Recebo dezenas de e-mails com pedidos de socorro. Os problemas são os mais diversos. Muitos me pedem respostas prontas, um pó mágico para a solução de seus dilemas: O que eu faço? Qual a saída? Me dá uma solução! Fórmulas, métodos e livros existem aos montes. Eles ajudam, claro, mas são apenas paliativos. Amenizam a dor por um tempo, mas a ferida continua aberta. Para resolver qualquer tipo de questão, precisamos, antes, ir à raiz de todos os problemas:
Gênesis 3: 1 a 6 – Ora, a serpente era o mais astuto de todos os animais selvagens que o Senhor Deus tinha feito. E ela perguntou à mulher: “Foi isto mesmo que Deus disse: ‘Não comam de nenhum fruto das árvores do jardim’? “Respondeu a mulher à serpente: “Podemos comer do fruto das árvores do jardim, mas Deus disse: ‘Não comam do fruto da árvore que está no meio do jardim, nem toquem nele; do contrário vocês morrerão’ “. Disse a serpente à mulher: “Certamente não morrerão! Deus sabe que, no dia em que dele comerem, seus olhos se abrirão, e vocês serão como Deus, conhecedores do bem e do mal”. Quando a mulher viu que a árvore parecia agradável ao paladar, era atraente aos olhos e, além disso, desejável para dela se obter discernimento, tomou do seu fruto, comeu-o e o deu a seu marido, que comeu também.
O erro de Eva não foi comer o fruto, mas desejar obter conhecimento. O que isso significa? Não precisar de Deus para saber o que é certo ou errado. Ela desejou ter esse poder em suas mãos, desejou obter o conhecimento do bem e do mal. Antes disso, Adão e Eva eram um só ser, entre eles mesmos e no seu relacionamento com a trindade: “…homem e mulher os criou. Quando foram criados, ele os abençoou e os chamou Homem” Genesis 5:2. Os dois eram chamados pelo mesmo nome, mas após o pecado, tornaram-se dois: “Adão deu à sua mulher o nome de Eva, pois ela seria mãe de toda a humanidade.” Gênesis 3:20. A partir da queda, o ego do ser humano tornou-se o senhor de suas decisões. Transformou-os em seres espinhosos, de difícil relacionamento, que machucam um ao outro na caminhada. Nos separamos de Deus, por isso agora somos dois… Essa é a raiz de todos os conflitos.
Cristo veio para aparar essas arestas e eliminar nossos espinhos. Veio para que nos tornássemos novamente uma só carne, entre nós e no relacionamento com Deus. A cruz é o caminho da reconciliação, a cruz é a nossa salvação:
“Se alguém quiser acompanhar-me, negue-se a si mesmo, tome diariamente a sua cruz e siga-me”. Lucas 9:23.
Crucificar o ego e ressuscitar com Cristo. Sermos plenos e cheios do Espírito:
“Não se embriaguem com vinho, que leva à libertinagem, mas deixem-se encher pelo Espírito…” Efésios 5:18.
“Vivam pelo Espírito, e de modo nenhum satisfarão os desejos da carne” Gálatas 5:16.
“A mentalidade da carne é morte, mas a mentalidade do Espírito é vida e paz” Romanos 8:6.
“Pois se vocês viverem de acordo com a carne, morrerão; mas, se pelo Espírito fizerem morrer os atos do corpo, viverão” Romanos 8:13.
Os que se deixam encher pelo Espírito tornam-se pessoas bem resolvidas, crucificam seu ego, adquirem domínio próprio e buscam a paz em seus relacionamentos:
“Que a paz de Cristo seja o juiz em seus corações, visto que vocês foram chamados a viver em paz, como membros de um só corpo”. Colossenses 3:15
Sim, é necessário que hajam conflitos (oposição de interesses, de sentimentos ou ideias) para que sejam conhecidos quais dentre vocês são aprovados (1 Coríntios 11:19). O cônjuge sempre será a melhor maneira de identificarmos nossas arestas, nossos espinhos. O relacionamento conjugal extrai o nosso pior, não para destruição, mas para que identifiquemos nossas fraquezas. Relacionamentos forjam nosso caráter. A missão do Espírito Santo é forjar o caráter de Cristo em nós:
“Mas o fruto do Espírito é amor, alegria, paz, paciência, amabilidade, bondade, fidelidade, mansidão e domínio próprio. Contra essas coisas não há lei”. Galatas 5:22- 23
Vivendo pelo Espírito nos tornamos seres cada vez menos espinhosos e cada vez mais relacionáveis. Andar no Espírito é como o peixe levado pela correnteza do mar. Ele nos dá a direção. Quanto mais íntimos do Senhor, mais sensíveis estaremos a sua voz e a sua direção: Vá por aqui! Saia deste caminho! Volte! Não fale dessa maneira! Perdoe! Ame!
Sim, ainda teremos o livre arbítrio, mas conforme a intimidade com o Autor da vida vai aumentando e amadurecendo, as vontades Dele passam ser as nossas vontades: “Quem vive segundo a carme tem a mente voltada para o que a carne deseja, mas quem vive de acordo com o Espírito, tem a mente voltada para que o Espírito deseja.” Romanos 8:5. O fruto do Espírito passa a ser transmitido em nossas palavras e ações e, com os espinhos aparados, a possibilidade de relações íntimas e profundas crescem e deixamos de nos relacionar superficialmente. Lembre-se: Seres espinhosos não se encostam, se machucam.
“Esforcem-se para viver em paz com todos e para serem santos; sem santidade ninguém verá o Senhor.” Hebreus 12:14
Sem santidade seu cônjuge não verá Deus em sua vida. A cada atitude ou palavra espinhosa estará impedindo que a essência de Deus seja revelada através de você, portanto, busque, peça, bata, insista!
“Por isso lhes digo: Peçam, e lhes será dado; busquem, e encontrarão; batam, e a porta lhes será aberta. Pois todo o que pede, recebe; o que busca, encontra; e àquele que bate, a porta será aberta. Qual pai, entre vocês, se o filho lhe pedir um peixe, em lugar disso lhe dará uma cobra? Ou se pedir um ovo, lhe dará um escorpião? Se vocês, apesar de serem maus, sabem dar boas coisas aos seus filhos, quanto mais o Pai que está no céu dará o Espírito Santo a quem o pedir! ” Lucas 11: 9 a13