Uma reflexão diferente sobre o Natal

1. Introdução
2. Quanto à origem da celebração e a data 25 de dezembro
3. A origem do pinheiro
4. O Papai Noel
5. Um aspecto teológico
6. Um aspecto cultural
7. A exacerbação da hipocrisia humana
8. Conclusões

1. Introdução

É extremamente importante questionar tudo o que fazemos sem base bíblica, porque algumas coisas são inocentes, mas outras podem ser bastante perigosas. Sempre que uma prática não está na Bíblia, ela pode ser considerada como “A-BÍBLICA” (isto é, simplesmente não há registro disso na Palavra, mas não há nada que indique a prática como errada. Por exemplo: Escola Dominical, folhetos, livros evangélicos etc) ou então como ANTI-BÍBLICA (isto é, além de não estar na Bíblia, há algum princípio ou ordem de Deus que recrimina tal prática.) Se uma prática é A-BÏBLICA, não pode ser condenada. Se é ANTI-BÏBLICA, não pode ser tolerada.

Há algum tempo um irmão chamado Antonio Carlos Fernandes fez uma pesquisa e descobriu informações esclarecedoras e ao mesmo tempo estarrecedoras sobre o Natal.

Juntamos a estas descobertas (aqui citadas entre aspas e itálico) algumas sugestões para reflexão a respeito da celebração do Natal pela Igreja do Senhor Jesus. Seria uma prática A-Bíblica, e portanto inocente, ou uma prática Anti-bíblica, e portanto abominável?

2. Quanto à origem da celebração e a data 25 de dezembro

De fato, a igreja primitiva não celebrava o Natal, nem há qualquer registro disso nos escritos apostólicos. Ao contrário, eram zelosos quanto à celebração da Ceia do Senhor. É estranho que hoje haja muitos crentes que não dão a devida importância a esta reunião (que é bíblica e ordenança do Senhor), mas fazem tanta questão de levar seus filhos aos ensaios natalinos. Muitas igrejas ficam quase vazias na Ceia, mas lotam no dia 24 de dezembro. Isto é sintomático.

É preciso lembrar que além de ser um fato absolutamente essencial na história da Redenção, o nascimento de Jesus é também um fato histórico. E à história não se atribuem fatos. Apenas os registramos. Por exemplo, 7 de setembro é o Dia da Independência do Brasil, não porque alguém resolveu que seria assim, mas porque neste dia D. Pedro deu o brado no Ipiranga etc.

Nesse sentido, não pode haver algo mais “furado” do que dizer que Jesus nasceu em dezembro. Segundo os estudiosos, nesta época do ano pastores não ficavam guardando os rebanhos no campo, por ser inverno. Além disso, a Bíblia, embora não defina a data exata (o que deveria cessar a especulação humana a respeito, porque o Espírito Santo não considerou este detalhe relevante para nosso conhecimento), Lucas 1:26 diz que o anjo Gabriel visitou Maria no sexto mês (no nosso calendário por volta de agosto/setembro). Jesus Cristo foi “nascido de mulher”, portanto 9 meses depois de agosto/setembro projeta seu nascimento para maio ou junho. Mas, repito, a data não é mencionada, porque não é isso que importa na história. Ora, se um de nós tem um filho que nasceu dia 10 de setembro, aceitaríamos comemorar seu aniversário no dia 05 de março?? Óbvio que não, porque não admitiríamos criá-lo baseado em um farsa. Porque, então, aceitamos a farsa que se faz com o Filho de Deus?

Citando Antônio Carlos Fernandes e sua pesquisa:

“Um imperador, de nome Aureliano, em 274 d.C., estabeleceu para o dia 25 de dezembro uma festa de consagração ao deus Sol, o “Natalis Solis Invicti”. Isto porque naquela época do ano, mês de dezembro, era a entrada da estação de inverno com o solsístico hibernal. Exatamente naquele dia, 25 de dezembro, os povos nórdicos acendiam fogueiras, ornamentavam as ruas com flores e galhos verdes, erguiam altares nas casas, justamente para que, agradando os deuses, o inverno fosse mais brando e o sol retornasse no início da primavera. Mas este culto ao sol vem de muito tempo atrás: o culto ao deus Baal, a respeito do qual a Bíblia nos dá muita informação”. Os romanos adotaram o culto a Baal, que “posteriormente tornou-se um deus cósmico, o deus Sol. Os primeiros cristãos repudiavam estas festas e, quando o imperador Constantino Magno, de Roma, que era na verdade um adorador do Sol, permitiu que aquela data e 25 de dezembro fosse consagrada ao nascimento do Senhor Jesus, muitos cristãos simplesmente repudiavam e não comemoravam o Natal.

Percebiam também que era uma tentativa da igreja católica recém-formada, e por parte do imperador, de esconder o paganismo nas festas de dezembro, fazendo com que aquelas festas fossem do Senhor Jesus.

Declara o autor Simons, no seu livro “Os bárbaros da Europa” que `diante da impossibilidade de fazer com que esses povos abandonassem as suas crenças dos tradicionais deuses de guerra pagãos e a seus espíritos da natureza, resolveram mudar sua política no trato com os tais. Gregório Magno, o papa (590-604 d.C.) ordenou aos missionários (católicos) da época a permitir tais práticas ao invés de tentar destruí-las. O resultado foi uma religião popular, ou folclórica – uma vívida mistura de remanescentes pagãos cristianizados e de práticas cristãs barbarizadas. Porém, antes de Gregório Magno, um outro papa, Júlio I, no século IV, já tinha confirmado a ordem do imperador Constantino, e oficializou o dia 25 de dezembro como a data de nascimento do Senhor Jesus.”

Muitos de nós talvez não sabemos disso, mas ao saber, é difícil pensar que continuaremos a encarar estas “festas de fim de ano” como inocentes.

3. A origem do pinheiro

“Desde as civilizações antigas, entre os babilônicos, por exemplo, havia uma árvore sagrada que era adorada como se fosse um deus. Os povos frígios tinham sua árvore (…), o cedro de Osíris, a azinheira de Júpiter, o louro de Apolo entre outras. (…)

“A deusa Ashera era uma deusa cananéia, simbolizada por meio de uma árvore” Todas as vezes que encontramos na Bíblia, na versão corrigida de Almeida “árvore como asera” (Dt 16:21), ou “bosque de árvores” ou na versão Atualizada “poste-ídolo”, é uma referência a esta deusa (I Re 16:33; Jz 6:25,26, para citar duas).

Prossegue o irmão Antonio Carlos: “Entre as muitas lendas que deram origem à adoção do pinheiro, consta aquela em que um missionário, de nome Vilfrido, fora pregar a esses bárbaros (provavelmente uma corruptela católica do verdadeiro Evangelho). Contudo este missionário não conseguia arrancar as velhas crenças desses pagãos celtas. Uma das variações desta história conta que ele, então, tentou derrubar um carvalho sagrado que se encontrava defronte à sua casa. No ato da derrubada, formou-se uma tempestade; e, com a queda da árvore, um raio, partindo das nuvens formadas, despedaçou o tronco e espalhos seus pedaços, mas um pinheirinho novo, que se encontrava no local da queda, nada sofreu com o episódio. Para Vilfrido, aquilo era uma mensagem divina. A partir de então, fez do pinheirinho a árvore do menino Jesus”

“Uma árvore é apenas uma árvore, mas quando enfeitada torna-se evidente como um objeto de idolatria. Pois uma das práticas que perdurou até os dias de hoje é aquela de pendurar certos presentes nos galhos das árvores, tal como os escandinavos faziam com as suas redes nas árvores. Hoje temos, porém, esses enfeitinhos que antes não sabíamos seu estranho significado, pois certamente um pinheiro não dá esses tipos de frutos”.

4. O Papai Noel

Ligada ao paganismo e idolatria acima descritos, está a lenda do Papai Noel (originário da Finlândia). Não é preciso alongar-se no relato da origem de tal lenda, pois a maioria já ouviu algo a respeito. Só para lembrar: o “Papai Noel” é o “chefe dos duendes”. “Duendes” são, na verdade, demônios. A referência (típica de quem não entra pela porta, mas pela chaminé ou pela janela) é direta ao próprio Satanás.

Muitos cristãos criam seus filhos na base na ilusão e da fantasia desta lenda, sem se dar conta do que está por trás dela. Além do que, a fantasia é uma mentira travestida de história. Criar os filhos com uma mentira é usar a mesma estratégia do diabo, que é o seu pai.

5. Um aspecto teológico

Podemos concordar com a “celebração” de uma data que não é bíblica, se vivemos no tempo da graça, onde as datas e comemorações foram banidas? Voltaríamos aos rudimentos? Aos Gálatas 4:8-11, Paulo censura aqueles que queriam fazer isso, e note que ele não estava falando de datas pagãs que foram “cristianizadas” por idólatras. Ele se referia às datas que Deus mesmo tinha estabelecido no Velho Testamento. O Cristianismo não é uma “religião” de datas. Elas estão fora do plano de Deus para esta geração.

6. Um aspecto cultural

Por que muitos dos cristãos estrangeiros trouxeram e ensinaram esta festa para o Brasil? Porque, na verdade, originárias do hemisfério norte, são culturalmente aceitas por grande parte dos servos de Deus provenientes de tais regiões. O hemisfério norte tem produzido muita bênção para o mundo, mas também grande parte das maldições.

As lendas e tradições culturais que vão além do que a Palavra permite, não devem ser aceitas só porque gostamos delas ou de quem no-las ensinaram. Esse é um claro exemplo, entre outros, de como muitas vezes aceitamos questões culturais como “sagradas” ou “espirituais”. Outro exemplo é considerar os hinos nacionais da Inglaterra e da Alemanha como “sacros” . Por que são sacros? Porque são hinos de países europeus? Se for composta uma letra evangélica para o nosso “Ouviram do Ipiranga”, seria ela aceita como “sacra”? O mesmo se aplica a ritmos musicais. Os latinos (como o samba ou a bossa nova) são profanos; os europeus (dos hinos chamados tradicionais) são sagrados. Por que? Por causa do aspecto cultural que norteia a igreja evangélica em todo o mundo. É preciso separar as coisas.

Temos hoje num país tropical, onde em dezembro as temperaturas chegam perto de 40o na sombra que colocar, além do pinheiro (árvore pouco comum no país), algodão e chuva de isopor para simbolizar neve!!! É, sem dúvida, uma extraordinária demonstração de colonialismo, presente, como exposto, em várias outras áreas da vida da igreja.

7. A exacerbação da hipocrisia humana

Nas proximidades de 25 de dezembro, surge o inexplicável espírito natalino”. É aquela atmosfera de “fraternidade” que parece, como dizem, trazer uma “magia do amor” entre todos. Termos bastante estranhos para serem encontrados na boca de cristãos verdadeiros.

A verdade é que não há outra época do ano em que o ser humano se torna mais hipócrita, demonstrando sua verdadeira natureza decaída e pecaminosa. Pessoas que não se falam o ano inteiro (incluindo membros de igrejas) param por alguns dias para desejar um “feliz Natal” somente para depois de algumas horas voltar aos mesmos velhos rancores e mágoas. Certamente este não é o tipo de vida que Deus propõe e portanto deve ser denunciado pela igreja, e não copiado por ela.

8. Conclusões

À luz do que consideramos acima, especialmente dos argumentos históricos e culturais apresentados por Antônio Carlos a celebração do Natal não passa por nenhum dos testes para validação de uma prática não-bíblica. Não convém, não edifica, não é bom, e está dominando lares e igrejas cristãs ao longo dos séculos. Sem contar que, seguindo o raciocínio do irmão Antonio Carlos, a tal árvore de Natal não passa de um instrumento de idolatria, que em nada difere da imagem de qualquer santo, como a de Aparecida, por exemplo. Colocá-la no púlpito de uma igreja é profaná-lo e afrontar a santidade do Senhor. É, portanto, não uma inocente celebração a-bíblica, mas uma prática anti-bíblica, oriunda diretamente do paganismo mais escancarado. Siga o seguinte raciocínio: é cada vez mais popular, em especial por responsabilidade de escolas de inglês, as chamadas festas de Halloween. Obviamente que cristãos sinceros e piedosos não somente não participam destas festas como também as repudiam veementemente. São manifestações de feitiçaria embrulhadas em papel de inocência pueril. Imagine, porém, que a uma religião tida como “cristã”, no afã de evitar que esta festa de propague e alcance seus arraiais decida criar uma data comemorativa, digamos, da ascensão de Jesus ressuscitado. Como reagiriam os cristãos do nosso tempo? Criariam uma nova data no calendário evangélico ou veriam nisso um perigo aviltante? Foi assim que reagiram os cristãos à época da instituição do Natal como uma celebração cristã. O remanescente fiel, que Deus sempre manteve em todos os tempos, jamais curvou-se a tais aberrações; isto ficou a cargo da igreja professa e, já naquele tempo, distanciada de Deus e mergulhada na vã idolatria e no adultério espiritual.

Outra incoerência que freqüentemente se comete é dizer que não há mal algum em se comemorar o Natal no âmbito familiar e não na igreja. Afinal, se é idolatria na igreja, também o será em casa.

E quanto a usar essas datas para se pregar o verdadeiro evangelho? A ordem sobre “pregar a tempo e fora de tempo” esclarece bem. Paulo usou a idolatria de Atenas como ponto de partida para seu famoso discurso no Areópago (Atos 17), sem no entanto participar ou endossar qualquer de suas práticas. Isso é “portar-se com sabedoria para com os que são de fora”.

É possível que poucas pessoas soubessem disso, e por terem sido criadas vendo os grandes líderes do rebanho apoiando e incentivando esta prática, nunca pararam para pensar no assunto. A proposta do site é promover uma reflexão, uma meditação sobre o assunto, devendo cada um de per si analisar seriamente se pode continuar agindo da mesma maneira, após tomar ciência dos fatos aqui apresentados.