O grupo islâmico Irmãos Muçulmanos, o maior partido de oposição do Egito, mesmo ilegal, incluiu em seu programa de Governo a proibição de que cristãos e mulheres possam assumir a Presidência do país.
A organização “tinha que tomar uma decisão definitiva sobre o assunto e nossa posição se baseia na sharia (lei islâmica), em nossas doutrinas e no que o Estado e toda a nação desejam”, disse um dirigente da legenda, Mohammed Habib.
Segundo ele, o partido enviou seu programa político com as últimas reformas a 50 intelectuais, analistas, escritores e especialistas para “ouvir opiniões”.
Apesar de ser uma “decisão definitiva”, Habib ressaltou que seu grupo deixou a porta aberta para “qualquer opinião diferente”.
Mea culpa
“Nossa decisão não significa que não vamos escutar os outros”, destacou o dirigente islâmico. Ele não quis dizer o que o partido faria caso a população rejeitasse esta reforma relacionada com a Presidência do país.
Em reação à proposta do grupo, o empresário multimilionário copta Naguib Sawiris afirmou que “nenhum cristão no Egito está esperando que os Irmãos Muçulmanos se dignem a dar aos coptas o direito de ser presidente ou não”, informou o jornal independente “Al Masri al-Yom”.
“Os coptas também são egípcios e dão as boas-vindas a qualquer pessoa que governe o país com Justiça”, acrescentou Sawiris.
O grupo Irmãos Muçulmanos, criado em 1928 e tornado ilegal em 1954, concorre às eleições com candidatos independentes para burlar a proibição e ocupa 88 dos 454 assentos do Parlamento egípcio.