Seqüestro aéreo mostra o isolamento dos cristãos na Turquia

Os muçulmanos convertidos ao cristianismo constituem um grupo marginal na Turquia, o que parece explicar o comportamento do turco que na terça-feira desviou para a Itália um Boeing 737-400.

Hakan Ekinci, 28 anos, dissera no fim de agosto, num “blog” dirigido ao Papa Bento XVI, como um muçulmano convertido ao cristianismo em 1998, que estava decidido a não servir num “exército muçulmano”, referindo-se às forças turcas.

A maioria dos “novos cristãos”, cujo número é estimado em pouco mais de 1.000 numa população de 73 milhões (99% muçulmana), freqüenta uma das 20 igrejas evangélicas que existem no país.

“No conjunto de nossas igrejas, contamos com centenas de crentes, muitos turcos, mas também alguns estrangeiros. Nas cidades onde há uma só igreja cristã, nos freqüentam também armênios e católicos”, explica Sait Cakir, da comunidade evangélica de Ancara.

As igrejas evangélicas, que não têm a existência reconhecida por lei, se encontram principalmente nas grandes cidades, como Istambul, Esmirna e Ancara.

“Nosso espírito aberto faz com que às vezes nos encontremos com indivíduos peculiares, em busca de mulheres e dinheiro”, explica Ishan Ozbek, um pastor evangélico de Ancara.