhuma resposta ainda.

“Diga-nos”, exigiu um terceiro.

O visitante ficou em pé e falou na direção das vozes: “Eu tenho o que vocês precisam”. Com isso ele virou-se para a pilha a seus pés e acendeu-a. A madeira pegou fogo, chamas levantaram-se e a luz encheu a caverna.

O povo da caverna afastou-se com medo. “Ponha isso para fora”, gritaram.

“Dói olhar para isso”.

“A luz sempre dói antes de ajudar”, ele respondeu. “Cheguem mais perto. A dor logo vai passar”.

“Eu não”, declarou uma voz.

“Nem eu”, concordou uma segunda.

“Só um tolo iria se arriscar a expor seus olhos a uma luz assim”.

O estranho chegou perto do fogo. “Vocês prefeririam a escuridão? Prefeririam o frio? Não consultem seus temores. Dêem um passo de fé.

Por um bom tempo ninguém falou. As pessoas pairavam em grupos cobrindo os olhos. O fazedor de fogo ficou de pé próximo do fogo. “Está quente aqui”, convidou.

“Ele está certo”, alguém atrás dele anunciou. “Está mais quente”. O estranho virou-se e viu um vulto caminhando em direção ao fogo. “Eu consigo abrir meus olhos agora”, ela proclamou. “Eu consigo ver”.

“Chegue mais perto”, convidou o fazedor de fogo.

Ela chegou. Ela caminhou para o anel de luz. “Está tão quente!” Ela estendeu as mãos e suspirou quando o frio começou a passar.

“Venham, todos! Sintam o calor”, ela convidou.

“Quieta, mulher”, gritou um dos habitantes da caverna. “Vai ousar nos arrastar para a sua tolice? Deixe-nos e leve sua luz com você”.

Ela virou-se para o estranho. “Por que eles não virão?”

“Eles escolhem o frio, porque embora é frio, é o que eles conhecem. Eles preferem ficar com frio do que mudar.”

“E viver no escuro?”

“E viver no escuro.”

A agora quente mulher ficou em silêncio. Olhando primeiro no escuro e depois no homem.

“Você vai sair do fogo?”, perguntou.

Ela fez uma pausa e então respondeu: “Eu não posso. Eu não consigo suportar o frio.” Então ela falou novamente: “Mas também não posso suportar pensar no meu povo no escuro.

“Você não tem que fazer isso”, ele respondeu, alcançando o fogo e tirando um graveto. “Leve isto para o seu povo. Diga-lhes que a luz está aqui e que a luz é quente. Diga-lhes que a luz é para todos os que quiserem.”

E assim ela pegou a pequena chama e caminhou para dentro das sombras.

Traduzido por Cynthia Rosa de Andrade Marques
Texto original extraído com permissão do site www.maxlucado.com

Quem empurra o seu balanço?

As crianças gostam de balançar. Não há nada como isso. Levantar os pés em direção ao céu, inclinar-se tanto para trás que tudo parece estar de cabeça para baixo, árvores girando, o estômago pulando em sua garganta… ah, que bom balançar!

Aprendi muito sobre confiança num balanço. Quando eu era pequeno, só confiava em algumas pessoas para empurrar meu balanço. Se quem empurrava era alguém de confiança (como papai, mamãe, etc.) essa pessoa podia fazer o que quisesse. Podia virar-me, torcer-me parar-me…eu gostava de tudo! Gostava por confiar na pessoa que empurrava o balanço. Mas quando algum estranho fazia isso (o que sempre acontecia nas reuniões da família ou nos piqueniques de 04 de julho, Dia da Independência dos Estados Unidos) a coisa era diferente. Quem podia saber o que ele faria? Quando um estranho empurra seu balanço, você fica tenso, se encolhe e se agarra com toda força.

Não é nada agradável quando seu balanço está nas mãos de alguém que você não conhece.

Por falar em balanços, você se lembra quando Jesus acalmou a tempestade? Não foi uma chuva leve de primavera, Mateus chamou-a de “grande tempestade” (seismos) que é o termo para terremoto. As ondas eram tão altas que o barco foi varrido por elas. As tempestades no Mar da Galiléia podem ser terríveis. Barclay, um grande comentarista sobre a Bíblia, nos conta: “Do lado oeste da água ficam as montanhas com vales e desfiladeiros; quando um vento frio sopra do ocidente, esses vales e desfiladeiros agem como funis gigantescos. O vento fica preso neles e se abate sobre o lago com violência selvagem”.

Aquela não era de forma alguma uma chuva de primavera, mas uma tempestade esplêndida. Ela mostrou-se suficientemente aterradora para encher de medo os doze discípulos. Mesmo um pescador veterano como Pedro sabia que esta tempestade podia ser a última para eles. Com medo e água correndo pelo rosto, eles foram então acordar Jesus.

Foram fazer o que? Jesus dormir? As ondas sacudindo o barco como pipocas numa pipoqueira e Jesus não acordou? A água inundando o convés e ensopando os marinheiros, enquanto Jesus sonhava? Como podia ele dormir durante uma tempestade daquelas?

Isso é simples. Ele sabia quem estava empurrando o balanço.

Os joelhos dos discípulos tremiam porque o balanço deles estava sendo empurrado por um estranho. Mas isso não acontecia com Jesus. Ele podia sentir-se em paz na tempestade.

Vamos aprender disto uma lição. Vivemos num mundo tempestuoso. Enquanto escrevo, guerras estão sendo travadas em ambos os hemisférios de nosso globo. O conflito mundial é uma ameaça constante em toda parte. Os empregos escasseiam. O dinheiro não dá. A recessão tornou-se um termo demasiado familiar.

Em todo lugar que olho, vejo ocorrerem tempestades particulares. Mortes na família, casamentos infelizes, corações partidos, noites solitárias. Alguns desistem, outros cedem, outros renunciam. Devemos nos lembrar de quem está empurrando o balanço. É preciso colocar nele nossa confiança. Não podemos ter medo. Ele não nos deixará cair.

Traduzido por Cynthia Rosa de Andrade Marques
Texto original extraído com permissão do site www.maxlucado.com

Bueiros abertos e pecados repentinos (1)

“É mais fácil ficar fora do que sair.”
Mark Twain

Tudo acontece rapidamente. Num minuto, você está andando tranqüilamente e, no outro, está caído com os olhos arregalados. Satanás abre a tampa do bueiro e uma tarde tranqüila se transforma numa história de horror. Você cai, ciente de que caiu, mas incapaz de controlar a situação. Bate o rosto no fundo do poço e fica perdido na escuridão. Inala a podridão do maligno e senta-se na sarjeta de Satanás até que ele o cuspa em direção à calçada, confuso e aturdido.

Este é o padrão do pecado repentino. Você se identifica com isso? Apenas alguns pecados são premeditados e planejados. Muitos de nós estaríamos aptos a se alistar nos grupos estratégicos dos exércitos de Satanás. Gastamos nosso tempo evitando o pecado, não planejando-o. Mas, não pense, nem por um minuto, que, pelo fato de não desejarmos cair, não cairemos. Satanás tem uma estratégia especial para você e ele somente a põe em prática quando você não está olhando.

O covarde pai da mentira não ousa encará-lo de frente. Não senhor. Não espere que o chefe dos demônios o desafie para um duelo. Ele não tem integridade para pedir-lhe que se prepare e levante a guarda. Ele joga sujo.

Ele é o mestre do alçapão e autor dos momentos de fraqueza. Espreita até o momento que você está de costas. Espera suas defesas fraquejarem. Aguarda pelo momento em que o gongo bate e você está se dirigindo ao seu corner para descansar. Então, aponta os dardos para o seu ponto mais fraco e…

Na mosca! Você perde a calma, cobiça. Cai e se arrasta. Toma uma bebida, beija uma mulher. Segue a multidão. Racionaliza. Diz “sim”. Assina seu nome. Esquece-se de quem você é. Entra no quarto dela, olha pela janela, quebra sua promessa. Compra a revista, mente, deseja. Bate o pé e segue seu próprio caminho.

Você nega seu mestre.

É Davi desnudando Bate-Seba. É Adão aceitando o fruto das mãos de Eva. É Abraão mentindo acerca de Sara. É Pedro negando que conhecia Jesus. É Noé, bêbado e nu em sua tenda. É Ló, deitando-se com suas próprias filhas. É o seu pior pesadelo. É repentino. É pecado.

Satanás anula nossa consciência e provoca um curto-circuito em nosso auto-controle. Sabemos o que estamos fazendo e, ainda assim, não acreditamos que estamos fazendo aquilo. No meio do nevoeiro da fraqueza, temos o desejo de parar, mas não encontramos forças para fazê-lo. Queremos nos virar, mas nossos pés não se movem. Queremos correr mas, infelizmente, queremos ficar.

É o adolescente no banco de trás do carro. É o alcoólatra tomando “apenas mais uma”. É o chefe tocando as mãos da secretária. O marido entrando na sex shop. A mãe perdendo a paciência. O pai espancando o filho. O jogador perdendo dinheiro nas apostas. O crente perdendo o controle. E Satanás firmando o pé.

Confusão, culpa, racionalização, desespero. É tudo isso. Coisas que batem forte. De repente, nos vemos cambaleando e dizendo: “Deus, o que foi que eu fiz? Devo contar a alguém? Nunca mais farei isso. Meu Deus, o Senhor pode me perdoar?”.

Traduzido por Cynthia Rosa de Andrade Marques
Texto original extraído com permissão do site www.maxlucado.com

Gente com rosa na lapela (1)

John Blanchard levantou-se do banco, ajeitou o uniforme do Exército e obserou a multidão que tentava abrir caminho na Estação Ferroviária Central de Nova York. Procurou avistar a moça cujo coração ele conhecia, mas não o rosto – a moça com a rosa.

Seu interesse por ela começara treze anos antes, em uma biblioteca da Flórida. Ao retirar um livro da estante, ele ficou intrigado, não com as palavras impressas, mas com as anotações escritas à mão na margem. A letra delicada indicava ser a de uma pessoa ponderada e sensível. Na primeira página do livro, ele descobriu o nome da proprietária anterior: Srta. Hollies Maynell.

Depois de algum tempo e de várias tentativas, conseguiu localizar o endereço dela. Morava em Nova York. Escreveu-lhe uma carta apresentando-se e propondo uma troca de correspondência. No dia seguinte, ele foi convocado para servir em uma base do outro lado do oceano. Era a Segunda Guerra Mundial. Durante os treze meses seguintes, os dois passaram a se conhecer por correspondência. Cada carta era uma semente caindo em um coração fértil. Florecia um romance.

Blanchard pediu uma fotografia, mas ela recusou-se a enviar. Achava que, se ele realmente gostasse dela, não haveria necessidade da fotografia.

Quando ele retornou da Europa, marcaram o primeiro encontro às 19 horas na Estação Ferroviária Central de Nova York.

“Você me reconhecerá”, ela escreveu, “pela rosa que estarei usando na lapela.”
Assim, às 19 horas, Blanchard estava na estação à espera da moça cujo coração ele amava, mas cujo rosto nunca vira.
Deixemos que o próprio Blanchard conte o que aconteceu.

Em minha direção vinha uma jovem alta e esbelta. Seus cabelos loiros encaracolados caíam pelos ombros, deixando à mostra delicadas orelhas; os olhos eram azuis da cor do céu. Os lábios e o queixo tinham uma firmeza suave; trajando um costume verde-claro, parecia a própria chegada da primavera. Comecei a caminhar em sua direção sem notar que não havia rosa em sua lapela. Quando me aproximei, um sorriso leve e provocante brotou-lhe nos lábios. “Gostaria de me acompanhar, marujo?” ela murmurou.

De maneira quase incontrolável, dei um passo em sua direção, e foi então que avistei Hollies Maynell.

Ela estava em pé atrás da jovem. Aparentava bem mais de quarenta anos, e seus cabelos, presos sob um chapéu surrado, deixavam entrever alguns fios brancos. Seu corpo era roliço, tinha tornozelos grossos e usava sapatos de salto baixo. A moça de costume verde-claro distanciava-se rapidamente. Senti-me dividido, desejando ardentemente segui-la, mas ao mesmo tempo, profundamente interessado em conhecer a mulher cujo entusiasmo me acompanhara e me sustentara.

E lá estava ela. Seu rosto redondo e pálido estampava delicadeza e sensibilidade; os olhos cinzentos irradiavam meiguice e bondade. Não hesitei. Peguei o pequeno livro azul, de capa de couro, para me identificar. Não seria um caso de amor, mas poderia ser algo precioso, algo talvez melhor que amor, uma amizade pela qual eu era e seria eternamente grato.

Endireitei os ombros, cumprimentei e entreguei o livro à mulher, apesar de sentir-me sufocado pela amargura do meu desapontamento enquanto lhe dirigia a palavra. “Sou o Tenente John Blanchard, e você deve ser a Srta. Maynell. Estou satisfeito por você ter vindo encontrar-me. Aceita um convite para jantar?”

No rosto da mulher surgiu um sorriso largo e bondoso. “Não sei do que se trata, filho”, ela respondeu, “mas a jovem de costume verde, que acabou de passar por aqui, pediu-me que usasse esta rosa na lapela e instruiu-me também que, se você me convidasse para jantar, eu deveria dizer que ela está à sua espera no restaurante do outro lado da rua. Ela me contou que se tratava de uma espécie de teste!”

Traduzido por Cynthia Rosa de Andrade Marques
Texto original extraído com permissão do site www.maxlucado.com

Quem vai alcançar o mundo?

Deus está no processo de cumprir uma grande missão: a redenção da humanidade.

Ele estabeleceu que, nessa tarefa, não só remirá os homens, mas fará uso deles para executar uma parte especial no processo, a fim de que possa mostrar seu poder e graça através da vida deles. Eles então trabalharam “junto com Deus” (2 Coríntios 6:1).

Compreender este conceito é a chave para entender a Deus. Ele nos chama para si mesmo e para a sua missão. Quem quer que tome o nome de Cristo, deve aceitar também a sua missão.

Todos os que reivindicam o céu como lar, também aceitam o evangelismo como um estilo de vida. Aqueles que prometem obediência a Deus, devem igualmente prometer obediência ao plano divino de alcançar os perdidos. Não existem opções nem exceções neste sentido.

Esta responsabilidade cabe a todos os cristãos, de todas as épocas, em todos os lugares. Ela nada tem a ver com dons, necessidades, circunstâncias. Não existem homens “especiais” para Deus. O “dom do evangelho” não existe!

Devemos livrar-nos de idéias desse tipo!

Vamos enfrentar o fato de que todos nós podemos fazer alguma coisa pelos perdidos do mundo.

Você tem língua?
Você sabe sorrir?
Você tem um conhecido?
Tem então o suficiente.

Nós não levamos realmente a sério a missão de Deus. Mais da metade da população do mundo pode ser classificada como não tendo sido alcançada pelo evangelho. São homens e mulheres que não tiveram ainda a oportunidade de responder com inteligência a uma apresentação compreensível das boas novas de que Cristo morreu pelos nossos pecados. Nesse número estão incluídos (segundo o jornal Moody Monthly) cerca de 903 milhões de chineses, 574 milhões de hindus, 704 milhões de muçulmanos e centenas de milhares de outros.

Enquanto esses milhões continuam famintos, nós, na maioria das vezes, nos tornamos obesos. Somos peritos em justificar nossa complacência e racionalizar nossa apatia. Se continuarmos nesse andar, não teremos futuro. Ponto final. Estamos nos afundando. Se não acelerarmos nossos esforços, cinco entre cada seis não-cristãos jamais ouvirão o evangelho. Como podemos pensar em sermos chamados “povo de Deus” se não participarmos da sua missão? Por quanto tempo mais ousaremos ignorar o mundo faminto enquanto nos sentamos à mesa do banquete?

A razão de estar escrevendo isto é que a igreja está começando a ignorar a Grande Comissão. Por quê? Sinceramente não sei. Sei que não podemos fazer isso.

No decorrer da história, a igreja morreu quando o mundo foi esquecido. A igreja prosperou quando o mundo foi lembrado.

Traduzido por Cynthia Rosa de Andrade Marques
Texto original extraído com permissão do site www.maxlucado.com

Bueiros abertos e pecados repentinos (2)

Ninguém que esteja lendo estas palavras está livre da tragédia do pecado repentino. Ninguém está imune a esta armadilha de perdição. Este demônio dos infernos pode escalar a mais alta parede do mosteiro, penetrar na fé mais profunda e execrar o lar mais puro.

Alguns de vocês sabem exatamente do que estou falando. Vocês poderiam descrever isto em palavras melhores que as minhas, não? Alguns de vocês, como eu, caem tão freqüentemente que o hálito de Satanás está longe de ser uma simples força de expressão. Você pede perdão a Deus tão freqüentemente que começa a pensar que o poço de misericórdia pode secar.

Quer aguçar suas defesas um pouco mais? Precisa de ajuda para reforçar sua artilharia? Já caiu no bueiro um número suficiente de vezes? Então considere as idéias a seguir.

Primeiramente, reconheça Satanás. Nossa guerra não é contra a carne e o sangue, mas contra o próprio Satanás. Faça como Jesus fez quando Satanás o tentou no deserto. Chame-o pelo nome. Arranque sua máscara. Denuncie seu disfarce. Ele aparece nos trajes mais inocentes: uma noite com os amigos, um bom livro, um filme popular, uma vizinha bonita. Mas não deixe que ele o faça de bobo! Quando o desejo de pecar mostra sua face horrível, olhe diretamente nos olhos dele e diga com firmeza: “Para trás, Satanás!”. “Desta vez não, seu cão dos infernos! Já caminhei por seus becos malcheirosos antes. Volte para a cova de onde você veio!”. Não importa o que acontecer, não flerte com este anjo caído. Ele vai moê-lo como trigo.

Segundo, aceite o perdão de Deus. Romanos 7 é a carta de alforria para aqueles que apresentam uma tendência a cair. Veja o versículo 15: “Porque nem mesmo compreendo o meu próprio modo de agir, pois não faço o que prefiro, e, sim, o que detesto”.

Parece familiar? Continue lendo. Versículos 18 e 19: “Porque eu sei que em mim, isto é, na minha carne, não habita bem nenhum: pois o querer o bem está em mim; não, porém, o efetuá-lo. Porque não faço o bem que prefiro, mas o mal que não quero, esse faço”.

Olha só, Paulo andou lendo meu diário!

“Desventurado homem que sou! Quem me livrará do corpo desta morte?” (v. 24).

Paulo, por favor, não pare por aí! Não há um oásis nesta sequidão da culpa? Há sim. Agradeça a Deus e beba profundamente de sua palavra enquanto lê os versículos 25 e 1 do capítulo 8: “Graças a Deus por Jesus Cristo, nosso Senhor. De maneira que eu, de mim mesmo, com a mente sou escravo da lei de Deus, mas, segundo a carne, da lei do pecado. Agora, pois, já nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus”.

Amém. Aqui está. Você leu direito. Sublinhe este versículo em sua Bíblia, se desejar. Não existe condenação para aqueles que estão em Cristo. Absolutamente nenhuma. Busque a promessa. Memorize estas palavras. Aceite a limpeza. Jogue a culpa fora, Louve a Deus e… esteja atento aos bueiros abertos.

Traduzido por Cynthia Rosa de Andrade Marques
Texto original extraído com permissão do site www.maxlucado.com

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