Para Yona Metzger, organismo teria mais chance de promover a paz, sobretudo junto aos muçulmanos.
O rabino-chefe asquenazi de Israel, Yona Metzger, defendeu a criação de um organismo internacional religioso paralelo à Organização das Nações Unidas. A idéia, expressa numa entrevista do religioso ao jornal alemão Der Spiegel, baseia-se no fato de que uma entidade de caráter religioso teria mais apelo junto a muitos países, sobretudo os islâmicos. “Os diplomatas seculares não tiveram sucesso em conduzir o mundo à paz”, argumenta o rabino. “E isto pode vir por meio da linguagem religiosa. Um muçulmano não respeita uma pessoa secular; ele só o respeitará se você for religioso.”
Segundo Metzger, a instituição incluiria, além dos judeus e muçulmanos, cristãos, budistas e hindus – justamente, as maiores religiões do mundo em número de fiéis, ultrapassando os 5 bilhões de pessoas –, o que lhe daria grande legitimidade. Apesar das grandes diferenças entre esses credos, o rabino acredita que haveria entendimento. “Nós, religiosos, falamos a mesma língua”. Para ele, é preciso encontrar elos de ligação entre as diferentes confissões, a fim de favorecer o diálogo. Ele cita a figura de Abraão, considerado patriarca tanto por judeus como por cristãos e muçulmanos. “Como qualquer pai, Abraão esperaria que seus filhos se sentassem à mesa em vez de se matarem”, conclui.