Pegue um anuário do colegial e leia o “O que quero fazer” embaixo de cada foto. Você ficará tonto ao respirar o ar rarefeito de imaginações do pico da montanha. Estudar em uma das melhores escolas. Escrever livros e morar na Suíça. Ser médico em um país do Terceiro Mundo. Dar aula para crianças pobres.

Mas, leve o anuário para uma reunião depois de vinte anos e leia o capítulo seguinte. Alguns sonhos se tornaram realidade, mas muitos não. Mudar a direção na vida não é trágico. Perder a paixão na vida é. As convicções para mudar o mundo declinam para compromissos para pagar as contas. Ao invés de fazermos diferença, ganhamos um salário. Ao invés de olharmos para fora, olhamos para dentro. E não gostamos do que vemos.

Filipenses 1:6 diz, “Deus começou um bom trabalho em vocês, e vai continuá-lo até que ele esteja acabado” (tradução livre). Posso explicitar a mensagem? Deus ainda não acabou com você!

Nunca fiquei surpreso com o julgamento de Deus, mas ainda estou atônito com a Sua graça! O julgamento de Deus nunca foi um problema para mim. Raios em Sodoma… fogo em Gomorra… bom trabalho, Deus! Para mim a disciplina é fácil de engolir; é lógica de assimilar.

Mas a graça de Deus? Qualquer coisa menos isso. Pedro negou Cristo antes de pregar Cristo. O ladrão na cruz estava inclinado para o inferno e pendurado para morrer em um minuto, e no seguinte em direção ao céu e sorrindo. Eu o desafio a encontrar uma história na Bíblia de alguma pessoa que veio a Deus buscando graça e não a encontrou. Eu o desafio. Deus dá muito mais graça do que nós imaginaríamos.

Nós poderíamos fazer o mesmo. Não sou a favor de atenuar a verdade ou de comprometer o Evangelho. Uma coisa é certa. Quando chegarmos no céu, nós nos surpreenderemos com algumas pessoas que veremos. E algumas delas se surpreenderão quando nos virem.

O apóstolo Paulo deu forma à história. Mas Paulo morreria na prisão de um déspota. Nenhuma notícia anunciou a sua execução. Nenhum observador registrou os eventos. Não se parece com um herói. O rapaz que troca o óleo do seu carro poderia ser um herói. Talvez enquanto trabalha ele ore, pedindo para Deus fazer com o coração do motorista o que ele faz com o motor. Eu sei, eu sei… Não se encaixa na nossa imagem de um herói.

John Egglen, um diácono, entrou e pregou para poucas pessoas que chegaram antes de uma tempestade de neve que impediu o pastor de chegar lá. Em um momento de coragem, ele fitou um menino no culto e disse, “Olhe para Jesus. Olhe!” O nome do menino? Charles Haddon Spurgeon, “príncipe dos pregadores” da Inglaterra. Você nunca sabe… o Spurgeon de amanhã pode estar na sua igreja ou ser o seu vizinho. E o herói que o inspira poderia estar no seu espelho!

Quando vejo um rebanho de ovelhas eu vejo exatamente isso, um rebanho. Um bando de lã. Não vejo uma ovelha. Vejo ovelhas. Todas iguais. Nenhuma diferente. Mas não é assim com o Pastor. Para Ele cada ovelha é diferente. Cada face tem uma história. E cada ovelha tem um nome. João 10:3 diz, “As ovelhas ouvem a voz do pastor. Ele chama as suas próprias ovelhas pelo nome” (tradução livre).

Quando vemos uma multidão, vemos exatamente isso, uma multidão. Vemos gente, não pessoas. Uma manada de humanos. Mas não é assim com o Pastor. Para Ele cada face é diferente. Cada face tem uma história. O Pastor conhece você. Ele sabe o seu nome. E Ele nunca se esquecerá dele.

Deus disse em Isaías 49:16, “Eu escrevi o seu nome na minha mão” (tradução livre). Que pensamento, não é? O seu nome nos lábios de Deus. Nossa… poderia ser?

Se você vai à mercearia com o estômago vazio, você é um alvo fácil! Você compra tudo o que não precisa. Não importa se é bom para você, você só quer encher sua barriga.

Quando você está só – você faz o mesmo, tirando coisas da prateleira, não porque você precisa, mas porque você está com fome de amor. Por medo de não nos ambientarmos, tomamos as drogas. Por medo de parecermos pobres, fazemos dívida e compramos a casa. Por medo de não sermos notados, nós nos vestimos para impressionar. Mas tudo isso muda quando descobrimos o perfeito amor de Deus. O perfeito amor que 1 João 4:18 diz que “lança fora o medo”.

Solidão. Pode ser um dos melhores presentes de Deus? Se uma temporada de isolamento for a Sua maneira de ensiná-lo a conhecer o Seu amor, você não acha que vale a pena? Eu também acho.

O escritor de Hebreus nos estimula “corramos com perseverança a corrida que nos é proposta, tendo os olhos fitos em Jesus, autor e consumador da nossa fé”. (Hebreus 12:1-2).

Doença cardíaca é comum na nossa família, então eu corro toda manhã. E enquanto estou correndo, o meu corpo está gemendo. As coisas doem. E como as coisas doem, aprendi que tenho opções. Ir para casa. Meditar nas minhas dores até começar a imaginar que estou com dores no peito – ou – posso continuar correndo e ver o sol nascer. Tenho um lugar na primeira fila para ver o mundo de Deus passar de escuro para dourado. Adivinha? O mesmo acontece com a minha atitude.

Não foi esse o conselho da carta aos Hebreus… “Tendo os olhos fitos em Jesus”? Filipenses 4:6 diz, “Não andem ansiosos por coisa alguma, mas em tudo, pela oração e súplicas, e com ação de graças, apresentem seus pedidos a Deus”.

Agora – para o que você está olhando?

Você tem compartilhado os seus desapontamentos com o seu vizinho, com os seus parentes, com os seus amigos. Mas você tem os levado para Deus? Tiago 5:13 diz, “Se alguém entre vocês está sofrendo, ele deve orar”.

Antes de ir a qualquer outro lugar com os seus desapontamentos, vá para Deus. Talvez você não queira O incomodar com as suas dores. “Ele se encarrega de fome e guerras; Ele não se importará com minhas pequenas lutas”, você pensa. Por que você não deixa que Ele decida isso?

Ele se importou o bastante com um casamento a ponto de providenciar o vinho. Ele se importou o bastante com o pagamento dos impostos de Pedro a ponto de dar uma moeda a ele. Ele se importou o bastante com a mulher no poço a ponto de dar respostas a ela. Ele se importa com você! O seu primeiro passo é ir para a pessoa certa. Vá para Deus. O seu segundo passo é assumir a postura certa. Curve-se diante de Deus. E – confie Nele!

Vá. Curve-se. Confie. Vale a pena tentar – você não acha?

Como Jesus suportou o terror da crucificação? Ele foi primeiro até o Pai com seus medos. Ele modelou as palavras do Salmo 56:3, “Mas eu, quando estiver com medo, confiarei em ti”. 

Faça o mesmo com os seus! E seja específico. Jesus foi. “Afasta de mim este cálice”, Ele orou. Dê a Deus o número do voo. Diga a Ele a duração do discurso. Compartilhe os detalhes da transferência de emprego. Ele tem muito tempo. Ele também tem muita compaixão. Ele não lhe dirá para “se animar” ou “ser duro”. Ele já esteve onde você está. Ele sabe como você se sente. E Ele sabe do que você precisa.

Esse é o motivo pelo qual nós pontuamos as nossas orações como Jesus fez. “Se tu queres…” Deus estava querendo? Sim e não. Ele não tirou a cruz, mas tirou o medo. Quem vai dizer que Ele não fará o mesmo por você?

A minha avó enlatava as suas próprias conservas de pêssego e as estocava em um porão subterrâneo. Era um buraco fundo com degraus de madeira e um cheiro de mofo. Quando eu era jovem, costumava entrar, fechar a porta e ver quanto tempo eu conseguia ficar no escuro. Nem um raio de luz entrava naquele buraco subterrâneo. Eu me sentava ouvindo a minha respiração e as batidas do meu coração até não aguentar mais. Então eu subia as escadas correndo e escancarava a porta! A luz entrava como uma avalanche no porão. Que mudança! Momentos antes eu não conseguia ver nada – então, de repente eu conseguia ver tudo!

Assim como a luz jorrava no porão, a esperança de Deus jorra no seu mundo. Sobre os enfermos, Ele brilha o raio da cura. Ao confuso, Ele oferece a luz das Escrituras. Deus dá esperança! O seu cálice transborda de alegria – de graça. O seu coração não deveria transbordar de gratidão?

Por que a dor persiste? Porque você está lidando com mais do que recordações – você está lidando com amanhãs não vividos. Você está lutando contra o desapontamento. Você também está lutando contra – a raiva!

Pode ser uma chama. Pode ser um maçarico. Mas a raiva mora na casa da tristeza. Raiva de si mesmo. Raiva da vida. Raiva do sistema militar, hospitalar ou rodoviário. Mas acima de tudo, raiva de Deus. Raiva que toma a forma de uma pergunta de seis letras – por quê? Por que ele? Por que ela? Por que agora? Por que nós? Você e eu sabemos que não posso responder essa pergunta. Somente Deus sabe os motivos por trás das Suas ações.

Mas uma verdade chave na qual podemos nos firmar é esta – o nosso Deus é um Deus bom! Salmos 34:8 diz, “Provem, e vejam como o SENHOR é bom”. Deus é um Deus bom. Nós devemos começar aqui. Apesar de não entendermos as Suas ações, podemos confiar no Seu coração!