O Diário de Jó: O segredo de uma vida tranqüila

“Então você poderá aparecer diante de Deus de cabeça erguida” [1]

    Zofar foi duro. Ele me deu a receita do segredo de uma vida tranqüila e sem temor diante de Deus: fazer um propósito no coração de obedecer a Deus, orar sinceramente a Ele e deixar de lado todos os meus pecados e injustiças. Assim eu poderei aparecer diante de Deus de cabeça erguida![2]

    Quem disse que tranqüilidade é sinal de comunhão com Deus? Quem disse que o filho de Deus não passaria por problemas e provações. É muito fácil pra esses amigos e araque chutar quem está caído. Eles não estariam tentando `ajudar` a Deus, me dizendo o que fazer? Eu preciso de palavras de Consolo e não de mais espinhos…

Tantos preconceitos, tantos medos
Frutos de momentos de dor
Que o pé atrás usa seu veto
Quando é necessário se expor

Superficial, risos polidos,
Relacionamentos de “alô”
Que ninguém estranha se falidos
Que ninguém mais sabe o que é amor

Vamos fazer o amor, vamos dar uma flor
Tentativas de buscar sentido
Vamos unir as mãos ao fingir-nos de irmãos
Coreografia de aflitos

Liberdade no que é perfeito
Externar aquilo que se é
Em Jesus o amor brota no peito
De quem o segue, crendo pela fé
E se faz visível, qualquer jeito
Em prosa, em gesto, em do-mi-fa-sol-lá-si-ré.[3]

O que os `amigos` de Jó tentaram fazer com ele, é o que muitos de nós tentamos fazer nas nossas conversas diárias. Falamos demais e ouvimos de menos. Falamos coisas certas em momentos e para pessoas erradas.

Muitos irmãos têm receio de contar seus problemas aos outros irmãos, preferindo contá-los à pessoas não cristãs, com receio da reação que estes irmãos poderiam ter. Precisamos externar aquilo que somos de fato, retirando as máscaras nos nossos relacionamentos. Aprendendo a ouvir para, só então, falar.

A grande diferença entre Jó e os injustos não estava no sofrimento, mas no temor de Deus. O perverso pode estar rico ou pobre, sadio ou doente. Deus não tem lugar em sua vida. Se tem, é um mero coadjuvante. Para o justo, Deus sai da posição de coadjuvante para o de protagonista.

Quando nós julgamos, estamos querendo usar a desgraça do nosso irmão, para provar a nós mesmos o quanto somos justos e sinceros. Uma palavra de Consolo bem empregada vale mais que um livro inteiro de sabedoria.

Até a próxima.

Notas:

[1] Jó 11:15 (BV) [2] Cf. Jó 11:13-15 (BV) [3] Sérgio Pimenta em Liberdade para Amar