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Max Lucado

O Cristo compassivo

“E Jesus, saindo, viu uma grande multidão, e teve compaixão deles… e começou a ensinar-lhes muitas coisas.” Marcos 6:34.

Quando Jesus desembarcou na praia de Betsaida, deixou o mar da Galiléia e caminhou para o mar da humanidade. Pense: Ele atravessara o mar para fugir às multidões. Ele anseia descansar com os seus seguidores. Ele precisa de qualquer coisa, menos de outra multidão de milhares para ensinar e curar.

Porém o seu amor pelas pessoas suplanta a sua necessidade de descanso…

Muitos daqueles a quem Ele curou nunca diriam “obrigado”, mas Ele os curou assim mesmo. Muitos estariam mais preocupados em ser saudáveis que santos, mas de qualquer modo, Ele os curou. Alguns daqueles que hoje pediram pão bradariam por seu sangue poucos meses mais tarde. Contudo, Ele os curou. Ele tinha compaixão daquela gente.

Traduzido por Cynthia Rosa de Andrade Marques
Texto original extraído com permissão do site www.maxlucado.com

Um mundo sem pecado

“E morará o lobo com o cordeiro, e o leopardo com o cabrito se deitará, e o bezerro, e o filho de leão, e a nédia ovelha viverão juntos.” Isaías 11:6.

Você pode imaginar um mundo sem pecado? Você fez alguma coisa recentemente por causa do pecado?

No mínimo, você reclamou. Você preocupou-se. Você murmurou. Você ajuntou, quando deveria ter partilhado. Você passou ao longe, quando deveria ter ajudado…

Por causa do pecado, você ralhou com alguém a quem ama, e discutiu com alguém a quem estima. Você sentiu-se envergonhado, culpado, amargurado.

O pecado tem causado milhares de ataques cardíacos e quebrado milhões de promessas. Sua inclinação pode ser traçada de volta ao pecado. Sua desconfiança pode ser rastreada de volta ao pecado. Fanatismo, roubo, adultério — tudo por causa do pecado. Mas no céu, tudo isso terminará.

Você pode imaginar um mundo sem pecado? Se pode, então pode imaginar o céu.

Traduzido por Cynthia Rosa de Andrade Marques
Texto original extraído com permissão do site www.maxlucado.com

O único caminho

“Eu sou ocaminho, e a verdade, e a vida. Ninguém vem ao Pai senão por mim” João 14:6.

Tolerância. Uma virtude apreciada em nossos dias. A habilidade de compreender aqueles de quem você difere é um sinal de sofisticação. Jesus também era um campeão de tolerância:

  • Tolerante com os discípulos quando estes duvidaram.
  • Tolerante com as multidões, quando o compreendiam mal.
  • Tolerante conosco, quando falhamos.

Contudo, existe uma área onde Jesus era intolerante. Uma área onde Ele era incomplacente e dogmático.

No que lhe dizia respeito, quando se tratava de salvação, não havia muitos meios – havia apenas um. Não havia muitos caminhos – havia apenas um. E o caminho é o próprio Jesus.

É por isso que é tão difícil para as pessoas acreditarem em Jesus. É bem mais fácil considerá-lo uma, dentre muitas opções, que considerá-lo a opção. Tal filosofia, porém, não é opção.

Traduzido por Cynthia Rosa de Andrade Marques
Texto original extraído com permissão do site www.maxlucado.com

O ramo e a videira

“Estai em mim, e eu, em vós; como a vara de si mesma não pode dar fruto, se não estiver na videira, assim também vós, se não estiverdes em mim.” João 15:4.

Deus quer estar tão unido a nós quanto um ramo na videira. Um é a extensão do outro. É impossível dizer onde começa um e termina o outro. O ramo não é conectado apenas no momento de dar frutos. O jardineiro não mantém o ramo numa caixa, e então, no dia em que deseja uvas, gruda-o à videira. Não, o ramo constantemente retira nutrição da videira.

Deus também usa o templo para representar a intimidade que Ele deseja. “Ou não sabeis”, indaga Paulo, “que o nosso corpo é templo do Espírito Santo, que habita em vós, proveniente deDeus, e que não sois de vós mesmos?” (1 Co 6:19).

Medite um instante comigo a respeito do templo. Deus não vem e vai, aparece e desaparece. Ele é uma presença permanente, sempre disponível.

Que boa notícia inscrível para nós! Nunca estamos longe de Deus!

Traduzido por Cynthia Rosa de Andrade Marques
Texto original extraído com permissão do site www.maxlucado.com

Coração partido, fé remendada

A névoa do coração partido. É uma névoa escura que dissimuladamente aprisiona a alma e aparta a fuga fácil. É a nuvem pesada que não honra hora nem respeita pessoa. Depressão, desencorajamento, desapontamento, dúvida… todos são companhias desta horrível presença.

A névoa do coração partido desorienta nossa vida. Ela faz com que seja difícil ver a estrada. Ofusque suas luzes. Limpe o pára-brisa. Diminua a velocidade. Faça o que você quiser, nada ajuda. Quando esta névoa nos cerca, nossa visão é bloqueada e o dia de amanhã está longe para sempre. Quando esta escuridão nos cobre, as palavras mais profundas de ajuda e de esperança são frases vagas.

Se você alguma vez foi traído por um amigo, você sabe o que eu quero dizer. Se você alguma vez foi largado por um cônjuge ou abandonado pelo pai ou pela mãe, você viu esta névoa. Se você alguma vez colocou uma pá com terra no caixão de uma pessoa amada ou manteve vigília ao lado de uma pessoa querida, você também reconhece esta nuvem.

Se você já esteve nesta névoa, ou está agora, pode ter certeza de uma coisa – você não está só. Até os capitães dos mares mais salgados perderam seus rumos por causa do aparecimento desta nuvem indesejável. Como o humorista disse, “Se corações partidos fossem comerciais, todos nós estaríamos na TV.”

Pense nos últimos dois ou três meses. Quantas pessoas com o coração partido você encontrou? Quantas almas feridas você atestou? Sobre quantas histórias de tragédia você leu?
Minha própria reflexão é racional:

A mulher que perdeu seu marido e filho em uma estranha destruição do carro.

A encantadora mãe de três filhos que foi abandonada por seu marido.

A criança que foi atingida e morta por um caminhão de lixo que passava quando ela descia do ônibus escolar. Sua mãe, que estava esperando por ela, assistiu à tragédia.

Os pais que encontraram seu filho adolescente morto na mata atrás de sua casa. Ele se enforcou em uma árvore com seu próprio cinto.

A lista continua mais e mais, não é? Tragédias nebulosas. Como elas cegam nossa visão e destroem nossos sonhos! Esqueça quaisquer expectativas grandiosas de alcançar o mundo. Esqueça quaisquer planos de mudar a sociedade. Esqueça quaisquer aspirações de mover montanhas. Esqueça tudo. Apenas me ajude a atravessar a noite!

O sofrimento dos que estão com o coração partido.

Vá comigo por um momento testemunhar o que talvez tenha sido a noite mais nebulosa na história. A cena é muito simples; você irá reconhecê-la rapidamente. Um bosque de oliveiras desfiguradas. O terreno com grandes pedras amontoadas desordenadamente. Uma cerca baixa de pedras. Uma noite muito escura.

Agora, olhe para dentro da cena. Olhe minuciosamente através da folhagem escura. Vê aquela pessoa? Vê aquela figura solitária? O que Ele está fazendo? Derrubado no chão. O rosto manchado com sujeira e lágrimas. O punho socando a terra dura. Os olhos arregalados atônitos de medo. O cabelo emaranhado com suor salgado. Aquilo é sangue em Sua testa?

É Jesus. Jesus no Jardim do Getsêmani.

Talvez você tenha visto o retrato clássico de Cristo no jardim. Ajoelhado ao lado de uma pedra grande. Com uma toga branca como a neve. As mãos tranqüilamente dobradas em oração. Uma aparência de serenidade em Seu rosto. Uma auréola sobre Sua cabeça. Uma luz do céu iluminando Seu cabelo marrom dourado.

Agora, não sou artista, mas posso dizer uma coisa para você. O homem que pintou este quadro não usou o evangelho de Marcos como padrão. Olhe o que Marcos escreveu sobre aquela noite dolorosa.

    Então foram para um lugar chamado Getsêmani, e Jesus disse aos seus discípulos: “Sentem-se aqui enquanto vou orar”. Levou consigo Pedro, Tiago e João, e começou a ficar aflito e angustiado. E lhes disse: “A minha alma está profundamente triste, numa tristeza mortal. Fiquem aqui e vigiem”. Indo um pouco mais adiante, prostrou-se e orava para que, se possível, fosse afastada dele aquela hora. E dizia: Aba, Pai, tudo te é possível. Afasta de mim este cálice; contudo, não seja o que eu quero, mas sim o que tu queres”. Então, voltou aos seus discípulos e os encontrou dormindo. “Simão”, ele disse a Pedro, “você está dormindo? Não pôde vigiar nem por uma hora? Vigiem e orem para que não caiam em tentação. O espírito está pronto, mas a carne é fraca”. Mais uma vez ele se afastou e orou, repetindo as mesmas palavras. Quando voltou, de novo os encontrou dormindo, porque seus olhos estavam pesados. Eles não sabiam o que lhe dizer. Voltando pela terceira vez, ele lhes disse: “vocês ainda dormem e descansam? Basta! Chegou a hora! Eis que o Filho do homem está sendo entregue nas mãos dos pecadores. Levantem-se e vamos! Aí vem aquele que me trai!” 1

Olhe para aquelas frases. “A minha alma está profundamente triste, numa tristeza mortal”. “Indo um pouco mais adiante, prostrou-se e orava”.

Isto parece uma cena de um Jesus santo descansando na palma de Deus? Dificilmente. Marcos usou um quadro preto para descrever a cena. Vemos um Jesus lutador, tenso e agonizante. Vemos “um homem de dores”. 2 Vemos um homem brigando com medo, lutando com compromissos, e ansiando por alívio.

Vemos Jesus na névoa de um coração partido.

O escritor de Hebreus escreveria mais tarde, “Durante os seus dias de vida na terra, Jesus ofereceu orações e súplicas, em alta voz e com lágrimas, Àquele que o podia salvar da morte”. 3

Cara, que retrato! Jesus está sofrendo. Jesus está na fase do medo. Jesus está encoberto, não em santidade, mas em humanidade.

Da próxima vez que a névoa o encontrar, você faz bem em lembrar de Jesus no jardim. Da próxima vez que você pensar que ninguém entende, releia o décimo quarto capítulo de Marcos. Da próxima vez que sua auto-piedade o convencer de que ninguém se importa, faça uma visita ao Getsêmani. E da próxima vez que você perguntar a si mesmo se Deus realmente compreende a dor que impera neste planeta poeirento, ouça-o suplicando entre as árvores desfiguradas.

Aqui está o meu objetivo. Ver que este Deus se preocupa com nosso próprio sofrimento. Deus nunca foi mais humano do que nesta hora. Deus nunca esteve mais perto de nós do que quando Ele sofreu. A Encarnação nunca foi tão satisfeita como no jardim.

Como resultado, o tempo gasto na névoa da dor poderia ser o maior presente de Deus. Poderia ser a hora em que nós finalmente veríamos nosso Criador. Se for verdade que no sofrimento Deus é mais como o homem, talvez em nosso sofrimento possamos ver Deus como nunca antes.

Se você está à deriva na névoa do divórcio, lembre-se: este momento de sofrimento pode ser o mais perto que você alguma vez chegará de Deus. Olhe cuidadosamente. A mão que se estende para guiá-lo para fora da névoa poderia muito bem ser uma mão perfurada.

1 Marcos 14:32-42
2 Isaías 53:3
3 Hebreus 5:7
Itálico do Max

Guia de estudo

  1. Pense em alguns corações partidos que você conheceu. Eles foram em direção da cura?
  2. Seu coração foi partido? Isso fez com que você se separasse de Deus? Se sim, o que o trouxe de volta a um relacionamento com Ele?
  3. Leia Isaías 53:3. A quem o texto se refere? Você pode relatar sobre o seu coração partido?

Traduzido por Cynthia Rosa de Andrade Marques
Texto original extraído com permissão do site www.maxlucado.com

A região escura do divórcio

De 1960 a 1980 dobrou o número de divórcios em nosso século. Em 1980, as predições estimaram que a taxa de divórcio dobraria novamente na virada do século. Por quê?

Para entender esta crise da sociedade, vamos dar uma olhada nos encargos da sociedade que afetaram a família. Temos visto a deterioração nos laços da sociedade que uma vez foram instrumentos no apoio à família. Havia um tempo de responsabilidade familiar. Um dia no qual a vovó e o vovô viviam no final da rua. Mamãe e papai ficavam a um quarteirão de distância, os primos eram espalhados pela cidade. O divórcio era raro, algo fora do comum, até considerado escandaloso.

Mas esses dias passaram. Hoje muitas vezes não conhecemos nossos vizinhos, muito menos os responsáveis por eles.

Hoje a metade dos americanos vive a 150 milhas de distância do parente mais próximo e se muda uma vez a cada quatro anos. O resultado? Todas as vezes que nos desarraigamos, encontramo-nos em uma nova situação, cada vez mais anônimos no mundo.

Este anonimato é a semente da responsabilidade reduzida. Você se muda para Nova Iorque ou São Francisco ou Houston, e ninguém conhece você. Você passeia em um shopping e ninguém pára para dizer oi. Você é anônimo. O anonimato torna-se agradável porque junto com a diminuição do reconhecimento vem uma diminuição de responsabilidade. Ninguém se importa com o que você faz, então o que você faz parece não ter tanta importância.

Então, em nossa sociedade, a responsabilidade reduzida e o anonimato aumentado têm contribuído para a explosão do divórcio. Nossas atitudes mudaram: o que um dia foi raro e escandaloso é agora aceitável e comum. Mas o ensinamento de Deus não mudou. É muito claro no assunto: Deus odeia o divórcio. Ele tem honrado Seu pacto conosco e espera que façamos o mesmo. Deus odeia o divórcio. Mas a Escritura é igualmente clara: Deus ama o divorciado. O divórcio não é um pecado acima dos pecados, mas um pecado entre os pecados. Nunca há um lugar de onde não possamos começar novamente. Nunca há um lugar tão longe de Deus que Ele não possa atrair-nos de volta para Ele.

Mantendo a tensão tensa

Deus ama o divorciado mas odeia o divórcio. Ah, como tendemos ir de um extremo para o outro. De um lado pregamos a ira de Deus contra aqueles que fracassam e elevam o divórcio como o pecado acima dos pecados (o que não é).

O resultado é pessoas feridas e quebradas querendo saber se Deus já tem um lugar para elas de novo. Ou, em nossos esforços em sermos compassivos com os feridos e quebrados, entusiasmamo-nos em termos compaixão. Os observadores notam essa compaixão e pensam: “Se o divórcio é fácil assim, então por que ficar casado?”

Mas a tensão deve permanecer tensa. Deus odeia o divórcio. Ele o odeia porque destrói as crianças que Ele ama. Mas deixe-nos sermos tão igualmente alto e claro e afirmar que Deus ama o divorciado, que não é um pecado entre os pecados. O mesmo Deus que perdoará uma má atitude ou um mau temperamento pode perdoar uma má escolha no casamento.

O ensino de Deus é muito claro. Talvez seja o escutar do homem que está confuso. Olhe o que Deus diz a este respeito:

Vieram a ele alguns fariseus, e o experimentavam, perguntando: É lícito ao marido repudiar a sua mulher por qualquer motivo?

Então respondeu ele: Não tendes lido que o Criador desde o princípio os fez homem e mulher?, e disse que: Por esta causa deixará o homem pai e mãe, e se unirá a sua mulher, tornando-se os dois uma só carne? De modo que já não são mais dois, porém uma só carne? Portanto, o que Deus ajuntou não o separe o homem.

Replicaram-lhe: Por que mandou então Moisés dar carta de divórcio e repudiar?

Respondeu-lhes Jesus: Por causa da dureza do vosso coração é que Moisés vos permitiu repudiar vossas mulheres; entretanto, não foi assim desde o princípio. Eu, porém, vos digo: Quem repudiar sua mulher, não sendo por causa de relações sexuais ilícitas, e casar com outra, comete adultério.

Disseram-lhe os discípulos: Se essa é a condição do homem relativamente à sua mulher, não convém casar.

Jesus, porém, lhes respondeu: Nem todos são aptos para receber este conceito, mas apenas aqueles a quem é dado. Porque há eunucos de nascença; há outros a quem os homens fizeram tais; e há outros que a si mesmos se fizeram eunucos, por causa do reino dos céus. Quem é apto para o admitir, admita.

Trouxeram-lhe então algumas crianças, para que lhes impusesse as mãos, e orasse; mas os discípulos os repreendiam. Jesus, porém, disse: Deixai os pequeninos, não os embaraceis de vir a mim, porque dos tais é o reino dos céus. E, tendo-lhes imposto as mãos, retirou-se dali. (Mateus 19:3-15).

Enquanto você luta com o dilema do divórcio, mantenha estas três verdades em mente:

Deus dá valor às pessoas. Na base de todo ensino doutrinário ou teológico está Sua verdade sustentadora. E porque Ele nos dá valor, a lei de Deus existe, não para nosso prazer, mas para nossa proteção. Somos posse Dele. Pertencemos a Ele. Somos filhos Dele.

Deus dá valor aos pactos. Deus é um Deus de pactos. Quando Deus afirma algo, Ele faz. Ele é honesto. Ele não volta atrás. Ele se compromete a isso. Deus sempre baseou Seu relacionamento com as pessoas em uma promessa. Ele vive de acordo com uma promessa, não segundo um sistema ou um livro de regras.

Deus sabe que pactos quebrados quebram as pessoas. Se eu lhe disser que farei algo, e não o fizer, alguma coisa quebra dentro de você. Se eu falhar em cumprir uma promessa a minhas filhas, elas olharão para mim e dirão, “Mas papai, você prometeu.” Uma promessa é tudo que temos. Deus sabe que uma vez que tudo é construído em uma promessa, quando uma promessa é quebrada, corações são quebrados.

Divórcio é guerra

Se você já passou por um divórcio ou se já testemunhou um divórcio, você sabe como essas pessoas quebradas aparentam e se sentem. O divórcio nos faz falar e fazer coisas que teríamos pensado serem indizíveis e inaceitáveis. Divórcio é guerra. Uma guerra territorial. Uma guerra fria. Uma guerra verbal. Uma guerra física. Mas é uma guerra. E em toda guerra, há feridas e fatalidades. É uma tragédia.

Você está em vista de divorciar-se? Por favor, repense seu plano. Dê ao casamento tudo que você tem. Tente o seu melhor. Se você já fez isso, dê a ele mais uma chance. Não ande apenas a segunda milha, mas a quinta e a décima e a centésima milha. Comece a ver o divórcio não apenas como uma opção, mas como a última coisa a se desfazer, o movimento final.

Cuide do casamento. Lembre-se do plano original. Mantenha-o vivo. E nunca, nunca subestime a dor de um casamento quebrado.

Lembre-se de que Deus odeia o divórcio (Malaquias 2:16). O divórcio não é o pecado acima dos pecados. É um pecado. É errado. Mas é perdoável.

Você está feliz no casamento? Seja compassivo com aqueles que não estão. Se há alguém em sua igreja ou em seu círculo de amigos que tenha se divorciado, faça sua parte para tirar a vergonha.

Você é divorciado? Então busque pela misericórdia cicatrizante de Deus. Arrependa-se e comece de novo. Você foi ferido na batalha, mas Deus pode tirar beleza dessa dor. Ele fez isso antes; Ele fará novamente. Talvez a dor que você experimentou o equipou a prestar assistência a outros em sofrimento.

Qual é o resultado final do divórcio?

O que Deus quer que façamos?

Se você está casado, Deus quer que você continue casado. Quando você se casa, você faz um pacto perante Deus. E Ele quer que você honre esse pacto.

Se você está separado, Deus quer que você faça todo o possível para reconciliar-se com seu companheiro.

Compreensivelmente, talvez não seja possível. As circunstâncias podem estar além de sua capacidade para interceder. Entretanto, o nosso Deus é um Deus de reconciliação. O Deus que trouxe uma humanidade alienada a um relacionamento com o Pai Celestial tem o poder de reunir casais separados.

Ele não só é o Deus que cria, Ele é o Deus que pode recriar e Ele quer recriar o seu casamento e a sua vida. Ele é um Deus que quer trabalhar dentro de sua casa e fazer o que você acha que é impossível.

Se você é separado, em oposição à Escritura, reconcilie-se com seu companheiro. Se não for possível, então aceite a graça de Deus e vá adiante. Procure viver uma vida agradável a Deus deste ponto em diante.

Deus é um Deus misericordioso. Deus pode perdoar raiva, fofoca, malícia. Ele é um Deus misericordioso. Ele é o Deus que teve misericórdia da mulher adúltera. Ele é um Deus que não só perdoou como incumbiu a mulher samaritana que esteve dentro e fora de cinco diferentes lares quebrados. Ele é um Deus de misericórdia? Sim!

Quer você esteja lutando com um divórcio potencial, ou esteja suportando a dor do divórcio, Deus quer guiá-lo para fora dessa região escura.

Pegue Sua mão e deixe a região escura do divórcio para o novo horizonte no topo da montanha.

Guia de estudo

  1. Quais são algumas causas da “explosão” do divórcio na América?
  2. Por quais razões Deus permite o divórcio?
  3. Malaquias 2:16 diz que Deus odeia o divórcio. Que significado isso tem para as pessoas divorciadas? Como Ele se sente a respeito delas?

Traduzido por Cynthia Rosa de Andrade Marques
Texto original extraído com permissão do site www.maxlucado.com

Dando um nó e esperando

Ele toca cada um de nós, mais cedo ou mais tarde. Um amigo, um irmão, um colega de trabalho, ou talvez, você. Se você não foi afetado pelo divórcio, você provavelmente será – é uma das marcas de nossa sociedade. Na cultura atual, o divórcio está à espreita e olha maliciosamente para alguém como um predador observando presa.

O que Deus diz sobre o divórcio?

Que conselho baseado na Escritura está disponível para aqueles que tiveram os corações partidos pelo divórcio? Para aqueles que levam o divórcio em consideração, que pontos podem mantê-los comprometidos ao casamento?

Enquanto estudamos este doloroso tópico juntos, lembre-se disso: Deus odeia o divórcio. Mas – o mesmo Deus que odeia o divórcio ama o divorciado, assim como Ele ama todos os seus filhos. Se você está pensando no divórcio, eu oro para que você reconsidere a reconciliação, se possível. Se seu coração foi partido por causa do divórcio, vá a Ele para a cura. Se o divórcio o separou de Deus, oro para que você encontre seu caminho de volta a Ele.

Ele deixou a luz acesa. A porta está destrancada. Ele está esperando por você.

Dando um nó e esperando

No corredor da minha memória está pendurada uma fotografia. É uma foto que eu estimo muito. Uma foto de duas pessoas – um homem e uma mulher, um casal na septuagésima década de vida.

O homem está deitado em uma cama de hospital. Mas a cama de hospital está na sala de estar, não em uma sala de hospital.

O seu corpo, para todos os propósitos práticos, está inútil. Os músculos devem ter sido tão devastados pela doença que eles estão esticados de osso a osso como o tecido esticado nos suportes de um guarda-chuva.

O homem respira através de uma mangueira fixada em um buraco na parte de baixo de sua garganta. E apesar de seu corpo ser ineficaz, seus olhos estão brilhando – e eles examinam a sala.

Eles examinam a sala, procurando por sua companheira, uma mulher de quem a idade está oculta por seu vigor juvenil. Apesar de seu cabelo ser grisalho, ela é vibrante e saudável, em contraste com a figura deitada na cama.

Ela energeticamente realiza sua tarefa do dia: cuidar de seu marido. Com uma lealdade inabalável, ela faz o que vem fazendo por dois anos. Não é uma tarefa fácil: ela tem que barbeá-lo, dar banho nele, alimentá-lo, pentear seu cabelo, escovar seus dentes.

Ela segura sua mão enquanto eles sentam e assistem televisão juntos.

Ela levanta no meio da noite e succiona seus pulmões.

Ela se inclina e beija seu rosto febril.

Que foto preciosa ela é. Ela é preciosa porque é um retrato de minha própria mãe e pai.

Alguns diriam que é uma foto trágica do que uma doença pode fazer com o corpo de um homem. E enquanto isso é verdade, é uma lembrança gloriosa do que a devoção pode fazer com o casamento de um casal.

Na época em que Deus chamou meu pai para casa, meus pais estavam casados por mais de 40 anos. Muita coisa pode acontecer em 40 anos. Casados durante a Depressão. Quatro filhos, três retiradas de amígdalas, 16 anos de ensino universitário, mais de uma dúzia de transferências de trabalho. Seis anos nos quais um trabalhou no turno da manhã e o outro, no turno da noite para que os filhos não fossem deixados sozinhos.

Quarenta anos oferece várias razões para desistir do casamento. Desculpas mais do que suficientes para sair. Eles não só viveram durante a Primeira Guerra Mundial, eles provavelmente também resistiram a 100 guerras domésticas. Então o que deu “raça” ao seu casamento? Primeiro, uns poucos meses antes de sua morte, eu perguntei para o meu pai o que manteve os dois juntos.

Ele disse, “Bem, ir embora nunca foi uma opção.”

Ir embora nunca foi uma opção.

O que eles tinham era um casamento para sempre – um casamento no qual duas pessoas, olhos nos olhos, dizem Eu amarei você quando eu não quiser te amar. Eu amarei você quando você estiver doente. Quando tivermos dinheiro e quando não tivermos. Eu amarei você para sempre.

O casamento exige o maior nível de persistência, talento e ternura que qualquer ser humano pode concentrar. Como é esquisito que duas pessoas podem ficar em pé em frente a um grupo de amigos, olhar fixamente nos olhos um do outro e prometer andar juntos na montanha russa da vida. Isso é bobo, inacreditável, e ainda é plano de Deus. A instituição do lar é idéia de Deus. Quando Deus fez o homem e percebeu que sua criação estava solitária, Ele foi ao trabalho, criando uma companhia para ele. Ele reuniu os dois naquele primeiro e lindo casamento. As girafas foram as damas de honra e os leões, os padrinhos.

Todos andaram pelo corredor alinhado por árvores e carpetado com pinhos. E o Próprio Deus juntou os dois.

Entretanto, desde aquelas primeiras núpcias, o casamento tem caído em tempos difíceis. Em algum lugar ao longo da linha, ao invés de uma instituição honrada por Deus, o casamento tem se tornado uma opção para alguns e um capricho passageiro para outros.

Ninguém nunca disse que o casamento é fácil. Tem sido dito que um casamento é um evento, mas o matrimônio é uma realização. É preciso paciência, cuidado e dar, dar e dar.

Às vezes aquele nó irá ser como uma fita macia de seda amarrada em volta do rabo-de-cavalo de uma menina. Mas haverá outras vezes quando será como tentar dar a volta em uma enorme corda enrolada que arranha, coça e puxa-o para baixo.

Este nó possui um nome – é chamado “compromisso”.

O pacto da companhia

Por que o compromisso do casamento é tão importante para Deus? Talvez ajude lembrar que o nosso é um Deus de pactos. O casamento é um pacto de compromisso – e pactos de compromissos são uma parte da estrutura de Deus. Isso é o que Ele é. Ele é o Deus que olhou para Abrão e prometeu, “Eu o abençoarei.” Ele é o Deus que olhou para os filhos de Israel e garantiu, “Eu nunca deixarei ou esquecerei vocês.” Ele é o Deus que ficou no monte da ascensão e disse, “Eu estarei sempre com vocês, até o fim da Terra.”

O voto do casamento, um pacto de compromisso, começa nos separando de nossos pais e nos unindo com nosso companheiro. Tornar-se uma carne quando o casamento é consumado une o casal fisicamente, mentalmente e emocionalmente (o sonho de Deus para cada casal é um pacto).

O divórcio não é idéia de Deus. O divórcio não foi criado por Deus. O divórcio é uma tolerância de Deus. Lembra-se quando os judeus perguntaram a Jesus sobre o divórcio? “Jesus respondeu, Moisés permitiu que vocês se divorciassem de suas mulheres por causa da dureza de coração de vocês. Mas não foi assim desde o princípio. Eu lhes digo que todo aquele que se divorciar de sua mulher, exceto por imoralidade sexual, e se casar com outra mulher, estará cometendo adultério.” (Mateus 19:8-9).

Quando violamos o pacto do casamento, violamos o que Deus nos chamou para sermos. “‘Eu odeio o divórcio’, diz o Senhor, o Deus de Israel. Por isso, tenham bom senso; não sejam infiéis.” (Malaquias 2:16).

É mais fácil falar do que fazer.

O Senhor não entende, Deus? Eu entro em minha casa e é como entrar em uma zona de guerra. Eu prefiro ficar no trabalho ao ir para casa nas sextas-feiras à tarde…

Nossa casa é tão cheia de tensão que poderíamos fatiá-la com uma faca. Como o Senhor espera que eu honre esse tipo de pacto?…

Como Deus responde a tal pergunta? Dizendo: Eu espero isso de você porque Eu honrei esse tipo de pacto com você!

Para entender a importância que Deus dá a pactos, leia Gênesis 15:1-21. A cena é uma cerimônia de casamento entre Deus e Seu povo. Deus promete abençoar Abrão com muitos descendentes. Então Deus prepara a etapa para selar o pacto. Ele instrui Abrão a preparar alguns animais e algumas aves.

A cerimônia consistia em pegar dois animais, cortá-los ao meio e colocar as carcaças à parte, dizendo “Que aconteça a mim o que aconteceu a estes animais se eu falhar em sustentar meu pacto.” Então a outra parte faria o mesmo, carregando uma tocha e um pote com fumaça, repetindo o mesmo voto. No relato do pacto de Deus com Abrão, o homem acordou para ver uma tocha e um fogareiro esfumaçante passar por entre os pedaços dos animais. Deus estava selando o pacto entre Ele e Abrão.

Extraordinário. Deus fazendo um pacto com o homem. Repetidamente, Deus honraria esse pacto:

Quando os filhos de Israel reclamaram na escravidão, Deus não os abandonou.

Quando Ele os libertou e eles quiseram voltar para o Egito, Ele não os abandonou.

Quando eles fizeram um bezerro de ouro e o adoraram, Deus não os abandonou.

Quando o rei Davi mentiu, traiu e cometeu adultério e assassinato, Deus não os abandonou.

Quando Seus próprios amigos dormiram enquanto Ele agonizava em oração no Getsêmani, Ele não foi embora.

Quando Seu próprio seguidor deu um beijo de traição em sua bochecha, Ele não foi embora.

Quando um soldado romano deixou Suas costas em carne viva com um chicote, Jesus não foi embora.

Quando as espigas fizeram estrondos dolorosos em Seu corpo, Jesus não foi embora.

Quando Ele voltou do túmulo e encontrou Seus apóstolos aconchegando-se com medo, Ele não os abandonou.

Esse é o tipo de Deus a quem servimos. Um Deus de pactos. É por isso que pactos de promessas são importantes para Deus. Um Deus que acredita que um voto de pacto é um pacto para ser honrado. Como um filho de Deus, essa é nossa herança. Uma herança que o chama para ser fiel, não só a Deus, mas ao seu cônjuge. Se o seu casamento precisa de reconstrução, você tem um Deus que o encarrega de recorrer a Ele para ajudar a reconstruir seu lar.

Uma das últimas mensagens que meu pai me deixou foi rabiscada em um pedaço de papel quando ele estava deitado em seu leito de hospital. “Max, seja fiel à sua esposa.”

Nós temos uma herança de fidelidade. Não há razão maior para ser fiel a seu cônjuge do que honrar o Deus que tem sido fiel a você.

Guia de estudo

  1. O que o Max quer dizer quando ele fala: “Ir embora nunca foi uma opção”?
  2. “Um casamento é um evento, mas o matrimônio é uma realização.” O seu matrimônio tem sido uma realização? Por quê? Por quê não? Pense no matrimônio de um casal que pode ser considerado uma realização. Quais são algumas características que se destacam?
  3. Por que o pacto do casamento é tão importante para Deus?
  4. Quando os fariseus questionaram Jesus sobre o divórcio, qual foi Sua resposta (Mateus 19:13-15)?

Traduzido por Cynthia Rosa de Andrade Marques
Texto original extraído com permissão do site www.maxlucado.com

O coração de Jesus

Os discípulos inquietavam-se sobre a necessidade de alimentar a muitos, mas Jesus não. Ele agradeceu a Deus pelo problema. Os discípulos gritaram de medo durante a tempestade, Jesus não. Ele dormiu o tempo todo. Pedro puxou sua espada para lutar com os soldados, mas Jesus não. Ele levantou sua mão para curar. Seu coração estava em paz. Quando seus discípulos o abandonaram, Ele ficou amuado e quis voltar para casa? Quando Pedro o negou, Jesus perdeu a paciência? Quando os soldados cuspiram em sua face, soprou fogo neles? Nem pensar! Ele estava em paz. Ele os perdoou. Recusou-se a ser guiado pela vingança.

Também recusou-se a ser dirigido por qualquer outra coisa que não fosse seu chamado supremo. Havia um propósito em seu coração. A maioria das pessoas nada almejam em particular e é só isso que conseguem. Jesus possuía um único objetivo: salvar a humanidade dos seus pecados. Ele poderia resumir sua vida em uma única sentença: “Porque o Filho do Homem veio buscar e salvar o que se havia perdido” (Lc 19.10). Jesus estava tão concentrado em sua missão que soube quando dizer “Ainda não é chegada a minha hora” (Jo 2.4) e também “Está consumado” (Jo 19.30). Mas ele não estava concentrado a ponto de se tornar inconveniente.

Ao contrário, como eram agradáveis seus pensamentos! As crianças não podiam resisitr a Jesus. Ele encontrava beleza nos lírios, alegria na adoração e possibilidades nos problemas. Ele passava dias entre multidões de pessoas enfermas e ainda sentia pena delas. Ele passou mais de três décadas entre a sujeira e o lamaçal de nossos pecados e ainda assim enxergou beleza em nós a ponto de morrer por nossas transgressões.

Porém, o maior atributo de Jesus era este: seu coração era espiritual. Seus pensamentos refletiam um relacionamento íntimo com o Pai. “Crede-me que estou no Pai, e o Pai, em mim”, afirmou Ele (Jo 14.11). Seu primeiro sermão tem início com as palavras “O Espírito do Senhor é sobre mim” (Lc 4.18). Ele foi “conduzido pelo Espírito” (Mt 4.1) e “cheio do Espírito Santo” (Lc 4.14). Ele retornou do deserto “pela virtude do Espírito” (Lc 4.14).

Jesus recebeu suas instruções de Deus. Ele tinha o hábito de adorar (Lc 4.16). Era sua prática memorizar as Escrituras (Lc 4.4). Lucas diz que Jesus “retirava-se para os desertos e ali orava” (Lc 5.16). Seus momentos de oração o orientavam. Certa vez, ao retornar de um período de oração, Ele anunciou que era tempo de ir para outra cidade (Mc 1.38). Outro momento de oração resultou na escolha dos discípulos (Lc 6.12,13). Jesus era guiado por uma mão invisível. “Porque tudo quanto Ele (Deus) faz, o Filho o faz igualmente” (Jo 5.19). No mesmo capítulo, Ele afirma: “Eu não posso de mim mesmo fazer coisa alguma; como ouço, assim julgo” (Jo 5.30).

O coração de Jesus era espiritual.

Traduzido por Cynthia Rosa de Andrade Marques
Texto original extraído com permissão do site www.maxlucado.com

A prisão do pecado

“O nosso homem velho foi crucificado com ele, para que o corpo do pecado fosse desfeito, a fim de não servirmos mais ao pecado” Romans 6:6.

Pense desta maneira. O pecado coloca você numa prisão. O pecado tranca você atrás das grades da vergonha, da decepção e do medo. O pecado não faz nada além de arremessar você contra a parede da miséria.

Então Jesus vem e paga a sua conta. Ele cumpre seu tempo de prisão; ele satisfaz sua penalidade e liberta você. Cristo morreu, e quando você lançou sua conta sobre Ele, o seu velho eu morreu também.

Quando Jesus morreu, você morreu para o clamor do pecado em sua vida. Você está livre.

Traduzido por Cynthia Rosa de Andrade Marques
Texto original extraído com permissão do site www.maxlucado.com

A escolha dEle, sua escolha

“Por que eu quero fazer o que é mau?” minha filha me perguntou, sem a intenção de apresentar uma questão perguntada por muitos que buscam a verdade. “Por que eu faço as coisas que odeio?” Ou, talvez uma questão mais básica esteja sendo perguntada. “Se o pecado me separa de Deus, por que Deus não me separa do pecado? Por que Ele não tira de mim a opção de pecar?”

Para responder isso, vamos ao começo.

Vamos ao Jardim e ver a semente que ambos abençoaram e amaldiçoaram. Vamos ver por que Deus deu ao homem… a escolha.

Por trás disso tudo estava uma escolha. Uma decisão intencional. Um movimento avisado. Ele não precisava fazer aquilo. Mas Ele escolheu fazer. Ele sabia o preço. Ele viu as implicações. Ele estava ciente das conseqüências.

Nós não sabemos quando Ele decidiu fazer isso. Não podemos saber. Não só porque não estávamos lá. Porque o tempo não estava lá. Quando não existia. Nem amanhã ou ontem ou próxima vez. Porque não havia tempo.

Não sabemos quando Ele pensou sobre fazer a escolha. Mas sabemos que Ele a fez. Ele não precisava fazê-la. Ele escolheu.

Ele escolheu criar.

“No princípio Deus criou…” 1

Com uma decisão, a história começou. A existência tornou-se possível de ser medida.

Do nada veio a luz.

Da luz veio o dia.

Depois veio o céu… e a terra.

E nesta terra? Uma mão poderosa foi ao trabalho.

Desfiladeiros foram esculpidos. Oceanos foram cavados. Montanhas entraram em erupção a partir de terras planas. Estrelas foram lançadas. Um universo brilhou.

Nosso sol tornou-se apenas um em milhões. Nossa galáxia tornou-se apenas uma em milhares. Planetas invisivelmente presos aos sóis fizeram estrondo através do espaço a altas velocidades. Estrelas ardiam com um calor que poderia derreter nosso planeta em segundos.

A mão por trás disso era poderosa. Ele é poderoso.

E com este poder, Ele criou. Tão naturalmente quanto um pássaro canta e um peixe nada, Ele criou. Assim como um artista não pode não pintar e um corredor não pode não correr, Ele não podia não criar. Ele era o Criador. Do começo ao fim, Ele era o Criador. Um projetista e um sonhador incansável.

Da aquarela do Artista Eterno vieram glórias impossíveis de serem imitadas. Antes de existir uma pessoa para vê-la, Sua criação estava cheia de maravilha. As flores não só cresciam; elas desabrochavam. Os pintinhos não só nasciam; eles saíam do ovo. Os salmões não só nadavam; eles saltavam.

O mundano não encontrava lugar em Seu universo.

Ele deve ter amado isso. Os criadores se entusiasmam criando. Tenho certeza que Suas ordens eram encantadoras! “Hipo, você não vai andar… você vai gingar!” “Hiena, um latido é muito simples. Deixe-me mostrar a você como dar risada!” “Olhe, guaxinim, Eu fiz uma máscara para você!” “Venha cá, girafa, vamos esticar um pouco esse pescoço.” E Ele foi assim por diante. Dando às nuvens suas rajadas. Dando aos oceanos seu azul. Dando às árvores seus balanços. Dando aos sapos seus pulos e coaxar. O poderoso casamento com o criativo, e a criação nasceu.

Ele era poderoso. Ele era criativo.

E Ele era amor. Ainda maior que Seu poder e mais profundo que Sua criatividade estava uma característica primordial: Amor.

A água deve ser molhada. O fogo deve ser quente. Você não pode tirar o molhado da água e ainda ter água. Você não pode tirar o calor do fogo e ainda ter fogo.

Da mesma maneira, você não pode tirar o amor dAquele que viveu antes do tempo e ainda ter Sua existência. Porque Ele era… e é… Amor.

Investigue a fundo dentro dEle. Explore cada canto. Reviste cada ângulo. Amor é tudo o que você encontra. Vá ao começo de cada decisão que Ele fez e você irá encontrá-lo. Vá ao final de cada história que Ele contou e você irá vê-lo.

Amor.

Sem amargura. Sem maldade. Sem crueldade. Apenas amor. Amor impecável. Amor apaixonado. Amor puro e imenso. Ele é amor.

Como resultado, um elefante possui uma tromba com a qual ele bebe. Um gatinho tem uma mãe da qual ele é amamentado. Um pássaro possui um ninho no qual ele dorme. O mesmo Deus que foi poderoso o suficiente para esculpir os desfiladeiros é terno o suficiente para colocar pêlos nas pernas de um inseto para mantê-lo aquecido. A mesma força que proporciona simetria aos planetas, guia o bebê canguru à bolsa de sua mãe antes dela saber que ele nasceu.

E por ser quem Ele era, Ele fez o que fez.

Ele criou um paraíso. Um santuário sem pecado. Um porto antes do medo. Um lar antes de haver um morador humano. Sem tempo. Sem morte. Sem machucado. Um presente construído por Deus para Sua máxima criação. E quando ele acabou, Ele soube que “havia ficado muito bom.”2

Mas não era o bastante.

O Seu melhor trabalho não estava completo. Uma obra-prima final era necessária antes dEle parar.

Olhe para os desfiladeiros para ver a glória de Deus. Toque as flores e veja Sua delicadeza. Ouça o trovão e ouça Seu poder. Mas olhe fixamente para isso – o apogeu – e presencie todos os três… e mais.

Imagine comigo o que pode ter acontecido naquele dia.

Ele colocou um pá de argila sobre a outra até uma forma deitar sem vida no chão.

Todos os habitantes do Jardim pararam para testemunhar o evento. Os falcões pairaram. As girafas se esticaram. As árvores se curvaram. As borboletas pousaram nas pétalas e assistiram.

“Você irá adorar-me, natureza”, Deus disse. “Eu te fiz desta maneira. Você irá obedecer-me, universo. Porque você foi projetado para fazê-lo. Vocês refletirão minha glória, céus, porque assim vocês foram criados. Mas este será semelhante a mim. Este será apto para escolher.”

Todos estavam em silêncio quando o Criador tirou de dentro dEle algo que ainda não havia sido visto. Uma semente. “Ela é chamada ‘escolha’. A semente da escolha.”

A criação ficou em silêncio e olhou fixamente para a forma sem vida.

Um anjo falou, “Mas e se ele…”

“E se ele escolher não amar?” o Criador terminou. “Venha, Eu te mostrarei.”

Sem serem limitados pelo hoje, Deus e o anjo entraram no domínio do amanhã.

“Ali, veja o fruto da semente da escolha, ambos o doce e o amargo.”

O anjo ficou ofegante por causa do que viu. Amor espontâneo. Adoração voluntária. Ternura escolhida. Nunca vi nada parecido com isso. Ele sentiu o amor de Adão. Ele ouviu a alegria de Eva e de suas filhas. Ele viu a comida e o fardo compartilhados. Ele absorveu a bondade e maravilhou-se com o calor.

“O céu nunca viu tal beleza, meu Senhor. De fato, esta é Sua criação mais magnífica.”

“Ah, mas você apenas viu o doce. Agora veja o amargo.”

Um fedor envolveu o par. O anjo ficou horrorizado e proclamou, “O que é isso?”

O Criador disse apenas uma palavra: “Egoísmo.”

O anjo ficou estupefato enquanto eles passavam através de séculos de repugnância. Ele nunca havia visto tal sujeira. Corações corruptos. Promessas quebradas. Fidelidades esquecidas. Filhos da criação vagando cegamente em labirintos solitários.

“Este é o resultado da escolha?” o anjo perguntou.

“Sim.”

“Eles irão esquecê-lo?”

“Sim.”

“Eles nunca voltarão?”

“Alguns voltarão. A maioria não.”

“O que será necessário para fazê-los escutar?”

O Criador andou no tempo, mais e mais longe no futuro, até Ele ficar em pé perto de uma árvore. Uma árvore que seria amoldada em um berço. Até ali Ele podia sentir o cheiro de feno que iria cercá-lo.

Com outro passo no futuro, Ele parou em frente de outra árvore. Ela estava sozinha, uma teimosa soberana de uma montanha calva. O tronco era grosso, e a madeira era forte. Logo seria cortada. Logo seria aparada. Logo seria montada no cume pedregoso de outra montanha. E logo Ele seria pendurado nela.

Ele sentiu a madeira esfregar contra umas costas que Ele ainda não havia usado.

“Eu irei até lá embaixo?” o anjo perguntou.

“Eu irei.”

“Não há outro jeito?”

“Não há.”

“Não seria mais fácil não plantar a semente? Não seria mais fácil não dar a escolha?”

“Seria,” o Criador falou lentamente. “Mas tirar a escolha é tirar o amor.”

Ele olhou em volta da montanha e previu uma cena. Três corpos pendurados em três cruzes. Braços abertos. Cabeças caídas para frente. Eles gemiam com o vento.

Homens cobertos de religião ficaram em um canto. Eles sorriram. Arrogantes, metidos. Eles protegeram Deus, eles pensaram, matando este falso.

Mulheres cobertas de tristeza se agruparam ao pé da montanha. Emudecidas. Rostos com sinais de lágrimas. Olhos para baixo. Uma colocou o braço em volta de outra e tentou levá-la embora. Ela não sairia. “Eu vou ficar,” ela disse suavemente. “Eu vou ficar.”

Todo o céu ficou pronto para lutar. Toda a natureza se levantou para resgatar. Toda a eternidade se posicionou para proteger. Mas o Criador não deu nenhum comando.

“Isto precisa ser feito…,” Ele disse, e se retirou.

Mas quando Ele deu um passo para trás no tempo, Ele ouviu o grito que um dia gritaria: “Meu Deus! Meu Deus! Por que me abandonaste?”3 Ele se retorceu com a angústia futura.

O anjo falou de novo. “Seria menos doloroso…”

O Criador interrompeu delicadamente. “Mas não seria amor.”

Eles entraram no Jardim novamente. O Criador olhou seriamente para a criação de argila. Uma monção de amor inflou dentro dEle. Ele havia morrido pela criação antes de tê-la feito. A forma de Deus se inclinou sobre a face esculpida e respirou. A poeira moveu nos lábios do novo ser. O peito levantou, partindo a lama vermelha. As bochechas se tornaram de carne. Um dedo mexeu. E um olho abriu.

Entretanto, mais incrível do que o movimento da carne foi o mover do espírito. Aqueles que puderam ver o invisível ficaram ofegantes.

Talvez tenha sido o vento que disse isto primeiro. Talvez o que a estrela tenha visto naquele momento fosse o que a fez piscar desde então. Talvez não tenha ficado um anjo para sussurrar isto:

“Parece com… parece tanto com… é Ele.”

O anjo não estava se referindo ao rosto, às feições, ou ao corpo. Ele estava olhando dentro – para a alma.

“É eterna!” outro ficou ofegante.

Dentro do homem, Deus colocou uma semente divina. Uma semente dEle mesmo. O Deus de poder havia criado o mais poderoso da Terra. O Criador criou, não uma criatura, mas outro criador. E Aquele que escolheu amar criou aquele que poderia amar de volta.

Agora a escolha é nossa.

Notas

1. Gênesis 1:1
2. Gênesis 1:31
3. Marcos 15:34

Guia de estudo

  1. Leia Gênesis 1:1-26. Quando foi a última vez que você tirou um tempo para apreciar a criação de Deus? Qual das criações de Deus te espanta? O que elas comunicam a respeito do caráter de Deus? Como é sentir ser a criação que fez toda a criação de Deus ser completa?
  2. Por que é tão importante que Deus tenha dado a Adão e à Eva a oportunidade de escolher? (Veja Gênesis 2:15-17; 3:1-13). Se Deus não nos houvesse dado uma escolha, como isso teria influenciado nossa relação com Ele? Por que nossa escolha de se vamos ou não amar Deus é tão importante? Quais foram as conseqüências da escolha de Adão e Eva? (Veja Gênesis 3:14-19).
  3. Que escolha Jesus fez para lidar com os pecados da humanidade?
  4. A qual escolha o autor está se referindo quando ele escreve,”Agora a escolha é nossa?”

Traduzido por Cynthia Rosa de Andrade Marques
Texto original extraído com permissão do site www.maxlucado.com

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