Águas que param

“Porque para Deus não haverá impossíveis em todas as suas promessas.” [1]

“Quando os sacerdotes que estão carregando a arca da aliança do Eterno, o Senhor de toda a terra, puserem os pés dentro da água, o Jordão vai parar de correr, e as águas da parte de cima ficarão amontoadas num lugar.

“Era o tempo da colheita, e as águas do rio haviam coberto as margens. Foi nessa ocasião que o povo saiu do acampamento para atravessar o Jordão. Os sacerdotes iam na frente, levando a arca da aliança. Quando chegaram ao Jordão e puseram os pés dentro da água, ela parou de correr e ficou amontoada na parte de cima do rio até Adã, cidade que fica ao lado de Sartã. Na parte de baixo, o rio secou completamente até o mar Morto. Então o povo passou para o outro lado, perto de Jericó.”[2]

Resplendor, minha cidade natal, é separada pelo Rio Doce em dois bairros diferentes. Existe, bem no centro da cidade, uma ponte de concreto que une as duas partes da cidade. Meus familiares contam que, antes da ponte ser construída, a única maneira de atravessar o rio era de balsa. Pessoas, animais, remédios, alimentos e outras mercadorias tinham um grande entrave a percorrer até chegar o seu destino.

Fico imaginando a confusão que era quando uma família tinha que visitar seus parentes no outro lado, comprar alimentos e buscar auxílio médico. Nesta época o Rio Doce não era tão poluído e, segundo contam os mais antigos, tinha uma correnteza bem forte, além de pedras traiçoeiras no seu leito.

Hoje existe uma ponte de concreto que, imponente, liga os dois lados da cidade separados pelo Rio. O grande obstáculo agora foi subjugado por um enorme arco de ferro, pedra e cimento. Quando eu nasci a ponte já existia. O Rio passou a cortar a cidade sem afetá-la em seu funcionamento hodierno. De vez em quando ele ainda dá uns sustos – principalmente em época de enchente, quando as famílias ribeirinhas passam um grande aperto – mas na maioria do tempo ele permanece quieto, correndo silencioso em seu curso.

As vezes a gente desiste de dar continuidade em alguns projetos na nossa vida porque existe um obstáculo, supostamente grande. Muitos cristãos desistem de viver uma vida de fervorosa atividade, conformando-se com a comodidade do mal de cada dia, porque não estão dispostos a atravessar o Jordão.

Há uma diferença nas narrativas das travessias do Mar Vermelho e do Rio Jordão. No primeiro, a travessia significava a salvação – o momento decisivo entre ficar e morrer nas mãos de Faraó ou atravessar o Mar e ser salvo da morte. Na travessia do Jordão, a questão da sobrevivência não estava latente. Atravessar o Jordão significava ‘dar um passo em direção da Conquista da Promessa de Deus.’ O povo estava livre da morte pelas mãos de Faraó, mas deparou-se com um novo obstáculo: o rio.

O povo queria tomar posse da plenitude da promessa de Deus. Então eles tomaram a decisão de atravessar. A ordem de Deus, porém foi que eles deveriam pisar na água, e só então as águas parariam. Isto tem um significado especial: Deus está disposto a fazer até com que um rio pare para que você possa crescer espiritualmente, mas você precisa se dispor a enfrentar as dificuldades.

Não podemos ficar parados choramingando porque o rio está lá. Por os pés no rio é um ato de Fé, quando você afirma diante de Deus: apesar deste rio existir, eu vou enfrenta-lo porque eu sei em quem eu creio e estou bem certo que Ele irá à minha frente. Eu te desafio a contemplar a grande obra que Deus está disposto a fazer em você e através de você, a partir do momento que você se dispor a enfrentar todos os obstáculos sob a autoridade e a direção de Deus.

Deus abençoe!

Até a próxima.

Notas:

[1] Lucas 1:37 [2] Josué 3:13-16 (BLH)