Em texto de oito páginas, a Federação Protestante Francesa (FPF), através da Comissão Igreja e Sociedade, posicionou-se quanto à revisão das leis de bioética, em debate no país europeu. A bioética não deve ter o predomínio sobre a ética e a exigência de justiça, defende a Federação.
Protestantes manifestam preocupação quanto ao custo de técnicas que tem a ver com a vida num país onde “o acesso aos tratamentos torna-se sempre mais difícil para uma parte sempre mais ampla da população”.
Por isso, o documento protestante, elaborado por um grupo de médicos, teólogos e pastores, enfatiza a noção de partilha, que “deve estar no centro de todas as políticas públicas”, segundo matéria da repórter Élodie Maurot, publicada no jornal La Croix.
No documento, emitido há duas semanas, protestantes franceses defendem “soluções alternativas” à utilização de células-tronco embrionárias e são a favor “de uma restrição do número de embriões suscetíveis de serem transferidos”.
A FPF alerta que é “estritamente problemática” toda a prática que leve a uma seleção de pessoas humanas em potencial e expressam inquietação com “a pressão social que o filho perfeito idealiza”.
Ao contrário da Igreja Católica, protestantes franceses nunca se opuseram à reprodução assistida a serviço de um projeto conjugal. Mas são contrários à reprodução assistida aplicada a pessoas sozinhas, a casais homossexuais ou aplicada na “gestação de aluguel”.
Protestantes não aprovam a gestação de aluguel porque são contrários à “instrumentalização das pessoas” e à comercialização dos corpos.