Cristã condenada a 10 anos de prisão por ajudar refugiados

No dia 31 de julho, os cristãos Li Mingshun e Zhang Yonghu foram indiciados pela Procuradoria Civil da cidade de Erlianhaote, na China, por ajudar refugiados norte-coreanos a fugirem para a Coreia do Sul, através da China. Li e Zhang estavam entre os muitos cristãos que colaboravam para providenciar alimentos, abrigo e transporte para os 61 refugiados que atravessavam as províncias do norte da China para chegar à Mongólia, onde leis estaduais permitem que os moradores busquem asilo na Coreia do Sul.

No dia 30 de agosto, Li foi condenada pela procuradoria por seu trabalho humanitário e, especificamente, por “tráfico humano na fronteira”. Ela foi sentenciada a dez anos de prisão. Em Qindao, a família de Li recebeu o veredicto na manhã do dia 30 de agosto. Zhang foi condenado a sete anos de prisão por organizar o transporte dos refugiados para o interior da Mongólia. Os familiares de Li disseram que apresentarão uma apelação para que Li e Zhang sejam soltos.

Os custos da repatriação são terríveis. Os refugiados enfrentam acusações de traição quando retornam ao seu país, o que é punível de morte, detenção e/ou prisão perpétua em campos de trabalho forçado. As mulheres e crianças norte-coreanas são, muitas vezes, vendidas no mercado de prostituição, desaparecendo do registro formal para o vazio do tráfico humano. Muitos cristãos chineses e coreanos, como Li e Zhang, trabalham com associações para ajudar esses refugiados que buscam a liberdade, para depois serem presos e acusados como criminosos.

O presidente da ChinaAid, Bob Fu, respondeu às sentenças de Li e Zhang: “Estou chocado pela forma como as autoridades chinesas tratam seus trabalhadores humanitários. Eles são inocentes! Devemos encorajar a comunidade internacional a externar suas preocupações pelos refugiados e trabalhadores norte-coreanos, que os servem nos tempos de necessidade”. Ele também pede para que o governo chinês honre a apelação da família de Li, inocente e liberte Li Mingshun e Zhang Yonghu.