Conversas entre crianças e seus pais diminuem consideravelmente quando uma televisão está ligada por perto, mesmo que os espectadores não prestem lá muita atenção ao que é exibido.
A conclusão – que não é nenhuma novidade, aliás – é de um estudo de duas instituições dos Estados Unidos, a Universidade de Washington (EUA) e o Instituto de Pesquisas Infantil de Seattle.
Os pesquisadores equiparam 300 crianças entre dois e quatro anos de idade com um gravador, a fim de registrar tudo que elas diziam e ouviam durante um dia inteiro, uma vez por mês, ao longo de dois anos. Depois, um programa analisou as gravações. Para cada hora de televisão ligada, os pesquisadores descobriram que as crianças, em média, ouviram 770 menos palavras de um adulto – uma diminuição significativa em relação ao período em que a tevê permanecia desligada.
“Algumas dessas reduções provavelmente se devem ao fato de que a criança é deixada sozinha diante da televisão”, diz o doutor Dimitri Christakis, coordenador do estudo. “Mas fica claro também que os adultos, apesar de presentes, são distraídos pela tela e não interagem com a criança de forma perceptível”.
No entender dos especialistas, a exposição exagerada à televisão nessa idade pode ser associada a retardos de linguagem e deficiências cognitivas, dado o caráter passivo da atividade.