Não insista! Não há vaga pra ninguém que não seja da turminha!
Que não tenha uma família tão certinha quanto a minha.
Pode até ter alguns problemas, desde que sejam comuns.
Mas, prostitutas, delinqüentes, lidar com esse tipo de gente, de jeito nenhum!
Não há vaga, pra quem pense diferente do que eu acho,
Pra quem definitivamente não aceite ser tratado como lixo ou capacho.
Pra quem gosta de mudanças, pra quem ri feito criança,
As portas estão fechadas pra quem sonha, ou ousa ter esperança.
Não há vaga pro adolescente, pro velho, ou pro menor abandonado e carente.
Não há vaga. Estamos lotados. De liturgias, religiosidade vazia, pregações eloqüentes.
Cheios de boas intenções, gente bonita, saudável, politicamente correta.
Estamos ricos, abastados, nossa comunhão é VIP, a convivência é seleta.
Não há vaga pra Deus Pai; Se foi Ele quem fez o mundo, agora é nosso.
Não há vaga pra Deus o Espírito Santo; pra que? Se eu tudo posso.
Não há vaga para o Filho; que se deu na cruz por nós.
Eis que está à porta e bate, mas o som da festa é tão alto, que ninguém lhe ouve a voz.
Não há vaga nas igrejas pra gente que está doente; igreja não é hospital.
Mas, se deixamos os enfermos, jogados pela sarjeta; o que é igreja afinal?
Igreja é o corpo de Cristo, que olha com compaixão,
Não tem medo da lepra e quer abraçar o mundo.
Laodicéia, igreja desfigurada, corpo tetraplégico;
Bebendo em cisternas rotas, jamais desceste tão fundo!
Para ruminar vida afora:
“Conheço as tuas obras, que nem és frio nem quente. Quem dera fosses frio, ou quente! Assim, porque és morno, e nem és quente ou frio, estou a ponto de vomitar-te da minha boca; pois dizes: Estou rico e abastado, e não preciso de cousa alguma, e nem sabes que tu és infeliz, sim, miserável, pobre, cego e nu. Aconselho-te que de mim compres ouro refinado pelo fogo para te enriqueceres, vestiduras brancas para vestires, a fim de que não seja manifesta a vergonha da tua nudez, e colírio para ungires os teus olhos, a fim de que vejas” Apocalipse 3:15-18.