Milhares de evangélicos percorrem Jerusalém em solidariedade ao povo judeu

Milhares de evangélicos percorreram ontem as principais ruas de Jerusalém sob fortes medidas de segurança por ocasião da festividade judaica de Sucot, em sua marcha anual de solidariedade a Israel.

A marcha, que teve início em frente ao Parlamento israelense (Knesset), se transformou em um colorido desfile no qual se viam bandeiras de mais de 40 países e se ouviam canções em diferentes idiomas.

A passeata de evangélicos se transformou em uma tradição da festa de Sucot, na qual os judeus lembram sua passagem pelo deserto após a saída do Egito, há cerca de 3,5 mil anos, segundo o relato bíblico.

A marcha de Sucot é uma das principais demonstrações de apoio ao Estado judeu por parte das igrejas evangélicas, e conta com uma programação de conferências, assembléias e excursões pelos lugares santos que se estende pela semana toda.

Os evangélicos que participam da marcha consideram uma obrigação “confortar o povo de Israel”, apoiá-los nos momentos de dificuldade e colaborar para que todos os judeus dispersos pelo mundo retornem à Terra Prometida.

Com isso acham que encorajam “o retorno de Jesus, o Messias à Terra” e se aproximam de sua própria redenção, explicou à Agência Efe o pastor brasileiro Antônio Fernandes Nogueira.

“Viemos a Jerusalém, especialmente nesses dias, para expressar nosso amor e o direito do povo judeu de existir”, disse à Efe o pastor Héctor Pardo, da Colômbia.

Para o religioso, Jerusalém “necessita de paz” para poder se transformar na “capital de todas as nações da terra”.

Na 17ª vez que participa da passeata, o pastor manifestou que “esta é uma oportunidade para festejar com o povo de Israel uma festa comum a ambas as religiões”, segundo as Sagradas Escrituras.

O apoio espiritual se traduz em nível político pela defesa à postura do Governo de Israel e da necessidade de manter Jerusalém unificada sob bandeira israelense, apesar das reivindicações da parte oriental da cidade pelos palestinos.

“Viemos também expressar o direito de Israel a ter Jerusalém como sua capital eterna e indivisível porque é isso que está na Bíblia”, acrescentou Pardo.

A marcha também é organizada pela Prefeitura da cidade e conta com a participação de milhares de israelenses.

Segundo dados do Ministério do Turismo, participaram da macha cerca de 7 mil evangélicos de países como Brasil, Austrália, Bolívia, Canadá, Chile, Áustria, Índia, Itália, Nigéria, Finlândia e Noruega.

A maior delegação é a brasileira, com cerca de mil participantes.

“O turismo cristão em Israel, com todas as suas correntes e crenças, é um de nossos principais focos de atuação e campanhas de marketing”, afirma o ministro israelense de Turismo, Stas Misezhnikov, em comunicado por ocasião da semana evangélica em Jerusalém.

Sede dos principais santuários judeus e cristãos, a cidade santa atraiu, este ano, mais de dois milhões de peregrinos.

Milhares de agentes policiais ficaram encarregados da segurança na cidade por ocasião das festividades, enquanto um helicóptero acompanhava o percurso da passeata.