Porquanto vos digo que importa que em mim se cumpra aquilo que está escrito: E com os malfeitores foi contado. Porque o que está escrito de mim terá cumprimento (Lucas 22:37).
Ele, o Santo Filho de Deus, foi contado com os transgressores? É inimaginável o contraste entre o justo Servo de Deus, que sempre fez coisas que agradavam ao Pai (João 8:29) e os que rejeitaram os mandamentos de Deus desde o princípio!
“Transgressores” são os que deliberadamente ignoram ou substituem a vontade declarada de Deus por sua própria vontade pecaminosa, ou seja, pelo próprio pecado: “pecado é iniquidade” (1 João 3:4). Você pode imaginar um julgamento humano mais errôneo que contar o Filho de Deus, que se tornou Homem, entre os pecadores? Diante de Pilatos, os judeus enfatizaram: “Se este não fosse malfeitor, não to entregaríamos” (João 18:30). Os romanos consentiram com o mesmo julgamento ao crucificá-Lo entre dois ladrões.
No entanto, as próprias palavras do Senhor Jesus demonstram que ele consciente e voluntariamente se submeteu aos procedimentos humanos, e que esta era a vontade de Deus. Ele era o Servo que compreendeu totalmente que tinha de restituir o que jamais havia roubado. Sabia que tinha de sofrer, ser rejeitado e morrer para nos redimir do pecado.
Porém, mesmo sabendo de antemão de todas essas coisas, Sua alma ficou tão atribulada a ponto de Seu corpo suar grandes gotas como de sangue. Mas também em meio a tamanha agonia, ouvimos o Senhor dizer em perfeita devoção: “É chegada a hora. Eis que o Filho do homem vai ser entregue nas mãos dos pecadores. Levantai-vos, vamos” (Marcos 14:41-42).