Valor

    O triste de viajar em férias é saber que uma hora ou outra a viagem vai acabar. E realmente, acabou, mas não foi tão triste assim pois não precisei deixar lá o que eu mais curti em todo esse passeio. Ficamos uma semana conectados à natureza e às belezas criadas por Deus que o homem insiste em afirmar que são frutos do acaso.

    Certa vez, um pai economicamente estável, querendo que seu filho soubesse o que é ser pobre, o levou para que passasse alguns dias na casa de uma família camponesa. Queria que seu filho aprendesse a colocar as coisas em seu lugar, a valorizar as coisas que seu pai lhe dava.

    Depois de três dias conhecendo a realidade da vida simples, enquanto retornavam à cidade, o pai perguntou para o filho:

    – O que lhe pareceu a experiência?

    – Boa, o filho respondeu com o olhar distante.

    – E… o que você aprendeu?, insistiu o pai. Ao que o filho respondeu:

    – Que nós temos um cachorro e eles têm quatro. Nós temos uma piscina com água parada que chega à metade do nosso quintal e eles têm um rio sem fim, de água cristalina, onde existem peixes coloridos e outras belezas. Que nós importamos lanternas do oriente para iluminar nosso jardim enquanto eles iluminam com a lua e as estrelas. Nosso terreno chega até o muro e o deles se perde no horizonte. Nós compramos nossa comida e eles podem plantar e colher o que comem. Nós ouvidos CD e eles uma sinfonia perpétua de passarinhos, patos, gansos, grilos e sapos. Nós cozinhamos no fogão elétrico enquanto eles têm o glorioso sabor do fogão de lenha. Vivemos rodeados de cercas e alarmes para nos protegermos enquanto eles têm suas portas abertas, protegidos pela amizade de seus vizinhos. Nós vivemos conectados ao celular, ao computador e à televisão e eles conectados à vida, ao céu, à água, ao verde, ao animais e à sua família.

    O pai ficou impactado com a profundidade das palavras de seu filho, que terminou dizendo:

    – Obrigado, pai, por me ensinar o quão pobre nós somos!

    Cada dia estamos mais pobres de espírito e de apreciação pela natureza, que são as grandes obras do nosso criador. Nos preocupamos em ter, ter, ter e ter cada vez mais. Perdemos a capacidade de desfrutar o que é verdadeiramente importante na vida. Não que as riquezas sejam más. Elas o são se ocupam o lugar de Deus.

    Não sabemos valorizar o que é realmente precioso e nos deixamos deslumbrar pela moda, pela tecnologia, pelo progresso e pelo dinheiro. Que essas coisas não ocupem o lugar de Deus em sua vida. Ele sempre deve ser o primeiro.

    Sejamos ricos, no conceito de Deus.