Max Lucado

Como estudar a Bíblia: Um livro bem peculiar (1)

Qual é o propósito da Bíblia? Deixe a Bíblia mesmo responder essa pergunta.

E que desde a infância sabes as sagradas letras, que podem tornar-te sábio para a salvação pela fé que há em Cristo Jesus. (2 Timóteo 3:15).

O propósito da Bíblia? Salvação. A maior fascinação de Deus é levar Seus filhos para casa. Seu livro, a Bíblia, descreve Seu plano de salvação. O propósito da Bíblia é proclamar o plano de Deus e a fascinação em salvar Seus filhos.

Essa é a razão pela qual este livro resistiu através dos séculos. Ele ousa abordar as questões mais difíceis da vida: Para onde vou depois que morrer? Há um Deus? O que eu faço com meus medos? A Bíblia oferece respostas para estas questões cruciais. É o mapa do tesouro que nos leva ao maior tesouro de Deus, a vida eterna.

Mas como nós usamos a Bíblia? Incontáveis cópias da Escritura permanecem sem ser lidas em prateleiras e criados-mudos simplesmente porque as pessoas não sabem como lê-la. O que podemos fazer para tornar a Bíblia real em nossas vidas?

A resposta mais clara é encontrada nas palavras de Jesus.

Pedi, Ele prometeu, e dar-se-vos-á; buscai, e achareis; batei e abrir-se-vos-á (Mateus 7:7).

O primeiro passo para entender a Bíblia é pedir que Deus nos ajude. Devemos ler em oração. Se alguém entende a Palavra de Deus é por causa de Deus e não do leitor.

Mas o Consolador, o Espírito Santo, a quem o Pai enviará em meu nome, esse vos ensinará todas as cousas, e vos fará lembrar de tudo o que vos tenho dito (João 14:26).

Antes de ler a Bíblia, ore. Convide Deus a falar com você. Não vá à Escritura procurando seu conceito, procure o Dele.

Não só devemos ler a Bíblia em oração, devemos lê-la cuidadosamente. Buscai e achareis, é a promessa. A Bíblia não é um jornal para ser lida rapidamente, mas uma mina a ser explorada. Se buscares a sabedoria como a prata, e como a tesouros escondidos a procurares, então entenderás o temor do Senhor, e acharás o conhecimento de Deus. (Provérbios 2:4, 5).

Qualquer achado que valha a pena requer esforço. A Bíblia não é exceção. Para entender a Bíblia você não precisa ser brilhante, mas você deve estar disposto a arregaçar as mangas e procurar.

Procura apresentar-te a Deus, aprovado, como obreiro que não tem de que se envergonhar, que maneja bem a palavra da verdade (2 Timóteo 2:15).

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Traduzido por Cynthia Rosa de Andrade Marques
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Como estudar a Bíblia

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Introdução

A Bíblia é um livro peculiar. Palavras escritas em outros idiomas. Feitos realizados em uma era distante. Eventos registrados em uma terra distante. Conselho oferecido a um povo estrangeiro.

Este é um livro peculiar.

É surpreendente que qualquer pessoa o leia. É velho demais. Alguns de seus escritos têm mais de cinco mil anos. É estranho demais. O livro fala de comidas incríveis, fogos, terremotos, e pessoas com habilidades sobrenaturais. É radical demais. A Bíblia chama para devoção eterna a um Carpinteiro que Se chamou de Filho de Deus.

A lógica diz que este livro não deveria sobreviver. Velho demais, estranho demais, radical demais.

A Bíblia foi proibida, queimada, zombada e ridicularizada. Acadêmicos rotularam-na como tola. Reis marcaram-na como ilegal. Por mais de mil vezes a sepultura foi cavada e a marcha fúnebre começou, mas de alguma maneira a Bíblia nunca permanece na sepultura.

Ela não só sobreviveu, ela prosperou. Ela é o único livro mais popular em toda a história. Ela tem sido o livro mais vendido no mundo por trezentos anos!

Não há maneira no mundo de explicar isso. O que talvez seja a única explicação.

A resposta? A durabilidade da Bíblia não é encontrada na Terra; é encontrada no céu. Para os milhões que testaram suas exigências e alcançaram suas promessas não há resposta a não ser esta – a Bíblia é livro de Deus e voz de Deus.

Enquanto você a lê, seria sábio pensar em duas questões. Qual é o propósito da Bíblia? Como eu estudo a Bíblia? O tempo usado para refletir nestes dois assuntos irá melhorar muito seu estudo Bíblico.

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Superando sua hereditariedade (3)

Talvez seu passado não tenha muito do que se vangloriar. Talvez você tenha visto o mal não tratado. E agora você, como Josias, tem que fazer uma escolha. Você supera o seu passado e faz diferença? Ou você continua controlado pelo passado e arranja desculpas?

Muitos escolhem a última.

Muitos escolhem os lares convalescentes do coração. Corpos sadios. Mentes afiadas. Mas sonhos aposentados. Para trás e para frente eles balançam na cadeira do arrependimento, repetindo as expressões de desistência.

Incline-se e você os ouvirá: ”Se apenas”. A bandeira branca do coração.

“Se apenas…”

“Se apenas eu tivesse nascido em outro lugar…”

“Se apenas eu tivesse sido tratado justamente…”

“Se apenas eu tivesse pais mais amáveis, mais dinheiro, melhores oportunidades…”

“Se apenas eu tivesse sido treinado mais cedo, espancado menos, ou ensinado a comer sem fazer barulho.”

Talvez você tenha usado essas palavras. Talvez você tenha todo o direito de usá-las. Talvez você, como Josias, estivesse ouvindo a contagem até dez antes mesmo de entrar no ringue. Para você encontrar um antepassado digno de imitação, como Josias, tenha que revolver o seu álbum de família.

Se for este o caso, deixe-me mostrar para onde virar. Abaixe o álbum de fotos e pegue sua Bíblia. Vá ao Evangelho de João e leia as palavras de Jesus: ”O que é nascido da carne é carne, e o que é nascido do Espírito é espírito” (João 3:6).

Pense nisso. A vida espiritual vem do Espírito! Seus pais podem ter dado genes a você, mas Deus dá graça. Seus pais podem ser responsáveis pelo seu corpo, mas Deus tomou conta da sua alma. Você pode receber sua aparência da sua mãe, mas você recebe a eternidade do seu Pai, seu Pai Celestial.

A propósito, Ele não é cego a seus problemas. Na verdade, Deus está querendo dar a você o que sua família não deu.

Não teve um bom pai? Ele será seu Pai.

Através de Deus você é um filho; e, se você é um filho, então você certamente é um herdeiro (Gálatas 4:7).

Não teve um bom modelo? Tente Deus.

Você é filho amado de Deus. Então tente ser como Ele (Efésios 5:1).

Nunca teve um pai que enxugou suas lágrimas? Pense novamente. Deus notou cada uma.

“Tu contaste as minhas aflições; põe as minhas lágrimas no teu odre; não estão elas no teu livro?” (Salmos 56:8).

Deus não o deixou à deriva no mar da hereditariedade. Assim como Josias, você não pode controlar a maneira como seus antepassados responderam a Deus. Mas você pode controlar a maneira como você responde a Ele. O passado não precisa ser sua prisão. Você tem uma voz em seu destino. Você tem um dizer em sua vida. Você tem uma escolha no caminho que você toma.

Escolha bem e algum dia – as gerações depois de você – seus netos e bisnetos irão agradecer a Deus pelas sementes que você plantou.

Pontos para Refletir

“Não podemos escolher nossos pais, mas podemos escolher nossos conselheiros.”

  1. Quais conselheiros você tem escolhido?
  2. Por que você escolheu estes indivíduos em particular?

“Talvez seu passado não tenha muito do que se vangloriar. Talvez você tenha visto o mal não tratado. E agora você, como Josias, tem que fazer uma escolha. Você supera o seu passado e faz diferença? Ou você continua controlado pelo passado e arranja desculpas?”

  1. Escolha uma palavra para descrever como você se sente a respeito de seu passado: Agradecido? Bravo? Desanimado? Orgulhoso? Deprimido? Abençoado?
  2. Como nós às vezes nos permitimos ser controlados pelo passado? Você alguma vez já escorregou para esse jeito? Explique.

“A vida espiritual vem do Espírito! Seus pais podem ter dado genes a você, mas Deus dá graça. Seus pais podem ser responsáveis pelo seu corpo, mas Deus tomou conta da sua alma. Você pode receber sua aparência da sua mãe, mas você recebe a eternidade do seu Pai, seu Pai Celestial.”

  1. Como este princípio muda todo o seu ponto de vista?
  2. Que tipo de herança espiritual você tem agora? Descreva-a.

Sabedoria da Palavra

  1. Leia 2 Reis 21. Descreva a herança de Josias. Como você acha que ele se sentiu por causa dela?
  2. Leia João 3:1-8. Como Jesus explicou que podemos receber uma herança espiritual? O que precisamos fazer? Como o Espírito se moveu em sua vida? De onde veio o “vento”?
  3. Leia 2 Coríntios 5:17. O que significa estar “em Cristo”? O que se ganha? O que se perde?

Traduzido por Cynthia Rosa de Andrade Marques
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Superando sua hereditariedade (2)

A história do rei Josias. O mundo tinha visto reis mais sábios; o mundo tinha visto reis mais ricos; o mundo tinha visto reis mais poderosos. Mas a história nunca tinha visto um rei mais corajoso que o jovem Josias.

Nascido por volta de seiscentos anos antes de Jesus, Josias herdou um trono frágil e uma coroa desonrada. O templo estava em desordem, a Lei estava perdida, e o povo adorava qualquer deus que quisessem. Mas ao final do trigésimo primeiro ano do reinado de Josias, o templo tinha sido reconstruído, os ídolos destruídos, e a lei de Deus foi mais uma vez elevada a um lugar de proeminência e poder.

A floresta foi cultivada.

O avô de Josias, o rei Manassés, foi lembrado como o rei que ”derramou muitíssimo sangue inocente, até que encheu Jerusalém de um a outro extremo” (2 Reis 21:16). Seu pai, o rei Amom, morreu nas mãos de seus servos. “Ele fez o que Deus disse que era errado”, está escrito em seu epitáfio.

Os cidadãos formaram um pelotão de civis armados e mataram os assassinos, e Josias com oito anos de idade ascendeu ao trono. No começo de seu reinado, Josias fez uma escolha corajosa. “Ele fez o que era reto aos olhos do Senhor; e andou em todo o caminho de Davi, seu pai, não se apartando dele nem para a direita nem para a esquerda” (2 Reis 22:2).

Ele folheou seu álbum de família até que achou um antepassado digno de imitação. Josias pulou a vida de seu pai e contornou a de seu avô. Ele pulou para trás no tempo até que ele achou Davi e resolveu, “Serei como ele”.

O princípio? Não podemos escolher nossos pais, mas podemos escolher nossos conselheiros.

E desde que Josias escolheu Davi (o qual tinha escolhido Deus), as coisas começaram a acontecer.

As pessoas demoliram os altares dos baalins enquanto Josias conduzia.

Josias derrubou os altares de incenso.

Josias… quebrou os aserins e… os reduziu a pó.

Ele queimou os ossos dos sacerdotes.

Josias derrubou os altares.

Ele cortou todos os altares de incenso por toda a terra de Israel (2 Crônicas 34:4-5,7).

Não é o que você chama de uma visita de relações públicas. Mas, então novamente, Josias não saiu para fazer amigos. Ele saiu para fazer uma declaração: “O que meus pais ensinaram, eu não ensino. O que eles abraçaram, eu rejeito”.

E ele não tinha acabado. Quatro anos depois, com vinte e seis anos de idade, ele virou sua atenção ao templo. Ele estava um caos. As pessoas permitiram que ele se deteriorasse. Mas Josias estava determinado. Alguma coisa aconteceu e estimulou sua paixão para restaurar o templo. Um bastão foi passado. Uma tocha foi recebida.

No começo de seu reinado ele resolveu servir ao Deus de seu antepassado Davi. Agora ele escolhe servir ao Deus de outra pessoa. Preste atenção em 2 Crônicas 34:8: “No décimo oitavo ano do seu reinado, havendo já purificado a terra e a casa, ele enviou Safã… para repararem a casa do Senhor seu Deus ” (ênfase do Max).

Deus era seu Deus. A fé de Davi era a fé de Josias. Ele tinha encontrado o Deus de Davi e O fez seu próprio Deus. Enquanto o templo estava sendo reconstruído, um dos trabalhadores achou um rolo de papel. No rolo de papel estavam as palavras de Deus dadas a Moisés a cerca de mil anos antes.

Quando Josias ouviu as palavras, ele ficou chocado. Ele chorou porque seu povo tinha afastado-se tanto de Deus que Sua Palavra não fazia parte de suas vidas.

Ele mandou consultar uma profetisa e perguntou, “O que será de nosso povo?”

Ela disse a Josias que como ele tinha se arrependido quando ouviu as palavras, sua nação seria dispensada da raiva de Deus (veja 2 Crônicas 34:27). Incrível. Uma geração inteira recebeu graça por causa da integridade de um homem.

Será que Deus o colocou na Terra por esse motivo?

Será que Deus colocou você na Terra para o mesmo?

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Superando sua hereditariedade (1)

Stefan pode contar-lhe sobre árvores genealógicas. Ele obtém seu sustento através delas. Ele herdou uma floresta alemã que tem estado em sua família por 400 anos. As árvores que ele colhe foram plantadas há 180 anos por seu bisavô. As árvores que ele planta não estarão prontas para venda até o nascimento de seu bisneto.

Ele é parte de uma cadeia.

“Toda geração deve fazer uma escolha”, ele me disse. “Eles podem colher ou plantar. Eles podem acabar com a terra e ficar ricos, ou podem cuidar da terra, colher apenas o que é deles, e deixar um investimento para seus filhos”.

Stefan colhe sementes plantadas por homens que ele nunca conheceu.

Stefan semeia sementes para serem colhidas por descendentes que ele nunca verá.

Dependente do passado, responsável pelo futuro: ele é parte de uma cadeia.

Como nós. Crianças do passado, somos nós. Pais do futuro. Herdeiros. Benfeitores. Receptores de um trabalho realizado por aqueles de antes. Nascido em uma floresta em que não semeamos.

O que me leva a perguntar, como está sua floresta?

Enquanto você está na terra deixada por seus antepassados, como ela é? Como você se sente?

Orgulhoso do legado deixado? Talvez. Uma terra nutrida herdada. Árvores com raízes profundas de convicção. Fileira após fileira de verdade de herança. Pode ser que você esteja orgulhoso na floresta de seus antepassados. Se estiver, agradeça, porque muitos não estão.

Muitos não têm orgulho de suas árvores genealógicas. Pobreza. Vergonha. Abuso. Tais são as árvores encontradas por alguns de vocês. A terra foi saqueada. A colheita foi feita, mas nenhuma semente foi plantada.

Talvez você tenha sido criado em um lar de intolerância, então você é intolerante com as minorias. Talvez você tenha sido criado em um lar de avareza, doravante seus desejos para posses são insaciáveis.

Talvez suas lembranças de infância tragam mais sofrimento do que inspiração. As vozes de seu passado amaldiçoaram-no, menosprezaram-no, ignoraram-no. Na época, você pensou que tal tratamento fosse típico. Agora você vê que não é.

E agora você se encontra tentando explicar seu passado.

Eu topei com a história de um homem que deve ter tido tais pensamentos. Sua herança foi trágica. Seu avô foi um assassino e um místico que sacrificou seu próprio filho em um abuso ritual. Seu pai foi um traste que arrasou casas de adoração e ridicularizou os cristãos. Ele foi assassinado com 24 anos… por seus amigos.

Os homens eram típicos de sua era. Eles viveram em uma época em que as prostitutas vendiam suas mercadorias em casas de adoração. Os feiticeiros tratavam as doenças com cânticos. As pessoas adoravam as estrelas e seguiam horóscopos. Era dada mais atenção para superstição e vodu do que para a educação das crianças.

Foi uma época sombria para nascer. O que você faz quando seu avô seguia magia negra, seu pai era um patife e sua nação é corrupta?

Segue o exemplo? Alguns supuseram que sim. Marcaram-no como um delinqüente antes de ter nascido, uma lasca tirada de um bloco podre velho. Você quase pode ouvir as pessoas murmurarem enquanto ele passa, “Será igual seu pai”.

Mas elas estavam erradas. Ele não foi. Ele inverteu a tendência. Desafiou a diferença. Ficou como uma represa contra as tendências do seu tempo e desviou o futuro de sua nação. Suas realizações eram tão notáveis que ainda contamos sua história 2600 anos depois.

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A base da fé (2)

Eu fico a poucos centímetros de um espelho e vejo o rosto de um homem que falhou… falhou com seu Criador.

Novamente. Prometi que não falharia, mas falhei. Eu fiquei quieto quando deveria ter sido intrépido. Fiquei acomodado quando deveria ter tomado uma posição.

Se esta tivesse sido a primeira vez, seria diferente. Mas não foi. Quantas vezes uma pessoa pode cair e esperar ser pega?

Confiança. Por que é fácil dizer aos outros e tão difícil de lembrar a si mesmo? Deus pode lidar com a morte? Eu disse à mulher que sim. Deus pode lidar com dívidas? Eu me aventurei igualmente com o homem. Deus pode ouvir ainda mais uma confissão destes lábios?

Pergunta o rosto no espelho.

***

Eu sento a poucos centímetros de um homem no corredor da morte. Judeu por nascimento. Fabricante de tendas por profissão. Apóstolo por chamado. Seus dias chamam a atenção. Tenho curiosidade para saber o que dá força a este homem enquanto ele se aproxima de sua execução. Então faço algumas perguntas.

Você tem família, Paulo? Não tenho nenhuma.

E sobre sua saúde? Meu corpo está surrado e cansado.

Quais são suas posses? Eu tenho meus pergaminhos. Minha caneta. Uma capa.

E sua reputação? Bem, não é muita coisa. Sou um herético para alguns, um excêntrico para outros.

Você tem amigos? Tenho, mas até mesmo alguns deles voltaram atrás.

Alguma recompensa? Não na Terra.

Então o que você tem, Paulo? Sem pertences. Sem família. Criticado por alguns. Ridicularizado por outros. O que você tem, Paulo? O que você tem que importa?

Eu sentei silenciosamente e assisti. Paulo fecha sua mão em um punho. Ele olha para o punho. Eu olho para o punho. O que ele está segurando? O que ele tem?

Ele estende sua mão e eu consigo ver. Enquanto eu me inclino para frente, ele abre seus dedos. Eu fito sua palma. Está vazia.

Eu tenho minha fé. É tudo que tenho. Mas é tudo que preciso. Eu guardei a fé.

Paulo inclina-se para trás na parede em sua cela e sorri. Eu me inclino para trás em outra parede e olho fixamente para o rosto do homem que aprendeu que há mais vida do que os olhos enxergam.

Isso é fé. Fé é confiar no que os olhos não conseguem ver.

Os olhos vêem o leão vagando. A fé vê o anjo de Daniel.

Os olhos vêem tempestades. A fé vê o arco-íris de Noé.

Os olhos vêem gigantes. A fé vê Canaã.

Os seus olhos vêem as suas falhas. Sua fé vê o seu Salvador.

Os seus olhos vêem a sua culpa. Sua fé vê o Seu sangue.

Os seus olhos vêem a sua sepultura. Sua fé vê uma cidade da qual o Construtor e Criador é Deus.

Os seus olhos olham para o espelho e vêem um pecador, um fracassado, um quebrador de promessas. Mas pela fé você olha para o espelho e vê um pródigo recebendo o anel da graça em seu dedo e o beijo do seu Pai em seu rosto.

Mas espere um minuto, alguém pede. Como eu sei que isto é verdade? Boa prosa, mas me dê os fatos. Como eu sei que estas não são apenas esperanças imaginárias?

Parte da resposta pode ser encontrada nos pequenos saltos de fé da Sara. Sua irmã mais velha, Andrea, estava na sala observando, e eu perguntei para a Sara se ela pularia para a Andrea. Sara recusou. Tentei convencê-la. Ela não mudaria de opinião. “Por que não?”, eu perguntei.

“Eu só pulo para braços grandes”.

Se acharmos que os braços são fracos, nós não pularemos.

Por essa razão, o Pai flexionou Seus músculos. “A incomparável grandeza do seu poder para conosco, os que cremos”, Paulo ensinou. “Esse poder ele exerceu em Cristo, ressuscitando-o dos mortos” (Ef 1:19-20).

Da próxima vez que você se perguntar se Deus pode pegá-lo, leia esse versículo. Os mesmos braços que venceram a morte são os braços que esperam por você.

Da próxima vez que você se perguntar se Deus pode perdoá-lo, leia esse versículo. As mesmas mãos que foram pregadas na cruz estão abertas para você.

E da próxima vez que você se perguntar se você sobreviverá ao pulo, lembre-se de mim e Sara. Se um pai de carne e osso como eu pode pegar seu filho, você não acha que o seu Pai eterno pode pegá-lo?

Guia de estudo

Pontos para Meditar

“Há mais vida do que os olhos enxergam. Isso é fé. Fé é confiar no que os olhos não conseguem ver. Os olhos vêem o leão vagando. A fé vê o anjo de Daniel. Os olhos vêem tempestades. A fé vê o arco-íris de Noé. Os olhos vêem gigantes. A fé vê Canaã.”

  1. Você concorda que “fé é confiar no que os olhos não conseguem ver”?
  2. Há mais na fé do que isso? Explique.

“Eu só pulo para braços grandes. Se acharmos que os braços são fracos, nós não pularemos. Por essa razão, o Pai flexionou Seus músculos.”

  1. Como Deus demonstrou Seus “braços grandes” em sua própria vida?
  2. Qual foi a maior “flexão de braços” que você já experimentou?

Sabedoria da Palavra

  • Leia Hebreus 11:1-3. Como a fé é definida nesta passagem? Como você colocaria isto em suas próprias palavras?
  • Leia Salmos 20. Quais lições sobre confiança você aprende através desta passagem? Quais promessas são dadas? Qual esperança é expressa?
  • Leia Efésios 1:19-20. Esta passagem ajuda a construir sua própria fé? Explique. Como Paulo usa esta passagem em Efésios?

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A base da fé (1)

Em pé a seis passos da borda da cama. Meus braços estendidos. Mãos abertas. A Sara na cama – com quarto anos – agacha-se, posou como um gatinho brincalhão. Ela irá pular. Mas ela não está pronta. Eu estou muito perto.

“Mais pra trás, papai”, ela fica em pé e desafia. Eu dramaticamente cumpro, confessando admiração por sua coragem. Depois de dois passos gigantescos, eu paro. “Mais?” eu pergunto.

“Sim!” a Sara grita, pulando na cama. A cada passo ela ri e bate palmas e gesticula por mais. Quando estou do outro lado do desfiladeiro, quando estou além do alcance de qualquer mortal, quando não sou mais do que uma pequenina figura no horizonte, ela me pára.

“Aí, pare aí.”

“Você tem certeza?”

“Tenho certeza”, ela grita. Eu estendo meus braços. Mais uma vez ela se agacha, depois pula. Super-homem sem a capa. Pára-quedista sem um pára-quedas. Só seu coração voa mais alto do que seu corpo. Nesse instante aéreo, sua única esperança é seu pai. Se ele for fraco, ela cairá. Se ele for cruel, ela se espatifará. Se ele for esquecido, ela desabará no chão duro.

Mas tal medo que ela não conhece, pelo seu pai ela sabe. Ela confia nele. Quatro anos sob o mesmo teto convenceram-na de que ele é digno de confiança. Ele não é super-humano, mas ele é forte. Ele não é santo, mas ele é bom. Ele não é brilhante, mas ele não precisa ser para lembrar de pegar sua filha quando ela pula.

E então ela voa.

E então ela se eleva em vôo.

E então ele a pega e os dois alegram-se pelo casamento da confiança dela com a fidelidade dele.

***

Eu fico em pé a poucos passos de outra cama. Desta vez ninguém ri. O quarto está solene. Uma máquina bombeia ar para dentro de um corpo cansado. Um monitor monitora os batimentos de um coração exausto. A mulher na cama não é uma criança. Ela foi, outrora. Décadas atrás. Ela foi. Mas não agora.

Como a Sara, ela deve confiar. Apenas há alguns dias fora da sala de operação, acabaram de contá-la que ela terá que voltar. Sua mão frágil aperta a minha. Seus olhos expressam medo.

Ao contrário da Sara, ela não vê o pai. Mas o Pai a vê. Confie nele, eu digo a nós dois. Confie na voz que sussurra seu nome. Confie nas mãos para pegar.

***

Eu sento do outro lado da mesa de um bom homem. Bom e com medo. Seu medo é sincero. As ações estão em baixa. A inflação está em alta. Ele tem folha de pagamento para buscar e contas para pagar. Ele não esbanjou, apostou ou jogou. Ele trabalhou duro e orou muitas vezes, mas agora ele está com medo. Embaixo do terno de flanela há um coração tímido.

Ele mexe seu café e olha fixamente para mim com os olhos do Wile E. Coyote que acaba de perceber que está correndo para além da borda de um penhasco. Ele está a ponto de cair e cair rapidamente. Ele é o Pedro na água, vendo a tempestade e não o rosto. Ele é o Pedro nas ondas, ouvindo o vento e não a voz.

Confie, eu insisto. Mas a palavra bate. Ele não está acostumado com tal anormalidade. Ele é um homem de razão. Até mesmo quando a pipa voa além das nuvens, ele ainda segura o fio. Mas agora o fio rompeu. E o céu está silencioso.

Continua

Traduzido por Cynthia Rosa de Andrade Marques
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Lidando com a raiva (3)

Quando nós escoltamos o infrator ao tribunal, anunciamos, “Ele me machucou!” os jurados balançam suas cabeças em repugnância. “Ele me abandonou!”, explicamos, e as câmaras ressoam com nossa acusação. “Culpado!”, o juiz grunhi enquanto ele bate o martelo. “Culpado!” o júri concorda. “Culpado!”, o público proclama. Nós nos deleitamos com este momento de justiça. Então prolongamos o acontecimento. Contamos a história de novo, de novo e de novo.

Agora vamos congelar esta cena. Eu tenho uma pergunta. Não para todos vocês, mas para alguns de vocês.

Alguns de vocês estão no tribunal. O tribunal da queixa. Alguns de vocês estão repetindo a mesma mágoa todas as vezes que têm a chance com qualquer um que escute.

Para vocês, eu tenho esta pergunta: Quem os fez Deus? Não quero ser arrogante, mas por que vocês estão fazendo Seu trabalho para Ele?

“A mim pertence a vingança,” Deus declarou. “Eu retribuirei” (Hebreus 10:30). “Não diga: ‘Eu o farei pagar pelo mal que me fez!’ Espere pelo Senhor, e ele dará a vitória a você.” (Provérbios 20:22).

O julgamento é trabalho de Deus. Assumir o contrário é assumir que Deus não pode fazê-lo.

A vingança é desrespeitosa. Quando revidamos estamos dizendo, “Eu sei que a vingança é Sua, Deus, mas só não achei que o Senhor puniria o bastante. Pensei que seria melhor pegar esta situação em minhas próprias mãos. O Senhor tem a tendência de ser um pouco meigo.”

José entende isso. Ao invés de vingar-se, ele revela sua identidade e tem seu pai e o resto de sua família trazida para o Egito. Ele os concede segurança e provê a eles um lugar para morar.

Eles vivem em harmonia por dezessete anos.

Mas então Jacó morre e chega o momento da verdade. Os irmãos têm um pressentimento de que sem Jacó eles serão felizes de sair do Egito com suas cabeças em cima de seus ombros. Então eles vão até José e argumentam por misericórdia.

“Antes de morrer, teu pai nos ordenou… ‘Peço-lhe que perdoe seus irmãos’” (Gênesis 50:16-17). (Tenho que rir pensando em homens adultos falando deste jeito. Eles não soam como crianças, gemendo, “Papai disse para ser bonzinho conosco”?)

A resposta de José? “Quando recebeu o recado, José chorou” (Gênesis 50:17) “O que mais eu preciso fazer?” suas lágrimas imploram. “Dei uma casa a vocês. Sustentei suas famílias. Por que vocês ainda duvidam da minha graça?”

Por favor, leia atentamente as duas afirmações que ele faz a seus irmãos. Primeiro ele pergunta, “Estaria eu no lugar de Deus?” (v. 19).

Posso reafirmar o óbvio? A vingança pertence a Deus! Se a vingança é de Deus, então não é nossa.

Deus não nos pediu para ajustar a conta ou vingar-nos. Nunca.

Por quê? A resposta está na segunda parte da afirmação de José: “Vocês planejaram o mal contra mim, mas Deus o tornou em bem, para que hoje fosse preservada a vida de muitos” (v. 20).

O perdão vem mais fácil com uma lente de grande abertura angular. José usa uma para ter a figura completa. Ele se recusa a focar na traição de seus irmãos sem também ver a lealdade de seu Deus.

Sempre ajuda ver a figura grande.

Há algum tempo atrás eu estava no saguão de um aeroporto quando vi um conhecido entrar. Ele era um homem que eu não via há algum tempo mas pensava nele freqüentemente. Ele passou por um divórcio, e eu estava próximo o suficiente para saber que ele tinha alguma culpa.

Percebi que ele não estava sozinho. Ao lado dele estava uma mulher. Por quê, aquele patife! Apenas poucos meses e ele está aqui com outra mulher?

Qualquer pensamento de cumprimentá-lo desapareceu quando julguei seu caráter. Mas então ele me viu. Ele acenou com a mão para mim. Ele acenou para mim. Eu fui pego. Eu estava preso. Tive que fazer a visita com o tratante. Então fui.

“Max, conheça minha tia e seu marido.”

Eu engoli. Não tinha notado o homem.

“Estamos indo para uma reunião familiar. Sei que eles realmente gostariam de conhecer você.”

“Usamos seus livros em nossos estudos bíblicos em casa,“ disse o tio do meu amigo. “Você tem grandes introspecções.”

“Se você soubesse,” eu disse a mim mesmo. Cometi um pecado comum do implacável. Tirei conclusões sem saber a história.

Perdoar alguém é admitir nossas limitações. Foi nos dado apenas uma peça do quebra-cabeça da vida. Só Deus tem a tampa da caixa.

Perdoar alguém é mostrar reverência. Perdoar não é dizer à pessoa que o magoou que você estava certo. Perdoar é declarar que Deus é justo e que Ele fará o que é certo.

Afinal de contas, não temos coisas suficientes para fazer sem tentar fazer o trabalho de Deus também?

Adivinhe. Acabei de perceber uma coisa. O grilo está quieto. Fiquei tão entretido neste capítulo que o esqueci. Não atirei uma caneta por uma hora. Acho que ele dormiu. Pode ser que fosse isso que ele quisesse o tempo todo, mas eu continuava acordando-o com minhas Bics.

Ele acabou tendo um descanso. Eu acabei terminando este capítulo. É notável o que conseguimos quando deixamos nossa raiva.

Pontos para Meditar

“Quando somos maltratados, nossa reação animalesca é ir à caça. Instintivamente, dobramos nossos pulsos. Ficar quite só é natural. O que, a propósito, é exatamente o problema. A vingança é natural, não espiritual. Ficar quite é a regra da selva. Dar graça é a regra do reino.”

  1. A “regra da selva” ou a “regra do reino” caracteriza sua resposta ao mau-trato mais freqüentemente?
  2. Dê um exemplo de como você reage ao mau-trato.

“A vingança é desrespeitosa. Quando revidamos estamos dizendo, ‘Eu sei que a vingança é Sua, Deus, mas só não achei que o Senhor puniria o bastante. Pensei que seria melhor pegar esta situação em minhas próprias mãos. O Senhor tem a tendência de ser um pouco meigo.’”

  1. Você já se sentiu do jeito que o parágrafo acima descreve? Explique.
  2. Se você já se sentiu assim, qual foi o resultado?

“O perdão vem mais fácil com uma lente de grande abertura angular. José usa uma para ter a figura completa. Ele se recusa a focar na traição de seus irmãos sem também ver a lealdade de seu Deus.“

  1. Como o perdão vem mais fácil com uma lente de grande abertura angular?
  2. Como ele é mais difícil com uma teleobjetiva?

Sabedoria da Palavra

  1. Leia Provérbios 20:22. Que ordem negativa é dada aqui? Que ordem positiva é dada? Como as duas trabalham juntas?
  2. Leia Gênesis 50:15-21. José tinha razão em estar bravo devido à maneira como seus irmãos maltrataram-no? Como ele reagiu? Qual foi o resultado? Se você fosse José, como você acha que teria reagido?

Traduzido por Cynthia Rosa de Andrade Marques
Texto original extraído com permissão do site www.maxlucado.com

Lidando com a raiva (2)

Imagine que você vem de uma grande família – mais ou menos uma dúzia de filhos. Uma família mais misturada que o grupo do Brady. Todos os filhos são do mesmo pai, mas eles têm quatro ou cinco mães diferentes.

Imagine também que seu pai é covarde e tem sido um por um longo tempo. Todos sabem disso.

Todos sabem que ele fraudou seu tio na herança. Todos sabem que ele foge como um covarde para evitar ser pego.

Também vamos imaginar que o seu tio-avô enganou seu pai casando-o com a irmã de sua mãe. Ele fez com que seu pai ficasse bêbado antes do casamento e fez sua filha feia ir para o altar ao invés da filha bonita com quem seu pai pensou que estivesse se casando.

Entretanto, isso não desanimou seu pai. Ele casou-se com as duas.

A que ele amava não podia ter filhos, então ele dormiu com a empregada dela. Na verdade, ele tinha o hábito de dormir com a maioria das ajudantes de cozinha; como resultado, a maioria de seus irmãos se parece com as cozinheiras.

Finalmente, a noiva com a qual seu pai queria casar-se em primeiro lugar fica grávida… e você nasce.

Você é o filho preferido… e seus irmãos sabem disso.

Você ganha um carro. Eles não. Você ganha um Armani, eles ganham um K-Mart. Você ganha um acampamento de verão, eles ganham empregos de verão. Você fica instruído, eles ficam bravos.

E eles se vingam. Eles o vendem para um projeto de serviço no exterior, colocam você em um avião para o Egito, e dizem ao seu pai que você foi baleado por um franco-atirador. Você se encontra rodeado de pessoas que você não conhece, aprendendo um idioma que você não entende, e vivendo em uma cultura que você nunca viu.

Conto imaginário? Não. É a história de José. O filho preferido em uma família esquisita, ele tinha toda razão para ficar bravo.

Ele tentou fazer o melhor disso. Ele tornou-se o principal funcionário da liderança do Serviço Secreto.

A esposa de seu chefe tentou seduzi-lo e, quando ele recusou, ela fez beicinho e ele acabou na prisão.

O Faraó ficou sabendo que José podia interpretar sonhos e o deixou arriscar em alguns do próprio Faraó.

Quando José os interpretou, foi promovido para fora da prisão para dentro do palácio como primeiro-ministro. A segunda maior posição em todo o Egito. A única pessoa a quem José se submetia era o rei.

Enquanto isso houve uma fome e Jacó, pai de José, enviou seus filhos ao Egito para um empréstimo estrangeiro.

Os irmãos não sabem disso, mas eles estão em frente do mesmo irmão que venderam para os ciganos há uns vinte e dois anos atrás.

Eles não reconhecem José, mas José os reconhece. Um pouco mais careca e barrigudo, mas são os mesmos irmãos. Imagine os pensamentos de José. A última vez que ele viu aqueles rostos, ele estava olhando para eles de baixo para cima do fundo de uma cova. A última vez que ele ouviu aquelas vozes, elas estavam rindo dele. A última vez que eles chamaram seu nome, chamaram-no por todos os nomes no livro.

Agora é a vez dele de vingar-se. Ele tem completo controle. Um estalo de seus dedos e esses irmãos estão mortos. Melhor ainda, prenda algumas algemas em suas mãos e pés e deixem-nos ver como é um calabouço egípcio. Deixem-nos dormir na lama. Deixem-nos esfregar o chão. Deixem-nos aprender egípcio.

A vingança está dentro do poder de José. E há poder na vingança. Poder intoxicante.

Nós já não o provamos? Já não fomos tentados a vingar?

Continua

Traduzido por Cynthia Rosa de Andrade Marques
Texto original extraído com permissão do site www.maxlucado.com

Lidando com a raiva (1)

Perdoe-me se este artigo está desconexo. Enquanto escrevo, estou bravo. Estou bravo por causa de um grilo. Ele é barulhento. Ele é detestável. Ele está escondido. E ele está com um grande problema se eu encontrá-lo.

Eu cheguei mais cedo no meu escritório. Duas horas antes do meu despertador tocar, eu estava aqui. As mangas arregaçadas e o computador zumbindo. Tocarem os telefones, pensei. Dar um pulo de manhã, planejei. Ficar com uma perna para cima.

Mas Coloque suas mãos naquele grilo é o que eu ficava resmungando.

Agora, não tenho nada contra a natureza. A melodia de um canário, eu amo. O zunido agradável do vento nas folhas, eu aprecio. Mas o raack-raack-raack do grilo me irrita.

Então ajoelhei e segui o som pelo escritório. Olhei em baixo de caixas. Tirei os livros das estantes. Deitei de barriga para baixo e olhei embaixo da minha mesa. Humilhante. Fui sabotado por um inseto de dois centímetros e meio.

O que é este irritador insolente que reduz um homem a um caçador de inseto?

Finalmente, isolei o delinqüente.

Ratos, ele está atrás de uma estante. Fora do meu alcance. Escondido em um refúgio de madeira compensada. Não consigo alcançá-lo. Tudo o que posso fazer é jogar canetas na base da estante. Então jogo. Pop. Pop. Pop. Uma atrás da outra. Uma barreira de Bics. Ele finalmente fica quieto.

Mas o silêncio dura só um minuto.

Então me perdoe se meus pensamentos estão fragmentados, mas eu estou começando uma artilharia a cada parágrafo.

Isso não é jeito de trabalhar. Isso não é jeito de começar o dia. Meu chão está uma bagunça. Minhas calças estão sujas. O meu trem de raciocínio está descarrilado. Quero dizer, como você pode escrever sobre raiva com um inseto estúpido em seu escritório?

Opa. Afinal de contas, acho que estou no estado de espírito certo.

Raiva. Nesta manhã é fácil definir: o barulho da alma. Raiva. O invisível irritante do coração. Raiva. O invasor implacável do silêncio.

Assim como o grilo, a raiva irrita.
Assim como o grilo, a raiva não é facilmente silenciada.
Assim como o grilo, a raiva tem um jeito de aumentar o volume até que seja o único som que ouvimos.

Quanto mais alto fica mais desesperados nos tornamos.

Quando somos maltratados, nossa reação animalesca é ir à caça. Instintivamente, dobramos nossos pulsos. Ficar quite só é natural. O que, a propósito, é exatamente o problema. A vingança é natural, não espiritual. Ficar quite é a regra da selva. Dar graça é a regra do reino.

Alguns de vocês estão pensando, Para você é fácil falar, Max, sentado no seu escritório com um grilo como seu irritante principal. Você deveria tentar morar com minha esposa. Ou, você deveria ter que enfrentar o meu passado.

Ou, você deveria criar meus filhos. Você não sabe como o meu ex me maltratou. Você não tem idéia de como minha vida tem sido difícil.

E você está certo, eu não sei. Mas eu tenho uma idéia bem clara do quão triste será seu futuro a menos que lide com sua raiva.

Faça uma radiografia da alma da pessoa rancorosa e contemple o tumor do rancor: preto, ameaçador, maligno.

Carcinoma do espírito. Suas fibras fatais rastejam em volta da borda do coração e o devasta. Você não pode alterar o que aconteceu, mas a sua reação a ele você pode. Você não pode mudar o passado, mas sua resposta a seu passado você pode.

Impossível, você diz? Deixe-me tentar mostrar o contrário.

Continua

Traduzido por Cynthia Rosa de Andrade Marques
Texto original extraído com permissão do site www.maxlucado.com

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