Os cristãos da Índia enfrentaram mais ataques na última década, sofrendo mais de 130 ataques por ano desde 2001, com cifras que ultrapassam em muito as de 2007 e 2008.
Em 2010, os cristãos sofreram pelo menos 149 ataques violentos, de acordo com a Comunidade Evangélica da Índia (EFI).
A maioria dos incidentes ocorreu em apenas quatro estados: Karnataka e Andhra Pradesh, no sul da Índia, e dois estados vizinhos no centro-norte do país, Madhya Pradesh e Chhattisgarh. Dos 23 milhões de cristãos indianos, 2.7 milhões vivem nesses quatro estados.
Em 2009, houve mais de 152 ataques em toda a Índia. Três dos quatro estados com maior perseguição aos cristãos (Karnataka, Chhattisgarh e Madhya Pradesh) são governados pelo partido nacionalista-hindu Bharatiya Janata (BJP), e a EFI observou que o alto número de ataques a cristãos nesses estados não foi nenhuma coincidência.
“Enquanto não se pode dizer que o partido do governo teve um papel direto nos ataques a cristãos, sua cumplicidade também não pode ser eliminada”, afirmou o relatório.
Em 1998, os cristãos foram alvejados pelo BJP e por Rashtriya Swayamsevak Sangh ou RSS, dirigente do conglomerado nacionalista hindu da Índia e mentor ideológico do BJP, quando Sonia Gandhi, nascida na Itália, católica por descendência, tornou-se a presidente do Partido do Congresso.
Os ataques a cristãos foram aparentemente destinados a persuadir Sonia Gandhi a falar em favor dos cristãos para que ela fosse rotulada como uma líder da minoria cristã, em oposição à liderança da maioria hindu reivindicada pelo BJP.