Max Lucado

Ester: chamada para orar (1)

Eu gostaria de poder apresentá-lo a uma amiga minha chamada Diane. A Diane tem olhos muito sinceros. Um comportamento muito doce. Mas não deixe a suavidade de sua aparência enganá-lo. Porque lá dentro, Diane é uma guerreira. Ela é uma guerreira de oração. E ela leva sua batalha e suas armas muito a sério. Bem antes de você e eu acordarmos em um dia normal, ela já está na batalha. Bem antes de você e eu mexermos nosso café, ela já está mexendo com o coração de Deus.

Ela mora em um pequeno apartamento na Costa Oeste e mantém um painel de lembretes na parede. E nesse painel de lembretes há nomes de pessoas pelas quais ela prometeu orar – fotos em cima das quais ela ora. Pessoas doentes. Pessoas desanimadas. Pessoas céticas sobre sua fé. E porque ela ora, certo dia, uma estrada que parecia acidentada para um missionário no dia anterior, pode parecer tranqüila. Porque ela ora, um viciado pode sentir a tentação passar logo. Uma mãe triste por perder seu filho pode ter sua dor tornada mais doce. Eles não saberão por que aquele dia foi melhor, mas Diane saberá e Deus saberá.

Gostaria que você pudesse conhecer Diane, mas as chances disso não são muito grandes, porque o corpo de Diane está tão inválido pela esclerose múltipla que ela raramente sai de seu apartamento. Ela tem que ser levantada de sua cama por alguém e colocada em uma cadeira de rodas. Ela não consegue abotoar um botão. Ela não consegue alimentar-se. E pela perspectiva terrena, sua vida é muito insignificante. Mas pela perspectiva celeste, ela exerce mais poder que a Casa Branca, porque ela ora. E ela nos lembra deste princípio, que é, uma pessoa pequena torna-se um gigante quando está ajoelhada diante de Deus. Gostaria que você pudesse conhecer Diane.

Também gostaria que eu pudesse apresentar-lhe o Roger. O Roger, como a Diane, é um guerreiro de oração. Ele leva suas orações muito a sério. Mas o Roger não ora por pessoas que nunca vê. Ele ora por pessoas que ele vê, e ora todos os dias por pessoas que ele vê todos os dias. Em seu lugar na oficina onde trabalha, ele trabalha perto de outros rostos, sempre orando e, enquanto suas mãos estão ocupadas, sua mente está intercedendo por aquelas pessoas.

Até mesmo na cantina, além de só comer, ele ora enquanto come. Ele literalmente vai de rosto em rosto na cantina e ora. E à noite, quando todo mundo está na cama, ele silenciosamente escorrega para fora de seu beliche, ajoelha-se ao lado da cama de lona no chão duro de concreto e ora.

Gostaria que você pudesse conhecer o Roger. Ele diria que preferiria estar em qualquer lugar ao invés de estar nesta prisão de segurança máxima. Ele não tem orgulho do que fez. Mas ele também diria que se ir para a prisão fosse o necessário para conhecer seu Salvador, ele iria para a prisão novamente. E ele sente como se não fosse uma pessoa no corredor da morte, mas um missionário na prisão. Esse é seu trabalho. Seus pés podem nunca mais encontrar o chão livre de novo, mas ele ainda ora. E ele nos lembra que uma pessoa pequena torna-se um gigante quando está ajoelhada diante de Deus.

Gostaria que você pudesse conhecer a Diane ou o Roger, mas há uma terceira pessoa que eu realmente gostaria que você conhecesse. O nome dela é um pouco diferente. Você provavelmente nunca tenha ouvido esse nome: Hadassa. Seria muito difícil para você conhecer Hadassa. Você teria que viajar cruzando o oceano. Você teria que aprender outro idioma. Você teria que entrar em um mundo de tronos e cetros e palácios de reis e rainhas. Mas, apesar de seu mundo estar um atlas longe do seu e dos mundos do Roger e da Diane, o mundo dela é idêntico ao deles por ela ter aprendido o poder da oração. Ela aprendeu o que acontece quando uma pessoa honesta com necessidades reais fica diante do rei e faz um pedido.

Diferente de Roger e Diane, nós não temos que especular sobre a resposta às orações de Hadassa. A resposta à sua oração está registrada. Tanto então, que há uma nação na Terra que celebra sua oração até hoje todos os anos. Eles têm uma festa comemorando as orações de Hadassa. Porque ela orou, as pessoas que foram sentenciadas à aniquilação em 127 países diferentes viveram para ver o outro dia.

Você não gostaria de conhecer Hadassa? Eu gostaria. Seria muito difícil, uma vez que ela viveu cinco séculos antes de Cristo. Então, até estarmos no céu, acho que teremos que contentar-nos em ler sua história. Ela está na Bíblia. Está no livro do Velho Testamento que tem seu nome, que possui seu outro nome: Ester. Hollywood nunca se compararia com a história de Ester. Quantos de vocês já ouviram a história? Então vocês conhecem o drama e vocês conhecem a paixão. E você sabe sobre Hamã, o criminoso malvado que queria exterminar o povo judeu. Você sabe sobre Mordecai, o primo corajoso de Ester, que se recusou a curvar-se em sua presença. Você ouviu a frase de Mordecai quando ele disse, “ Quem sabe se não foi para tal tempo como este que chegaste ao reino?”. E você sabe a resposta de Ester Se eu perecer, pereci. Está repleto de declarações. Está repleto de momentos.

Mas o que eu quero que você veja hoje é que o livro de Ester é mais do que apenas um fato histórico. É um evento histórico, verdadeiro e, novamente, comemorado pelo povo judeu todos os anos na Festa do Purim. Mas é muito mais do que isso. É uma analogia espiritual. É uma figura – uma dramatização do que acontece quando você ora. E todos os personagens principais do livro de Ester são encontrados em sua vida. Deixe-me falar o que quero dizer.

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Traduzido por Cynthia Rosa de Andrade Marques
Texto original extraído com permissão do site www.maxlucado.com

Quando minha dor encontra a Palavra de Deus (2)

Leia antes: Quando minha dor encontra a Palavra de Deus (1)

Quando minha filha mais velha tinha por volta de seis anos, ela e eu estávamos discutindo sobre meu trabalho. Parece que ela não estava muito feliz com a profissão que escolhi. Ela queria que eu deixasse o ministério. “Eu gosto de você como pastor”, ela explicou. “Eu só queria realmente que você vendesse raspadinhas.”

Um pedido honesto de um coração puro. Fazia sentido para ela que as pessoas mais felizes no mundo fossem os homens que dirigissem caminhões de raspadinhas. Você toca música. Você vende doces. Você faz as crianças felizes. O que mais você quer? (Pense sobre isso. Ela talvez tenha razão. Eu poderia fazer um empréstimo, comprar um caminhão, e… Não, eu comeria demais).

Eu ouvi o pedido dela, mas não fiz caso dele. Por quê? Porque eu sabia mais. Eu sei pra que sou chamado para fazer e preciso fazer. O fato é que eu sei mais sobre a vida do que ela sabe.

E o ponto é Deus sabe mais sobre a vida do que nós sabemos.

O povo queria que Ele redimisse Israel, mas Ele sabia mais. Ele preferiu que Seu povo fosse temporariamente oprimido a eternamente perdido. Quando foi forçado e escolher entre lutar contra Pilatos ou contra Satanás, Ele escolheu a batalha que nós não podíamos ganhar. Ele disse não para o que nós queríamos e sim para o que nós precisávamos. Ele disse não para um Israel livre e sim para uma humanidade livre.

E mais uma vez, não estamos alegres com o que Ele fez? E não estamos alegres com o que Ele faz? Agora seja honesto. Estamos alegres por Ele dizer não para o que queremos e sim para o que precisamos? Nem sempre. Se pedirmos um novo casamento, e Ele disser para honrarmos o atual, não ficamos felizes. Se pedirmos cura, e Ele disser para aprendermos através da dor, não ficamos felizes. Se pedirmos dinheiro, e Ele disser para darmos valor para o invisível, nem sempre ficamos felizes.

Quando Deus não faz o que queremos, não é fácil. Nunca foi. Nunca será. Mas a fé é a convicção de que Deus sabe mais do que nós sobre esta vida e Ele nos conduzirá através dela.

Lembre-se, o desapontamento é curado por expectativas restauradas.

Eu gosto da história sobre o rapaz que foi à loja de animais de estimação procurando por um periquito que cantasse. Parece que ele era solteiro e sua casa era muito quieta. O dono da loja tinha o pássaro certo para ele, então o homem o comprou.

No dia seguinte o solteiro voltou para uma casa cheia de música. Ele foi à gaiola para alimentar o pássaro e percebeu pela primeira vez que o periquito tinha apenas uma perna.

Ele se sentiu enganado por terem vendido um pássaro que só tinha uma perna, então ele ligou e reclamou.

“O que você quer,” o dono da loja replicou, “um pássaro que pode cantar ou um pássaro que pode dançar?”

Boa pergunta para tempos de desapontamento. O que nós queremos? Foi o que Jesus perguntou aos discípulos. O que vocês querem? Vocês querem liberdade temporária – ou liberdade eterna? Jesus tinha a missão de reestruturar suas expectativas.

Você sabe o que Ele fez? Ele contou a história a eles. Não apenas qualquer história. Ele lhes contou a história de Deus e do plano de Deus para as pessoas. E, começando por Moisés, discorrendo por todos os profetas, expunha-lhes o que a seu respeito constava em todas as Escrituras (Lucas 24:27).

Fascinante. A cura de Jesus para o coração partido é a história de Deus. Ele começou com Moisés e terminou com Ele mesmo. Por que ele fez isso? Por que Ele recontou o conto antigo? Por que Ele voltou dois mil anos para a história de Moisés? Acho que sei o motivo. Eu sei por que o que eles ouviram é o que todos nós precisamos ouvir quando estamos desapontados.

Nós precisamos ouvir que Deus ainda está no controle. Nós precisamos ouvir que não está acabado até Ele dizer isso. Nós precisamos ouvir que as tragédias e os contratempos da vida não são motivos para teimarmos.

Corrie Ten Boom costumava dizer, “Quando o trem atravessa um túnel escuro e o mundo fica escuro, você pula para fora? Claro que não. Você senta e confia que o maquinista o atravesse.”

Por que Jesus contou a história? Para sabermos que o maquinista ainda controla o trem.

A maneira de lidar com o desânimo? A cura para o desapontamento? Volte à história. Leia-a de novo e de novo. Lembre-se que você não é a primeira pessoa a chorar. E você não é a primeira pessoa a ser ajudada.

Leia a história e lembre-se, a história deles é a sua história!

O desafio é muito grande? Leia a história. É você atravessando o Mar Vermelho com Moisés.

Muitas preocupações? Leia a história. É você recebendo comida do céu com os israelitas.

Suas feridas são muito profundas? Leia a história. É você, José, perdoando seus irmãos por traí-lo.

Seus inimigos são muito poderosos? Leia a história. É você marchando com Josafá para uma batalha que já está ganha.

Seus desapontamentos são muito pesados? Leia a história dos discípulos a caminho de Emaús. O Salvador que eles pensavam que estivesse morto agora andava ao lado deles. Ele entrou em sua casa e sentou-se à sua mesa. E algo aconteceu em seus corações. Porventura não nos ardia o coração, quando ele pelo caminho nos falava, quando nos expunha as Escrituras? (vs. 32).

Da próxima vez que você estiver desapontado, não entre em pânico. Não abandone a situação. Não desista. Apenas seja paciente. Volte à Palavra e deixe Deus lembrá-lo que Ele ainda está no controle.

Leia a história!

Para mais estudos

Para mais estudos, eu sugiro que você leia:

How to Read the Bible for All Its Worth, por Gordon D. Fee e Douglas Stuart, (Zondervan Publishers, 1982).

Protestant Biblical Interpretation, por Bernard Ramm, (Baker Book House, 1970).

Traduzido por Cynthia Rosa de Andrade Marques
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Quando minha dor encontra a Palavra de Deus (1)

Leia a história.

Quando a vida fechar-se, leia a história. Quando alguém em quem você confia retribui com desonestidade.

Quando as marcas de ontem bloqueiam os vôos de hoje.

Quando você tiver sido chutado do topo da montanha e escalar de novo parecer inútil.

Você é colocado frente a frente com uma decisão. O que você faz com sua desilusão? O que você faz com seu coração partido? Nós não estamos falando sobre inconveniências ou irritações. Nós não estamos discutindo sobre filas compridas ou faróis vermelhos ou um jogo ruim de tênis. Estamos falando sobre coração partido. O que você faz com esse coração partido?

Leia a história. Isso é o que Jesus fez quando Ele encontrou dois seguidores desiludidos na estrada de Jerusalém para Emaús, alguns dias depois de Sua morte.

O mundo deles tinha desmoronado, assim como o seu. É óbvio pelo jeito que eles andam. Os pés deles estão arrastados, as cabeças deles estão caídas, os ombros deles estão encurvados. As sete milhas de Jerusalém para Emaús devem parecer setenta.

Enquanto eles andam, eles conversam sobre “todas as coisas sucedidas” (Lucas 24:14). Não é difícil imaginar suas palavras.

“Por que as pessoas se voltaram contra Ele?”

“Ele poderia ter descido da cruz. Por que Ele não desceu?”

“Ele deixou Pilatos intimidá-lo.”

“O que a gente faz agora?”

Enquanto eles andam, aparece um estranho atrás deles. É Jesus, mas eles não O reconhecem. O desapontamento fará isso com você. Ele irá cegá-lo para a presença extraordinária de Deus. O desânimo vira seus olhos para dentro. Deus poderia estar andando ao nosso lado, mas a angústia encobre nossa visão.

A angústia faz algo mais. Não só encobre nossa visão, ela endurece nossos corações. Ficamos cínicos. Ficamos irritados. E quando chega a boa notícia, não queremos aceitá-la pelo medo de ficarmos desapontados novamente. Isso é o que aconteceu com aquelas duas pessoas.

Mais tarde eles dizem estas palavras:

É verdade também que algumas mulheres, das que conosco estavam, nos surpreenderam, tendo ido de madrugada ao túmulo; e, não achando o corpo de Jesus, voltaram dizendo terem tido uma visão de anjos, os quais afirmam que ele vive. De fato alguns dos nossos foram ao sepulcro e verificaram a exatidão do que disseram as mulheres; mas a ele, não o viram.

Quando lemos as Escrituras, nem sempre podemos dizer em que tom as palavras foram ditas. Às vezes não sabemos se a pessoa que fala está jubiloso ou triste ou tranqüilo. Desta vez, entretanto, não há dúvida sobre o que eles estão pensando: Se não fosse ruim o suficiente Jesus ter sido morto, agora algum ladrão de sepultura pegou o corpo e enganou alguns dos nossos amigos.

Estes dois seguidores não estão a ponto de acreditar nas mulheres. Enganar-me uma vez, é vergonha para você. Enganar-me duas vezes, é vergonha para mim. Cléopas e seu amigo estão colocando seus corações em uma concha. Eles não enfrentarão outro risco. Eles não serão machucados novamente.

Reação comum – não é? Ser machucado por amor? Então não ame. Teve uma promessa quebrada? Então não confie. Teve seu coração partido? Então não o entregue. Faça como o P. T. Barnum. Decida o placar culpando o mundo e endurecendo seu coração.

Há uma linha, uma linha tênue, a qual uma vez cruzada pode ser fatal. É a linha entre o desapontamento e a raiva. Entre mágoa e ódio, entre amargura e culpa. Se você está aproximando-se dela, deixe-me avisá-lo, não a cruze. Dê um passo para trás e faça esta pergunta: Por quanto tempo darei atenção à minha mágoa?

Em algum ponto você deve seguir adiante. Em algum ponto você deve curar. Em algum ponto você deve deixar Jesus fazer por você o que Ele fez por aqueles homens.

Sabe o que Ele fez? Primeiro, Ele foi até eles. Sei que já mencionamos isso, mas vale a pena repetir. Ele não sentou e cruzou Seus braços e disse, “Por que esses dois não conseguem seguir com o programa?” Ele não reclamou para o anjo e disse, “Por que eles não crêem no túmulo vazio? Por que eles são tão difíceis de agradar?”

O que Ele fez? Ele os encontrou em seus pontos de dor. Apesar da morte ter sido destruída e o pecado anulado, Ele não se aposentou. O Senhor ressurreto mais uma vez embrulhou-Se em carne humana, colocou roupas humanas, e descobriu corações partidos.

Leia cuidadosamente suas palavras e veja se você consegue descobrir a mágoa deles: “Ele lhes perguntou: Quais? E explicaram: O que aconteceu a Jesus, o nazareno, que era varão profeta, poderoso em obras e palavras, diante de Deus e de todo o povo, e como os principais sacerdotes e as nossas autoridades o entregaram para ser condenado à morte, e o crucificaram. Ora, nós esperávamos que fosse ele quem havia de remir a Israel (Lucas 24:19-21).

Aí está. “Ora, nós esperávamos…” Os discípulos esperavam que Jesus libertasse Israel. Eles esperavam que Ele chutasse os romanos para fora. Eles esperavam que Pilatos estivesse fora e Jesus estivesse dentro. Mas Pilatos ainda estava dentro, e Jesus estava morto.

Expectativas não realizadas. Deus não fez o que eles queriam que Ele fizesse.

Eles sabiam o que eles esperavam de Jesus. Eles sabiam o que era esperado que Ele fizesse. Eles não tinham que perguntar a Ele. Se Jesus é o Messias, Ele não dormirá na minha tempestade. Ele não desafiará a tradição. Ele fará o que é esperado que Ele faça.

Mas não foi o que ele fez. E nós não estamos alegres? Não estamos alegres por não ter sido respondida a oração de Cléopas e de seu amigo? Não estamos alegres por Deus não ter ajustado Seus planos para realizar os pedidos daqueles dois discípulos?

Eles eram bons discípulos. Com corações bons. E corações sinceros. Eles só tinham as expectativas erradas.

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Como estudar a Bíblia: O teste da confiabilidade

Você está estudando a Bíblia para si?

Este último teste é muito pessoal, mas igualmente importante. Você está estudando a Bíblia para si? Ou você está deixando outros interpretarem a Bíblia para você?

Entretanto, aquele que atenta bem para a lei perfeita… e nela persevera, não sendo ouvinte esquecido, mas executor da obra, este será bem-aventurado no que fizer (Tiago 1:25).

Imagine que você esteja escolhendo sua comida em uma fila no restaurante. Você pega sua salada, você escolhe sua entrada, mas quando você chega perto dos vegetais, você vê uma bandeja de algo que embrulha seu estômago.

“Eca! O que é isto?” você pergunta, apontando.

“Ah, você não quer saber”, responde um atendente ligeiramente envergonhado.

“Sim, eu quero.”

“Bem, se você faz questão. É uma bandeja de comida pré-mastigada.”

“O quê?”

“Comida pré-mastigada. Algumas pessoas preferem engolir o que outras mastigaram.”

Repulsivo? Pode apostar. Mas comum. Mais do que você possa imaginar. Não com comida de restaurante, mas com a Palavra de Deus.

Tais cristãos têm boas intenções. Eles até ouvem bem. Mas eles discernem pouco. Eles se contentam em engolir qualquer coisa que dizem a eles. Não é de surpreender que eles tenham parado de crescer.

Lembre-se: Tem cuidado de ti mesmo e do teu ensino (1 Timóteo 4:16).

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Como estudar a Bíblia: O teste da intenção

Qual foi a intenção original do autor?

Quando você olha para a figura ao lado, o que você vê?

Um pato? Um coelho? Uma cabra? Um martelo com garra? Muitas pessoas olham o mesmo desenho e vêem um objeto diferente. Como nós verificamos a verdade?

Uma maneira seria perguntar ao artista. Qual foi sua intenção quando desenhou este esboço?

Freqüentemente quando duas pessoas olham o mesmo versículo das Escrituras, elas enxergam coisas diferentes. Como sabemos o que o versículo quer dizer? Uma maneira seria perguntar ao Escritor. Quando Você escreveu este versículo, o que Você pretendia dizer?

Deveríamos começar determinando o gênero ou tipo de literatura no qual o versículo foi encontrado. Se eu escrevesse um poema para você, eu não teria a intenção de que você o usasse como um documento científico. Por outro lado, se eu escrevesse um trabalho sobre a história para você, eu não iria querer que você entendesse meus pensamentos como poéticos.

A Bíblia contém muitos tipos de literatura. Alguns livros são históricos; outros são cartas pessoais. Alguns são poéticos e outros são proféticos. Algumas histórias são parábolas; outras são reais.

Quando se trata de um versículo em particular, é importante perguntar, O que esta seção quer dizer? Qual é a implicação do livro?

A propósito, não fique desanimado quando um versículo ou uma passagem em particular for extremamente difícil de entender. Há uma relação direta entre a compreensibilidade de um assunto e sua importância para sua vida. Um Deus bondoso esconderia uma verdade crucial? Eu acho que não. Talvez nunca saibamos o que Paulo quis dizer quando falou em “batismo dos mortos” em 1 Coríntios 15:29 ou a pregação de Jesus para os “espíritos em prisão” em 1 Pedro 3:19.

Em alguns casos, esses versículos não foram dirigidos a nós. O autor original e seu público estão se referindo a um evento ou problema que você e eu não sabemos a respeito. Estamos ouvindo por casualidade um lado da conversa. Esses versículos podem compor um diálogo interessante, mas nós não devemos ficar neles caso eles ocultem os grandes assuntos da Bíblia.

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Como estudar a Bíblia: O teste da constância

Este ponto transcende eras culturais e pormenores situacionais?

Vamos imaginar que nós estejamos em uma viagem pelos Estados Unidos. Começamos na Califórnia e terminamos na Geórgia. Enquanto viajamos, eu percebo que você faz comentários a respeito de certas coisas. Quando chegamos às Montanhas Rochosas, você faz uma observação sobre o ar rarefeito. Quando passamos pelas planícies, você compartilha algo que você agora sabe sobre o trigo. Dirigir por Chicago o lembra de sua pizza preferida. E Kentucky o motiva a discutir sobre corridas de cavalos puro-sangue. Todos esses comentários vieram de sua boca e foram ouvidos por mim.

Isso significa que eles eram assuntos importantes para você? O fato de você dizê-los quer dizer que eles são áreas de vital importância para sua vida? Provavelmente não. Mas se eu quisesse descobrir o que foi importante para você, o que eu faria? Eu iria procurar pelos assuntos que emergiram repetidamente por toda a viagem.

Sua saúde talvez esteja em sua mente – se estiver, você talvez a mencione em Utah e em Kansas, apesar da geografia. Talvez você esteja com fome, então você menciona isso nas montanhas e no deserto. Eu poderia avaliar o que importa para você pela quantidade de vezes que isso aparece em sua conversa.

O mesmo é verdade no estudo da Bíblia. As verdades centrais tendem a reaparecer não importando a cultura ou a época. Não importando a nação ou o século. O ensino Bíblico sobre decência e humildade é constante. O princípio de tolerância e unidade percorre toda a Bíblia. O amor de Deus, o amor ao próximo, o respeito à vida, a adoração regular, a dedicação à família – estes são freqüentemente defendidos e totalmente honrados através das Escrituras. Pergunte a si mesmo, “Esta afirmação tem a intenção de ser uma regra permanente ou foi uma instrução específica dada para tratar uma situação específica?” Passe-a pelo teste da constância.

Talvez seja bom parar e dar dois exemplos sobre dois assuntos controversos hoje em dia. A prática do homossexualismo e o papel da mulher.

Talvez o surpreenda saber que a Bíblia não é uniforme quando se trata de ministério de mulheres na igreja.

Paulo em 1 Timóteo 2:11-12 e em 1 Coríntios 14:34-35 instruiu as mulheres a não ensinarem ou terem autoridade sobre os homens. Se entendermos isso literalmente, então as mulheres não estariam autorizadas a cantar nas reuniões, a dar opinião em aulas, ou até mesmo a dizer “amém” a um ponto dito pelo pregador.

Aparece a questão, isto tem a intenção de ser uma regra permanente ou foi uma ordem específica dada por Paulo em uma situação específica?

Vamos passá-la pelo teste da constância. Qual a freqüência de Paulo nessa questão? Ele ensinou o mesmo em outras cidades e escreveu o mesmo em outras cartas? Talvez o surpreenda saber que não.

Em Romanos 16:1 uma mulher chamada Febe é citada como diaconisa e em Romanos 16:3 uma mulher chamada Priscila é citada como uma apóstola. As mulheres são encontradas ensinando em Atos 18:26 e profetizando em Atos 21:9 e 1 Coríntios 11:5. Por que ele teria mulheres discursando em um lugar e aconselhando-as a refrear suas línguas em outro? Um estudo cuidadoso de 1 Timóteo revela que as mulheres problemáticas eram uma parte importante dos problemas da igreja.

Aparentemente o problema em Éfeso era um problema local. E as instruções sobre silêncio foram propostas para aqueles ouvintes.

Entretanto, a questão da homossexualidade é diferente. Alguns sugerem que os ensinamentos bíblicos contra a homossexualidade são relativos culturalmente e não são aplicáveis hoje. O problema, entretanto, está sempre errado na Bíblia. A ordem transcende particularidades históricas.

Em nenhum lugar do Antigo ou do Novo Testamentos a Bíblia endossa a atividade homossexual. Nem em um único versículo. Oito passagens a condenam completamente. E estas denúncias não são limitadas a uma época ou a um lugar. Tão cedo quanto o livro de Levítico e tão tarde quanto as cartas a Corinto e a Roma, a homossexualidade é apresentada como pecado.

Do deserto de Moabe às cidades de Sodoma e de Gomorra às metrópoles de Corinto e de Roma – o texto é constante contra a prática.

O estudo bíblico sensato inclui uma procura por temas recorrentes na Bíblia. As verdades centrais tendem a reaparecer não importando a cultura ou a época. Não importando a nação ou o século.

Note como o Principal Professor usou toda a Bíblia quando Ele ensinou.

“Então lhes disse Jesus: Ó néscios e tardos de coração para crer tudo o que os profetas disseram! Porventura não convinha que o Cristo padecesse e entrasse na sua glória? E, começando por Moisés, discorrendo por todos os profetas, expunha-lhes o que a seu respeito constava em todas as Escrituras” (Lucas 24:25-27).

Você viu onde Jesus se desviou de Sua mensagem? “E, começando por Moisés, discorrendo por todos os profetas, expunha-lhes o que a seu respeito constava…” Jesus não ensinou textos isolados, mas ao invés disso ensinou a mensagem generalizada da Bíblia.

Enquanto estudamos, devemos fazer o mesmo. Comentários sobre vestuário variam de cultura para cultura, de nação para nação – mas o ensinamento sobre decência e humildade é sempre constante.

A ordem de Paulo para não comer alimentos oferecidos a ídolos aparece apenas duas vezes – mas o princípio de tolerância e unidade percorre toda a Bíblia.

Certos princípios estão sempre errados. (Adultério, gula, fornicação, embriaguez, furto, homossexualidade).

Certos princípios estão sempre certos. (O amor a Deus, o amor ao próximo, o respeito à vida, a adoração regular, a dedicação à família).

Estude a Bíblia. Enquanto você fizer isto, procure pelos temas recorrentes das Escrituras. Fazendo isso, você entenderá o que é importante para Deus.

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Como estudar a Bíblia: O teste da prioridade

O quanto este ponto é vital para o objetivo da Bíblia?

Algumas seções das Escrituras possuem mais relevância persuasiva para a condição humana do que outras. Preste atenção nas palavras de Paulo:

“Antes de tudo vos entreguei o que também recebi; que Cristo morreu pelos nossos pecados, segundo as Escrituras, e que foi sepultado, e ressuscitou ao terceiro dia, segundo as Escrituras. E apareceu a Cefas, e depois aos doze” (1 Coríntios 15:3-5).

Paulo afirma que há algumas verdades que são “mais importantes”. Ele então descreve essas verdades como a morte, sepultamento e ressurreição de Jesus.

A Bíblia não é uma paisagem plana sem picos e montanhas. Ela tem grande variedade de contorno e geografia. Apesar de todas as palavras da Bíblia serem importantes, nem todas as palavras são igualmente importantes. Apesar de todo texto contribuir para o todo, nem todo texto tem peso igual. Por exemplo, o mesmo apóstolo Paulo discursou a respeito da ressurreição de Cristo e das jóias das mulheres. Os temas possuem a mesma importância? Absolutamente. Podemos discordar a respeito de roupas, mas discordar a respeito da Ressurreição pode ser fatal.

Isso significa que a Bíblia possui partes sem valor? Não. Apenas significa que algumas têm mais valor que outras. Imagine que eu esteja segurando três moedas: 25 centavos, 10 centavos e 5 centavos. Qual moeda tem o maior valor? A de 25 centavos. Isso significa que a de 10 centavos e a de 5 centavos não são importantes? Claro que não. Elas simplesmente têm valores diferentes.

O sábio estudante da Bíblia sabe quais versículos são versículos de 25 centavos e quais são versículos de 5 centavos. O bom estudante dá mais importância para os mais importantes e menos importância para os menos importantes.

Jesus criticou os líderes religiosos de Sua época por não fazerem isto. Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! Porque dais o dízimo da hortelã, do endro e do cominho, e tendes negligenciado os preceitos mais importantes da lei, a justiça, a misericórdia e a fé; devíeis fazer estas coisas, sem omitir aquelas (Mateus 23:23).

É possível entender a Bíblia e deixar passar sua mensagem central? Absolutamente. Isso é exatamente o que Jesus quis dizer quando disse, Examinais as Escrituras, porque julgais ter nelas a vida eterna, e são elas mesmas que testificam de mim. Contudo não quereis vir a mim para terdes vida (João 5:39, 40).

Avalie o ensinamento com o teste de prioridade e então você não cometerá o mesmo erro.

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Como estudar a Bíblia: Princípios para entender a Bíblia

Há algum tempo atrás eu sentei com minhas filhas para jogar cartas. Tínhamos recebido o jogo há vários meses e nos lembramos da diversão que tivemos da primeira vez que jogamos. Então decidimos jogar novamente.

As cartas não eram as comuns de ouros e ases, mas era um conjunto diferente planejado especialmente para este jogo. Enquanto distribuíamos as cartas percebemos que alguma coisa estava faltando – as instruções. Não conseguimos achar as instruções.

Sem problema, pensamos. Vamos lembras as regras enquanto jogamos.

Uma das meninas perguntou como uma pessoa ganha este jogo. Não conseguimos lembrar.

Isso também estava na folha de instruções. Sem problema pensamos, vamos descobrir enquanto jogamos.

Os resultados foram interessantes. Primeiro, tivemos a tendência de inventar regras que se adequassem a nossas necessidades pessoais. (É incrível como uma carta ruim pode sacudir sua memória sobre uma regra obscura oferecendo segundas chances).

Como não conseguimos nos lembrar de como determinar o vencedor, todos nós tínhamos objetivos diferentes. Alguns queriam pegar o máximo de cartas que fosse possível. Outros queriam perder o máximo de cartas que fosse possível. Como não sabíamos o objetivo, não conseguimos concordar com um plano.

O resultado foi um caos. Quatro pessoas fazendo quatro conjuntos de regras com quatro objetivos diferentes.

Felizmente, nós finalmente encontramos as instruções e descobrimos, para surpresa de cada um de nós, que ninguém estava inteiramente certo.

É difícil jogar junto se você não sabe qual é o objetivo.

Agora, pegue esse jogo simples de cartas e amplifique-o para dois milênios de herança e séculos de lealdade denominacional e por volta de uma dúzia de camadas de tradição religiosa e você tem uma idéia da dificuldade da interpretação bíblica.

Cada um de nós sabe o que é discutir a mesma Bíblia com uma pessoa e chegar a duas conclusões.

Idealmente seria educado dizer, A Bíblia diz o que quer dizer e quer dizer o que diz. Mas realistamente, temos dificuldade em entender o que a Bíblia diz. Eu freqüentemente recebo perguntas de pessoas sobre como interpretar a Bíblia. Aqui estão alguns exemplos.

  1. Jesus lavou os pés de Seus discípulos. Ele ordenou que Seus discípulos fizessem o mesmo. Nós, entretanto, não temos o ritual de lavar os pés… devemos lavar?
  2. Timóteo foi orientado por Paulo a beber um pouco de vinho por causa de seu problema no estômago… mas o mesmo Paulo não advertiu sobre tornar-se bêbado por causa do vinho?
  3. Paulo ordenou às mulheres em Corinto a orarem com véu em suas cabeças… devemos distribuir véus a nossas irmãs?
  4. “A mulher não usará roupa de homem” (Deuteronômio 22:5). Isso significa que as mulheres devem vender seus jeans?
  5. Paulo ordenou que os cristãos em Roma se cumprimentassem com um beijo santo… estamos desobedecendo se nós não enrugarmos os lábios? Se devemos beijar, onde devemos beijar? Com qual freqüência devemos beijar? E se esquecermos de beijar? Alguém pode beijar na nossa ausência?
  6. O que fazemos com as passagens atípicas como “batismo por causa dos mortos” (1 Coríntios 15:29), “gemido da natureza” em Romanos 8, ou a oração de Cristo aos “espíritos em prisão” em 1 Pedro 3:18,19?
  7. Primeira Coríntios 11:14 afirma que cabelo comprido é vergonhoso para um homem mas é glória para a mulher. Devemos excomungar qualquer homem com cabelo comprido?
  8. “Quero, pois, que os homens orem em todo lugar, levantando mãos santas, sem ira nem contenda” (1 Timóteo 2:8). Se orarmos sem levantar as mãos estamos desobedecendo a Deus?

Como respondemos essas perguntas? Começamos lembrando que a Bíblia é a Palavra de Deus dada em linguagem humana. A Escritura é um casamento da verdade eterna com particularidades históricas.

  1. Foi escrita em outro tempo.
  2. Foi escrita em outra cultura.
  3. Foi escrita em outro idioma.

A menos que entendamos isso, não podemos começar a entender a Bíblia.

Nosso mundo é diferente do mundo da Bíblia. Nossa linguagem, roupa e cultura não são as mesmas daquelas de Israel na época de Jesus. Conseqüentemente, estamos interpretando a Bíblia todo o tempo. Por essa razão, precisamos ter cuidado em usar as regras certas de interpretação.

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Traduzido por Cynthia Rosa de Andrade Marques
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Como estudar a Bíblia: Qual é o propósito da Bíblia?

“Procura apresentar-te a Deus, aprovado, como obreiro que não tem de que se envergonhar, que maneja bem a palavra da verdade” (2 Timóteo 2:15).

As estradas de San Antonio me confundem. Quando acho que estou indo pro sul, vejo o sol e percebo que estou dirigindo para o oeste. Quando acho que estou indo para a cidade, percebo que estou indo para longe da cidade. Um amigo gentil me explicou que as estradas eram em forma de zigue-zague porque as ruas originais eram fugas de gados.

Então, para evitar que me perdesse, comprei uma bússola. Do tipo que você pode instalar em seu carro. Ela é redonda e possui uma seta flutuante. Levei-a para meu carro com grandes expectativas. Finalmente eu seria orientado e teria direção. Mas então eu li as instruções, “coloque a bússula para o norte e ajuste a seta”.

Eu balancei minha cabeça. Se eu soubesse para onde ficava o norte, eu não precisaria de uma bússola, pensei.

Nós estamos estudando a bússola da vida – a Bíblia. Assim como uma bússola, ela serve como uma ferramenta de orientação. Assim como uma bússola, ela fornece direção para o peregrino. Assim como uma bússola, ela endireita as estradas tortas da vida. Mas assim como uma bússola, nós precisamos saber como usá-la. Precisamos saber como interpretá-la.

A questão básica de interpretação da Bíblia é, “Qual é seu propósito?”

Por que é importante saber o propósito da Bíblia?

Imagine sua reação se eu pegasse uma lista telefônica, abrisse e dissesse, “Achei uma lista de todos que estão recebendo subsídios do Estado! Ou se eu dissesse, Aqui está uma lista de formandos da faculdade! Ou, Este livro vai nos contar quem tem um carro vermelho. Você provavelmente diria, “Agora espere um minuto – esse não é o propósito desse livro. Você está segurando uma lista telefônica. Seu propósito é simplesmente revelar o nome e o número de moradores de uma cidade durante um certo período.”

Somente entendendo seu propósito eu posso usar a lista telefônica com precisão. Somente entendendo seu propósito eu posso usar a Bíblia com precisão. E somente entendendo por que a Bíblia foi escrita eu poderia aplicar suas verdades com precisão. Assumindo que a Bíblia tem algum outro propósito, as pessoas têm feito algumas falsas suposições e aplicações erradas. Por exemplo, alguns supuseram que o propósito da Bíblia fosse transferir o vestuário e a comida da cultura do primeiro século para hoje. Algumas religiões entram em muitos detalhes sobre vestuário e tradições, supondo que esse fosse o objetivo de Deus e da Bíblia.

Alguns acreditam que a Bíblia proporcione aos estudiosos um código secreto de profecia que, uma vez decifrado, revelará o dia no qual nosso Senhor voltará. Outros acreditam que a Bíblia seja um manual de sucesso secreto para riqueza e saúde. Outros ainda usam a Bíblia para provar idéias já tidas. Alguns cristãos sentem que o propósito da Bíblia seja proporcionar um guia para a organização da igreja do Novo Testamento.

Apesar de a Bíblia poder ter opiniões sobre cada um destes assuntos, nenhum deles identifica o propósito das Escrituras. Qual é o propósito da Bíblia? Deixe a Bíblia por si mesma responder essa pergunta.

“E que desde a infância sabes as sagradas letras, que podem tornar-te sábio para a salvação pela fé que há em Cristo Jesus” (2 Timóteo 3:15).

“Estes, porém, estão escritos para que creiais que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e para que, crendo, tenhais vida em seu nome” (João 20:31).

“Porque não me envergonho do evangelho, pois é o poder de Deus para salvação de todo aquele que crê… Porque no evangelho é revelada, de fé em fé, a justiça de Deus, como está escrito: Mas o justo viverá pela fé” (Romanos 1:16-17).

O propósito da Bíblia é simplesmente proclamar o plano de Deus para salvar Seus filhos. Ela afirma que o homem está perdido e precisa ser salvo. E comunica a mensagem que Jesus é Deus em carne enviado para salvar Seus filhos.

Apesar de a Bíblia ter sido escrita a mais de dezesseis séculos por pelo menos quarenta autores, ela tem um tema central – a salvação pela fé em Cristo. Começou por Moisés no solitário deserto da Arábia e terminou com João na solitária Ilha de Patmos. Ela é mantida unida por uma linha firme: a paixão de Deus e o plano de Deus para salvar Seus filhos.

Que verdade vital! Entender o propósito da Bíblia é como ajustar a bússola na direção certa. Calibre-a corretamente e você viajará em segurança. Mas falhe ao ajustá-la e quem sabe onde você irá parar.

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Como estudar a Bíblia: Um livro bem peculiar (2)

Aqui está um ponto prático. Estude a Bíblia um pouco por vez. A fome não é saciada com vinte e uma refeições comidas de uma vez uma vez por semana. O corpo precisa de uma dieta balanceada para permanecer forte. Assim é a alma. Quando Deus enviou comida a Seu povo no deserto, Ele não providenciou bolos já prontos. Ao invés disso, Ele os enviou maná em forma semelhante a escamas, fina como a geada sobre a terra (Êxodo 16:14).

Deus deu maná em porções limitadas.

Deus dá o alimento espiritual da mesma forma. Ele abre os céus apenas com os nutrientes suficientes para a fome de hoje. Ele provê. Porque é preceito sobre preceito, preceito e mais preceito; regra sobre regra, regra e mais regra: um pouco aqui, um pouco ali. (Isaías 28:10).

Não fique desanimado se sua leitura colhe uma colheita pequena. Em alguns dias uma porção menor é tudo o que é preciso. O importante é buscar todos os dias pela mensagem daquele dia. Uma dieta balanceada da Palavra de Deus por uma vida inteira constrói mente e alma saudáveis.

Uma menininha voltou do seu primeiro dia de escola. A mãe dela perguntou, “Você aprendeu alguma coisa?” “Parece que não o suficiente,” a menina respondeu, “Tenho que voltar amanhã e no dia seguinte e no seguinte…”

Isso é o que acontece com o aprendizado. E isso é o que acontece com o estudo da Bíblia.

O entendimento vem pouco a pouco durante uma vida inteira.

Há um passo três para entender a Bíblia. Depois de pedir e buscar vem o bater. Depois que você pede e busca, então bata.

Batei e abrir-se-vos-á (Mateus 7:7).

Bater é ficar à porta de Deus. Fazer-se disponível. Subir a escada, cruzar o alpendre, ficar na entrada e voluntariar-se. Bater vai além da esfera do pensamento e para dentro da esfera da atuação.

Bater é perguntar, O que posso fazer? Como posso obedecer? Onde posso ir?

Uma coisa é sabero que fazer. Outra é fazer. Mas para aqueles que fazem, aqueles que escolhem obedecer, uma recompensa especial os aguarda.

Entretanto aquele que atenta bem para a lei perfeita, a da liberdade, e nela persevera, não sendo ouvinte esquecido, mas executor da obra, este será bem-aventurado no que fizer (Tiago 1:25).

Que promessa. A felicidade vem para aqueles que fazem o que eles lêem! É o mesmo com os remédios. Se você somente ler o rótulo mas ignorar as pílulas, ele não ajudará. É o mesmo com a comida. Se você somente ler a receita mas nunca cozinhar, você não será alimentado. E é o mesmo com a Bíblia. Se você somente ler as palavras mas nunca obedecer, você nunca conhecerá a alegria que Deus prometeu.

Pedir. Buscar. Bater. Simples, não é? Por que você não tenta? Se você tentar, verá por que o livro que você está segurando é o livro mais extraordinário da história.

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