Na faculdade de Deus

Quatro anos. Para muitos este é o tempo necessário de preparo para exercer uma profissão pelo resto da vida. Os longos anos da faculdade nos dão o direito de ostentarmos um diploma de nível superior, participar de concursos. Achamos este tempo mais que suficiente para nos especializarmos em determinada área. Agora, quanto tempo seria necessário para que Deus nos considerasse habilitados para um determinado serviço?

A história de Moisés nos leva a pensar seriamente no zelo de Deus para o exercício da sua obra. Numa espécie de vestibular, em que sua mãe e sua irmã participaram efetivamente, Moisés é aprovado sendo tirado miraculosamente do rio e admitido no Egito. Ali começou a primeira etapa deste curso intensivo. A duração foi de quarenta anos. Durante todo este tempo, Moisés foi instruído em toda a cultura de uma das maiores potências da época. Vida de príncipe.

Após esta primeira etapa, o homem “culto” mata um egípcio, como se a violência fosse resolvida com violência. Começa então a segunda fase, e são mais 40 anos. Só que agora as condições de vida são diferentes, o lugar é diferente, as circunstâncias então, nem se fala.

O TCC DE MOISÉS – Não sei se é muito audacioso de minha parte dar este nome, mas é nos capítulos 3 e 4 de Êxodo que Deus faz uma espécie de prova final com Moisés. 80 anos de preparo, vamos ver o que ele aprendeu?

O capítulo 3 de Êxodo nos fala de um Deus prático. Ele não escolheu uma das salas reais de Faraó para aplicar o seu teste, mas sim um deserto inóspito. No Egito Moisés tinha acesso a todos os lugares, mas lá no deserto ele ouve uma voz que lhe diz: “desatai a sua sandália, pois o lugar onde estás é santo”. O homem que no Egito comandava os melhores homens, agora é encontrado recebendo ordens do sogro, e sob seu comando apenas algumas ovelhas. Lá no Egito não dispensava uma boa arma, no deserto quando Deus lhe quis saber o que ele tinha nas mãos, seu arsenal se resumiu em duas palavras: “uma vara” (Êx. 4:2).

Certo homem entregou seu cavalo para que um domador o amansasse. Alguns dias mais tarde o domador trouxe o cavalo, mas, quando o dono foi montá-lo, quis subir pelo lado direito do animal. O tombo foi evidente. O dono do animal, indignado, questionou a habilidade do domador que explicou: “eu amansei o cavalo pelo lado esquerdo, e você o montou pelo lado direito”. Ainda nervoso o fazendeiro exigiu: “então leve este animal de volta e só traga-o de volta quando estiver amansado pelos dois lados”. Foi mais ou menos isto que Deus fez com Moisés. O Egito sem o deserto não o tornaria preparado e vice-versa.

UMA VARA – Quero que você medite nisto. Moisés tinha apenas uma vara em suas mãos, talvez cortada próximo dali, mas quando ele a apresenta à disposição do Senhor, ela se torna uma das ferramentas mais notórias das escrituras, mais poderosa que qualquer arsenal egípcio. Foi aquela vara que abriu o Mar Vermelho e fez os soldados de Faraó perecerem, foi ela quem fez brotar água da rocha,e ela estava lá nas dez pragas.

Queridos jovens, Deus nos quer preparados para a sua obra, tanto no Egito (formação intelectual), quanto no deserto (formação espiritual), mas quando Deus lhe perguntar o que tem nas mãos responda-lhe com sinceridade, não esconda o seu dom por mais insignificante que pareça. Uma vara nas minhas mãos será sempre uma vara, mas nas mãos de Deus ela será a chave para muitos milagres.