Santa qualidade, Batman! 🙂
Fiquei muito emocionado ao assistir a este novo Batman Begins do diretor Christopher Nolan. O Batman merecia um filme assim há muito tempo. Veio para salvar a dignidade deste que é um dos melhores personagens dos quadrinhos, senão o melhor. Mostrar a verdadeira alma do personagem, suas motivações, sua Gotham City, suas habilidades…
Acho que muitos de nós lembramos daquele Batman colorido e até mesmo um tanto gordo dos seriados dos anos 60 – eu mesmo me lembro de assistir a este seriado nas minhas jovens tardes. “Soc”, “pow”, “paft”… hehehe… era engraçado e extremamente popular, mas infelizmente aquele não era o Batman. Veio o talentoso Tim Burton, de quem eu sou fã, e contribuiu muito com a melhora da imagem do personagem com “Batman”, de 1989 e o seguinte “Batman, o Retorno”. Visual cool, vilões bacaninhas, muitos brinquedos, batmóveis etc. Até que foi bem legal… mas ainda estava aquém do que é o Batman. Muito menos aquele cara colorido, de carro tunado e de mamilos no uniforme dos seguintes “Batman eternamente” e “Batman e Robin” de Joel Schumacher. Que desastre. Triste fim. 🙁
Tempos depois, ouvimos notícias de um novo projeto. Confesso que fiquei decepcionado ao ver que o uniforme seria de borracha, e com um tanto de medo, mas continuei acreditando no filme. E tive todas as minhas expectativas superadas ao assistir a esta maravilha! Finalmente pode-se ver o Batman no cinema, não só um cara vestindo uma fantasia.
Esqueça a cinessérie anterior. O filme conta uma nova origem para o Batman. E a conta muitíssimo bem. Tem alguns detalhes diferentes da origem dos quadrinhos, mas não é nada que mude a essência do personagem, foram muito bem colocados, justificados, e tornou tudo mais verossímil.
Uma das melhores coisas do filme é o fato de que ele explica TUDO! Sabe, coisas como “como ele fez essa roupa?”, “onde ele achou este carro?”, não é como o Batman burtoniano que simplesmente apareceu daquele jeito, com aquelas coisas todas e é o bam-bam-bam.
Inclusive aí há uma diferença. Este Batman, no início de sua carreira, ainda não é o bam-bam-bam. Ele ainda entende pouco de ciência, e não é “o maior detetive do mundo”. Ainda. Acredito que estes aspectos serão explorados nas muitas continuações…
Claro que virão continuações. Tiveram até o capricho de mostrar uma super deixa no final, já entregando quem é o próximo vilão, para o desespero dos fãs (que terão que esperar alguns anos para ver o Batman fazer o que prometeu).
Além de Christian Bale (Bruce Wayne/Batman), que beira à perfeição, temos outros ótimos personagens. Um Alfred (Michael Kane) perfeito, Morgan Freeman, desempenhando um Lucius Fox com um papel importantíssimo na trama, e um excelente sargento Gordon, interpretado fielmente por Gary Oldman. Emocionante ver estes personagens conservando a fidelidade à HQ e sendo bem desenvolvidos na trama, formando a base de aliados que todo bom Batman precisa.
O que pensei ser um porém, um calcanhar de aquiles do projeto, era a linda Katie Holmes, como Rachel Dawes, satisfazendo a necessidade holywoodiana de um mocinha bonita para o herói salvar. Ainda podia ser dispensável este interesse romântico, mas o papel dela está legal, e foi bem explorado. Destorci o nariz.
Não dá pra não falar do Batmóvel também. Feio, mas eficiente. Viscoso, mas gostoso. DETONA. O que o dinheiro não faz né? Um veiculo desenvolvido exclusivamente para o filme, super potente (até divulgaram suas especificações) e que podia e fez de verdade todas as peripécias que podemos ver no filme. (Não vou estragar a surpresa que foi pra mim.) Ah! Ele não é chamado “bat-móvel”. Não tem também nenhum bat-horário, bat-canal, batarangue nem bat-nada – muito menos bat-cartão de crédito. O Batman aqui é adulto, sério, furioso, impõe respeito. E bota muito medo nos bandidos!
E os vilões? Quem é este tal de Ra`s Al Ghul interpretado por Ken Watanabe? É um dos piores (no bom sentido) vilões dos quadrinhos! Muito bem colocado. Ele não é oriental nos quadrinhos, mas isto nem de longe é um defeito. O Ducard de Liam Neeson também é ótimo! O Espantalho (Cillian Murphy) está muito bacana também. Foge ao estereótipo do vilão do batman, por não chegar a usar um “uniforme” (nem o Ra`s!), mas é bem legal a participação dele. Pensou que acabaram os vilões? Ainda tem o mafioso Carmine Falcone (Tom Wilkinson) e o assassino Zsaz (Tim Booth). Será que o Batman dá conta de toda essa galera do mal? Pode crer que sim!
Este último vilão (Zsaz) é só daqueles detalhes colocados para agradar aos fãs da HQ. Podia não ter este nome, podia ser outro, mas foi um capricho que muitos reconhecerão. Esta fidelidade à HQ é linda. Há muitos destes detalhes que remetem à HQ como o Bruce Wayne fingindo ser um playboy fútil e podre de rico, por exemplo.
Devo deixar claro: isto de forma alguma impedirá os não-iniciados de gostarem do filme. Podem assistir à vontade, que este é dos bons. Um dinheiro bem gasto! Vale a pena ver na tela grande. Não é só uma desculpa para colocar um ícone rentável no cinema a fim de faturar alguns milhões. Vai faturar, é claro, mas por seus méritos. É um ótimo filme, com boa trama, uma temática definida – o medo, boas interpretações e um universo fantástico. Preciso dizer mais do quanto gostei? Duvido que Superman Returns consiga ser tão bom…