A ex-senadora Marina Silva e o deputado pastor Marco Feliciano comentaram os recentes protestos em São Paulo organizados pelo Movimento Passe Livre e, principalmente as possíveis motivações políticas existentes por trás da organização tais movimentos.
Em um vídeo publicano no Youtube, Marina Silva inicia falando da violência com a qual a polícia de São Paulo enfrentou os manifestantes. Segundo Marina, é inconcebível uma atitude de truculência diante de uma manifestação legítima da sociedade.
– É claro que é inconcebível que em uma sociedade democrática, manifestações legítimas da sociedade sejam tratadas com esse grau de violência e truculência como foi a atitude da polícia de São Paulo em relação a essa última manifestação que tivemos – afirmou Marina Silva, que ressaltou que inicialmente os manifestantes levavam flores e se abraçavam para, segundo ela, mostrar o desejo de uma manifestação pacífica.
– É através dessa demarcação clara de uma cultura de paz que se colocará na defensiva a atitude truculenta da parte do estado que está completamente despreparado para lidar com esses novos movimentos – afirmou.
De acordo com Marina, protestos como os ocorridos em São Paulo são fruto de “movimentos de borda” que estão surgindo no início desse século. Ela explica que tais movimentos, que antes eram apenas virtuais, agora transbordaram para o presencial com uma demanda para uma maior participação política que, segundo ela, hoje é controlada por grandes partidos e coloca o povo na situação de mero espectador.
– As pessoas não querem ser apenas espectadores, eles querem ser mobilizadores, protagonistas do processo de transformação – afirmou, completando que tais movimentos não são centralizados, em sua maioria, em partidos políticos, e sim em demandas sociais.
Por outro lado, Feliciano comentou, através de sua conta no Twitter, afirmando que o país está à sobra da anarquia, e questionou as reais intenções por trás das manifestações como tendo uma suposta motivação de oportunismo político.
– O País está a sombra da Anarquia. No Estado Democrático de Direito, protestos pacíficos são legítimos, a baderna e a violência não! É preciso apurar a fundo. Quem esta levando vantagem com esta situação? Quem iniciou tudo isso? Oportunismo político? – declarou o pastor na rede social.
O presidente da Comissão de Direitos Humanos falou ainda da violência ocorrida durante as manifestações. Afirmando repudiar os atos de violência, o parlamentar afirma que as manifestações trazem como consequência a transformação da imagem do “Brasil emergente” em lixo diante da opinião pública internacional.
– Excessos houveram de todos os lados. É lamentável ver pessoas feridas, repórteres machucados no que devia ser uma manifestação pacifica. As cenas são horríveis. E as manifestações se propagam pelo País inteiro. A imagem do Brasil emergente vira lixo aos olhos do mundo. Manifestações contra tudo e contra todos. Os Direitos Humanos q foram violados tem aqui o meu repudio e consternação. É preciso moderação. – afirmou Feliciano, em uma série de publicações.
Feliciano encerrou seus comentários afirmando esperar que o movimento popular não seja uma ação eleitoreira organizada para desestabilizar o atual governo de São Paulo.
– Espero q por trás destas manifestações ñ haja uma ação orquestrada pra desestabilizar o governo estadual e maculá-lo 1 ano antes da eleição – concluí o político, que ainda comenta uma suposta semelhança entre a organização dos protestos com as orientações escritas no “Decálogo de Lênin”, texto supostamente escrito pelo líder comunista russo e tido como os “10 mandamentos” para a tomada do poder pela esquerda.