A segurança de informática do Estado de Israel conseguiu bloquear um ataque cibernético lançado pelo hackers “ativistas” do grupo Anonymous em repúdio à situação humanitária na Faixa de Gaza.
Yitzhak Ben Yisrael, porta-voz da oficina nacional de cibernética do governo de Tel Aviv, órgão ligado ao gabinete do primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, assegurou que os hackers fracassaram em seu ataque porque “não puderam entrar nos sites-chave”.
“O Anonymous não tem capacidade para danificar a infraestrutura vital do país”, ressaltou Ben Yisrael à agência de notícias Ynet, de Tel Aviv.
Ele afirmou que a intenção do grupo de hackers foi “criar ruídos nos meios de comunicação” mais que concentrar na ameaça de “piratear” as páginas digitais dos órgãos estatais do país.
O grupo de hackers anunciou no sábado um grande ataque para hoje contra sites israelenses, com o objetivo de “apagar Israel do ciberespaço” em solidariedade ao povo palestino.
Os hackers compararam a situação dos palestinos em Gaza com o Holocausto cometido contras os judeus durante o regime nazista.
SITES DO GOVERNO
O ataque afetou em particular as páginas do primeiro-ministro, dos ministérios da Defesa e da Educação, assim como o escritório central de estatísticas, mas todos esses sites funcionaram normalmente neste domingo.
À tarde, o site do Ministério das Relações Exteriores ficou “paralisado durante algum tempo antes de voltar a operar normalmente”, indicou em um comunicado o Ministério das Finanças, que não descartou “uma redução da velocidade da transmissão de dados ou cortes momentâneos de alguns sites oficiais”.
“O Anonymous não tem a capacidade, nem o objetivo, de destruir as estruturas essenciais do país. Se fosse esse o caso, ele não teria anunciado antes”, disse em outra ocasião Ben Yisrael.
GRANDE ATAQUE
“O país está mais bem preparado do que há um ano, quando foi alvo de uma onda de ataques contra a Bolsa e a El Al [a companhia aérea do país], além de outros sites”, disse o porta-voz. “Desta vez o ataque foi maior e mais intenso, mas nós estamos mais bem preparados.”
Segundo Guy Mizrahi, cofundador da Cyberia (uma agência de consultoria em proteção de dados), os sites israelenses sofreram um “grande ataque” durante vários dias. “Ontem, houve uma verdadeira tempestade, com sites do governo pirateados, mensagens deixadas em alguns e dados roubados de outros”, disse à rádio pública.
Em novembro, o grupo Anonymous lançou um ataque contra vários sites israelenses e afirmou ter bloqueado ou esvaziado cerca de 700 deles para protestar contra a ofensiva militar israelense contra a Faixa de Gaza.