Uma coisa que eu aprendi ouvindo pessoas todos os dias e de diversas idades procurando conselho é: o importante não é só o que elas estão falando, mas também o que estão fazendo.
Já cansei de receber na minha sala crianças que se mutilavam, que tinham sérios problemas com indisciplina ou que estavam sofrendo com suas relações familiares e, quando eu conversava com elas, as respostas eram sempre “está tudo bem…” ou “não é nada não…”.
Eu sempre as surpreendia quando devolvia a pergunta com alguma informação privilegiada que tinha, dizendo: então por que você está sem conversar com sua mãe? Então por que está com seu braço todo arranhado? Então por que você xingou seu professor?
Geralmente as lágrimas vinham nessa hora e, então, a verdadeira conversa começava.
Uma das maneiras mais precisas de entender como uma pessoa enxerga é observar ela caminhando. Se ela tropeça em determinados obstáculos no caminho ou não reconhece alguma cor na sua frente, eu consigo saber o que está errado em sua visão da realidade.
O mesmo vale para uma cosmovisão. Eu consigo entender quais são as fidelidades do coração de uma criança quando eu observo atentamente como ela caminha. O que ela está fazendo enquanto ela está falando.
Uma das competências mais importantes dos pais, professores e líderes cristãos de jovens é uma escuta atenta e um olhar preciso às atitudes das crianças ao seu redor. Agindo assim, conseguiremos entender quais são as reais lutas que eles estão enfrentando, mesmo que eles não consigam nos dizer como.