Califórnia derruba casamento gay

Em plebiscito promovido juntamente com a eleição presidencial, 52% da população do Estado disse ‘não’ à legalização das uniões homoafetivas.

À sombra da vitória eleitoral de Barack Obama na disputa presidencial do dia 4 de novembro, eleitores da Califórnia aprovaram, 52% dos votos a favor, a chamada Proposição 8, que derrubou a lei que permitia casamentos entre pessoas do mesmo sexo no Estado. As uniões homoafetivas havia sido liberadas em junho passado, levando a uma corrida de casais homossexuais masculinos e femininos à Califórnia. Estima-se que cerca de vinte mil pessoas tenham legalizado seus relacionamentos, o que lhes proporcionou o usufruto de direitos garantidos aos casais heterossexuais. A partir de agora, as situações já geradas serão mantidas, mas os casamentos gays não serão mais permitidos.

Institutos de pesquisa afirmam que grande parte dos votos contra as uniões homossexuais veio da comunidade latina do Estado, estimada em 30% da população. Pesou na decisão desse segmento a influência religiosa, sobretudo católica e evangélica, frontalmente contrária à homossexualidade. A campanha pela aprovação da Proposição 8 focou justamente nos valores morais dessa comunidade. Pelo complexo – e confuso – sistema eleitoral americano, diversos pleitos são disputados ao mesmo tempo. Além da Califórnia, muitos outros Estados do país aproveitaram a disputa presidencial para promover plebiscitos entre suas populações.

Em seu primeiro discurso como presidente eleito dos Estados Unidos, Barack Obama procurou conciliar os diversos segmentos da sociedade: “Jovens e velhos, ricos e pobres, democratas e republicanos, brancos, negros, hispânicos, asiáticos, americanos nativos, gays, héteros, deficientes e não-deficientes, todos são americanos e mostraram ao mundo que somos e sempre seremos os Estados Unidos da América”.