Ao contrário do que muitos críticos dizem, a Bíblia contém vívidas imagens femininas para retratar dimensões da vida divina. Pelo fato de ter sido criada à imagem e semelhança de Deus, existem dinâmicas e processos distintamente divinos que só podem ser vistos nas mulheres.
Entre as analogias bíblicas, minha favorita é a de Gálatas 4.19: “meus amados filhos, novamente estou sofrendo como que com dores de parto por vossa causa, e isso até que Cristo seja formado em vós”. O útero e as contrações ilustram e significam a geração de filhos na fé. As dores de uma mãe para gerar filhos remetem aos sofrimentos de formar Cristo na vida dos nossos amados filhos/discípulos.
Mas essa dor de parto não era consequência do pecado? Não é juízo para a mulher? Sim! Mas o juízo de Deus sempre vinha com graça. A justiça e a misericórdia sempre andam juntas na ação de Deus com seu povo.
A mulher passaria a sentir dores para dar à luz, mas ela continuaria tendo filhos! Isso não é nada natural, pois, uma vez que tinham desobedecido a Deus, a consequência lógica era a morte. E na sua imensa graça, além de não morrer, Deus permitiu que continuássemos frutificando.
Eu sei que ainda hoje, várias mulheres, por diferentes motivos, não podem dar à luz. Esse foi o drama de várias personagens bíblicas. É por isso, mais uma vez, que as palavras de Paulo são inspiradoras. O princípio biológico do nascimento aponta para a dinâmica bem mais plena que é a geração de filhos na fé. A família de sangue deu lugar à família da aliança e a mulher estéril pode dar à luz filhos!
Nesse dias das mães, olhe para a maternidade com outros olhos. Enxergue nela o as dores necessárias no processo de formar Cristo em nós. Aprenderemos não só que a Igreja está cheia de mães de filhos na fé, como também podemos encontrar na maternidade o paradigma para nosso trabalho evangelical.
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