O cientista australiano, Tim Flannery, afirmou que o volume de dióxido de carbono (CO2) na atmosfera é muito pior do que o previsto. Essa declaração foi feita durante uma entrevista concedida na noite da última segunda-feira, 8/10, ao programa de televisão “Lateline”, da rede australiana “ABC”. Flannery revelou o conteúdo de um estudo do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPPC, na sigla em inglês) que será publicado em novembro. O relatório e ressaltou que a necessidade de adotar medidas para frear o efeito estufa é “ainda mais urgente” do que se acreditava.
O relatório no qual o cientista se baseia foi elaborado pelo IPCC, criado pela Organização Mundial Meteorológica (OMM) e o Programa da ONU para o Meio Ambiente (Pnuma). Flannery, vencedor do prêmio Australiano do Ano, afirmou que no início do século XXI se pensou que o nível de CO2 atingiria o seu limite em dez anos, mas esse dado foi ultrapassado em 2005.
“Vimos uma aceleração imprevista no nível de acumulação de dióxido de carbono. Superou os limites projetados, para além do pior cenário possível pensado em 2001, e alguns dos outros gases se produziram em uma escala maior do que o imaginado”, disse Flannery. “O que o estudo estabelece é que a quantidade de gases poluentes na atmosfera superou o limite no qual podem causar mudanças climáticas perigosas”, acrescentou.
O Protocolo de Kioto, que entrou em vigor em 16 de fevereiro de 2006, atua sobre o dióxido de carbono, metano, óxido nitroso, hidrofluorcarbono, perfluorocarbono e hexafluoreto sulfúrico. Estados Unidos e Austrália são os únicos países industrializados que se negaram a assinar este acordo internacional.