Maria, mãe de Jesus

Ave Maria,
Cheia de graça,
O Senhor é convosco (Lc 1:28;30).
Bendita sois vós entre as mulheres,
bendito o fruto do vosso ventre (Lc 1:41),
Jesus (Lc 1:35).

Amigos, como é extraordinária a anunciação do nascimento de Jesus a Maria. Através de Gabriel e da boca de Isabel, Deus torna aquelas palavras divinas, proféticas, reveladoras, verdadeiras. Sem qualquer sombra de dúvida, Maria foi uma moça agraciada. Bendita por trazer ao mundo o Salvador. Um exemplo de mãe, cujo primeiro filho nasceu de uma forma rigorosamente única. Maria concebeu sem ter relação com um homem. A virgem concebeu e deu à luz um filho. Maria foi a mãe de Jesus (At 1:14). Como mãe, não apenas de Jesus, mas de outros irmãos, estes nascidos de seu casamento com José (At 1:14; Mc 3:31,32).

Maria foi uma mulher bendita, i.e., abençoada. Não bendita em si mesma, porque era pecadora como qualquer outro ser humano, morreu e está sepultada. Seu corpo está desfeito no pó, aguardando a ressurreição dos mortos. Ela não tem culpa do que fizeram dela nem da posição em que a colocaram por interesses humanos. Pobre Maria, nem sabe do que falam a seu respeito neste mundo. O que ocorre é que, por causa das heresias que se formaram no entorno da vida desta nossa irmã, reforçadas ao longo dos séculos de dominação da tradição religiosa, muitos de nós nos esquecemos e temos até medo de falar nela.

No início deste artigo, fiz algumas citações de textos bíblicos. Talvez alguém se assuste ao descobrir que estas palavras não foram inventadas pela igreja apóstata. São palavras registradas na Palavra de Deus e que expressam um pouco da experiência de Maria neste contexto extraordinário da encarnação de Jesus, o Verbo de Deus. O que não está na Bíblia, nem direta nem indiretamente, são as alusões à intercessão de Maria ou à possibilidade de Deus ter mãe. Isto é outra coisa e não será aqui o fórum para explicar isso. Basta reiterar que nem uma coisa nem outra encontram qualquer base nas Escrituras.

Independentemente disso, porém, o exemplo de Maria, como mulher, mãe e cristã, uma das pessoas a fazer parte da inauguração da igreja no mundo, perseverando em oração e esperando o derramar do Espírito Santo (At 1:14), são dignos de honra.

Como Jó, Noé e Abraão, que também “acharam graça diante do Senhor”, quer dizer, encontraram seu favor, foram alvo de um olhar mais demorado, mais atento e mais prazeroso da parte do Deus dos céus, assim foi com Maria. Jesus precisava vir ao mundo e Deus escolhe para ser mãe de seu Filho uma moça virgem, de boa reputação, séria, espiritual e consagrada. Por que foi Maria e não Isabel ou Sara ou Ana? Não sabemos. O que sabemos é que ela tinha chamado a atenção de Deus por sua piedade.

Fico a pensar se fosse nos dias de hoje, onde ele encontraria alguém com esses requisitos? Nem mesmo entre os cristãos seria fácil. Porque a marca do nosso tempo não é exatamente a da consagração do corpo, da mente, da alma e do espírito. Não. Agora é a época do “não tem nada a ver” ou do “que é que tem?” Seria difícil, mas não impossível. Ainda existem várias moças comprometidas com o Reino de Deus, levando a sério seu compromisso com a castidade e a honra, valorizando a Palavra de Deus e meditando nelas em seu coração (Lc 2:19).

Maria nunca escreveu um livro, não deu palestras nas universidades do mundo, não se tornou uma eminência na igreja. Nunca arvorou-se no direito de superioridade sobre os apóstolos, nunca quis ser mais do que uma serva do Senhor, em quem Sua palavra se cumprisse (Lc 1:38). Na simplicidade de sua vida santa e dedicada, tornou-se elemento fundamental na vinda do Messias, o cumprimento das profecias (Is 7:14), o instrumento escolhido por Deus para uma missão ímpar. Muitas foram mães, mas nenhuma foi mãe do Salvador do mundo.

Meninas, aceitam uma sugestão? Esqueçam o que diz a MTV e a Malhação, purifiquem seus ouvidos, afinem seus corações, consagrem suas vidas, seus corpos, almas e espíritos e fiquem de prontidão. O mundo não precisa mais de um ventre para trazer à luz o Salvador do mundo, mas ainda precisa de gente que se deixe usar nas mãos de Deus para a realização de Seus projetos mais escolhidos, a fim de abençoar a humanidade.