Segundo o grupo Associação de Ajuda à China (CAA, sigla em inglês), às 10 horas do dia 1º de março, na província de Anhui, a escola bíblica de uma igreja doméstica foi invadida por funcionários do Comitê Chinês de Segurança Pública (PSB). Aproximadamente 36 líderes de igrejas domésticas, alunos e professores foram levados sob custódia. Quatro líderes da igreja conseguiram escapar do ataque.
Segundo duas testemunhas, entre 50 e 60 policiais chineses, esquadrões anti-choque e policiais em trajes civis cercaram a escola. Forças policiais chinesas estavam armadas com bastões elétricos. As dependências da escola foram invadidas pelas forças do PSB. Todos os presentes foram levados sob custódia.
As dependências serviam como escola bíblica e escola de costura; os alunos tinham aulas de comércio e treinamento bíblico. O proprietário da escola é o pastor Chu Huaiting, um líder de igreja doméstica conhecido. Atualmente ele é o vice-presidente da Aliança Chinesa de Igrejas Domésticas.
A Aliança foi estabelecida em 2004 e é formada por cerca de 300 mil membros, de diferente movimentos de igrejas domésticas, dispersos pelas 21 províncias da nação. Os que foram presos nessa invasão são de diversas partes da China, incluindo as províncias de Anhui, Jiangsu, Hunan, Zhejiang, Shandong; da cidade de Pequim, e da Região Autônoma da Mongólia Interior.
Quando as forças do PSB tentaram filmar a escola, o pastor Huaiting exigiu que eles mostrassem suas identificações e apresentassem os mandados de busca necessários. As exigências foram negadas e nenhum mandado de busca estava disponível. Em meio às intrusões da polícia, um membro da escola tentou ligar para a emergência. O funcionário que atendeu o pedido de emergência afirmou que os policiais estavam em uma ação conjunta para suprimir atividades religiosas e que essa ação estava sob a direção dos líderes da província.
Por volta das 13 horas do mesmo dia, as forças da PSB voltaram à casa do pastor Huaiting e o prenderam. A CAA também soube que, durante esse ataque, dez mil cópias de livros cristãos e duzentos cobertores novos foram confiscados. Esse suprimento havia sido entregue na casa do pastor.
Segundo a agência de notícias ANS, todos os 36 detidos foram libertados na noite do mesmo dia. Entretanto, os livros confiscados não foram devolvidos, pois foram considerados “ilegais”.
Nos últimos meses quase toda a liderança da Aliança Chinesa de Igrejas Domésticas, em diferentes províncias da China, foram interrogadas ou detidas pelas forças do PSB. O pastor Huaiting já havia sido detido preso pelo PSB por nove horas, no dia 26 de fevereiro. Essa detenção ocorreu quando ele estava pregando em uma igreja doméstica na província de Jiangsu.
“Essas detenções em massa ilegais são uma indicação preocupante da condição deteriorada da liberdade religiosa e civil na” disse o presidente da CAA, Bob Fu. “Exigimos que o governo chinês honre suas obrigações internacionais para respeitar e proteger a liberdade dos cidadãos chineses.”