Amigos, a chegada de uma Copa do Mundo é sempre um marcador de épocas na vida dos brasileiros. Por exemplo, descubro que este será o meu terceiro Mundial como colunista de irmaos.com. O tempo passou muito rápido, mas algumas coisas nunca mudaram. Por exemplo, a expectativa nacional sobre a lista de convocados para a Seleção Brasileira. Ao contrário, nunca me lembro de ter visto cinco canais pararem suas programações para transmitir ao vivo a divulgação da lista e subseqüente entrevista com o técnico Dunga, que, aliás, de hoje até o último jogo do Brasil passa a ser o presidente da República. Vale mais uma declaração dele do que a de qualquer autoridade nesse momento.
Outra coisa que nunca muda são as inúmeras opiniões e divergências. Somos 190 milhões de técnicos, todos convictos e campeões. Sabemos tudo. Quem deveria ir, quem deveria ficar, o que teria acontecido se o jogador A tivesse sido convocado, porque o jogador B não poderia jogar ali. Chega a ser engraçado ouvir os comentários, muitos deles insuflados pela mídia, ressoando as opiniões dos comentaristas do rádio e da TV.
Como sou parte desse contingente, não posso deixar de ter minha opinião. E como tenho este espaço, embora ele não sirva exatamente para isso, acabo também dando meus pitacos, como fiz em 2002 e 2006. Desta vez, vou meio na contramão da opinião popular e geral. Como a maioria, não gostei da indicação do Dunga para o cargo, por sua falta de experiência como técnico de futebol, Não obstante, é inegável que ele vem fazendo um trabalho espetacular. Não apenas pelos números e conquistas, imbatíveis na sua gestão, mas também pelo futebol apresentado e, em especial, pelo resgate do comprometimento dos jogadores com a seleção. É só lembrar que em anos não distantes, houve jogador que desprezasse a seleção, que se negasse a jogar, que priorizasse seu clube e sua carreira em detrimento da Amarelinha. Hoje isso acabou. E o mérito é todo do Dunga. Se vai ganhar o Copa, não sei. Mas que já perdemos outras por causa desses problemas, isso já.
A coerência na formação de um grupo de trabalho também sempre foi cobrada pela imprensa e por todos. Disso, também, ninguém pode reclamar. Ele montou um grupo com o que tinha na mão quando começou e veio com este grupo até aqui. Ganhou praticamente tudo o que disputou. Para que mudar agora? Cada brasileiro tem uma lista de jogadores que considera ser a ideal. Como muito bem observou o treinador na sua coletiva, essas listas mudam a cada semana. Até dois meses atrás, ninguém falava nos palhacinhos dançarinos da Baixada Santista Eles eram reservas até janeiro deste ano. Hoje, são unanimidade? Nem tanto. Eu, por exemplo, acho que o Dunga fez muito bem de não levá-los. Ainda há muito feijão para comerem antes de pensarem em Seleção. Tudo bem que a coerência não é tudo, que comprometimento sem talento não tem muito futuro (é só ver o que times como Dinamarca, Estados Unidos e Inglaterra ganharam em Copas do mundo até hoje – nada!). Mas por outro lado, talento sem comprometimento também não consegue nada (vide os times africanos que surgiram cheios de graça e que na hora H negaram fogo; e o próprio Brasil na última Copa).
Isso posto, sabedor que os artigos que menos empolgam meus leitores são os que versam sobre futebol, encerro meu comentário abordando um aspecto que servirá de gancho para a aplicação final (Atenção, patrulheiros de plantão, fiquem espertos, aí vem a lição para a vida). Essas listas sempre têm alguma surpresa, por menor que seja. A lista final deixa de fora alguém que era nome certo e inclui algum que ninguém acreditava que estaria. Desta vez, foi o caso de Adriano e Grafitte. Na última hora, alguém que todo mundo achou que estaria, não estará. Foi um susto para muitos, especialmente para os próprios atletas envolvidos, caso não tivessem sido comunicados ainda.
Que me desculpem os que acharem que uma coisa não tem a ver com a outra, mas fiquei pensando no dia em que a trombeta soar e se fizer a chamada final. Já imaginou o tanto de gente que nós tínhamos certeza de que estaria na lista do Supremo Técnico, no Livro da Vida, mas que na verdade não estavam? Entenda bem a comparação. Sempre digo que quem é salvo, sabe que é salvo; quem não é, Portanto, não é questão de que “só vamos saber se somos salvos quando chegar a hora”. Isso é teologia furada. Eu estarei lá, com absoluta certeza. Não porque seja bom. Pelo contrário. Posso seguramente afirmar como o apostolo Paulo: sou o principal dos pecadores. Mas fui salvo, perdoado, justificado, redimido, lavado, selado e estou pronto para ir.
A questão é que muita gente que anda pelas igrejas hoje em dia, com a Bíblia debaixo do braço, nem sabe do que se trata a segurança da salvação. Não tem a menor idéia do que significa o Novo Nascimento, a conversão. Não tem a Cristo como seu Salvador pessoal. E é justamente por causa disso que para os demais poderá haver tanta surpresa. Muita gente que contávamos como certa, vai ficar de fora. E muita gente que nem poderíamos imaginar, vai aparecer para a festa com a mesma roupa que nós. Talvez sem muitas coroas e coisa e tal, talvez “como que pelo fogo”, mas estarão lá.
A lista do Céu não tem cortes. Quem é convocado uma vez, está convocado para sempre. Também ela não é feita baseada nos méritos, realizações ou fidelidade do convocado. Jesus deu sua vida para tornar todo aquele que nEle crê apto para a Seleção do Senhor. Finalmente, diferentemente da lista do Dunga, que tinha dia e hora para ser apresentada, ninguém sabe quando se encerram as inscrições para a lista do Céu.
Por tudo isso, a pergunta é: você está na lista ou ainda não sabe?