Uma alta instância religiosa da Arábia Saudita emitiu um decreto que proíbe mulheres de trabalhar como caixa em lojas, apesar de o governo tentar estimular a contratação das sauditas.
“Não é permitido que mulheres trabalhem em lugares onde possam encontrar homens”, informou a fatwa [decreto religioso] emitida pelo Comitê do Ifta, dependente do Alto Comitê dos Ulemas.
O decreto, publicado nesta segunda-feira pelo site de informação Sabq.org, foi uma resposta a uma pergunta relativa à profissão.
“As mulheres devem buscar empregos onde não podem se sentir atraídas por homens nem atraí-los”, segue o texto da fatwa.
Uma rede de supermercados começou em agosto, com o consentimento das autoridades, a empregar mulheres como caixa pela primeira vez na Arábia Saudita, onde a segregação dos sexos se impõe de forma rigorosa.
Os hipermercados Panda recrutaram 16 funcionárias sauditas em um de seus centros em Jeddah (oeste), no Mar Vermelho.
Para respeitar a política que proíbe a mistura de gêneros, as funcionárias foram colocadas em caixas reservados para mulheres e famílias.
Os estabelecimentos comerciais do país têm uma área reservada para mulheres e famílias e outra para homens desacompanhados.
A Arábia Saudita, reino ultraconservador, impõe uma estrita separação de gêneros e proíbe às mulheres viajar, casar-se ou ter acesso aos serviços médicos sem a presença ou autorização de um membro masculino da família. Elas também não têm o direito de dirigir.