Amigos, estamos na semana do carnaval. A “festa da carne”. É quando as pessoas colocam as máscaras no corpo para tirar as máscaras da alma. É quando os limites, já tão frágeis, caem por terra de vez. Ë o momento da alegria passageira, que mais deveria ser chamada de cobradora, porque tem um alto custo.
Lembro-me de que há muitos anos atrás, a prefeitura de Piracicaba lançou uma campanha para o carnaval de rua cujo slogan era: “Carnaval do `ano tal`: a alegria está nas ruas”. É estranho que a alegria esteja nas ruas. O cristão verdadeiro, em todo este país, canta feliz que “a alegria está no coração de quem já conhece a Jesus”. E foi o próprio Jesus quem disse: “O coração de vocês se alegrará e a sua alegria ninguém poderá tirar” (Jo 16:22).
Quando vem a quarta-feira “de cinzas”, tudo o que se tem a fazer, segundo a filosofia hedonista que norteia este mundo mau, é esquecer o que passou, inclusive as conseqüências, e bola pra frente. Nada de culpa, nada de arrependimento, nada de confissão, nada de nada. É o auge do “comamos e bebamos, porque amanhã morreremos”.
Chamam isso de “aproveitar a vida”. Aliás, já dizia o antigo samba: “Aproveita hoje/ porque a vida é uma só/o amanhã quem sabe/se é melhor ou se é pior?” Eu sei a resposta a esta intrigante pergunta. Para quem depende do carnaval ou de qualquer outra coisa deste mundo finito e efêmero, o amanhã será sempre pior. “O mundo em seu pecado, de mal vai a pior”, diz a canção cristã. Não é pessimismo. É uma constatação dos fatos.
Chamam isso de “liberdade”. Mas é a mais cruel de todas as prisões, porque aprisiona a alma. Priva o espirito humano de sua possibilidade de ter comunhão com Deus. Leva os jovens (e os velhos também) a cometer tudo o que desejam, sem se lembrarem de que “de todas estas coisas, Deus lhes pedirá contas” (Ec 11:9).
Não admito a possibilidade de que algum cristão tenha saudade do tempo em que perdia tempo com tudo isso. Ou mesmo que aqueles que nunca viveram em tal ambiente tenham curiosidade em conhecer o que se passa no mundão nesta época. Não apenas pelo apelo sensual da exposição desmedida de corpos nus, requebrando-se languidamente na TV, nas revistas e até nos jornais. Afinal, este é apenas um dos componentes da “festa”. Mas por toda uma atmosfera que toma conta deste país e que faz com que até os negócios sejam adiados e os compromissos deixados para “depois do carnaval”. Uma atmosfera do mal, do pecado, da alienação mais completa.
É bom ressaltar o fato de que isso não acontece somente no Brasil. Quando estive nos Estados Unidos, a expressão que mais ouvi, várias vezes ao dia, foi “Have fun”, que quer dizer “divertir-se” e “Automatically”, que quer dizer, obviamente, “automaticamente”. Parece ser mesmo a idéia. “Queremos diversão e a queremos agora mesmo!”. Na Europa, jovens se embriagam desde a adolescência, drogam-se com o apoio do governo e estão cada dia mais mergulhados no satanismo de toda espécie. A família real britânica é talvez o maior ícone da imoralidade e desrespeito aos valores da família da sociedade moderna. Quer dizer, a questão não é o carnaval “brasileiro”, simplesmente (que, aliás, é bastante freqüentado por estrangeiros). A busca insaciável por diversão vem desde os tempos de Noé e permeia todas as culturas. É preciso ter cuidado para não pensar que só o Brasil sofre disso, porque, na verdade, o mundo jaz no maligno.
E então, por todo o país, caravanas de jovens cristãos estarão encontrando-se para louvar a Deus e aprender a sua Palavra. São chamados de “ultrapassados”. São os que não sabem “o que é bom”. Mas sairão dos seus acampamentos e retiros felizes e mais maduros do que entraram. Ouvirão a voz de Deus, e não a voz do povo, que nunca foi e nunca será a voz de Deus. Eu também estarei num desses lugares, se Deus permitir.
Se por um lado acaba sendo uma excelente “válvula de escape”, a nossa “batida em retirada” algumas vezes parece uma certa fuga. Pois é no meio da escuridão que a luz deve brilhar. Então, quero fazer uma sugestão a todos vocês que vão a um acampamento. Ao invés da tradicional oração de começo de acampamento, que vai mais ou menos assim: “Senhor, obrigado porque podemos estar aqui, separados de tudo, enquanto o mundo se acaba no pecado”, comece a sua programação levantando um clamor sincero a Deus pelas muitas almas de jovens, amigos e familiares nossos, que ainda não conhecem a luz do Evangelho de Cristo e que por isso estão lá.
Sugiro que invistamos pelo menos 5 minutos em cada acampamento nosso, orando pelas almas que conhecemos e que naqueles dias estarão envolvidos com o carnaval. Isso tornará mais fácil a tarefa de ganhá-los para Jesus quando voltarmos à “vida real” na quarta-feira que vem.
E um bom acampamento a todos!
Pensando bem:
“Sou feliz com Jesus, meu Senhor”