É como o vento, fugidio, passageiro como o tempo.
É como o sol, como a esperança de quem luta em prol
De alguma coisa ou de alguém.
É como a brisa calma, fria, viva, que vai e que vem.
É como um sentimento breve, denso, que passa enquanto penso.
É como o alto de uma montanha, como as entranhas dum mar imenso.
Inalcansável, indescritível, inviável, semente invisível.
É morno, confortável, meigo, afável, inexplicável, incrível!
É meu, é seu, é nosso, um não sei se devo, não sei se posso…
É antigo e novo, comum ao nobre e ao povo, alegra e dói até o osso.
Pragmático, cálido, bélico, ilógico, apático, enigmático!
Complexo como a simplicidade pode às vezes ser; prático e plástico.
É o início e o meio, às vezes quente, outras frio, vazio, cheio…
É contraditório, ilusório, calado palavrório, bonito e feio.
Sinto e não toco, toco e não sinto; difícil saber a que foi ou a que veio.
É sólido, flácido, doce, ácido, plácido, coisa de borda e recheio.
Não é explícito, nem secreto, nem só mau querer ou afeto.
Não é abstrato ou concreto, nem chão nem teto.
É o que é, sem deixar de ser o que seria se fosse diferente!
O que é? o que é? Mistura de sentimento e razão, é jeito de ser de gente.
Para ruminar vida afora:
“Enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e desesperadamente corrupto, quem o conhecerá?” Jeremias 17:9.