Amigos, não me canso de escrever sobre isso, porque estou cada vez mais convencido de que uma das principais razões para o atraso de crescimento saudável nas igrejas brasileiras é a dificuldade de aceitar a unidade dentro da diversidade. Sempre achamos que a igreja é um fóssil, um corpo engessado. Tenho lido cada vez com maior tristeza pessoas querendo achar que só existe um jeito de servir a Deus, só um jeito de adorá-lo, só um jeito de apresentar o Evangelho, só um jeito de celebrar a Ceia, enfim, só um jeito de fazer igreja. Como se o Novo Testamento fosse uma versão nova da lei de Moisés. Como se cada igreja local tivesse que ser uma cópia fiel uma da outra. Como se não houvesse espaço para nada diferente debaixo do sol.
Creio que esta mentalidade ultrapassada está com seus dias contados. Especialmente quando surge uma geração que pensa e questiona, que começa a perceber que não é bem assim. Que muito do que se passou para nós como sendo “doutrina bíblica” não passa de opiniões pessoais, embrulhadas em cultura de outros países.
Pegue por exemplo o conceito de “alegria” ou “júbilo”. Diz a Bíblia que na presença do Senhor há “plenitude de alegria”. Diz a Bíblia que devemos “celebrar ao Senhor com júbilo”. É óbvio que cada povo expressa sua alegria e júbilo de maneiras diferentes. Na igreja brasileira, entretanto, ainda tem muita gente que vê toda manifestação de alegria e júbilo como a “operação da carne”.
Ontem tive uma experiência transcultural que não vou esquecer jamais. Tivemos aqui em Maui uma “International Praise Night” (Noite Internacional de Louvor). Representando quase 30 nações do mundo, cada grupo louvou a Deus usando seus ritmos, seus trajes e sua ginga. Foi como se estivéssemos ensaiando para entrar no céu, onde pessoas “de todos os povos, tribos, línguas e nações” estarão diante do trono do Cordeiro, celebrando-O em vitória e alegria. Durante mais de uma hora, cantamos, dançamos, aplaudimos, louvamos e adoramos a Deus. Do nosso jeito, sem preconceitos, barreiras ou limites impostos por homens. Na presença manifesta e sentida de Deus, para Sua honra e glória, homens e mulheres dessas nações expressaram o que sentem sobre seu Redentor, testemunharam através de suas canções a majestade e a glória do seu Deus, falaram de seu relacionamento com Ele, exaltaram-no acima de todos os deuses dos povos. Declararam Sua glória entre as nações.
Havia entre nós conservadores, pentecostais, tradicionais, denominacionais, livres e todos os rótulos que você queira mencionar. Havia pessoas dos cinco continentes. Não podia haver diversidade maior. Mas ninguém estava preocupado em discutir as diferenças. Ninguém tinha olhos tortos para o que o vizinho estava fazendo. Na diversidade, encontramos motivo comum: adorar o Deus da nossa salvação.
Seria muito bom que alguns de nossos líderes tivessem um dia uma chance de experimentar isso. Caso contrário, eles vão continuar acreditando que o céu será só deles e de mais ninguém.
De Maui,