A Bíblia na Idade Média

“Isto (a promessa de Deus) é a minha consolação na minha angústia, porque a tua palavra me vivificou” (Salmos 119:50)

“A minha alma se fartará… quando me lembrar de ti na minha cama e meditar em ti nas vigílias da noite” (Salmos 63:5-6)

Do ponto de vista religioso, a Idade Média foi um período de grande ignorância. A Bíblia existia somente na forma de caríssimos e raros manuscritos em latim; além disso, a esmagadora maioria da população era analfabeta.

Contudo, mesmo naqueles tempos sombrios, houve homens e mulheres que se apropriaram da salvação pela fé e suportaram perseguições por anunciá-la aos demais. A correspondência de Inocêncio III, papa no período de 1198 a 1216, demonstra seu ódio aos novos cristãos: “Uma multidão de laicos, impulsionados pelo imoderado desejo de conhecer as Escrituras, tem traduzido para o idioma francês os evangelhos, as epístolas de Paulo, as reflexões morais que o livro de Jó contém e vários livros mais, com o culpável e insensato propósito de se reunir em secretos conciliábulos*, nos quais não temem pregar uns aos outros”.

Quando se pensa no trabalho que uma tradução representava, no tempo necessário para se copiar manualmente todos aqueles textos, ficamos maravilhados em ver o amor desses crentes pela Palavra de Deus e a abnegação deles em relação a Cristo.

Hoje, como em todo o passado, somente a Bíblia pode conduzir os homens à salvação. Será que nós, cristãos do século XXI, temos apreciado o privilégio de podermos ter à nossa disposição a Palavra de Deus, de lê-la e de ter a liberdade para difundi-la?

* Conciliábulo: assembleia secreta, de intenções malévolas, conluio (fonte: Novo Dicionário da Língua Portuguesa).