No dia 10 de março o papa Bento XVI lançará a segunda parte do livro “Jesus de Nazaré” que fala sobre a paixão, morte e ressurreição de Cristo e os momentos mais decisivos na vida de Jesus, segundo o papa. Nessa obra o bispo de Roma exonera os judeus de serem os culpados por Jesus ser condenado à morte.
O Pontífice assinala que, quando no Evangelho de Mateus se fala que “todo o povo” pediu a crucificação de Cristo, “não se expressa um fato histórico”. Na visão dele não seria possível ter tantas pessoas condenando. “Como seria possível todo o povo (judeu) estar presente nesse momento para pedir a morte de Jesus?”, questiona o papa teólogo.
De acordo com ele essa errônea interpretação de que todos os judeus condenaram Cristo teve consequências “fatais”, em referência às contínuas acusações de deicídio aos judeus durante séculos, que propiciou sua perseguição.
Bento XVI acrescenta que a “realidade” histórica aparece mais correta nos evangelhos de João e Marcos. E que o verdadeiro grupo de acusadores foram alguns círculos do templo de Jerusalém e a massa que apoiava Barrabás no contexto da anistia pascal.
O Concílio Vaticano II (1962-1965), que lançou à Igreja ao século XXI, promulgou a declaração “Nostra Aetate”, com o fim dos católicos retiraram as acusações de deicídio contra os judeus.
A primeira parte de “Jesus de Nazaré”, de 448 páginas, foi apresentada pelo Vaticano no dia 13 de abril de 2007 e nela o pontífice mostrou um Jesus “real”, e afirmou que Cristo é uma figura “historicamente sensata e convincente”.